Divisão entre republicanos leva Câmara dos EUA a viver impasse inédito desde 1923


Cisão interna no partido impediu votos necessários para a escolha de presidente da Câmara durante três tentativas e sessão é adiada

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON – Pela primeira vez em 100 anos, a Câmara dos Representantes dos EUA não conseguiu eleger o presidente na primeira votação nominal devido a uma divisão interna do Partido Republicano na escolha do novo líder. Com a posse de novos deputados nesta terça-feira, 3, eleitos nas eleições de meio de mandato no fim do ano passado, o partido reconquistou a maioria da Casa, mas não chegou a um consenso durante três votações para garantir os 218 votos necessários para o cargo. A escolha foi adiada para esta quarta-feira, 4.

O deputado Kevin McCarthy, ligado à ala moderada do partido, se colocou na disputa para a presidência da Câmara, mas conseguiu apenas 203 votos em duas tentativas e 202 na terceira, após a ala mais radical dos republicanos romper com ele. Os republicanos tem a maioria de 222 deputados, e um número pequeno de deserções é capaz de impedir a vitória.

A última vez que isso havia acontecido foi em 1923, quando foram necessárias nove votações para o republicano Frederick Gillett assegurar o cargo. O precedente determina que os membros continuem a votar sucessivamente até que alguém – McCarthy ou outro candidato – garanta a maioria necessária para prevalecer.

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Deputado republicano, Kevin McCarthy, reage aos aplausos de seus colegas ao se apresentar como candidato republicano para a presidência da Câmara. EUA vivem impasse inédito desde 1923 Foto: Evelyn Hockstein/Reuters - 03/01/2022

De qualquer forma, o prejuízo político para a oposição republicana, segundo analistas, está dado. Depois de uma eleição legislativa na qual o resultado do partido foi bem abaixo do esperado, com os democratas mantendo o controle do Senado e com a oposição com uma pequena maioria na Câmara, a ala mais radical - ligada ao ex-presidente Donald Trump - saiu como a grande derrotada na eleição.

Nas negociações para a presidência da casa, a ala trumpista exigiu diversas concessões para apoiar McCarthy, que incluem desde privilégios para comandar a pauta legislativa até questões ligadas ao orçamento e nomeação de postos. McCarthy cedeu o máximo que pôde, mas não conseguiu costurar um acordo. Apesar dos impasses, o deputado prometeu continuar na disputa pela presidência da Câmara, mesmo que isso exija que sejam necessárias diversas votações.

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Nas duas primeiras votações, 19 deputados republicanos votaram contra McCarthy. Na terceira, ele perdeu mais um voto – e 20 republicanos preferiram o deputado Jim Jordan, um aliado de primeira hora de Trump. O objetivo da ala radical era provocar um adiamento da eleição para presidente da Câmara, na esperança de desgastar McCarthy e inviabilizar sua candidatura.

“Nossa bancada precisa entrar em recesso e se reunir para encontrar alguém e definir os próximos passos”, disse o deputado Byron Donalds, um dos republicanos rebeldes que rejeitaram o nome de McCarthy. “Essas votações contínuas não adiantam nada.”

No início da noite, após uma maratona legislativa, a esmagadora maioria aprovou uma moção para retomar a discussão hoje na Câmara dos Deputados. McCarthy ganhou mais tempo para convencer os rebeldes do partido, mas não se sabe até que ponto o desgaste pode afetar seus planos

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A disputa pode enfraquecer o partido num momento em que os EUA começam a ensaiar os movimentos para a sucessão do presidente Joe Biden. A um ano das primárias, os pré-candidatos à Casa Branca começam a procurar financiadores e testar a viabilidade de uma candidatura. Do lado republicano, Trump e o governador da Florida, Ron de Santis, são os favoritos.

Ronna McDaniel, a presidente do Comitê Nacional Republicano, que está enfrentando seu próprio desafio de liderança, disse na Fox News que o drama de McCarthy prejudicaria as chances do partido de reconquistar a Casa Branca em 2024.

“Enquanto estivermos lutando entre si, outros, não estamos de olho no prêmio”, disse ela. “Temos que resolver esse cargo de porta-voz e seguir em frente se quisermos ter sucesso em 2024 como um partido unido. No momento, isso exemplifica exatamente o que os democratas querem ver em nosso partido.

