Rei Charles III terá desafio de manter a unidade do Reino Unido


Novo rei dos britânicos enfrenta manifestações antimonarquia, ameaças republicanas e separatistas na Escócia e na Irlanda do Norte

Por Renata Miranda
Atualização:

ESPECIAL PARA O ESTADO / LONDRES - Enquanto o mundo diz adeus a Elizabeth II, Charles assume o trono diante de um cenário desafiador, se tornando a peça central de um complicado quebra-cabeça para manter a unidade do Reino Unido e preservar a monarquia. Mas não tem sido fácil ser rei.

Em apenas dez dias como líder da família real britânica, ele já teve de lidar com manifestações contra a monarquia e ameaças de países da comunidade britânica que desejam virar repúblicas. Charles III vem demonstrando irritação com funcionários e com as especulações sobre seu estado de saúde, após uma foto de suas mãos se tornar assunto nacional.

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Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das primeiras tarefas será conter o burburinho separatista da Escócia e evitar um referendo sobre a reunificação das Irlandas. “Se a Escócia se tornar independente durante o reinado de Charles, ele continuará sendo rei. No entanto, seria um golpe no seu prestígio”, disse Robert Hazell, professor da University College London.

Rei Charles III comanda, ao lado dos irmãos, uma vigília em torno do caixão de Elizabeth II Foto: Daniel LEAL / POOL / AFP

Outro foco de atenção será a integridade da Commonwealth, associação de 56 países dos quais 14 ainda têm o monarca da Casa de Windsor como chefe de Estado. Durante seu reinado, a rainha cultivou relações pessoais amigáveis com muitos líderes da comunidade britânica, mas Charles não tem o carisma e o prestígio da mãe.

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Repúblicas

“Vários países da Commonwealth indicaram que pretendem avançar para ter presidentes como chefes de Estado, incluindo a Austrália”, afirmou Robert Blackburn, professor de direito constitucional no King’s College London.

Seguindo o exemplo de Barbados, que se tornou república no ano passado, outros países do Caribe – como Jamaica, Antígua e Barbuda – devem seguir o mesmo caminho.

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Segundo Blackburn, o novo reinado pode oferecer as condições para uma reavaliação da monarquia moderna em todo o mundo, talvez até mesmo no Reino Unido. “A conduta de Charles III será um fator determinante nisso”, disse.

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O novo rei britânico, até agora conhecido como príncipe Charles, vai adotar o nome de Charles III, anunciou nesta quinta-feira, Clarence House.

”O princípio fundamental da monarquia constitucional é a doutrina da responsabilidade ministerial, segundo a qual o monarca segue o conselho ministerial. Portanto, é vital que ele se abstenha de discursos ou ações que criem polêmica, devendo obedecer a orientação sobre os limites em que pode expressar suas opiniões.”

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Manifestações

Especialistas acreditam que a monarquia pode nunca mais funcionar tão bem quanto sob Elizabeth II. Ela governou por 70 anos, tornando-se a monarca que reinou por mais tempo na história britânica, sendo adorada e respeitada dentro e fora do Reino Unido. Ocupar esse vácuo não será fácil.

Nos últimos dias, foram registradas várias manifestações contra a monarquia, com a resposta dura da polícia e crítica de ativistas. Em Londres, Edimburgo e Oxford, alguns manifestantes foram intimidados e alguns chegaram a ser presos.

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Custos

Para manter a monarquia relevante, Charles também terá de fazer ajustes não apenas no comportamento tradicional que acompanha a instituição, mas cortando gastos que pesam no bolso do contribuinte – principalmente em um momento de crise econômica.

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Analistas esperam que Charles torne a monarquia uma instituição mais enxuta, cortando gastos com a redução no número de membros graúdos da realeza. Para Blackburn, a Casa de Windsor cumpre a função de ser um símbolo do Estado, uma força unificadora e um processo conveniente para legitimar várias formas de negócios do governo. “No entanto, a monarquia em uma democracia continua sendo uma anomalia.”

Já Hazell acredita que a família real representa estabilidade, continuidade e tradição, mas também deve acompanhar as mudanças na sociedade. “O apoio à monarquia tem sido forte e estável há muito tempo, mesmo em períodos difíceis. E é provável que esse cenário continue assim”, afirmou.

