O governo britânico prevê anistiar mais de 300 soldados executados por covardia ou deserção durante a I Guerra Mundial (1914-18), anunciou o ministro da Defesa, Des Browne. Após anos de campanha das famílias, o Executivo decidiu pedir ao Parlamento que aprove um "perdão coletivo", restaurando a honra dos militares. Segundo os parentes, que levaram alguns casos aos tribunais, muitos soldados se negaram a voltar à frente de combate não porque fossem covardes, e sim porque sofriam estresse pós-traumático após meses nas trincheiras. Entre eles estava o soldado Harry Farr, fuzilado por covardia em 1916, aos 25 anos. Há 10 anos sua família batalha nos tribunais, com o argumento de que ele havia sido afetado psicologicamente pela guerra. O ministro da Defesa disse que, dada a dificuldade de julgar cada caso individualmente, vai pedir uma anistia coletiva. "Embora seja uma questão histórica, estou consciente de como se sentem as famílias destes homens e do estigma que têm que suportar há décadas. O tema, portanto, é moral. Acho que é correto pedir ao Parlamento um perdão geral", disse Browne.