Harry diz em livro que William bateu nele em discussão sobre Meghan


Trecho do mais novo relato do ex-príncipe foi antecipado pelo jornal britânico ‘The Guardian’; nova crise é esperada por autoridades britânicas e da família real

Por Redação
Atualização:

LONDRES – Com a disparada dos preços dos combustíveis, queda da economia, greves de trabalhadores e longas esperas nas salas de emergência dos hospitais, os britânicos podem ter uma distração para um ano novo que se configura mais uma vez sombrio. E de uma fonte confiável: Harry e Meghan.

Após uma série de entrevistas para promover seu novo livro de memórias, “Spare”, em que conta volta a explorar seu rompimento com a família real, que reacendeu o interesse pelos bastidores da família real, o jornal britânico The Guardian antecipou um trecho da biografia. em que Harry afirma ter sido agredido fisicamente pelo irmão em 2019, quando a relação entre os dois já estava em frangalhos depois do casamento com Meghan.

A discussão teria começado com William chamando a atriz americana de “difícil” e “rude”. A situação escalou e, segundo Harry, William o agarrou pelo colarinho, quebrando seu colar e... o jogou no chão”.

continua após a publicidade

“Caí na tigela do cachorro, que rachou nas minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para ir embora’', escreveu Harry sobre o confronto entre os príncipes, que teria acontecido no Palácio de Kensington, nas dependências conhecidas como Nottingham Cottage.

Harry e Meghan em uma visita ao World Trade Center em Manhattan, Nova York, em 23 de setembro de 2021. Relação do casal com a família real britânica continua explorada em livros e séries Foto: Andrew Kelly/Reuters

William teria reagido o incentivando a revidar, mas depois voltou parecendo arrependido e se desculpou, pedindo que ele não contasse sobre o caso para Meghan - que, segundo Harry, só ficou sabendo do ocorrido depois, quando perguntou ao marido sobre os arranhões provocados pela briga.

continua após a publicidade

Antes das revelações do jornal britânico, feitas nesta quinta, Harry já havia feito queixas e provocações sobre o irmão, o príncipe William, e o resto da família real em um par de entrevistas televisivas, a fim de promover a publicação do livro de memórias, que será lançado na próxima semana. Em uma delas, com a rede ITV, Harry disse que gostaria de ter o pai, o rei Charles III, e o irmão de volta. “Eles não mostraram absolutamente nenhuma vontade de se reconciliar”, acrescentou, aparentemente se referindo aos dois.

Em outra entrevista, com Anderson Cooper no programa da CBS “60 Minutes”, Harry acusou a família real britânica de incutir histórias negativas sobre ele e a esposa, Meghan, e depois se recusar a defendê-los diante de ataques esdrúxulos dos tabloides de Londres. “Chega a um ponto em que o silêncio é traição”, disse ele.

As entrevistas vão ao ar na noite do domingo, 8, dois dias antes de a Penguin Random House lançar o livro de memórias de Harry. As expectativas de quem acompanha a realeza britânica é de que o livro lance os holofotes mais duros até agora sobre a ruptura de Harry com a família. Se o livro acaba sendo o último ato do drama familiar de longa duração, no entanto, está longe de ser claro.

continua após a publicidade

Há murmúrios de que Meghan possa escrever seu próprio livro sobre o casamento com Harry e o tratamento que recebeu da família real. O casal tem um acordo de programação multimilionário com a Netflix, que no mês passado exibiu um documentário de seis episódios, “Harry & Meghan”, sobre a separação amarga da família real em 2020 e a nova vida no sul da Califórnia.

No site de sua empresa, a Archewell Productions, Harry e Meghan disseram que o objetivo era “produzir conteúdo que informasse, elevasse e inspirasse”. Entre outros projetos, o casal produz um documentário que conta a história de atletas que participaram dos Jogos Invictus, uma competição esportiva para ex-militares que foi iniciada por Harry, que serviu no Afeganistão.

No entanto, a moeda comercial e cultural pop do casal permanece firmemente ligada ao relacionamento conturbado com a Casa de Windsor. As entrevistas televisivas e as alegações no livro de Harry garantem que a história permanecerá nas telas de televisão e nas primeiras páginas por pelo menos mais um tempo.

continua após a publicidade

Na terça-feira, 3, as aspas das entrevistas de Harry foram espalhados por praticamente todos os tabloides de Londres, com manchetes quase idênticas. “Harry: Eu quero meu pai e meu irmão de volta”, disse o Daily Express. “Harry: Eu gostaria que meu pai e meu irmão voltassem”, ecoou o Daily Mail. Mesmo o mais sofisticado Times of London e o Daily Telegraph publicaram manchetes de primeira página com as queixas de Harry sobre William e Charles.

Apenas o Financial Times foi em outra direção, declarando que “a recessão do Reino Unido será mais profunda e mais longa”, enquanto alguns jornais mantiveram o foco na crise no Serviço Nacional de Saúde e nas greves de transporte que estão prejudicando grande parte do país.

continua após a publicidade

Este conteúdo é o tipo de distração que as fofocas da família real há muito tempo provocam em um público britânico que vive uma situação difícil. Nessa medida, o casal joga no mesmo espetáculo de pão e circo que Harry tantas vezes denunciou.

