Respostas contraditórias sobre acidente ambiental em Ohio irritam moradores nos EUA


Autoridades afirmam que cidade é segura, mas moradores relatam sintomas médicos; risco de contaminação no solo e na água aumenta medo

Por Scott Dance

A resposta das autoridades americanas ao acidente ambiental em Ohio, causado pelo descarrilamento de um trem que carregava produtos químicos no dia 3, aumentou as dúvidas, a raiva e o medo entre moradores da cidade da Palestina do Leste, onde ocorreu. As autoridades dizem que a cidade é segura, mas muitos moradores relatam dores de cabeça e exantemas na pele e se perguntam sobre o risco do solo e a água terem sido contaminados.

A prefeitura realizou uma reunião na quarta-feira, 15, com os moradores afetados e deram declarações consideradas contraditórias. Ao mesmo tempo que recomendaram que os cidadãos comprassem água engarrafada, disseram que a água que sai pela torneira não está contaminada e é segura. A prefeitura também diz que não há mais produtos tóxicos no ar, mas os relatos de cheiros fortes continuam.

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Moradores relatam náuseas, tonturas, dores de cabeça e outras queixas após o acidente. Um porta-voz do governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, afirmou nesta quinta-feira ao Washington Post que os médicos que atenderam esses pacientes não identificaram substâncias químicas como causa para os sintomas. “Geralmente há outra explicação para esses sintomas”, disse Dan Tierney, o porta-voz, como resfriados e gripes.

Moradores da Palestina do Leste, em Ohio, após saírem de reunião com a prefeitura nesta quarta-feira, 15. Falta de respostas irrita cidade afetada pelo acidente ambiental causado pelo descarrilamento de um trem de carga Foto: Gene Puskar/AP

O descarrilamento e o incêndio liberaram produtos químicos perigosos na região, incluindo cloreto de vinila e acrilato de butila. Cerca de 1,5 mil moradores precisaram ser retirados de casa após o acidente e as autoridades decidiram fazer uma “liberação controlada” do cloreto de vinila para evitar o risco de uma explosão. A medida causou uma fumaça espessa e tóxica no ar.

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Os investigadores federais atribuem o acidente a uma falha mecânica no trem. As autoridades agora fazem a limpeza ao redor dos trilhos que cruzam a Palestina do Leste e estudam como identificar as possíveis contaminações ambientais. Os moradores retirados da cidade, que tem cerca de 4,7 mil habitantes, foram autorizados a retornar para casa há uma semana e desde então relatam sintomas.

Além das queixas de saúde, a falta de respostas sobre efeitos de saúde a longo prazo e a possível contaminação na água e no solo irrita os moradores cada vez mais. “Por que as pessoas estão ficando doentes se não há nada no ar ou na água?”, gritou uma mulher durante a reunião com a prefeitura e outros líderes políticos locais na quarta-feira.

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A reunião, no entanto, não teve a presença da empresa responsável pelo trem, a Norfolk Southern. O diretor da empresa, Alan Shaw, prometeu limpar a contaminação, mas disse não ter ido à prefeitura “por preocupações de segurança”. Os moradores externaram raiva com a postura.

O deputado republicano Bill Johnson, presente na reunião, disse que as dúvidas são legítimas e que serão transmitidas às autoridades ferroviárias federais e à empresa. O prefeito, Trent Conaway, disse estar “tão frustrado” quanto os moradores.

A Norfolk Southern publicou uma “carta aberta” aos moradores da Palestina do Leste, na qual promete “ficar aqui (na cidade) pelo tempo que for necessário para garantir a segurança e ajudar a Palestina do Leste a se recuperar e prosperar”.

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A empresa diz estar ciente das preocupações dos moradores. “Sabemos que ainda há muitas perguntas sem respostas. Sabemos que vocês estão cansados. Sabemos que vocês estão preocupados. Não vamos decepcioná-los”, diz a carta.

Ajuda federal

O governo de Ohio afirmou que mais ajuda federal deve chegar à cidade, dois dias após o governador DeWine afirmar que não havia essa necessidade e defensores ambientais o pressionarem. A ajuda deve ser o envio de médicos para examinar as pessoas que se sentem doentes.

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Até o momento, nenhum relatório médico foi feito sobre o estado dos pacientes que sofrem exposição aos produtos tóxicos carregados pelo trem. Segundo o porta-voz do governo estadual, existe uma “situação de cuidados de saúde emergente”, mas os dados de monitoramento no ar não estão compatíveis com os sintomas relatados.

Imagem divulgada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA mostra inspeção realizada na área próxima do descarrilamento do trem. Risco de contaminação da água e do solo preocupa moradores Foto: Alan Freed/Reuters

Embora afirme que não tenha “100%” de certeza, o porta-voz diz que é “extremamente improvável” que as queixas de saúde estejam relacionadas a esses produtos. “Os sintomas de ter uma reação a um composto orgânico volátil são alguns dos sintomas mais comuns de vírus e doenças respiratórias”, disse.

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O governador da Pensilvânia, Estado que faz divisa com Ohio próximo ao local onde o trem tombou, acusou a Norfolk Southern de conceder informações imprecisas às autoridades enquanto estudavam se o melhor era realizar a liberação controlada do cloreto de vinila no ar. O Estado também disse que a empresa administrou mal a resposta imediata ao acidente, colocando socorristas e moradores em risco.

Diversas ações coletivas contra a Norfolk Southern exigem dinheiro e monitoramento médico para os moradores. Uma ação judicial apresentada na quarta-feira alega que os esforços da empresa para limpar o desastre “pioraram a situação”. “Não estou certo se a Norfolk Southern poderia ter apresentado um plano pior para lidar com esse desastre”, disse o advogado dos moradores, John Morgan.