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Enquanto isso, os democratas continuam unidos em torno do deputado Hakeem Jeffries, de Nova York. Em todas as três votações desta terça-feira, Jeffries recebeu 212 votos (número de democratas na Casa), insuficientes dos 218 para ele se eleger como líder. /NYT E W.POST

WASHINGTON – Pela primeira vez em 100 anos, a Câmara dos Representantes dos EUA não conseguiu eleger o presidente na primeira votação nominal devido a uma divisão interna do Partido Republicano na escolha do novo líder. Com a posse de novos deputados nesta terça-feira, 3, eleitos nas eleições de meio de mandato no fim do ano passado, o partido reconquistou a maioria da Casa, mas não chegou a um consenso durante três votações para garantir os 218 votos necessários para o cargo. A escolha foi adiada para esta quarta-feira, 4.

O deputado Kevin McCarthy, ligado à ala moderada do partido, se colocou na disputa para a presidência da Câmara, mas conseguiu apenas 203 votos em duas tentativas e 202 na terceira, após a ala mais radical dos republicanos romper com ele. Os republicanos tem a maioria de 222 deputados, e um número pequeno de deserções é capaz de impedir a vitória.

A última vez que isso havia acontecido foi em 1923, quando foram necessárias nove votações para o republicano Frederick Gillett assegurar o cargo. O precedente determina que os membros continuem a votar sucessivamente até que alguém – McCarthy ou outro candidato – garanta a maioria necessária para prevalecer.

Deputado republicano, Kevin McCarthy, reage aos aplausos de seus colegas ao se apresentar como candidato republicano para a presidência da Câmara. EUA vivem impasse inédito desde 1923 Foto: Evelyn Hockstein/Reuters - 03/01/2022

De qualquer forma, o prejuízo político para a oposição republicana, segundo analistas, está dado. Depois de uma eleição legislativa na qual o resultado do partido foi bem abaixo do esperado, com os democratas mantendo o controle do Senado e com a oposição com uma pequena maioria na Câmara, a ala mais radical - ligada ao ex-presidente Donald Trump - saiu como a grande derrotada na eleição.

Nas negociações para a presidência da casa, a ala trumpista exigiu diversas concessões para apoiar McCarthy, que incluem desde privilégios para comandar a pauta legislativa até questões ligadas ao orçamento e nomeação de postos. McCarthy cedeu o máximo que pôde, mas não conseguiu costurar um acordo. Apesar dos impasses, o deputado prometeu continuar na disputa pela presidência da Câmara, mesmo que isso exija que sejam necessárias diversas votações.

Nas duas primeiras votações, 19 deputados republicanos votaram contra McCarthy. Na terceira, ele perdeu mais um voto – e 20 republicanos preferiram o deputado Jim Jordan, um aliado de primeira hora de Trump. O objetivo da ala radical era provocar um adiamento da eleição para presidente da Câmara, na esperança de desgastar McCarthy e inviabilizar sua candidatura.

“Nossa bancada precisa entrar em recesso e se reunir para encontrar alguém e definir os próximos passos”, disse o deputado Byron Donalds, um dos republicanos rebeldes que rejeitaram o nome de McCarthy. “Essas votações contínuas não adiantam nada.”

No início da noite, após uma maratona legislativa, a esmagadora maioria aprovou uma moção para retomar a discussão hoje na Câmara dos Deputados. McCarthy ganhou mais tempo para convencer os rebeldes do partido, mas não se sabe até que ponto o desgaste pode afetar seus planos

A disputa pode enfraquecer o partido num momento em que os EUA começam a ensaiar os movimentos para a sucessão do presidente Joe Biden. A um ano das primárias, os pré-candidatos à Casa Branca começam a procurar financiadores e testar a viabilidade de uma candidatura. Do lado republicano, Trump e o governador da Florida, Ron de Santis, são os favoritos.

Ronna McDaniel, a presidente do Comitê Nacional Republicano, que está enfrentando seu próprio desafio de liderança, disse na Fox News que o drama de McCarthy prejudicaria as chances do partido de reconquistar a Casa Branca em 2024.

“Enquanto estivermos lutando entre si, outros, não estamos de olho no prêmio”, disse ela. “Temos que resolver esse cargo de porta-voz e seguir em frente se quisermos ter sucesso em 2024 como um partido unido. No momento, isso exemplifica exatamente o que os democratas querem ver em nosso partido.

