Republicanos encerram crise e elegem aliado de Trump líder da Câmara


Mike Johnson é um deputado radical e religioso que fez parte da tentativa de reverter a vitória de Biden em 2020

Por Cristiano Dias

WASHINGTON – Os republicanos encerraram ontem três semanas de impasse e elegeram o ultraconservador Mike Johnson presidente da Câmara de Deputados dos EUA, superando graves divisões internas. No plenário, Johnson teve 220 votos – ante 209 do candidato democrata Hakeem Jeffries.

A escolha é crucial, porque sem um presidente a Câmara dos Deputados não funciona. A paralisação dos trabalhos ocorreu em um momento crucial, em que os congressistas precisam aprovar um orçamento para o próximo ano fiscal e um pacote de ajuda proposto pelo presidente, Joe Biden, para financiar as guerras em Israel e na Ucrânia.

A crise começou justamente por causa do orçamento. Sem conseguir os votos de todos os republicanos, o deputado Kevin McCarthy, que presidia a Câmara, buscou apoio dos democratas para manter o governo funcionando temporariamente por 45 dias. O gesto de conciliação foi a gota d’água para que a facção mais radical do partido puxasse o tapete do seu próprio líder, no início de outubro.

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O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, faz um discurso após sua eleição no Capitólio, em Washington, na quarta-feira, 25 de outubro de 2023.  Foto: Kenny Holston / NYT

Desde então, os republicanos escolheram quatro candidatos, mas nenhum conseguiu apoio para obter os 217 votos necessários para se eleger presidente da Câmara. A dificuldade é um reflexo da maioria apertada – 221 a 212, com duas cadeiras vagas –, que permite que a defecção de poucos deputados travem a pauta legislativa.

A escolha dos republicanos coloca um ultraconservador no segundo posto na linha de sucessão à presidência – atrás apenas da vice, Kamala Harris. Johnson é um advogado de 51 anos que se opõe ao direito ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que desempenhou um papel importante nos esforços para anular as eleições de 2020.

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Em comunicado após ser eleito, Johnson atribuiu o impasse à diversidade de opiniões dentro da Câmara dos Deputados. “Ela é tão complicada e diversa quanto as pessoas que representamos”, disse. “Mas restauraremos a confiança e promoveremos uma agenda conservadora, combatendo as políticas do governo Biden e apoiando nossos aliados internacionais.”

A primeira medida de Johnson será uma resolução de apoio a Israel e condenação do Hamas pelos ataques terroristas do dia 7 de outubro. O deputado é conhecido pela forte ligação que tem com a extrema direita religiosa israelense, que faz parte da coalizão do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

A ligação de Johnson com Israel deve facilitar a aprovação, nos próximos dias, do pacote de ajuda de US$ 14,3 bilhões para Israel. Os US$ 61 bilhões para a Ucrânia, no entanto, ainda são uma incógnita, já que muitos republicanos são contra.

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O maior desafio de Johnson, porém, será aprovar um orçamento definitivo para o próximo ano fiscal. Republicanos e democratas têm até o dia 17 de novembro para fechar um acordo. A facção mais radical dos trumpistas quer cortar programas sociais e levar adiante as audiências de impeachment de Biden. Um grupo de republicanos moderados, no entanto, teme embarcar na agenda extremista e perder a reeleição no ano que vem. /AP e NYT

WASHINGTON – Os republicanos encerraram ontem três semanas de impasse e elegeram o ultraconservador Mike Johnson presidente da Câmara de Deputados dos EUA, superando graves divisões internas. No plenário, Johnson teve 220 votos – ante 209 do candidato democrata Hakeem Jeffries.

A escolha é crucial, porque sem um presidente a Câmara dos Deputados não funciona. A paralisação dos trabalhos ocorreu em um momento crucial, em que os congressistas precisam aprovar um orçamento para o próximo ano fiscal e um pacote de ajuda proposto pelo presidente, Joe Biden, para financiar as guerras em Israel e na Ucrânia.

A crise começou justamente por causa do orçamento. Sem conseguir os votos de todos os republicanos, o deputado Kevin McCarthy, que presidia a Câmara, buscou apoio dos democratas para manter o governo funcionando temporariamente por 45 dias. O gesto de conciliação foi a gota d’água para que a facção mais radical do partido puxasse o tapete do seu próprio líder, no início de outubro.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, faz um discurso após sua eleição no Capitólio, em Washington, na quarta-feira, 25 de outubro de 2023.  Foto: Kenny Holston / NYT

Desde então, os republicanos escolheram quatro candidatos, mas nenhum conseguiu apoio para obter os 217 votos necessários para se eleger presidente da Câmara. A dificuldade é um reflexo da maioria apertada – 221 a 212, com duas cadeiras vagas –, que permite que a defecção de poucos deputados travem a pauta legislativa.

