ATENAS - A Grécia iniciou nesta segunda-feira, 4, o processo de deportação dos refugiados que chegam às ilhas do país para a Turquia, iniciativa prevista no acordo firmado entre a União Europeia e o governo turco.
No total, foram enviadas de volta ao território turco 204 pessoas. Os primeiros dois barcos saíram às 7h30 locais (1h30 em Brasília) de Lesbos e o terceiro por volta de 9h (3h em Brasília) da ilha de Quíos, com 66 imigrantes, segundo a imprensa local.
Refugiados são expulsos da Grécia e enviados à Turquia
O número de policiais que está nas embarcações é o mesmo que o de deportados, de acordo com veículos de comunicação gregos. Entre os refugiados que estão sendo levados de volta há cidadãos do Paquistão, do norte da África, de Bangladesh, de Sri Lanka e do Congo, mas, aparentemente, nenhum sírio.
Os navios saíram dos portos sem incidentes, apesar de o governo grego ter dito no domingo estar preparado para possíveis incidentes violentos, admitiu o porta-voz do Centro de Gestão dos Refugiados, Yorgos Kyritsis.
Vários manifestantes expressaram apoio aos refugiados, com direito a uma faixa com frase "Turkey is not safe" ("Turquia não é segura") no terraço de um hotel diante do porto de Lesbos. Dezenas de ativistas e simpatizantes compareceram ao local para pedir "liberdade", mas não foram registrados confrontos.
Sob um acordo criticado por agências de refugiados e manifestantes de direitos humanos, Ancara receberá todos os imigrantes e refugiados que entrarem ilegalmente na Grécia, incluindo sírios, em troca de a União Europeia receber milhares de refugiados sírios diretamente da Turquia e pagar mais dinheiro ao país, oferecer isenção de vistos iniciais e fazer avançar as negociações para a entrada da Turquia no bloco europeu.
O objetivo do acordo é desencorajar os imigrantes a fazer as travessias ilegais, muitas vezes realizadas em pequenos barcos, e quebrar o modelo comercial de tráfico de pessoas que impulsionou a maior onda migratória na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. /EFE, REUTERS e AFP
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