Em sua entrevista com Cooper, Harry repetiu as queixas sobre o que ele diz ser uma relação profundamente cínica e de troca entre o Palácio de Buckingham e a imprensa tabloide. Segundo ele, assessores de imprensa competem entre si para apresentar os chefes da melhor maneira. Isso pode envolver “vazar” informações pouco lisonjeiras sobre outros membros da realeza para selecionar repórteres bajuladores, que então anexam um comentário obrigatório do palácio para sugerir que a informação veio de outro lugar, acrescentou Harry.

Harry e Meghan observam homenagens à rainha Elizabeth II após a sua morte Foto: Martin Meissner / AP - 10/09/2022
continua após a publicidade

“O lema da família é ‘nunca reclame, nunca explique’, mas é apenas um lema”, disse Harry. Havia “intermináveis” reclamações e explicações nos bastidores, disse ele, muito disso prejudicial para ele e Meghan.

Para Cooper, que é membro da família dinástica Vanderbilt, conseguir a entrevista foi uma artimanha, se não no nível da entrevista sensacional de Oprah Winfrey com o casal em março de 2021. Esse episódio levantou alegações de racismo na família real e atraiu uma confissão de Meghan de que ela estava tão isolada e emocionalmente desolada dentro do palácio que uma vez considerou suicídio.

Para a entrevista britânica de Harry, ele escolheu Tom Bradby, um correspondente da ITV que nutriu um relacionamento próximo com o príncipe e a esposa. Ele conduziu a primeira entrevista com Meghan durante uma viagem pelo sul da África em 2019 na qual ela revelou como estava infeliz com a vida real. “Obrigado por perguntar, porque muitas pessoas não perguntaram se eu estou bem”, disse Meghan a ele.

Bradby parece ter conseguido novamente tratar do assunto. Harry alegou que havia buscado uma reaproximação, mas foi rejeitado por seu irmão e pai, uma afirmação que é contestada por uma fonte que possui laços com o palácio. “Eles sentem que é melhor nos manter de alguma forma como vilões”, disse Harry.

O Palácio de Buckingham não comentou os trechos, seguindo a falta de resposta ao documentário da Netflix. Recentemente, o rei Charles III divulgou a notícia de que Harry seria convidado para sua coroação em maio, sugerindo que ele gostaria de superar o rancor e desempenhar um papel de conciliação na família. “Ele evitou, com razão, entrar em um jogo contra Harry e Meghan”, disse Vernon Bogdanor, professor de governo do King’s College London, que escreveu sobre o papel constitucional da monarquia.

William também ficou em silêncio, embora os observadores afirmem que isso é menos um sinal de qualquer reconciliação iminente do que do abismo entre os irmãos. Jornais de Londres relataram que a família espera que o livro de Harry seja especialmente duro com William, embora o palácio também esteja preparado para a possibilidade de que seu distanciamento com Charles apareça com mais destaque do que na série da Netflix.

Como escritor fantasma, Harry contratou J.R. Moehringer, um romancista e ex-jornalista que escreveu as memórias do campeão de tênis, Andre Agassi, e do fundador do tênis Nike, Philip Knight. Esses livros sugerem que Harry mergulhará profundamente na vida emocional, incluindo a dor pela morte de sua mãe, Diana, Princesa de Gales.

Ainda assim, como os últimos trechos televisivos sugerem, é o confronto contínuo de Harry com a família que vai ganhar as manchetes. “Toda vez que tentei fazer isso em particular”, disse Harry a Cooper sobre suas tentativas de consertar cercas, “houve briefings, vazamentos e plantio de histórias contra mim e minha esposa”./ COM NYT

LONDRES – Com a disparada dos preços dos combustíveis, queda da economia, greves de trabalhadores e longas esperas nas salas de emergência dos hospitais, os britânicos podem ter uma distração para um ano novo que se configura mais uma vez sombrio. E de uma fonte confiável: Harry e Meghan.

Após uma série de entrevistas para promover seu novo livro de memórias, “Spare”, em que conta volta a explorar seu rompimento com a família real, que reacendeu o interesse pelos bastidores da família real, o jornal britânico The Guardian antecipou um trecho da biografia. em que Harry afirma ter sido agredido fisicamente pelo irmão em 2019, quando a relação entre os dois já estava em frangalhos depois do casamento com Meghan.

A discussão teria começado com William chamando a atriz americana de “difícil” e “rude”. A situação escalou e, segundo Harry, William o agarrou pelo colarinho, quebrando seu colar e... o jogou no chão”.

“Caí na tigela do cachorro, que rachou nas minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para ir embora’', escreveu Harry sobre o confronto entre os príncipes, que teria acontecido no Palácio de Kensington, nas dependências conhecidas como Nottingham Cottage.

Harry e Meghan em uma visita ao World Trade Center em Manhattan, Nova York, em 23 de setembro de 2021. Relação do casal com a família real britânica continua explorada em livros e séries Foto: Andrew Kelly/Reuters

William teria reagido o incentivando a revidar, mas depois voltou parecendo arrependido e se desculpou, pedindo que ele não contasse sobre o caso para Meghan - que, segundo Harry, só ficou sabendo do ocorrido depois, quando perguntou ao marido sobre os arranhões provocados pela briga.

