Primeiros refugiados de Nagorno-Karabakh chegam à Armênia após ofensiva militar do Azerbaijão


A Armênia contabilizou a chegada de 4.850 refugiados a seu território até esta segunda-feira

Por Redação

Os primeiros refugiados de Nagorno-Karabakh começaram a chegar na Armênia no domingo, 24 depois que o Azerbaijão impôs um bloqueio de 10 meses à região separatista e conduziu uma ofensiva militar relâmpago lá, recuperando o controle total da região como resultado.

Milhares de pessoas foram retiradas de cidades e aldeias afetadas pelos últimos combates e levadas para um campo de forças de manutenção da paz russas em Nagorno-Karabakh. A Armênia contabilizou, nesta segunda-feira, 25, a chegada de 4.850 refugiados a seu território.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que as suas forças de manutenção da paz, que foram destacadas para Nagorno-Karabakh em 2020, ajudaram a transportar 311 civis, incluindo 102 crianças. Os números conflitantes não puderam ser reconciliados imediatamente.

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Na localidade armênia de Goris, próxima da fronteira com o Azerbaijão, muitos deslocados se aglomeravam em um abrigo instalado em um teatro. “Foram dias terríveis”, relatou Anabel Ghulasian, uma mulher de 41 anos que morava em Rev, localidade que os azeris chamam de Shalva. Ela chegou com a família em uma caminhonete, com os poucos pertences em algumas malas.

Armênia e Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas, protagonizam duas guerras nas últimas três décadas pelo controle de Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão lançou uma operação relâmpago em 19 de setembro para controlar o enclave de Nagorno-Karabakh, habitado em sua maioria por armênios, mas reconhecido internacionalmente como seu território. O avanço rápido das tropas obrigou os separatistas a entregar as armas e a pedir um cessar-fogo.

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Após ofensiva militar do Azerbaijão que recuperou total controle da região de Nagorno-Karabakh, milhares de pessoas deixaram o local em direção à Armênia, em busca de refugio. Foto: AP Photo/Vasily Krestyaninov

Os separatistas afirmam que 200 pessoas morreram nos combates da semana passada, incluindo seis soldados russos que integravam o contingente de paz mobilizado após o conflito em 2020. O Azerbaijão afirmou que dois soldados morreram na explosão de uma mina no domingo.

A imprensa estatal do Azerbaijão informou que representantes de Baku, a capital do país, participaram de uma segunda rodada de negociações de paz com representantes da comunidade armênia em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de “reintegrá-los” ao país. Porém, cada vez mais moradores da região parecem querer mudar para a Armênia. A rodovia que liga Nagorno-Karabkh com a Armênia registrou engarrafamentos nesta segunda-feira.

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Valentina Asrian, 54 anos, contou que fugiu com os netos. “Quem imaginaria que os ‘turcos’ entrariam nesta cidade histórica cidade armênia?”, questionou, utilizando uma expressão depreciativa para fazer referência às tropas do Azerbaijão. Ela está alojada temporariamente em um hotel de Goris, mas não tem nenhum parente na região. “Não tenho para onde ir”, disse.

Apesar de o Azerbaijão afirmar que quer “reintegrar” os moradores de Nagorno-Karabkh ao país, centenas deles ocuparam a rodovia que liga a região à Armênia em um deslocamento em massa. Foto: ALAIN JOCARD / AFP

No abrigo criado pelo governo armênio em Kornidzor, na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, um homem, que chegou no domingo ao local com o primeiro grupo de refugiados, disse que se arrepende de ter deixado para trás o gado e o túmulo da filha de três anos. “Tivemos 15 minutos para fazer as malas (...) não dissemos adeus”, conta.

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Protestos na Armênia e encontro com Turquia

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizou uma reunião nesta segunda-feira com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, um importante aliado de Baku. Os dois políticos querem colocar a pedra fundamental em um projeto de gasoduto e inaugurar a reforma de um centro militar local, em mais uma demonstração da presença turca na região, que contrasta com a aparente retirada da Rússia, envolvida no conflito na Ucrânia.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan (E) e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev (D), em cerimônia nesta segunda-feira para lançar a construção de um gasoduto e discutir Nagorno-Karabakh. Foto: Presidência do Azerbaijão/AFP
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O Kremlin defendeu nesta segunda-feira a atuação de seu contingente de paz e rebateu de maneira categórica as críticas da Armênia de que não intercedeu durante a ofensiva do Azerbaijão. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, tentou responsabilizar a Rússia, uma antiga aliada, e afirmou que as alianças do país foram “ineficazes”, o que sugere que o país vai procurar novos parceiros.