“Charles já mostrou que tem consciência da necessidade de manter a monarquia relevante, visitando Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte na primeira semana de reinado. Ele encontrará outras maneiras de manter a monarquia relevante, e terá a ajuda do príncipe William e da geração mais jovem.

ESPECIAL PARA O ESTADO / LONDRES - Enquanto o mundo diz adeus a Elizabeth II, Charles assume o trono diante de um cenário desafiador, se tornando a peça central de um complicado quebra-cabeça para manter a unidade do Reino Unido e preservar a monarquia. Mas não tem sido fácil ser rei.

Em apenas dez dias como líder da família real britânica, ele já teve de lidar com manifestações contra a monarquia e ameaças de países da comunidade britânica que desejam virar repúblicas. Charles III vem demonstrando irritação com funcionários e com as especulações sobre seu estado de saúde, após uma foto de suas mãos se tornar assunto nacional.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das primeiras tarefas será conter o burburinho separatista da Escócia e evitar um referendo sobre a reunificação das Irlandas. “Se a Escócia se tornar independente durante o reinado de Charles, ele continuará sendo rei. No entanto, seria um golpe no seu prestígio”, disse Robert Hazell, professor da University College London.

Rei Charles III comanda, ao lado dos irmãos, uma vigília em torno do caixão de Elizabeth II Foto: Daniel LEAL / POOL / AFP

Outro foco de atenção será a integridade da Commonwealth, associação de 56 países dos quais 14 ainda têm o monarca da Casa de Windsor como chefe de Estado. Durante seu reinado, a rainha cultivou relações pessoais amigáveis com muitos líderes da comunidade britânica, mas Charles não tem o carisma e o prestígio da mãe.

Repúblicas

“Vários países da Commonwealth indicaram que pretendem avançar para ter presidentes como chefes de Estado, incluindo a Austrália”, afirmou Robert Blackburn, professor de direito constitucional no King’s College London.

Seguindo o exemplo de Barbados, que se tornou república no ano passado, outros países do Caribe – como Jamaica, Antígua e Barbuda – devem seguir o mesmo caminho.

Segundo Blackburn, o novo reinado pode oferecer as condições para uma reavaliação da monarquia moderna em todo o mundo, talvez até mesmo no Reino Unido. “A conduta de Charles III será um fator determinante nisso”, disse.

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O novo rei britânico, até agora conhecido como príncipe Charles, vai adotar o nome de Charles III, anunciou nesta quinta-feira, Clarence House.

”O princípio fundamental da monarquia constitucional é a doutrina da responsabilidade ministerial, segundo a qual o monarca segue o conselho ministerial. Portanto, é vital que ele se abstenha de discursos ou ações que criem polêmica, devendo obedecer a orientação sobre os limites em que pode expressar suas opiniões.”

Manifestações

Especialistas acreditam que a monarquia pode nunca mais funcionar tão bem quanto sob Elizabeth II. Ela governou por 70 anos, tornando-se a monarca que reinou por mais tempo na história britânica, sendo adorada e respeitada dentro e fora do Reino Unido. Ocupar esse vácuo não será fácil.

Nos últimos dias, foram registradas várias manifestações contra a monarquia, com a resposta dura da polícia e crítica de ativistas. Em Londres, Edimburgo e Oxford, alguns manifestantes foram intimidados e alguns chegaram a ser presos.

Custos

Para manter a monarquia relevante, Charles também terá de fazer ajustes não apenas no comportamento tradicional que acompanha a instituição, mas cortando gastos que pesam no bolso do contribuinte – principalmente em um momento de crise econômica.

Analistas esperam que Charles torne a monarquia uma instituição mais enxuta, cortando gastos com a redução no número de membros graúdos da realeza. Para Blackburn, a Casa de Windsor cumpre a função de ser um símbolo do Estado, uma força unificadora e um processo conveniente para legitimar várias formas de negócios do governo. “No entanto, a monarquia em uma democracia continua sendo uma anomalia.”

Já Hazell acredita que a família real representa estabilidade, continuidade e tradição, mas também deve acompanhar as mudanças na sociedade. “O apoio à monarquia tem sido forte e estável há muito tempo, mesmo em períodos difíceis. E é provável que esse cenário continue assim”, afirmou.