Antes das revelações do jornal britânico, feitas nesta quinta, Harry já havia feito queixas e provocações sobre o irmão, o príncipe William, e o resto da família real em um par de entrevistas televisivas, a fim de promover a publicação do livro de memórias, que será lançado na próxima semana. Em uma delas, com a rede ITV, Harry disse que gostaria de ter o pai, o rei Charles III, e o irmão de volta. “Eles não mostraram absolutamente nenhuma vontade de se reconciliar”, acrescentou, aparentemente se referindo aos dois.

Em outra entrevista, com Anderson Cooper no programa da CBS “60 Minutes”, Harry acusou a família real britânica de incutir histórias negativas sobre ele e a esposa, Meghan, e depois se recusar a defendê-los diante de ataques esdrúxulos dos tabloides de Londres. “Chega a um ponto em que o silêncio é traição”, disse ele.

As entrevistas vão ao ar na noite do domingo, 8, dois dias antes de a Penguin Random House lançar o livro de memórias de Harry. As expectativas de quem acompanha a realeza britânica é de que o livro lance os holofotes mais duros até agora sobre a ruptura de Harry com a família. Se o livro acaba sendo o último ato do drama familiar de longa duração, no entanto, está longe de ser claro.

Há murmúrios de que Meghan possa escrever seu próprio livro sobre o casamento com Harry e o tratamento que recebeu da família real. O casal tem um acordo de programação multimilionário com a Netflix, que no mês passado exibiu um documentário de seis episódios, “Harry & Meghan”, sobre a separação amarga da família real em 2020 e a nova vida no sul da Califórnia.

No site de sua empresa, a Archewell Productions, Harry e Meghan disseram que o objetivo era “produzir conteúdo que informasse, elevasse e inspirasse”. Entre outros projetos, o casal produz um documentário que conta a história de atletas que participaram dos Jogos Invictus, uma competição esportiva para ex-militares que foi iniciada por Harry, que serviu no Afeganistão.

No entanto, a moeda comercial e cultural pop do casal permanece firmemente ligada ao relacionamento conturbado com a Casa de Windsor. As entrevistas televisivas e as alegações no livro de Harry garantem que a história permanecerá nas telas de televisão e nas primeiras páginas por pelo menos mais um tempo.

Na terça-feira, 3, as aspas das entrevistas de Harry foram espalhados por praticamente todos os tabloides de Londres, com manchetes quase idênticas. “Harry: Eu quero meu pai e meu irmão de volta”, disse o Daily Express. “Harry: Eu gostaria que meu pai e meu irmão voltassem”, ecoou o Daily Mail. Mesmo o mais sofisticado Times of London e o Daily Telegraph publicaram manchetes de primeira página com as queixas de Harry sobre William e Charles.

Apenas o Financial Times foi em outra direção, declarando que “a recessão do Reino Unido será mais profunda e mais longa”, enquanto alguns jornais mantiveram o foco na crise no Serviço Nacional de Saúde e nas greves de transporte que estão prejudicando grande parte do país.

Este conteúdo é o tipo de distração que as fofocas da família real há muito tempo provocam em um público britânico que vive uma situação difícil. Nessa medida, o casal joga no mesmo espetáculo de pão e circo que Harry tantas vezes denunciou.

Em sua entrevista com Cooper, Harry repetiu as queixas sobre o que ele diz ser uma relação profundamente cínica e de troca entre o Palácio de Buckingham e a imprensa tabloide. Segundo ele, assessores de imprensa competem entre si para apresentar os chefes da melhor maneira. Isso pode envolver “vazar” informações pouco lisonjeiras sobre outros membros da realeza para selecionar repórteres bajuladores, que então anexam um comentário obrigatório do palácio para sugerir que a informação veio de outro lugar, acrescentou Harry.

Harry e Meghan observam homenagens à rainha Elizabeth II após a sua morte Foto: Martin Meissner / AP - 10/09/2022

“O lema da família é ‘nunca reclame, nunca explique’, mas é apenas um lema”, disse Harry. Havia “intermináveis” reclamações e explicações nos bastidores, disse ele, muito disso prejudicial para ele e Meghan.

Para Cooper, que é membro da família dinástica Vanderbilt, conseguir a entrevista foi uma artimanha, se não no nível da entrevista sensacional de Oprah Winfrey com o casal em março de 2021. Esse episódio levantou alegações de racismo na família real e atraiu uma confissão de Meghan de que ela estava tão isolada e emocionalmente desolada dentro do palácio que uma vez considerou suicídio.

Para a entrevista britânica de Harry, ele escolheu Tom Bradby, um correspondente da ITV que nutriu um relacionamento próximo com o príncipe e a esposa. Ele conduziu a primeira entrevista com Meghan durante uma viagem pelo sul da África em 2019 na qual ela revelou como estava infeliz com a vida real. “Obrigado por perguntar, porque muitas pessoas não perguntaram se eu estou bem”, disse Meghan a ele.

Bradby parece ter conseguido novamente tratar do assunto. Harry alegou que havia buscado uma reaproximação, mas foi rejeitado por seu irmão e pai, uma afirmação que é contestada por uma fonte que possui laços com o palácio. “Eles sentem que é melhor nos manter de alguma forma como vilões”, disse Harry.

O Palácio de Buckingham não comentou os trechos, seguindo a falta de resposta ao documentário da Netflix. Recentemente, o rei Charles III divulgou a notícia de que Harry seria convidado para sua coroação em maio, sugerindo que ele gostaria de superar o rancor e desempenhar um papel de conciliação na família. “Ele evitou, com razão, entrar em um jogo contra Harry e Meghan”, disse Vernon Bogdanor, professor de governo do King’s College London, que escreveu sobre o papel constitucional da monarquia.

