LONDRES - Oligarcas russos suspeitos de corrupção no Reino Unidos deverão explicar a origem de sua riqueza às autoridades britânicas, disse neste sábado, 3, o ministro de Segurança, Ben Wallace.
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As autoridades utilizaram as novas ordens de riqueza inexplicada, que entraram em vigor esta semana, para embargar bens suspeitos e conservá-los até que se esclareça a procedência deles, declarou Wallace ao jornal britânico The Times.
O ministro quer que "toda a força do governo" castigue os políticos corruptos e os criminosos internacionais que utilizam o Reino Unido como refúgio.
"Quando os encontrarmos, iremos até vocês, seus bens e complicaremos o ambiente em que vocês moram", disse Wallace em uma mensagem para quem comete crimes financeiros em seu país.
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As autoridades britânicas calculam que, no Reino Unido, os fundos ilegais de cerca de 90 bilhões de libras esterlinas (US$ 127 bilhões) são lavados a cada ano.
Os personagens envolvidos na crise EUA-Rússia
Wallace lembrou o caso Laundromat, em que as empresas fantasmas, muitas delas com sede no Reino Unido, foram usadas para lavar dinheiro russo através de bancos ocidentais.
"O que sabemos sobre o caso Laundromat é que, sem dúvida, houve links com o Estado [russo]. A opinião do governo é que sabemos o que eles podem fazer e não vamos deixar isso acontecer novamente", disse o ministro.
Rússia e EUA. Funcionários e empresários russos foram alvo de uma lista, publicada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, em que são considerados próximos ao presidente Vladimir Putin e podem ser objetos de sanções por suposta interferência nas eleições presidenciais americanas.
A lista inclui 210 nomes, sendo 114 funcionários e 96 oligarcas. Entre estes últimos, estão o magnata do petróleo Roman Abramovich, e o dono do Chelsea, Oleg Deripaska. Destacam-se ainda nomes como o do primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, além de dezenas de assessores, gerentes de empresas estatais e chefes da inteligência russa. /AFP