Enquanto isso, os democratas continuam unidos em torno do deputado Hakeem Jeffries, de Nova York. Em todas as três votações desta terça-feira, Jeffries recebeu 212 votos (número de democratas na Casa), insuficientes dos 218 para ele se eleger como líder. /NYT E W.POST

WASHINGTON – Pela primeira vez em 100 anos, a Câmara dos Representantes dos EUA não conseguiu eleger o presidente na primeira votação nominal devido a uma divisão interna do Partido Republicano na escolha do novo líder. Com a posse de novos deputados nesta terça-feira, 3, eleitos nas eleições de meio de mandato no fim do ano passado, o partido reconquistou a maioria da Casa, mas não chegou a um consenso durante três votações para garantir os 218 votos necessários para o cargo. A escolha foi adiada para esta quarta-feira, 4.

O deputado Kevin McCarthy, ligado à ala moderada do partido, se colocou na disputa para a presidência da Câmara, mas conseguiu apenas 203 votos em duas tentativas e 202 na terceira, após a ala mais radical dos republicanos romper com ele. Os republicanos tem a maioria de 222 deputados, e um número pequeno de deserções é capaz de impedir a vitória.

A última vez que isso havia acontecido foi em 1923, quando foram necessárias nove votações para o republicano Frederick Gillett assegurar o cargo. O precedente determina que os membros continuem a votar sucessivamente até que alguém – McCarthy ou outro candidato – garanta a maioria necessária para prevalecer.

Deputado republicano, Kevin McCarthy, reage aos aplausos de seus colegas ao se apresentar como candidato republicano para a presidência da Câmara. EUA vivem impasse inédito desde 1923 Foto: Evelyn Hockstein/Reuters - 03/01/2022

De qualquer forma, o prejuízo político para a oposição republicana, segundo analistas, está dado. Depois de uma eleição legislativa na qual o resultado do partido foi bem abaixo do esperado, com os democratas mantendo o controle do Senado e com a oposição com uma pequena maioria na Câmara, a ala mais radical - ligada ao ex-presidente Donald Trump - saiu como a grande derrotada na eleição.

Nas negociações para a presidência da casa, a ala trumpista exigiu diversas concessões para apoiar McCarthy, que incluem desde privilégios para comandar a pauta legislativa até questões ligadas ao orçamento e nomeação de postos. McCarthy cedeu o máximo que pôde, mas não conseguiu costurar um acordo. Apesar dos impasses, o deputado prometeu continuar na disputa pela presidência da Câmara, mesmo que isso exija que sejam necessárias diversas votações.

Nas duas primeiras votações, 19 deputados republicanos votaram contra McCarthy. Na terceira, ele perdeu mais um voto – e 20 republicanos preferiram o deputado Jim Jordan, um aliado de primeira hora de Trump. O objetivo da ala radical era provocar um adiamento da eleição para presidente da Câmara, na esperança de desgastar McCarthy e inviabilizar sua candidatura.

“Nossa bancada precisa entrar em recesso e se reunir para encontrar alguém e definir os próximos passos”, disse o deputado Byron Donalds, um dos republicanos rebeldes que rejeitaram o nome de McCarthy. “Essas votações contínuas não adiantam nada.”

No início da noite, após uma maratona legislativa, a esmagadora maioria aprovou uma moção para retomar a discussão hoje na Câmara dos Deputados. McCarthy ganhou mais tempo para convencer os rebeldes do partido, mas não se sabe até que ponto o desgaste pode afetar seus planos

A disputa pode enfraquecer o partido num momento em que os EUA começam a ensaiar os movimentos para a sucessão do presidente Joe Biden. A um ano das primárias, os pré-candidatos à Casa Branca começam a procurar financiadores e testar a viabilidade de uma candidatura. Do lado republicano, Trump e o governador da Florida, Ron de Santis, são os favoritos.

Ronna McDaniel, a presidente do Comitê Nacional Republicano, que está enfrentando seu próprio desafio de liderança, disse na Fox News que o drama de McCarthy prejudicaria as chances do partido de reconquistar a Casa Branca em 2024.

“Enquanto estivermos lutando entre si, outros, não estamos de olho no prêmio”, disse ela. “Temos que resolver esse cargo de porta-voz e seguir em frente se quisermos ter sucesso em 2024 como um partido unido. No momento, isso exemplifica exatamente o que os democratas querem ver em nosso partido.