William também ficou em silêncio, embora os observadores afirmem que isso é menos um sinal de qualquer reconciliação iminente do que do abismo entre os irmãos. Jornais de Londres relataram que a família espera que o livro de Harry seja especialmente duro com William, embora o palácio também esteja preparado para a possibilidade de que seu distanciamento com Charles apareça com mais destaque do que na série da Netflix.

Como escritor fantasma, Harry contratou J.R. Moehringer, um romancista e ex-jornalista que escreveu as memórias do campeão de tênis, Andre Agassi, e do fundador do tênis Nike, Philip Knight. Esses livros sugerem que Harry mergulhará profundamente na vida emocional, incluindo a dor pela morte de sua mãe, Diana, Princesa de Gales.

Ainda assim, como os últimos trechos televisivos sugerem, é o confronto contínuo de Harry com a família que vai ganhar as manchetes. “Toda vez que tentei fazer isso em particular”, disse Harry a Cooper sobre suas tentativas de consertar cercas, “houve briefings, vazamentos e plantio de histórias contra mim e minha esposa”./ COM NYT

LONDRES – Com a disparada dos preços dos combustíveis, queda da economia, greves de trabalhadores e longas esperas nas salas de emergência dos hospitais, os britânicos podem ter uma distração para um ano novo que se configura mais uma vez sombrio. E de uma fonte confiável: Harry e Meghan.

Após uma série de entrevistas para promover seu novo livro de memórias, “Spare”, em que conta volta a explorar seu rompimento com a família real, que reacendeu o interesse pelos bastidores da família real, o jornal britânico The Guardian antecipou um trecho da biografia. em que Harry afirma ter sido agredido fisicamente pelo irmão em 2019, quando a relação entre os dois já estava em frangalhos depois do casamento com Meghan.

A discussão teria começado com William chamando a atriz americana de “difícil” e “rude”. A situação escalou e, segundo Harry, William o agarrou pelo colarinho, quebrando seu colar e... o jogou no chão”.

“Caí na tigela do cachorro, que rachou nas minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para ir embora’', escreveu Harry sobre o confronto entre os príncipes, que teria acontecido no Palácio de Kensington, nas dependências conhecidas como Nottingham Cottage.

Harry e Meghan em uma visita ao World Trade Center em Manhattan, Nova York, em 23 de setembro de 2021. Relação do casal com a família real britânica continua explorada em livros e séries Foto: Andrew Kelly/Reuters

William teria reagido o incentivando a revidar, mas depois voltou parecendo arrependido e se desculpou, pedindo que ele não contasse sobre o caso para Meghan - que, segundo Harry, só ficou sabendo do ocorrido depois, quando perguntou ao marido sobre os arranhões provocados pela briga.

Antes das revelações do jornal britânico, feitas nesta quinta, Harry já havia feito queixas e provocações sobre o irmão, o príncipe William, e o resto da família real em um par de entrevistas televisivas, a fim de promover a publicação do livro de memórias, que será lançado na próxima semana. Em uma delas, com a rede ITV, Harry disse que gostaria de ter o pai, o rei Charles III, e o irmão de volta. “Eles não mostraram absolutamente nenhuma vontade de se reconciliar”, acrescentou, aparentemente se referindo aos dois.

Em outra entrevista, com Anderson Cooper no programa da CBS “60 Minutes”, Harry acusou a família real britânica de incutir histórias negativas sobre ele e a esposa, Meghan, e depois se recusar a defendê-los diante de ataques esdrúxulos dos tabloides de Londres. “Chega a um ponto em que o silêncio é traição”, disse ele.

As entrevistas vão ao ar na noite do domingo, 8, dois dias antes de a Penguin Random House lançar o livro de memórias de Harry. As expectativas de quem acompanha a realeza britânica é de que o livro lance os holofotes mais duros até agora sobre a ruptura de Harry com a família. Se o livro acaba sendo o último ato do drama familiar de longa duração, no entanto, está longe de ser claro.

Há murmúrios de que Meghan possa escrever seu próprio livro sobre o casamento com Harry e o tratamento que recebeu da família real. O casal tem um acordo de programação multimilionário com a Netflix, que no mês passado exibiu um documentário de seis episódios, “Harry & Meghan”, sobre a separação amarga da família real em 2020 e a nova vida no sul da Califórnia.

No site de sua empresa, a Archewell Productions, Harry e Meghan disseram que o objetivo era “produzir conteúdo que informasse, elevasse e inspirasse”. Entre outros projetos, o casal produz um documentário que conta a história de atletas que participaram dos Jogos Invictus, uma competição esportiva para ex-militares que foi iniciada por Harry, que serviu no Afeganistão.

No entanto, a moeda comercial e cultural pop do casal permanece firmemente ligada ao relacionamento conturbado com a Casa de Windsor. As entrevistas televisivas e as alegações no livro de Harry garantem que a história permanecerá nas telas de televisão e nas primeiras páginas por pelo menos mais um tempo.