Os acontecimentos em Nagorno-Karabakh provocaram uma onda de protestos que durou vários dias na Armênia, onde os manifestantes acusaram Pashinyan e as forças de manutenção da paz russas de não protegerem a população arménia da região.

Nas localidades do Azerbaijão próximas de Nagorno-Karabakh, como Terter e Beylagan, os moradores celebram a vitória de seu governo sobre os rebeldes e as ruas estão enfeitadas com bandeira e retratos dos “mártires” mortos nos combates nas últimas décadas.

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Alguns deslocados do conflito ainda esperam retornar a Karabakh. “Claro que queremos voltar a Karabakh, estamos cansados da guerra e do medo”, afirmou Nazakat Valiyeva, 49 anos, que trabalhava como operária e perdeu o marido no conflito de 2020./AFP.

Os primeiros refugiados de Nagorno-Karabakh começaram a chegar na Armênia no domingo, 24 depois que o Azerbaijão impôs um bloqueio de 10 meses à região separatista e conduziu uma ofensiva militar relâmpago lá, recuperando o controle total da região como resultado.

Milhares de pessoas foram retiradas de cidades e aldeias afetadas pelos últimos combates e levadas para um campo de forças de manutenção da paz russas em Nagorno-Karabakh. A Armênia contabilizou, nesta segunda-feira, 25, a chegada de 4.850 refugiados a seu território.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que as suas forças de manutenção da paz, que foram destacadas para Nagorno-Karabakh em 2020, ajudaram a transportar 311 civis, incluindo 102 crianças. Os números conflitantes não puderam ser reconciliados imediatamente.

Na localidade armênia de Goris, próxima da fronteira com o Azerbaijão, muitos deslocados se aglomeravam em um abrigo instalado em um teatro. “Foram dias terríveis”, relatou Anabel Ghulasian, uma mulher de 41 anos que morava em Rev, localidade que os azeris chamam de Shalva. Ela chegou com a família em uma caminhonete, com os poucos pertences em algumas malas.

Armênia e Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas, protagonizam duas guerras nas últimas três décadas pelo controle de Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão lançou uma operação relâmpago em 19 de setembro para controlar o enclave de Nagorno-Karabakh, habitado em sua maioria por armênios, mas reconhecido internacionalmente como seu território. O avanço rápido das tropas obrigou os separatistas a entregar as armas e a pedir um cessar-fogo.

Após ofensiva militar do Azerbaijão que recuperou total controle da região de Nagorno-Karabakh, milhares de pessoas deixaram o local em direção à Armênia, em busca de refugio. Foto: AP Photo/Vasily Krestyaninov

Os separatistas afirmam que 200 pessoas morreram nos combates da semana passada, incluindo seis soldados russos que integravam o contingente de paz mobilizado após o conflito em 2020. O Azerbaijão afirmou que dois soldados morreram na explosão de uma mina no domingo.

A imprensa estatal do Azerbaijão informou que representantes de Baku, a capital do país, participaram de uma segunda rodada de negociações de paz com representantes da comunidade armênia em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de “reintegrá-los” ao país. Porém, cada vez mais moradores da região parecem querer mudar para a Armênia. A rodovia que liga Nagorno-Karabkh com a Armênia registrou engarrafamentos nesta segunda-feira.

Valentina Asrian, 54 anos, contou que fugiu com os netos. “Quem imaginaria que os ‘turcos’ entrariam nesta cidade histórica cidade armênia?”, questionou, utilizando uma expressão depreciativa para fazer referência às tropas do Azerbaijão. Ela está alojada temporariamente em um hotel de Goris, mas não tem nenhum parente na região. “Não tenho para onde ir”, disse.

Apesar de o Azerbaijão afirmar que quer “reintegrar” os moradores de Nagorno-Karabkh ao país, centenas deles ocuparam a rodovia que liga a região à Armênia em um deslocamento em massa. Foto: ALAIN JOCARD / AFP

No abrigo criado pelo governo armênio em Kornidzor, na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, um homem, que chegou no domingo ao local com o primeiro grupo de refugiados, disse que se arrepende de ter deixado para trás o gado e o túmulo da filha de três anos. “Tivemos 15 minutos para fazer as malas (...) não dissemos adeus”, conta.