“Charles já mostrou que tem consciência da necessidade de manter a monarquia relevante, visitando Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte na primeira semana de reinado. Ele encontrará outras maneiras de manter a monarquia relevante, e terá a ajuda do príncipe William e da geração mais jovem.

ESPECIAL PARA O ESTADO / LONDRES - Enquanto o mundo diz adeus a Elizabeth II, Charles assume o trono diante de um cenário desafiador, se tornando a peça central de um complicado quebra-cabeça para manter a unidade do Reino Unido e preservar a monarquia. Mas não tem sido fácil ser rei.

Em apenas dez dias como líder da família real britânica, ele já teve de lidar com manifestações contra a monarquia e ameaças de países da comunidade britânica que desejam virar repúblicas. Charles III vem demonstrando irritação com funcionários e com as especulações sobre seu estado de saúde, após uma foto de suas mãos se tornar assunto nacional.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das primeiras tarefas será conter o burburinho separatista da Escócia e evitar um referendo sobre a reunificação das Irlandas. “Se a Escócia se tornar independente durante o reinado de Charles, ele continuará sendo rei. No entanto, seria um golpe no seu prestígio”, disse Robert Hazell, professor da University College London.

Rei Charles III comanda, ao lado dos irmãos, uma vigília em torno do caixão de Elizabeth II Foto: Daniel LEAL / POOL / AFP

Outro foco de atenção será a integridade da Commonwealth, associação de 56 países dos quais 14 ainda têm o monarca da Casa de Windsor como chefe de Estado. Durante seu reinado, a rainha cultivou relações pessoais amigáveis com muitos líderes da comunidade britânica, mas Charles não tem o carisma e o prestígio da mãe.

Repúblicas

“Vários países da Commonwealth indicaram que pretendem avançar para ter presidentes como chefes de Estado, incluindo a Austrália”, afirmou Robert Blackburn, professor de direito constitucional no King’s College London.

Seguindo o exemplo de Barbados, que se tornou república no ano passado, outros países do Caribe – como Jamaica, Antígua e Barbuda – devem seguir o mesmo caminho.

Segundo Blackburn, o novo reinado pode oferecer as condições para uma reavaliação da monarquia moderna em todo o mundo, talvez até mesmo no Reino Unido. “A conduta de Charles III será um fator determinante nisso”, disse.

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O novo rei britânico, até agora conhecido como príncipe Charles, vai adotar o nome de Charles III, anunciou nesta quinta-feira, Clarence House.

”O princípio fundamental da monarquia constitucional é a doutrina da responsabilidade ministerial, segundo a qual o monarca segue o conselho ministerial. Portanto, é vital que ele se abstenha de discursos ou ações que criem polêmica, devendo obedecer a orientação sobre os limites em que pode expressar suas opiniões.”

Manifestações

Especialistas acreditam que a monarquia pode nunca mais funcionar tão bem quanto sob Elizabeth II. Ela governou por 70 anos, tornando-se a monarca que reinou por mais tempo na história britânica, sendo adorada e respeitada dentro e fora do Reino Unido. Ocupar esse vácuo não será fácil.

Nos últimos dias, foram registradas várias manifestações contra a monarquia, com a resposta dura da polícia e crítica de ativistas. Em Londres, Edimburgo e Oxford, alguns manifestantes foram intimidados e alguns chegaram a ser presos.

Custos

Para manter a monarquia relevante, Charles também terá de fazer ajustes não apenas no comportamento tradicional que acompanha a instituição, mas cortando gastos que pesam no bolso do contribuinte – principalmente em um momento de crise econômica.

Analistas esperam que Charles torne a monarquia uma instituição mais enxuta, cortando gastos com a redução no número de membros graúdos da realeza. Para Blackburn, a Casa de Windsor cumpre a função de ser um símbolo do Estado, uma força unificadora e um processo conveniente para legitimar várias formas de negócios do governo. “No entanto, a monarquia em uma democracia continua sendo uma anomalia.”

Já Hazell acredita que a família real representa estabilidade, continuidade e tradição, mas também deve acompanhar as mudanças na sociedade. “O apoio à monarquia tem sido forte e estável há muito tempo, mesmo em períodos difíceis. E é provável que esse cenário continue assim”, afirmou.

“Charles já mostrou que tem consciência da necessidade de manter a monarquia relevante, visitando Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte na primeira semana de reinado. Ele encontrará outras maneiras de manter a monarquia relevante, e terá a ajuda do príncipe William e da geração mais jovem.