Enquanto isso, os democratas continuam unidos em torno do deputado Hakeem Jeffries, de Nova York. Em todas as três votações desta terça-feira, Jeffries recebeu 212 votos (número de democratas na Casa), insuficientes dos 218 para ele se eleger como líder. /NYT E W.POST

WASHINGTON – Pela primeira vez em 100 anos, a Câmara dos Representantes dos EUA não conseguiu eleger o presidente na primeira votação nominal devido a uma divisão interna do Partido Republicano na escolha do novo líder. Com a posse de novos deputados nesta terça-feira, 3, eleitos nas eleições de meio de mandato no fim do ano passado, o partido reconquistou a maioria da Casa, mas não chegou a um consenso durante três votações para garantir os 218 votos necessários para o cargo. A escolha foi adiada para esta quarta-feira, 4.

O deputado Kevin McCarthy, ligado à ala moderada do partido, se colocou na disputa para a presidência da Câmara, mas conseguiu apenas 203 votos em duas tentativas e 202 na terceira, após a ala mais radical dos republicanos romper com ele. Os republicanos tem a maioria de 222 deputados, e um número pequeno de deserções é capaz de impedir a vitória.

A última vez que isso havia acontecido foi em 1923, quando foram necessárias nove votações para o republicano Frederick Gillett assegurar o cargo. O precedente determina que os membros continuem a votar sucessivamente até que alguém – McCarthy ou outro candidato – garanta a maioria necessária para prevalecer.

Deputado republicano, Kevin McCarthy, reage aos aplausos de seus colegas ao se apresentar como candidato republicano para a presidência da Câmara. EUA vivem impasse inédito desde 1923 Foto: Evelyn Hockstein/Reuters - 03/01/2022

De qualquer forma, o prejuízo político para a oposição republicana, segundo analistas, está dado. Depois de uma eleição legislativa na qual o resultado do partido foi bem abaixo do esperado, com os democratas mantendo o controle do Senado e com a oposição com uma pequena maioria na Câmara, a ala mais radical - ligada ao ex-presidente Donald Trump - saiu como a grande derrotada na eleição.

Nas negociações para a presidência da casa, a ala trumpista exigiu diversas concessões para apoiar McCarthy, que incluem desde privilégios para comandar a pauta legislativa até questões ligadas ao orçamento e nomeação de postos. McCarthy cedeu o máximo que pôde, mas não conseguiu costurar um acordo. Apesar dos impasses, o deputado prometeu continuar na disputa pela presidência da Câmara, mesmo que isso exija que sejam necessárias diversas votações.

Nas duas primeiras votações, 19 deputados republicanos votaram contra McCarthy. Na terceira, ele perdeu mais um voto – e 20 republicanos preferiram o deputado Jim Jordan, um aliado de primeira hora de Trump. O objetivo da ala radical era provocar um adiamento da eleição para presidente da Câmara, na esperança de desgastar McCarthy e inviabilizar sua candidatura.

“Nossa bancada precisa entrar em recesso e se reunir para encontrar alguém e definir os próximos passos”, disse o deputado Byron Donalds, um dos republicanos rebeldes que rejeitaram o nome de McCarthy. “Essas votações contínuas não adiantam nada.”

No início da noite, após uma maratona legislativa, a esmagadora maioria aprovou uma moção para retomar a discussão hoje na Câmara dos Deputados. McCarthy ganhou mais tempo para convencer os rebeldes do partido, mas não se sabe até que ponto o desgaste pode afetar seus planos

A disputa pode enfraquecer o partido num momento em que os EUA começam a ensaiar os movimentos para a sucessão do presidente Joe Biden. A um ano das primárias, os pré-candidatos à Casa Branca começam a procurar financiadores e testar a viabilidade de uma candidatura. Do lado republicano, Trump e o governador da Florida, Ron de Santis, são os favoritos.

Ronna McDaniel, a presidente do Comitê Nacional Republicano, que está enfrentando seu próprio desafio de liderança, disse na Fox News que o drama de McCarthy prejudicaria as chances do partido de reconquistar a Casa Branca em 2024.

“Enquanto estivermos lutando entre si, outros, não estamos de olho no prêmio”, disse ela. “Temos que resolver esse cargo de porta-voz e seguir em frente se quisermos ter sucesso em 2024 como um partido unido. No momento, isso exemplifica exatamente o que os democratas querem ver em nosso partido.

