A primeira-ministra conservadora britânica, Liz Truss, que assumiu do dia 6 e no passado votou contra o Brexit, estaria avaliando se deve trabalhar para que o Reino Unido passe a integrar uma nova Comunidade Política Europeia, cuja criação foi defendida pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
A imprensa britânica, citando fontes de Downing Street, diz que a primeira-ministra pediu mais informações sobre o projeto antes de decidir se participará da primeira reunião formal para lançar o grupo, marcada para outubro, em Praga, capital da República Checa.
Quando o líder francês propôs a ideia do grupo, em maio, ele argumentou que não pretendia que fosse uma substituição à União Europeia. O objetivo, segundo ele, era criar uma espaço para permitir a discussão de algumas questões importantes compartilhadas com nações que não integram o bloco atualmente, como segurança, energia, transporte e circulação de pessoas.
De acordo com a rede britânica BBC, autoridades do Reino Unido estão buscando garantias de que a reunião não será dominada por países ou instituições da UE. Segundo fontes citadas pela rede, o Reino Unido gostaria de ver outras peças importantes, de fora do bloco, participando do encontro. A rede lembra que projetos semelhantes têm surgido há décadas, mas a reunião em Praga é o primeiro grande impulso desde a saída do Reino Unido da União Europeia.
A questão, segundo o The Independent, pode ser abordada nos encontros que Truss manterá esta semana em Nova York, para onde viajou para participar da Assembleia-Geral da ONU. Ela deve se reunir nesta quarta-feira com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O Reino Unido passou a ser impedido de participar das cúpulas do Conselho Europeu desde que deixou a UE em 31 de janeiro de 2020. Mas, de acordo com o Independent, Truss está ponderando os impactos políticos em casa de uma eventual entrada do Reino Unido para a nova comunidade, o que poderia deixá-la do lado oposto aos conservadores eurocéticos.
Segundo a BBC, todos os 27 membros da UE serão convidados, bem como o Reino Unido, Ucrânia, Noruega, Suíça e Turquia. A rede acrescenta que seis nações dos Balcãs Ocidentais também devem ser convidadas, junto com Islândia, Liechtenstein, Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Citando fontes no bloco, a BBC afirma que um memorando prévio já foi enviado, mas os convites formais ainda serão encaminhados.