ESPECIAL PARA O ESTADO / LONDRES - Enquanto o mundo diz adeus a Elizabeth II, Charles assume o trono diante de um cenário desafiador, se tornando a peça central de um complicado quebra-cabeça para manter a unidade do Reino Unido e preservar a monarquia. Mas não tem sido fácil ser rei.

Em apenas dez dias como líder da família real britânica, ele já teve de lidar com manifestações contra a monarquia e ameaças de países da comunidade britânica que desejam virar repúblicas. Charles III vem demonstrando irritação com funcionários e com as especulações sobre seu estado de saúde, após uma foto de suas mãos se tornar assunto nacional.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das primeiras tarefas será conter o burburinho separatista da Escócia e evitar um referendo sobre a reunificação das Irlandas. “Se a Escócia se tornar independente durante o reinado de Charles, ele continuará sendo rei. No entanto, seria um golpe no seu prestígio”, disse Robert Hazell, professor da University College London.

Rei Charles III comanda, ao lado dos irmãos, uma vigília em torno do caixão de Elizabeth II Foto: Daniel LEAL / POOL / AFP

Outro foco de atenção será a integridade da Commonwealth, associação de 56 países dos quais 14 ainda têm o monarca da Casa de Windsor como chefe de Estado. Durante seu reinado, a rainha cultivou relações pessoais amigáveis com muitos líderes da comunidade britânica, mas Charles não tem o carisma e o prestígio da mãe.

Repúblicas

“Vários países da Commonwealth indicaram que pretendem avançar para ter presidentes como chefes de Estado, incluindo a Austrália”, afirmou Robert Blackburn, professor de direito constitucional no King’s College London.

Seguindo o exemplo de Barbados, que se tornou república no ano passado, outros países do Caribe – como Jamaica, Antígua e Barbuda – devem seguir o mesmo caminho.

Segundo Blackburn, o novo reinado pode oferecer as condições para uma reavaliação da monarquia moderna em todo o mundo, talvez até mesmo no Reino Unido. “A conduta de Charles III será um fator determinante nisso”, disse.

Seu navegador não suporta esse video.

O novo rei britânico, até agora conhecido como príncipe Charles, vai adotar o nome de Charles III, anunciou nesta quinta-feira, Clarence House.

”O princípio fundamental da monarquia constitucional é a doutrina da responsabilidade ministerial, segundo a qual o monarca segue o conselho ministerial. Portanto, é vital que ele se abstenha de discursos ou ações que criem polêmica, devendo obedecer a orientação sobre os limites em que pode expressar suas opiniões.”

Manifestações

Especialistas acreditam que a monarquia pode nunca mais funcionar tão bem quanto sob Elizabeth II. Ela governou por 70 anos, tornando-se a monarca que reinou por mais tempo na história britânica, sendo adorada e respeitada dentro e fora do Reino Unido. Ocupar esse vácuo não será fácil.

Nos últimos dias, foram registradas várias manifestações contra a monarquia, com a resposta dura da polícia e crítica de ativistas. Em Londres, Edimburgo e Oxford, alguns manifestantes foram intimidados e alguns chegaram a ser presos.

Custos

Para manter a monarquia relevante, Charles também terá de fazer ajustes não apenas no comportamento tradicional que acompanha a instituição, mas cortando gastos que pesam no bolso do contribuinte – principalmente em um momento de crise econômica.

Analistas esperam que Charles torne a monarquia uma instituição mais enxuta, cortando gastos com a redução no número de membros graúdos da realeza. Para Blackburn, a Casa de Windsor cumpre a função de ser um símbolo do Estado, uma força unificadora e um processo conveniente para legitimar várias formas de negócios do governo. “No entanto, a monarquia em uma democracia continua sendo uma anomalia.”

Já Hazell acredita que a família real representa estabilidade, continuidade e tradição, mas também deve acompanhar as mudanças na sociedade. “O apoio à monarquia tem sido forte e estável há muito tempo, mesmo em períodos difíceis. E é provável que esse cenário continue assim”, afirmou.

“Charles já mostrou que tem consciência da necessidade de manter a monarquia relevante, visitando Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte na primeira semana de reinado. Ele encontrará outras maneiras de manter a monarquia relevante, e terá a ajuda do príncipe William e da geração mais jovem.

