Reino Unido procura viajante que testou positivo para variante brasileira


Autoridades buscam indivíduo infectado que não preencheu cartão de identificação que acompanhava o teste de covid-19; apesar da preocupação com a cepa descoberta em Manaus, primeiro-ministro britânico garante que não endurecerá lockdown

Por Redação

LONDRES  - O governo do Reino Unido iniciou ontem uma “caça” a um viajante que testou positivo para a variante de Manaus do novo coronavírus. Apesar da preocupação e da pressão para adotar novas medidas restritivas, o premiê britânico, Boris Johnson, diz que não planeja endurecer o lockdown, mesmo diante da presença da cepa brasileira. 

A variante brasileira (P1) foi detectada pela primeira vez em três pessoas na Inglaterra e em outras três que voaram do Brasil para a Escócia. Apenas uma delas é desconhecida, porque não preencheu o cartão de identificação que acompanhava o teste. Apesar da descoberta, Johnson afirmou que a nova variante não impedirá a flexibilização do lockdown no Reino Unido.

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“Nossa estratégia é seguir em frente de forma cautelosa, mas irreversível. Não achamos que haja qualquer razão para mudar isso agora”, afirmou o premiê. “Temos uma das regras de fronteira mais duras do mundo para impedir a entrada de pessoas que possam ter variantes que causem preocupação.”

Boris Johnson visita escola primária no centro da Inglaterra para acompanhar os preparativos para a liberação total das aulas presenciais Foto: Christopher Furlong / POOL / AFP

Johnson disse ainda que o governo está fazendo um “esforço massivo” para conter a variante brasileira, que é duas vezes mais contagiosa, segundo estudo da Fiocruz Amazônia. “Se você observar o que fizemos no caso da variante sul-africana, um esforço enorme foi feito. O mesmo está acontecendo agora para conter qualquer propagação da variante brasileira.”

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O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou que está tentando rastrear o viajante desconhecido, mas que não houve contaminações locais, nem registros de quebra de quarentena. “Nosso objetivo é conter essa transmissão para apenas essas seis pessoas”, afirmou. 

A Public Health England (PHE) trabalha com os correios britânicos para localizar a pessoa infectada com a variante brasileira. Especialistas acreditam que o indivíduo contaminado realizou o teste em casa ou utilizou um kit de teste fornecido por autoridades locais, entre os dias 12 e 13 de fevereiro, mas não preencheu os dados de contato.

Disseminação

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Ainda não há evidências de que a mutação seja mais letal que as outras, mas um estudo da Fiocruz Amazônia mostrou que a nova cepa tem uma chance até 61% maior de escapar da imunidade dada por infecção anterior. Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a possibilidade de redução da ação de anticorpos diante da cepa P1, mas ressaltou que estudos adicionais são necessários. 

O Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes do Reino Unido (Nervtag) designou a P1 como uma “variante de preocupação” e alertou que as vacinas podem não funcionar tão bem contra a cepa brasileira, considerada responsável pelo ressurgimento de infecções na capital do Amazonas no início do ano.

A variante já foi identificada em países como França, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Japão, assim como em 17 Estados brasileiros. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) listou três variantes como “preocupantes”: a do Reino Unido (B.1.1.7), a da África do Sul (B.1.351) e a brasileira P1. De acordo com o ECDC, a preocupação está ligada a uma taxa de transmissão mais elevada e à possível redução dos efeitos da vacina. 

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Ontem, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, criticou a lentidão do governo em proteger as fronteiras e destacou o fato de o vírus entrar no país de maneira indireta. “Muitos vírus vieram de países onde não se originaram, mas as pessoas estavam vindo indiretamente”, disse. “Acho que não protegemos nossas fronteiras como deveríamos. Quanto mais cedo isso for feito, melhor.”

A presença da variante brasileira também levanta dúvidas sobre a possibilidade normalização das viagens para o exterior durante as férias de verão na Europa, que estava sendo cogitada por parte da população à medida que a vacinação avançava e o governo britânico compartilhava um calendário para a reabertura da economia. / AP, NYT e REUTERS 

LONDRES  - O governo do Reino Unido iniciou ontem uma “caça” a um viajante que testou positivo para a variante de Manaus do novo coronavírus. Apesar da preocupação e da pressão para adotar novas medidas restritivas, o premiê britânico, Boris Johnson, diz que não planeja endurecer o lockdown, mesmo diante da presença da cepa brasileira. 

A variante brasileira (P1) foi detectada pela primeira vez em três pessoas na Inglaterra e em outras três que voaram do Brasil para a Escócia. Apenas uma delas é desconhecida, porque não preencheu o cartão de identificação que acompanhava o teste. Apesar da descoberta, Johnson afirmou que a nova variante não impedirá a flexibilização do lockdown no Reino Unido.

“Nossa estratégia é seguir em frente de forma cautelosa, mas irreversível. Não achamos que haja qualquer razão para mudar isso agora”, afirmou o premiê. “Temos uma das regras de fronteira mais duras do mundo para impedir a entrada de pessoas que possam ter variantes que causem preocupação.”

Boris Johnson visita escola primária no centro da Inglaterra para acompanhar os preparativos para a liberação total das aulas presenciais Foto: Christopher Furlong / POOL / AFP

Johnson disse ainda que o governo está fazendo um “esforço massivo” para conter a variante brasileira, que é duas vezes mais contagiosa, segundo estudo da Fiocruz Amazônia. “Se você observar o que fizemos no caso da variante sul-africana, um esforço enorme foi feito. O mesmo está acontecendo agora para conter qualquer propagação da variante brasileira.”

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou que está tentando rastrear o viajante desconhecido, mas que não houve contaminações locais, nem registros de quebra de quarentena. “Nosso objetivo é conter essa transmissão para apenas essas seis pessoas”, afirmou. 