Na terça-feira, 3, as aspas das entrevistas de Harry foram espalhados por praticamente todos os tabloides de Londres, com manchetes quase idênticas. “Harry: Eu quero meu pai e meu irmão de volta”, disse o Daily Express. “Harry: Eu gostaria que meu pai e meu irmão voltassem”, ecoou o Daily Mail. Mesmo o mais sofisticado Times of London e o Daily Telegraph publicaram manchetes de primeira página com as queixas de Harry sobre William e Charles.

Apenas o Financial Times foi em outra direção, declarando que “a recessão do Reino Unido será mais profunda e mais longa”, enquanto alguns jornais mantiveram o foco na crise no Serviço Nacional de Saúde e nas greves de transporte que estão prejudicando grande parte do país.

Este conteúdo é o tipo de distração que as fofocas da família real há muito tempo provocam em um público britânico que vive uma situação difícil. Nessa medida, o casal joga no mesmo espetáculo de pão e circo que Harry tantas vezes denunciou.

Em sua entrevista com Cooper, Harry repetiu as queixas sobre o que ele diz ser uma relação profundamente cínica e de troca entre o Palácio de Buckingham e a imprensa tabloide. Segundo ele, assessores de imprensa competem entre si para apresentar os chefes da melhor maneira. Isso pode envolver “vazar” informações pouco lisonjeiras sobre outros membros da realeza para selecionar repórteres bajuladores, que então anexam um comentário obrigatório do palácio para sugerir que a informação veio de outro lugar, acrescentou Harry.

Harry e Meghan observam homenagens à rainha Elizabeth II após a sua morte Foto: Martin Meissner / AP - 10/09/2022

“O lema da família é ‘nunca reclame, nunca explique’, mas é apenas um lema”, disse Harry. Havia “intermináveis” reclamações e explicações nos bastidores, disse ele, muito disso prejudicial para ele e Meghan.

Para Cooper, que é membro da família dinástica Vanderbilt, conseguir a entrevista foi uma artimanha, se não no nível da entrevista sensacional de Oprah Winfrey com o casal em março de 2021. Esse episódio levantou alegações de racismo na família real e atraiu uma confissão de Meghan de que ela estava tão isolada e emocionalmente desolada dentro do palácio que uma vez considerou suicídio.

Para a entrevista britânica de Harry, ele escolheu Tom Bradby, um correspondente da ITV que nutriu um relacionamento próximo com o príncipe e a esposa. Ele conduziu a primeira entrevista com Meghan durante uma viagem pelo sul da África em 2019 na qual ela revelou como estava infeliz com a vida real. “Obrigado por perguntar, porque muitas pessoas não perguntaram se eu estou bem”, disse Meghan a ele.

Bradby parece ter conseguido novamente tratar do assunto. Harry alegou que havia buscado uma reaproximação, mas foi rejeitado por seu irmão e pai, uma afirmação que é contestada por uma fonte que possui laços com o palácio. “Eles sentem que é melhor nos manter de alguma forma como vilões”, disse Harry.

O Palácio de Buckingham não comentou os trechos, seguindo a falta de resposta ao documentário da Netflix. Recentemente, o rei Charles III divulgou a notícia de que Harry seria convidado para sua coroação em maio, sugerindo que ele gostaria de superar o rancor e desempenhar um papel de conciliação na família. “Ele evitou, com razão, entrar em um jogo contra Harry e Meghan”, disse Vernon Bogdanor, professor de governo do King’s College London, que escreveu sobre o papel constitucional da monarquia.

William também ficou em silêncio, embora os observadores afirmem que isso é menos um sinal de qualquer reconciliação iminente do que do abismo entre os irmãos. Jornais de Londres relataram que a família espera que o livro de Harry seja especialmente duro com William, embora o palácio também esteja preparado para a possibilidade de que seu distanciamento com Charles apareça com mais destaque do que na série da Netflix.

Como escritor fantasma, Harry contratou J.R. Moehringer, um romancista e ex-jornalista que escreveu as memórias do campeão de tênis, Andre Agassi, e do fundador do tênis Nike, Philip Knight. Esses livros sugerem que Harry mergulhará profundamente na vida emocional, incluindo a dor pela morte de sua mãe, Diana, Princesa de Gales.

Ainda assim, como os últimos trechos televisivos sugerem, é o confronto contínuo de Harry com a família que vai ganhar as manchetes. “Toda vez que tentei fazer isso em particular”, disse Harry a Cooper sobre suas tentativas de consertar cercas, “houve briefings, vazamentos e plantio de histórias contra mim e minha esposa”./ COM NYT

LONDRES – Com a disparada dos preços dos combustíveis, queda da economia, greves de trabalhadores e longas esperas nas salas de emergência dos hospitais, os britânicos podem ter uma distração para um ano novo que se configura mais uma vez sombrio. E de uma fonte confiável: Harry e Meghan.

Após uma série de entrevistas para promover seu novo livro de memórias, “Spare”, em que conta volta a explorar seu rompimento com a família real, que reacendeu o interesse pelos bastidores da família real, o jornal britânico The Guardian antecipou um trecho da biografia. em que Harry afirma ter sido agredido fisicamente pelo irmão em 2019, quando a relação entre os dois já estava em frangalhos depois do casamento com Meghan.

A discussão teria começado com William chamando a atriz americana de “difícil” e “rude”. A situação escalou e, segundo Harry, William o agarrou pelo colarinho, quebrando seu colar e... o jogou no chão”.