Protestos na Armênia e encontro com Turquia

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizou uma reunião nesta segunda-feira com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, um importante aliado de Baku. Os dois políticos querem colocar a pedra fundamental em um projeto de gasoduto e inaugurar a reforma de um centro militar local, em mais uma demonstração da presença turca na região, que contrasta com a aparente retirada da Rússia, envolvida no conflito na Ucrânia.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan (E) e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev (D), em cerimônia nesta segunda-feira para lançar a construção de um gasoduto e discutir Nagorno-Karabakh. Foto: Presidência do Azerbaijão/AFP

O Kremlin defendeu nesta segunda-feira a atuação de seu contingente de paz e rebateu de maneira categórica as críticas da Armênia de que não intercedeu durante a ofensiva do Azerbaijão. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, tentou responsabilizar a Rússia, uma antiga aliada, e afirmou que as alianças do país foram “ineficazes”, o que sugere que o país vai procurar novos parceiros.

Os acontecimentos em Nagorno-Karabakh provocaram uma onda de protestos que durou vários dias na Armênia, onde os manifestantes acusaram Pashinyan e as forças de manutenção da paz russas de não protegerem a população arménia da região.

Nas localidades do Azerbaijão próximas de Nagorno-Karabakh, como Terter e Beylagan, os moradores celebram a vitória de seu governo sobre os rebeldes e as ruas estão enfeitadas com bandeira e retratos dos “mártires” mortos nos combates nas últimas décadas.

Alguns deslocados do conflito ainda esperam retornar a Karabakh. “Claro que queremos voltar a Karabakh, estamos cansados da guerra e do medo”, afirmou Nazakat Valiyeva, 49 anos, que trabalhava como operária e perdeu o marido no conflito de 2020./AFP.

Os primeiros refugiados de Nagorno-Karabakh começaram a chegar na Armênia no domingo, 24 depois que o Azerbaijão impôs um bloqueio de 10 meses à região separatista e conduziu uma ofensiva militar relâmpago lá, recuperando o controle total da região como resultado.

Milhares de pessoas foram retiradas de cidades e aldeias afetadas pelos últimos combates e levadas para um campo de forças de manutenção da paz russas em Nagorno-Karabakh. A Armênia contabilizou, nesta segunda-feira, 25, a chegada de 4.850 refugiados a seu território.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que as suas forças de manutenção da paz, que foram destacadas para Nagorno-Karabakh em 2020, ajudaram a transportar 311 civis, incluindo 102 crianças. Os números conflitantes não puderam ser reconciliados imediatamente.

Na localidade armênia de Goris, próxima da fronteira com o Azerbaijão, muitos deslocados se aglomeravam em um abrigo instalado em um teatro. “Foram dias terríveis”, relatou Anabel Ghulasian, uma mulher de 41 anos que morava em Rev, localidade que os azeris chamam de Shalva. Ela chegou com a família em uma caminhonete, com os poucos pertences em algumas malas.

Armênia e Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas, protagonizam duas guerras nas últimas três décadas pelo controle de Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão lançou uma operação relâmpago em 19 de setembro para controlar o enclave de Nagorno-Karabakh, habitado em sua maioria por armênios, mas reconhecido internacionalmente como seu território. O avanço rápido das tropas obrigou os separatistas a entregar as armas e a pedir um cessar-fogo.

Após ofensiva militar do Azerbaijão que recuperou total controle da região de Nagorno-Karabakh, milhares de pessoas deixaram o local em direção à Armênia, em busca de refugio. Foto: AP Photo/Vasily Krestyaninov

Os separatistas afirmam que 200 pessoas morreram nos combates da semana passada, incluindo seis soldados russos que integravam o contingente de paz mobilizado após o conflito em 2020. O Azerbaijão afirmou que dois soldados morreram na explosão de uma mina no domingo.

A imprensa estatal do Azerbaijão informou que representantes de Baku, a capital do país, participaram de uma segunda rodada de negociações de paz com representantes da comunidade armênia em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de “reintegrá-los” ao país. Porém, cada vez mais moradores da região parecem querer mudar para a Armênia. A rodovia que liga Nagorno-Karabkh com a Armênia registrou engarrafamentos nesta segunda-feira.