A Public Health England (PHE) trabalha com os correios britânicos para localizar a pessoa infectada com a variante brasileira. Especialistas acreditam que o indivíduo contaminado realizou o teste em casa ou utilizou um kit de teste fornecido por autoridades locais, entre os dias 12 e 13 de fevereiro, mas não preencheu os dados de contato.

Disseminação

Ainda não há evidências de que a mutação seja mais letal que as outras, mas um estudo da Fiocruz Amazônia mostrou que a nova cepa tem uma chance até 61% maior de escapar da imunidade dada por infecção anterior. Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a possibilidade de redução da ação de anticorpos diante da cepa P1, mas ressaltou que estudos adicionais são necessários. 

O Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes do Reino Unido (Nervtag) designou a P1 como uma “variante de preocupação” e alertou que as vacinas podem não funcionar tão bem contra a cepa brasileira, considerada responsável pelo ressurgimento de infecções na capital do Amazonas no início do ano.

A variante já foi identificada em países como França, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Japão, assim como em 17 Estados brasileiros. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) listou três variantes como “preocupantes”: a do Reino Unido (B.1.1.7), a da África do Sul (B.1.351) e a brasileira P1. De acordo com o ECDC, a preocupação está ligada a uma taxa de transmissão mais elevada e à possível redução dos efeitos da vacina. 

Ontem, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, criticou a lentidão do governo em proteger as fronteiras e destacou o fato de o vírus entrar no país de maneira indireta. “Muitos vírus vieram de países onde não se originaram, mas as pessoas estavam vindo indiretamente”, disse. “Acho que não protegemos nossas fronteiras como deveríamos. Quanto mais cedo isso for feito, melhor.”

A presença da variante brasileira também levanta dúvidas sobre a possibilidade normalização das viagens para o exterior durante as férias de verão na Europa, que estava sendo cogitada por parte da população à medida que a vacinação avançava e o governo britânico compartilhava um calendário para a reabertura da economia. / AP, NYT e REUTERS 

LONDRES  - O governo do Reino Unido iniciou ontem uma “caça” a um viajante que testou positivo para a variante de Manaus do novo coronavírus. Apesar da preocupação e da pressão para adotar novas medidas restritivas, o premiê britânico, Boris Johnson, diz que não planeja endurecer o lockdown, mesmo diante da presença da cepa brasileira. 

A variante brasileira (P1) foi detectada pela primeira vez em três pessoas na Inglaterra e em outras três que voaram do Brasil para a Escócia. Apenas uma delas é desconhecida, porque não preencheu o cartão de identificação que acompanhava o teste. Apesar da descoberta, Johnson afirmou que a nova variante não impedirá a flexibilização do lockdown no Reino Unido.

“Nossa estratégia é seguir em frente de forma cautelosa, mas irreversível. Não achamos que haja qualquer razão para mudar isso agora”, afirmou o premiê. “Temos uma das regras de fronteira mais duras do mundo para impedir a entrada de pessoas que possam ter variantes que causem preocupação.”

Boris Johnson visita escola primária no centro da Inglaterra para acompanhar os preparativos para a liberação total das aulas presenciais Foto: Christopher Furlong / POOL / AFP

Johnson disse ainda que o governo está fazendo um “esforço massivo” para conter a variante brasileira, que é duas vezes mais contagiosa, segundo estudo da Fiocruz Amazônia. “Se você observar o que fizemos no caso da variante sul-africana, um esforço enorme foi feito. O mesmo está acontecendo agora para conter qualquer propagação da variante brasileira.”

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou que está tentando rastrear o viajante desconhecido, mas que não houve contaminações locais, nem registros de quebra de quarentena. “Nosso objetivo é conter essa transmissão para apenas essas seis pessoas”, afirmou. 

A Public Health England (PHE) trabalha com os correios britânicos para localizar a pessoa infectada com a variante brasileira. Especialistas acreditam que o indivíduo contaminado realizou o teste em casa ou utilizou um kit de teste fornecido por autoridades locais, entre os dias 12 e 13 de fevereiro, mas não preencheu os dados de contato.

Disseminação

Ainda não há evidências de que a mutação seja mais letal que as outras, mas um estudo da Fiocruz Amazônia mostrou que a nova cepa tem uma chance até 61% maior de escapar da imunidade dada por infecção anterior. Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a possibilidade de redução da ação de anticorpos diante da cepa P1, mas ressaltou que estudos adicionais são necessários. 

O Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes do Reino Unido (Nervtag) designou a P1 como uma “variante de preocupação” e alertou que as vacinas podem não funcionar tão bem contra a cepa brasileira, considerada responsável pelo ressurgimento de infecções na capital do Amazonas no início do ano.

A variante já foi identificada em países como França, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Japão, assim como em 17 Estados brasileiros. O Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) listou três variantes como “preocupantes”: a do Reino Unido (B.1.1.7), a da África do Sul (B.1.351) e a brasileira P1. De acordo com o ECDC, a preocupação está ligada a uma taxa de transmissão mais elevada e à possível redução dos efeitos da vacina. 

Ontem, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, criticou a lentidão do governo em proteger as fronteiras e destacou o fato de o vírus entrar no país de maneira indireta. “Muitos vírus vieram de países onde não se originaram, mas as pessoas estavam vindo indiretamente”, disse. “Acho que não protegemos nossas fronteiras como deveríamos. Quanto mais cedo isso for feito, melhor.”

A presença da variante brasileira também levanta dúvidas sobre a possibilidade normalização das viagens para o exterior durante as férias de verão na Europa, que estava sendo cogitada por parte da população à medida que a vacinação avançava e o governo britânico compartilhava um calendário para a reabertura da economia. / AP, NYT e REUTERS 

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