A escolha dos republicanos coloca um ultraconservador no segundo posto na linha de sucessão à presidência – atrás apenas da vice, Kamala Harris. Johnson é um advogado de 51 anos que se opõe ao direito ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que desempenhou um papel importante nos esforços para anular as eleições de 2020.

Em comunicado após ser eleito, Johnson atribuiu o impasse à diversidade de opiniões dentro da Câmara dos Deputados. “Ela é tão complicada e diversa quanto as pessoas que representamos”, disse. “Mas restauraremos a confiança e promoveremos uma agenda conservadora, combatendo as políticas do governo Biden e apoiando nossos aliados internacionais.”

A primeira medida de Johnson será uma resolução de apoio a Israel e condenação do Hamas pelos ataques terroristas do dia 7 de outubro. O deputado é conhecido pela forte ligação que tem com a extrema direita religiosa israelense, que faz parte da coalizão do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

A ligação de Johnson com Israel deve facilitar a aprovação, nos próximos dias, do pacote de ajuda de US$ 14,3 bilhões para Israel. Os US$ 61 bilhões para a Ucrânia, no entanto, ainda são uma incógnita, já que muitos republicanos são contra.

O maior desafio de Johnson, porém, será aprovar um orçamento definitivo para o próximo ano fiscal. Republicanos e democratas têm até o dia 17 de novembro para fechar um acordo. A facção mais radical dos trumpistas quer cortar programas sociais e levar adiante as audiências de impeachment de Biden. Um grupo de republicanos moderados, no entanto, teme embarcar na agenda extremista e perder a reeleição no ano que vem. /AP e NYT

WASHINGTON – Os republicanos encerraram ontem três semanas de impasse e elegeram o ultraconservador Mike Johnson presidente da Câmara de Deputados dos EUA, superando graves divisões internas. No plenário, Johnson teve 220 votos – ante 209 do candidato democrata Hakeem Jeffries.

A escolha é crucial, porque sem um presidente a Câmara dos Deputados não funciona. A paralisação dos trabalhos ocorreu em um momento crucial, em que os congressistas precisam aprovar um orçamento para o próximo ano fiscal e um pacote de ajuda proposto pelo presidente, Joe Biden, para financiar as guerras em Israel e na Ucrânia.

A crise começou justamente por causa do orçamento. Sem conseguir os votos de todos os republicanos, o deputado Kevin McCarthy, que presidia a Câmara, buscou apoio dos democratas para manter o governo funcionando temporariamente por 45 dias. O gesto de conciliação foi a gota d’água para que a facção mais radical do partido puxasse o tapete do seu próprio líder, no início de outubro.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, faz um discurso após sua eleição no Capitólio, em Washington, na quarta-feira, 25 de outubro de 2023.  Foto: Kenny Holston / NYT

Desde então, os republicanos escolheram quatro candidatos, mas nenhum conseguiu apoio para obter os 217 votos necessários para se eleger presidente da Câmara. A dificuldade é um reflexo da maioria apertada – 221 a 212, com duas cadeiras vagas –, que permite que a defecção de poucos deputados travem a pauta legislativa.

A escolha dos republicanos coloca um ultraconservador no segundo posto na linha de sucessão à presidência – atrás apenas da vice, Kamala Harris. Johnson é um advogado de 51 anos que se opõe ao direito ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que desempenhou um papel importante nos esforços para anular as eleições de 2020.

Em comunicado após ser eleito, Johnson atribuiu o impasse à diversidade de opiniões dentro da Câmara dos Deputados. “Ela é tão complicada e diversa quanto as pessoas que representamos”, disse. “Mas restauraremos a confiança e promoveremos uma agenda conservadora, combatendo as políticas do governo Biden e apoiando nossos aliados internacionais.”

A primeira medida de Johnson será uma resolução de apoio a Israel e condenação do Hamas pelos ataques terroristas do dia 7 de outubro. O deputado é conhecido pela forte ligação que tem com a extrema direita religiosa israelense, que faz parte da coalizão do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

A ligação de Johnson com Israel deve facilitar a aprovação, nos próximos dias, do pacote de ajuda de US$ 14,3 bilhões para Israel. Os US$ 61 bilhões para a Ucrânia, no entanto, ainda são uma incógnita, já que muitos republicanos são contra.

O maior desafio de Johnson, porém, será aprovar um orçamento definitivo para o próximo ano fiscal. Republicanos e democratas têm até o dia 17 de novembro para fechar um acordo. A facção mais radical dos trumpistas quer cortar programas sociais e levar adiante as audiências de impeachment de Biden. Um grupo de republicanos moderados, no entanto, teme embarcar na agenda extremista e perder a reeleição no ano que vem. /AP e NYT

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