Valentina Asrian, 54 anos, contou que fugiu com os netos. “Quem imaginaria que os ‘turcos’ entrariam nesta cidade histórica cidade armênia?”, questionou, utilizando uma expressão depreciativa para fazer referência às tropas do Azerbaijão. Ela está alojada temporariamente em um hotel de Goris, mas não tem nenhum parente na região. “Não tenho para onde ir”, disse.

Apesar de o Azerbaijão afirmar que quer “reintegrar” os moradores de Nagorno-Karabkh ao país, centenas deles ocuparam a rodovia que liga a região à Armênia em um deslocamento em massa. Foto: ALAIN JOCARD / AFP

No abrigo criado pelo governo armênio em Kornidzor, na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, um homem, que chegou no domingo ao local com o primeiro grupo de refugiados, disse que se arrepende de ter deixado para trás o gado e o túmulo da filha de três anos. “Tivemos 15 minutos para fazer as malas (...) não dissemos adeus”, conta.

Protestos na Armênia e encontro com Turquia

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizou uma reunião nesta segunda-feira com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, um importante aliado de Baku. Os dois políticos querem colocar a pedra fundamental em um projeto de gasoduto e inaugurar a reforma de um centro militar local, em mais uma demonstração da presença turca na região, que contrasta com a aparente retirada da Rússia, envolvida no conflito na Ucrânia.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan (E) e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev (D), em cerimônia nesta segunda-feira para lançar a construção de um gasoduto e discutir Nagorno-Karabakh. Foto: Presidência do Azerbaijão/AFP

O Kremlin defendeu nesta segunda-feira a atuação de seu contingente de paz e rebateu de maneira categórica as críticas da Armênia de que não intercedeu durante a ofensiva do Azerbaijão. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, tentou responsabilizar a Rússia, uma antiga aliada, e afirmou que as alianças do país foram “ineficazes”, o que sugere que o país vai procurar novos parceiros.

Os acontecimentos em Nagorno-Karabakh provocaram uma onda de protestos que durou vários dias na Armênia, onde os manifestantes acusaram Pashinyan e as forças de manutenção da paz russas de não protegerem a população arménia da região.

Nas localidades do Azerbaijão próximas de Nagorno-Karabakh, como Terter e Beylagan, os moradores celebram a vitória de seu governo sobre os rebeldes e as ruas estão enfeitadas com bandeira e retratos dos “mártires” mortos nos combates nas últimas décadas.

Alguns deslocados do conflito ainda esperam retornar a Karabakh. “Claro que queremos voltar a Karabakh, estamos cansados da guerra e do medo”, afirmou Nazakat Valiyeva, 49 anos, que trabalhava como operária e perdeu o marido no conflito de 2020./AFP.

Os primeiros refugiados de Nagorno-Karabakh começaram a chegar na Armênia no domingo, 24 depois que o Azerbaijão impôs um bloqueio de 10 meses à região separatista e conduziu uma ofensiva militar relâmpago lá, recuperando o controle total da região como resultado.

Milhares de pessoas foram retiradas de cidades e aldeias afetadas pelos últimos combates e levadas para um campo de forças de manutenção da paz russas em Nagorno-Karabakh. A Armênia contabilizou, nesta segunda-feira, 25, a chegada de 4.850 refugiados a seu território.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que as suas forças de manutenção da paz, que foram destacadas para Nagorno-Karabakh em 2020, ajudaram a transportar 311 civis, incluindo 102 crianças. Os números conflitantes não puderam ser reconciliados imediatamente.

Na localidade armênia de Goris, próxima da fronteira com o Azerbaijão, muitos deslocados se aglomeravam em um abrigo instalado em um teatro. “Foram dias terríveis”, relatou Anabel Ghulasian, uma mulher de 41 anos que morava em Rev, localidade que os azeris chamam de Shalva. Ela chegou com a família em uma caminhonete, com os poucos pertences em algumas malas.

Armênia e Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas, protagonizam duas guerras nas últimas três décadas pelo controle de Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão lançou uma operação relâmpago em 19 de setembro para controlar o enclave de Nagorno-Karabakh, habitado em sua maioria por armênios, mas reconhecido internacionalmente como seu território. O avanço rápido das tropas obrigou os separatistas a entregar as armas e a pedir um cessar-fogo.