“Caí na tigela do cachorro, que rachou nas minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para ir embora’', escreveu Harry sobre o confronto entre os príncipes, que teria acontecido no Palácio de Kensington, nas dependências conhecidas como Nottingham Cottage.

Harry e Meghan em uma visita ao World Trade Center em Manhattan, Nova York, em 23 de setembro de 2021. Relação do casal com a família real britânica continua explorada em livros e séries Foto: Andrew Kelly/Reuters

William teria reagido o incentivando a revidar, mas depois voltou parecendo arrependido e se desculpou, pedindo que ele não contasse sobre o caso para Meghan - que, segundo Harry, só ficou sabendo do ocorrido depois, quando perguntou ao marido sobre os arranhões provocados pela briga.

Antes das revelações do jornal britânico, feitas nesta quinta, Harry já havia feito queixas e provocações sobre o irmão, o príncipe William, e o resto da família real em um par de entrevistas televisivas, a fim de promover a publicação do livro de memórias, que será lançado na próxima semana. Em uma delas, com a rede ITV, Harry disse que gostaria de ter o pai, o rei Charles III, e o irmão de volta. “Eles não mostraram absolutamente nenhuma vontade de se reconciliar”, acrescentou, aparentemente se referindo aos dois.

Em outra entrevista, com Anderson Cooper no programa da CBS “60 Minutes”, Harry acusou a família real britânica de incutir histórias negativas sobre ele e a esposa, Meghan, e depois se recusar a defendê-los diante de ataques esdrúxulos dos tabloides de Londres. “Chega a um ponto em que o silêncio é traição”, disse ele.

As entrevistas vão ao ar na noite do domingo, 8, dois dias antes de a Penguin Random House lançar o livro de memórias de Harry. As expectativas de quem acompanha a realeza britânica é de que o livro lance os holofotes mais duros até agora sobre a ruptura de Harry com a família. Se o livro acaba sendo o último ato do drama familiar de longa duração, no entanto, está longe de ser claro.

Há murmúrios de que Meghan possa escrever seu próprio livro sobre o casamento com Harry e o tratamento que recebeu da família real. O casal tem um acordo de programação multimilionário com a Netflix, que no mês passado exibiu um documentário de seis episódios, “Harry & Meghan”, sobre a separação amarga da família real em 2020 e a nova vida no sul da Califórnia.

No site de sua empresa, a Archewell Productions, Harry e Meghan disseram que o objetivo era “produzir conteúdo que informasse, elevasse e inspirasse”. Entre outros projetos, o casal produz um documentário que conta a história de atletas que participaram dos Jogos Invictus, uma competição esportiva para ex-militares que foi iniciada por Harry, que serviu no Afeganistão.

No entanto, a moeda comercial e cultural pop do casal permanece firmemente ligada ao relacionamento conturbado com a Casa de Windsor. As entrevistas televisivas e as alegações no livro de Harry garantem que a história permanecerá nas telas de televisão e nas primeiras páginas por pelo menos mais um tempo.

Na terça-feira, 3, as aspas das entrevistas de Harry foram espalhados por praticamente todos os tabloides de Londres, com manchetes quase idênticas. “Harry: Eu quero meu pai e meu irmão de volta”, disse o Daily Express. “Harry: Eu gostaria que meu pai e meu irmão voltassem”, ecoou o Daily Mail. Mesmo o mais sofisticado Times of London e o Daily Telegraph publicaram manchetes de primeira página com as queixas de Harry sobre William e Charles.

Apenas o Financial Times foi em outra direção, declarando que “a recessão do Reino Unido será mais profunda e mais longa”, enquanto alguns jornais mantiveram o foco na crise no Serviço Nacional de Saúde e nas greves de transporte que estão prejudicando grande parte do país.

Este conteúdo é o tipo de distração que as fofocas da família real há muito tempo provocam em um público britânico que vive uma situação difícil. Nessa medida, o casal joga no mesmo espetáculo de pão e circo que Harry tantas vezes denunciou.

Em sua entrevista com Cooper, Harry repetiu as queixas sobre o que ele diz ser uma relação profundamente cínica e de troca entre o Palácio de Buckingham e a imprensa tabloide. Segundo ele, assessores de imprensa competem entre si para apresentar os chefes da melhor maneira. Isso pode envolver “vazar” informações pouco lisonjeiras sobre outros membros da realeza para selecionar repórteres bajuladores, que então anexam um comentário obrigatório do palácio para sugerir que a informação veio de outro lugar, acrescentou Harry.

Harry e Meghan observam homenagens à rainha Elizabeth II após a sua morte Foto: Martin Meissner / AP - 10/09/2022

“O lema da família é ‘nunca reclame, nunca explique’, mas é apenas um lema”, disse Harry. Havia “intermináveis” reclamações e explicações nos bastidores, disse ele, muito disso prejudicial para ele e Meghan.

Para Cooper, que é membro da família dinástica Vanderbilt, conseguir a entrevista foi uma artimanha, se não no nível da entrevista sensacional de Oprah Winfrey com o casal em março de 2021. Esse episódio levantou alegações de racismo na família real e atraiu uma confissão de Meghan de que ela estava tão isolada e emocionalmente desolada dentro do palácio que uma vez considerou suicídio.