Enquanto isso, os democratas continuam unidos em torno do deputado Hakeem Jeffries, de Nova York. Em todas as três votações desta terça-feira, Jeffries recebeu 212 votos (número de democratas na Casa), insuficientes dos 218 para ele se eleger como líder. /NYT E W.POST

WASHINGTON – Pela primeira vez em 100 anos, a Câmara dos Representantes dos EUA não conseguiu eleger o presidente na primeira votação nominal devido a uma divisão interna do Partido Republicano na escolha do novo líder. Com a posse de novos deputados nesta terça-feira, 3, eleitos nas eleições de meio de mandato no fim do ano passado, o partido reconquistou a maioria da Casa, mas não chegou a um consenso durante três votações para garantir os 218 votos necessários para o cargo. A escolha foi adiada para esta quarta-feira, 4.

O deputado Kevin McCarthy, ligado à ala moderada do partido, se colocou na disputa para a presidência da Câmara, mas conseguiu apenas 203 votos em duas tentativas e 202 na terceira, após a ala mais radical dos republicanos romper com ele. Os republicanos tem a maioria de 222 deputados, e um número pequeno de deserções é capaz de impedir a vitória.

A última vez que isso havia acontecido foi em 1923, quando foram necessárias nove votações para o republicano Frederick Gillett assegurar o cargo. O precedente determina que os membros continuem a votar sucessivamente até que alguém – McCarthy ou outro candidato – garanta a maioria necessária para prevalecer.

Deputado republicano, Kevin McCarthy, reage aos aplausos de seus colegas ao se apresentar como candidato republicano para a presidência da Câmara. EUA vivem impasse inédito desde 1923 Foto: Evelyn Hockstein/Reuters - 03/01/2022

De qualquer forma, o prejuízo político para a oposição republicana, segundo analistas, está dado. Depois de uma eleição legislativa na qual o resultado do partido foi bem abaixo do esperado, com os democratas mantendo o controle do Senado e com a oposição com uma pequena maioria na Câmara, a ala mais radical - ligada ao ex-presidente Donald Trump - saiu como a grande derrotada na eleição.

Nas negociações para a presidência da casa, a ala trumpista exigiu diversas concessões para apoiar McCarthy, que incluem desde privilégios para comandar a pauta legislativa até questões ligadas ao orçamento e nomeação de postos. McCarthy cedeu o máximo que pôde, mas não conseguiu costurar um acordo. Apesar dos impasses, o deputado prometeu continuar na disputa pela presidência da Câmara, mesmo que isso exija que sejam necessárias diversas votações.

Nas duas primeiras votações, 19 deputados republicanos votaram contra McCarthy. Na terceira, ele perdeu mais um voto – e 20 republicanos preferiram o deputado Jim Jordan, um aliado de primeira hora de Trump. O objetivo da ala radical era provocar um adiamento da eleição para presidente da Câmara, na esperança de desgastar McCarthy e inviabilizar sua candidatura.

“Nossa bancada precisa entrar em recesso e se reunir para encontrar alguém e definir os próximos passos”, disse o deputado Byron Donalds, um dos republicanos rebeldes que rejeitaram o nome de McCarthy. “Essas votações contínuas não adiantam nada.”

No início da noite, após uma maratona legislativa, a esmagadora maioria aprovou uma moção para retomar a discussão hoje na Câmara dos Deputados. McCarthy ganhou mais tempo para convencer os rebeldes do partido, mas não se sabe até que ponto o desgaste pode afetar seus planos

A disputa pode enfraquecer o partido num momento em que os EUA começam a ensaiar os movimentos para a sucessão do presidente Joe Biden. A um ano das primárias, os pré-candidatos à Casa Branca começam a procurar financiadores e testar a viabilidade de uma candidatura. Do lado republicano, Trump e o governador da Florida, Ron de Santis, são os favoritos.

Ronna McDaniel, a presidente do Comitê Nacional Republicano, que está enfrentando seu próprio desafio de liderança, disse na Fox News que o drama de McCarthy prejudicaria as chances do partido de reconquistar a Casa Branca em 2024.

“Enquanto estivermos lutando entre si, outros, não estamos de olho no prêmio”, disse ela. “Temos que resolver esse cargo de porta-voz e seguir em frente se quisermos ter sucesso em 2024 como um partido unido. No momento, isso exemplifica exatamente o que os democratas querem ver em nosso partido.

Enquanto isso, os democratas continuam unidos em torno do deputado Hakeem Jeffries, de Nova York. Em todas as três votações desta terça-feira, Jeffries recebeu 212 votos (número de democratas na Casa), insuficientes dos 218 para ele se eleger como líder. /NYT E W.POST

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