Após ofensiva militar do Azerbaijão que recuperou total controle da região de Nagorno-Karabakh, milhares de pessoas deixaram o local em direção à Armênia, em busca de refugio. Foto: AP Photo/Vasily Krestyaninov

Os separatistas afirmam que 200 pessoas morreram nos combates da semana passada, incluindo seis soldados russos que integravam o contingente de paz mobilizado após o conflito em 2020. O Azerbaijão afirmou que dois soldados morreram na explosão de uma mina no domingo.

A imprensa estatal do Azerbaijão informou que representantes de Baku, a capital do país, participaram de uma segunda rodada de negociações de paz com representantes da comunidade armênia em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de “reintegrá-los” ao país. Porém, cada vez mais moradores da região parecem querer mudar para a Armênia. A rodovia que liga Nagorno-Karabkh com a Armênia registrou engarrafamentos nesta segunda-feira.

Valentina Asrian, 54 anos, contou que fugiu com os netos. “Quem imaginaria que os ‘turcos’ entrariam nesta cidade histórica cidade armênia?”, questionou, utilizando uma expressão depreciativa para fazer referência às tropas do Azerbaijão. Ela está alojada temporariamente em um hotel de Goris, mas não tem nenhum parente na região. “Não tenho para onde ir”, disse.

Apesar de o Azerbaijão afirmar que quer “reintegrar” os moradores de Nagorno-Karabkh ao país, centenas deles ocuparam a rodovia que liga a região à Armênia em um deslocamento em massa. Foto: ALAIN JOCARD / AFP

No abrigo criado pelo governo armênio em Kornidzor, na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, um homem, que chegou no domingo ao local com o primeiro grupo de refugiados, disse que se arrepende de ter deixado para trás o gado e o túmulo da filha de três anos. “Tivemos 15 minutos para fazer as malas (...) não dissemos adeus”, conta.

Protestos na Armênia e encontro com Turquia

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizou uma reunião nesta segunda-feira com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, um importante aliado de Baku. Os dois políticos querem colocar a pedra fundamental em um projeto de gasoduto e inaugurar a reforma de um centro militar local, em mais uma demonstração da presença turca na região, que contrasta com a aparente retirada da Rússia, envolvida no conflito na Ucrânia.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan (E) e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev (D), em cerimônia nesta segunda-feira para lançar a construção de um gasoduto e discutir Nagorno-Karabakh. Foto: Presidência do Azerbaijão/AFP

O Kremlin defendeu nesta segunda-feira a atuação de seu contingente de paz e rebateu de maneira categórica as críticas da Armênia de que não intercedeu durante a ofensiva do Azerbaijão. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, tentou responsabilizar a Rússia, uma antiga aliada, e afirmou que as alianças do país foram “ineficazes”, o que sugere que o país vai procurar novos parceiros.

Os acontecimentos em Nagorno-Karabakh provocaram uma onda de protestos que durou vários dias na Armênia, onde os manifestantes acusaram Pashinyan e as forças de manutenção da paz russas de não protegerem a população arménia da região.

Nas localidades do Azerbaijão próximas de Nagorno-Karabakh, como Terter e Beylagan, os moradores celebram a vitória de seu governo sobre os rebeldes e as ruas estão enfeitadas com bandeira e retratos dos “mártires” mortos nos combates nas últimas décadas.

Alguns deslocados do conflito ainda esperam retornar a Karabakh. “Claro que queremos voltar a Karabakh, estamos cansados da guerra e do medo”, afirmou Nazakat Valiyeva, 49 anos, que trabalhava como operária e perdeu o marido no conflito de 2020./AFP.

Os primeiros refugiados de Nagorno-Karabakh começaram a chegar na Armênia no domingo, 24 depois que o Azerbaijão impôs um bloqueio de 10 meses à região separatista e conduziu uma ofensiva militar relâmpago lá, recuperando o controle total da região como resultado.

Milhares de pessoas foram retiradas de cidades e aldeias afetadas pelos últimos combates e levadas para um campo de forças de manutenção da paz russas em Nagorno-Karabakh. A Armênia contabilizou, nesta segunda-feira, 25, a chegada de 4.850 refugiados a seu território.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que as suas forças de manutenção da paz, que foram destacadas para Nagorno-Karabakh em 2020, ajudaram a transportar 311 civis, incluindo 102 crianças. Os números conflitantes não puderam ser reconciliados imediatamente.