Para a entrevista britânica de Harry, ele escolheu Tom Bradby, um correspondente da ITV que nutriu um relacionamento próximo com o príncipe e a esposa. Ele conduziu a primeira entrevista com Meghan durante uma viagem pelo sul da África em 2019 na qual ela revelou como estava infeliz com a vida real. “Obrigado por perguntar, porque muitas pessoas não perguntaram se eu estou bem”, disse Meghan a ele.

Bradby parece ter conseguido novamente tratar do assunto. Harry alegou que havia buscado uma reaproximação, mas foi rejeitado por seu irmão e pai, uma afirmação que é contestada por uma fonte que possui laços com o palácio. “Eles sentem que é melhor nos manter de alguma forma como vilões”, disse Harry.

O Palácio de Buckingham não comentou os trechos, seguindo a falta de resposta ao documentário da Netflix. Recentemente, o rei Charles III divulgou a notícia de que Harry seria convidado para sua coroação em maio, sugerindo que ele gostaria de superar o rancor e desempenhar um papel de conciliação na família. “Ele evitou, com razão, entrar em um jogo contra Harry e Meghan”, disse Vernon Bogdanor, professor de governo do King’s College London, que escreveu sobre o papel constitucional da monarquia.

William também ficou em silêncio, embora os observadores afirmem que isso é menos um sinal de qualquer reconciliação iminente do que do abismo entre os irmãos. Jornais de Londres relataram que a família espera que o livro de Harry seja especialmente duro com William, embora o palácio também esteja preparado para a possibilidade de que seu distanciamento com Charles apareça com mais destaque do que na série da Netflix.

Como escritor fantasma, Harry contratou J.R. Moehringer, um romancista e ex-jornalista que escreveu as memórias do campeão de tênis, Andre Agassi, e do fundador do tênis Nike, Philip Knight. Esses livros sugerem que Harry mergulhará profundamente na vida emocional, incluindo a dor pela morte de sua mãe, Diana, Princesa de Gales.

Ainda assim, como os últimos trechos televisivos sugerem, é o confronto contínuo de Harry com a família que vai ganhar as manchetes. “Toda vez que tentei fazer isso em particular”, disse Harry a Cooper sobre suas tentativas de consertar cercas, “houve briefings, vazamentos e plantio de histórias contra mim e minha esposa”./ COM NYT

LONDRES – Com a disparada dos preços dos combustíveis, queda da economia, greves de trabalhadores e longas esperas nas salas de emergência dos hospitais, os britânicos podem ter uma distração para um ano novo que se configura mais uma vez sombrio. E de uma fonte confiável: Harry e Meghan.

Após uma série de entrevistas para promover seu novo livro de memórias, “Spare”, em que conta volta a explorar seu rompimento com a família real, que reacendeu o interesse pelos bastidores da família real, o jornal britânico The Guardian antecipou um trecho da biografia. em que Harry afirma ter sido agredido fisicamente pelo irmão em 2019, quando a relação entre os dois já estava em frangalhos depois do casamento com Meghan.

A discussão teria começado com William chamando a atriz americana de “difícil” e “rude”. A situação escalou e, segundo Harry, William o agarrou pelo colarinho, quebrando seu colar e... o jogou no chão”.

“Caí na tigela do cachorro, que rachou nas minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para ir embora’', escreveu Harry sobre o confronto entre os príncipes, que teria acontecido no Palácio de Kensington, nas dependências conhecidas como Nottingham Cottage.

Harry e Meghan em uma visita ao World Trade Center em Manhattan, Nova York, em 23 de setembro de 2021. Relação do casal com a família real britânica continua explorada em livros e séries Foto: Andrew Kelly/Reuters

William teria reagido o incentivando a revidar, mas depois voltou parecendo arrependido e se desculpou, pedindo que ele não contasse sobre o caso para Meghan - que, segundo Harry, só ficou sabendo do ocorrido depois, quando perguntou ao marido sobre os arranhões provocados pela briga.

Antes das revelações do jornal britânico, feitas nesta quinta, Harry já havia feito queixas e provocações sobre o irmão, o príncipe William, e o resto da família real em um par de entrevistas televisivas, a fim de promover a publicação do livro de memórias, que será lançado na próxima semana. Em uma delas, com a rede ITV, Harry disse que gostaria de ter o pai, o rei Charles III, e o irmão de volta. “Eles não mostraram absolutamente nenhuma vontade de se reconciliar”, acrescentou, aparentemente se referindo aos dois.

Em outra entrevista, com Anderson Cooper no programa da CBS “60 Minutes”, Harry acusou a família real britânica de incutir histórias negativas sobre ele e a esposa, Meghan, e depois se recusar a defendê-los diante de ataques esdrúxulos dos tabloides de Londres. “Chega a um ponto em que o silêncio é traição”, disse ele.

As entrevistas vão ao ar na noite do domingo, 8, dois dias antes de a Penguin Random House lançar o livro de memórias de Harry. As expectativas de quem acompanha a realeza britânica é de que o livro lance os holofotes mais duros até agora sobre a ruptura de Harry com a família. Se o livro acaba sendo o último ato do drama familiar de longa duração, no entanto, está longe de ser claro.

Há murmúrios de que Meghan possa escrever seu próprio livro sobre o casamento com Harry e o tratamento que recebeu da família real. O casal tem um acordo de programação multimilionário com a Netflix, que no mês passado exibiu um documentário de seis episódios, “Harry & Meghan”, sobre a separação amarga da família real em 2020 e a nova vida no sul da Califórnia.