ESPECIAL PARA O ESTADO / LONDRES - Enquanto o mundo diz adeus a Elizabeth II, Charles assume o trono diante de um cenário desafiador, se tornando a peça central de um complicado quebra-cabeça para manter a unidade do Reino Unido e preservar a monarquia. Mas não tem sido fácil ser rei.

Em apenas dez dias como líder da família real britânica, ele já teve de lidar com manifestações contra a monarquia e ameaças de países da comunidade britânica que desejam virar repúblicas. Charles III vem demonstrando irritação com funcionários e com as especulações sobre seu estado de saúde, após uma foto de suas mãos se tornar assunto nacional.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, uma das primeiras tarefas será conter o burburinho separatista da Escócia e evitar um referendo sobre a reunificação das Irlandas. “Se a Escócia se tornar independente durante o reinado de Charles, ele continuará sendo rei. No entanto, seria um golpe no seu prestígio”, disse Robert Hazell, professor da University College London.

Rei Charles III comanda, ao lado dos irmãos, uma vigília em torno do caixão de Elizabeth II Foto: Daniel LEAL / POOL / AFP

Outro foco de atenção será a integridade da Commonwealth, associação de 56 países dos quais 14 ainda têm o monarca da Casa de Windsor como chefe de Estado. Durante seu reinado, a rainha cultivou relações pessoais amigáveis com muitos líderes da comunidade britânica, mas Charles não tem o carisma e o prestígio da mãe.

Repúblicas

“Vários países da Commonwealth indicaram que pretendem avançar para ter presidentes como chefes de Estado, incluindo a Austrália”, afirmou Robert Blackburn, professor de direito constitucional no King’s College London.

Seguindo o exemplo de Barbados, que se tornou república no ano passado, outros países do Caribe – como Jamaica, Antígua e Barbuda – devem seguir o mesmo caminho.

Segundo Blackburn, o novo reinado pode oferecer as condições para uma reavaliação da monarquia moderna em todo o mundo, talvez até mesmo no Reino Unido. “A conduta de Charles III será um fator determinante nisso”, disse.

Seu navegador não suporta esse video.

O novo rei britânico, até agora conhecido como príncipe Charles, vai adotar o nome de Charles III, anunciou nesta quinta-feira, Clarence House.

”O princípio fundamental da monarquia constitucional é a doutrina da responsabilidade ministerial, segundo a qual o monarca segue o conselho ministerial. Portanto, é vital que ele se abstenha de discursos ou ações que criem polêmica, devendo obedecer a orientação sobre os limites em que pode expressar suas opiniões.”

Manifestações

Especialistas acreditam que a monarquia pode nunca mais funcionar tão bem quanto sob Elizabeth II. Ela governou por 70 anos, tornando-se a monarca que reinou por mais tempo na história britânica, sendo adorada e respeitada dentro e fora do Reino Unido. Ocupar esse vácuo não será fácil.

Nos últimos dias, foram registradas várias manifestações contra a monarquia, com a resposta dura da polícia e crítica de ativistas. Em Londres, Edimburgo e Oxford, alguns manifestantes foram intimidados e alguns chegaram a ser presos.

Custos

Para manter a monarquia relevante, Charles também terá de fazer ajustes não apenas no comportamento tradicional que acompanha a instituição, mas cortando gastos que pesam no bolso do contribuinte – principalmente em um momento de crise econômica.

Analistas esperam que Charles torne a monarquia uma instituição mais enxuta, cortando gastos com a redução no número de membros graúdos da realeza. Para Blackburn, a Casa de Windsor cumpre a função de ser um símbolo do Estado, uma força unificadora e um processo conveniente para legitimar várias formas de negócios do governo. “No entanto, a monarquia em uma democracia continua sendo uma anomalia.”

Já Hazell acredita que a família real representa estabilidade, continuidade e tradição, mas também deve acompanhar as mudanças na sociedade. “O apoio à monarquia tem sido forte e estável há muito tempo, mesmo em períodos difíceis. E é provável que esse cenário continue assim”, afirmou.

“Charles já mostrou que tem consciência da necessidade de manter a monarquia relevante, visitando Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte na primeira semana de reinado. Ele encontrará outras maneiras de manter a monarquia relevante, e terá a ajuda do príncipe William e da geração mais jovem.

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