Na localidade armênia de Goris, próxima da fronteira com o Azerbaijão, muitos deslocados se aglomeravam em um abrigo instalado em um teatro. “Foram dias terríveis”, relatou Anabel Ghulasian, uma mulher de 41 anos que morava em Rev, localidade que os azeris chamam de Shalva. Ela chegou com a família em uma caminhonete, com os poucos pertences em algumas malas.

Armênia e Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas, protagonizam duas guerras nas últimas três décadas pelo controle de Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão lançou uma operação relâmpago em 19 de setembro para controlar o enclave de Nagorno-Karabakh, habitado em sua maioria por armênios, mas reconhecido internacionalmente como seu território. O avanço rápido das tropas obrigou os separatistas a entregar as armas e a pedir um cessar-fogo.

Após ofensiva militar do Azerbaijão que recuperou total controle da região de Nagorno-Karabakh, milhares de pessoas deixaram o local em direção à Armênia, em busca de refugio. Foto: AP Photo/Vasily Krestyaninov

Os separatistas afirmam que 200 pessoas morreram nos combates da semana passada, incluindo seis soldados russos que integravam o contingente de paz mobilizado após o conflito em 2020. O Azerbaijão afirmou que dois soldados morreram na explosão de uma mina no domingo.

A imprensa estatal do Azerbaijão informou que representantes de Baku, a capital do país, participaram de uma segunda rodada de negociações de paz com representantes da comunidade armênia em Nagorno-Karabakh, com o objetivo de “reintegrá-los” ao país. Porém, cada vez mais moradores da região parecem querer mudar para a Armênia. A rodovia que liga Nagorno-Karabkh com a Armênia registrou engarrafamentos nesta segunda-feira.

Valentina Asrian, 54 anos, contou que fugiu com os netos. “Quem imaginaria que os ‘turcos’ entrariam nesta cidade histórica cidade armênia?”, questionou, utilizando uma expressão depreciativa para fazer referência às tropas do Azerbaijão. Ela está alojada temporariamente em um hotel de Goris, mas não tem nenhum parente na região. “Não tenho para onde ir”, disse.

Apesar de o Azerbaijão afirmar que quer “reintegrar” os moradores de Nagorno-Karabkh ao país, centenas deles ocuparam a rodovia que liga a região à Armênia em um deslocamento em massa. Foto: ALAIN JOCARD / AFP

No abrigo criado pelo governo armênio em Kornidzor, na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, um homem, que chegou no domingo ao local com o primeiro grupo de refugiados, disse que se arrepende de ter deixado para trás o gado e o túmulo da filha de três anos. “Tivemos 15 minutos para fazer as malas (...) não dissemos adeus”, conta.

Protestos na Armênia e encontro com Turquia

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, realizou uma reunião nesta segunda-feira com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, um importante aliado de Baku. Os dois políticos querem colocar a pedra fundamental em um projeto de gasoduto e inaugurar a reforma de um centro militar local, em mais uma demonstração da presença turca na região, que contrasta com a aparente retirada da Rússia, envolvida no conflito na Ucrânia.

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan (E) e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev (D), em cerimônia nesta segunda-feira para lançar a construção de um gasoduto e discutir Nagorno-Karabakh. Foto: Presidência do Azerbaijão/AFP

O Kremlin defendeu nesta segunda-feira a atuação de seu contingente de paz e rebateu de maneira categórica as críticas da Armênia de que não intercedeu durante a ofensiva do Azerbaijão. O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, tentou responsabilizar a Rússia, uma antiga aliada, e afirmou que as alianças do país foram “ineficazes”, o que sugere que o país vai procurar novos parceiros.

Os acontecimentos em Nagorno-Karabakh provocaram uma onda de protestos que durou vários dias na Armênia, onde os manifestantes acusaram Pashinyan e as forças de manutenção da paz russas de não protegerem a população arménia da região.

Nas localidades do Azerbaijão próximas de Nagorno-Karabakh, como Terter e Beylagan, os moradores celebram a vitória de seu governo sobre os rebeldes e as ruas estão enfeitadas com bandeira e retratos dos “mártires” mortos nos combates nas últimas décadas.

Alguns deslocados do conflito ainda esperam retornar a Karabakh. “Claro que queremos voltar a Karabakh, estamos cansados da guerra e do medo”, afirmou Nazakat Valiyeva, 49 anos, que trabalhava como operária e perdeu o marido no conflito de 2020./AFP.

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