No site de sua empresa, a Archewell Productions, Harry e Meghan disseram que o objetivo era “produzir conteúdo que informasse, elevasse e inspirasse”. Entre outros projetos, o casal produz um documentário que conta a história de atletas que participaram dos Jogos Invictus, uma competição esportiva para ex-militares que foi iniciada por Harry, que serviu no Afeganistão.

No entanto, a moeda comercial e cultural pop do casal permanece firmemente ligada ao relacionamento conturbado com a Casa de Windsor. As entrevistas televisivas e as alegações no livro de Harry garantem que a história permanecerá nas telas de televisão e nas primeiras páginas por pelo menos mais um tempo.

Na terça-feira, 3, as aspas das entrevistas de Harry foram espalhados por praticamente todos os tabloides de Londres, com manchetes quase idênticas. “Harry: Eu quero meu pai e meu irmão de volta”, disse o Daily Express. “Harry: Eu gostaria que meu pai e meu irmão voltassem”, ecoou o Daily Mail. Mesmo o mais sofisticado Times of London e o Daily Telegraph publicaram manchetes de primeira página com as queixas de Harry sobre William e Charles.

Apenas o Financial Times foi em outra direção, declarando que “a recessão do Reino Unido será mais profunda e mais longa”, enquanto alguns jornais mantiveram o foco na crise no Serviço Nacional de Saúde e nas greves de transporte que estão prejudicando grande parte do país.

Este conteúdo é o tipo de distração que as fofocas da família real há muito tempo provocam em um público britânico que vive uma situação difícil. Nessa medida, o casal joga no mesmo espetáculo de pão e circo que Harry tantas vezes denunciou.

Em sua entrevista com Cooper, Harry repetiu as queixas sobre o que ele diz ser uma relação profundamente cínica e de troca entre o Palácio de Buckingham e a imprensa tabloide. Segundo ele, assessores de imprensa competem entre si para apresentar os chefes da melhor maneira. Isso pode envolver “vazar” informações pouco lisonjeiras sobre outros membros da realeza para selecionar repórteres bajuladores, que então anexam um comentário obrigatório do palácio para sugerir que a informação veio de outro lugar, acrescentou Harry.

Harry e Meghan observam homenagens à rainha Elizabeth II após a sua morte Foto: Martin Meissner / AP - 10/09/2022

“O lema da família é ‘nunca reclame, nunca explique’, mas é apenas um lema”, disse Harry. Havia “intermináveis” reclamações e explicações nos bastidores, disse ele, muito disso prejudicial para ele e Meghan.

Para Cooper, que é membro da família dinástica Vanderbilt, conseguir a entrevista foi uma artimanha, se não no nível da entrevista sensacional de Oprah Winfrey com o casal em março de 2021. Esse episódio levantou alegações de racismo na família real e atraiu uma confissão de Meghan de que ela estava tão isolada e emocionalmente desolada dentro do palácio que uma vez considerou suicídio.

Para a entrevista britânica de Harry, ele escolheu Tom Bradby, um correspondente da ITV que nutriu um relacionamento próximo com o príncipe e a esposa. Ele conduziu a primeira entrevista com Meghan durante uma viagem pelo sul da África em 2019 na qual ela revelou como estava infeliz com a vida real. “Obrigado por perguntar, porque muitas pessoas não perguntaram se eu estou bem”, disse Meghan a ele.

Bradby parece ter conseguido novamente tratar do assunto. Harry alegou que havia buscado uma reaproximação, mas foi rejeitado por seu irmão e pai, uma afirmação que é contestada por uma fonte que possui laços com o palácio. “Eles sentem que é melhor nos manter de alguma forma como vilões”, disse Harry.

O Palácio de Buckingham não comentou os trechos, seguindo a falta de resposta ao documentário da Netflix. Recentemente, o rei Charles III divulgou a notícia de que Harry seria convidado para sua coroação em maio, sugerindo que ele gostaria de superar o rancor e desempenhar um papel de conciliação na família. “Ele evitou, com razão, entrar em um jogo contra Harry e Meghan”, disse Vernon Bogdanor, professor de governo do King’s College London, que escreveu sobre o papel constitucional da monarquia.

William também ficou em silêncio, embora os observadores afirmem que isso é menos um sinal de qualquer reconciliação iminente do que do abismo entre os irmãos. Jornais de Londres relataram que a família espera que o livro de Harry seja especialmente duro com William, embora o palácio também esteja preparado para a possibilidade de que seu distanciamento com Charles apareça com mais destaque do que na série da Netflix.

Como escritor fantasma, Harry contratou J.R. Moehringer, um romancista e ex-jornalista que escreveu as memórias do campeão de tênis, Andre Agassi, e do fundador do tênis Nike, Philip Knight. Esses livros sugerem que Harry mergulhará profundamente na vida emocional, incluindo a dor pela morte de sua mãe, Diana, Princesa de Gales.

Ainda assim, como os últimos trechos televisivos sugerem, é o confronto contínuo de Harry com a família que vai ganhar as manchetes. “Toda vez que tentei fazer isso em particular”, disse Harry a Cooper sobre suas tentativas de consertar cercas, “houve briefings, vazamentos e plantio de histórias contra mim e minha esposa”./ COM NYT

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.