A Norfolk Southern indenizou os moradores pelos custos de terem que sair de suas casas e criou um fundo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,22 milhões), mas não disse como esse dinheiro será utilizado. Os moradores temem que as indenizações possam afetar a capacidade de processar a empresa ferroviária no futuro.

A empresa também passou a fornecer água engarrafada para os afetados, financiar testes de ar em residências e distribuir purificadores de ar, além de outras medidas.

A resposta das autoridades americanas ao acidente ambiental em Ohio, causado pelo descarrilamento de um trem que carregava produtos químicos no dia 3, aumentou as dúvidas, a raiva e o medo entre moradores da cidade da Palestina do Leste, onde ocorreu. As autoridades dizem que a cidade é segura, mas muitos moradores relatam dores de cabeça e exantemas na pele e se perguntam sobre o risco do solo e a água terem sido contaminados.

A prefeitura realizou uma reunião na quarta-feira, 15, com os moradores afetados e deram declarações consideradas contraditórias. Ao mesmo tempo que recomendaram que os cidadãos comprassem água engarrafada, disseram que a água que sai pela torneira não está contaminada e é segura. A prefeitura também diz que não há mais produtos tóxicos no ar, mas os relatos de cheiros fortes continuam.

Moradores relatam náuseas, tonturas, dores de cabeça e outras queixas após o acidente. Um porta-voz do governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, afirmou nesta quinta-feira ao Washington Post que os médicos que atenderam esses pacientes não identificaram substâncias químicas como causa para os sintomas. “Geralmente há outra explicação para esses sintomas”, disse Dan Tierney, o porta-voz, como resfriados e gripes.

Moradores da Palestina do Leste, em Ohio, após saírem de reunião com a prefeitura nesta quarta-feira, 15. Falta de respostas irrita cidade afetada pelo acidente ambiental causado pelo descarrilamento de um trem de carga Foto: Gene Puskar/AP

O descarrilamento e o incêndio liberaram produtos químicos perigosos na região, incluindo cloreto de vinila e acrilato de butila. Cerca de 1,5 mil moradores precisaram ser retirados de casa após o acidente e as autoridades decidiram fazer uma “liberação controlada” do cloreto de vinila para evitar o risco de uma explosão. A medida causou uma fumaça espessa e tóxica no ar.

Os investigadores federais atribuem o acidente a uma falha mecânica no trem. As autoridades agora fazem a limpeza ao redor dos trilhos que cruzam a Palestina do Leste e estudam como identificar as possíveis contaminações ambientais. Os moradores retirados da cidade, que tem cerca de 4,7 mil habitantes, foram autorizados a retornar para casa há uma semana e desde então relatam sintomas.

Além das queixas de saúde, a falta de respostas sobre efeitos de saúde a longo prazo e a possível contaminação na água e no solo irrita os moradores cada vez mais. “Por que as pessoas estão ficando doentes se não há nada no ar ou na água?”, gritou uma mulher durante a reunião com a prefeitura e outros líderes políticos locais na quarta-feira.

A reunião, no entanto, não teve a presença da empresa responsável pelo trem, a Norfolk Southern. O diretor da empresa, Alan Shaw, prometeu limpar a contaminação, mas disse não ter ido à prefeitura “por preocupações de segurança”. Os moradores externaram raiva com a postura.

O deputado republicano Bill Johnson, presente na reunião, disse que as dúvidas são legítimas e que serão transmitidas às autoridades ferroviárias federais e à empresa. O prefeito, Trent Conaway, disse estar “tão frustrado” quanto os moradores.

A Norfolk Southern publicou uma “carta aberta” aos moradores da Palestina do Leste, na qual promete “ficar aqui (na cidade) pelo tempo que for necessário para garantir a segurança e ajudar a Palestina do Leste a se recuperar e prosperar”.

A empresa diz estar ciente das preocupações dos moradores. “Sabemos que ainda há muitas perguntas sem respostas. Sabemos que vocês estão cansados. Sabemos que vocês estão preocupados. Não vamos decepcioná-los”, diz a carta.

Ajuda federal

O governo de Ohio afirmou que mais ajuda federal deve chegar à cidade, dois dias após o governador DeWine afirmar que não havia essa necessidade e defensores ambientais o pressionarem. A ajuda deve ser o envio de médicos para examinar as pessoas que se sentem doentes.

Até o momento, nenhum relatório médico foi feito sobre o estado dos pacientes que sofrem exposição aos produtos tóxicos carregados pelo trem. Segundo o porta-voz do governo estadual, existe uma “situação de cuidados de saúde emergente”, mas os dados de monitoramento no ar não estão compatíveis com os sintomas relatados.

Imagem divulgada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA mostra inspeção realizada na área próxima do descarrilamento do trem. Risco de contaminação da água e do solo preocupa moradores Foto: Alan Freed/Reuters

Embora afirme que não tenha “100%” de certeza, o porta-voz diz que é “extremamente improvável” que as queixas de saúde estejam relacionadas a esses produtos. “Os sintomas de ter uma reação a um composto orgânico volátil são alguns dos sintomas mais comuns de vírus e doenças respiratórias”, disse.

O governador da Pensilvânia, Estado que faz divisa com Ohio próximo ao local onde o trem tombou, acusou a Norfolk Southern de conceder informações imprecisas às autoridades enquanto estudavam se o melhor era realizar a liberação controlada do cloreto de vinila no ar. O Estado também disse que a empresa administrou mal a resposta imediata ao acidente, colocando socorristas e moradores em risco.

Diversas ações coletivas contra a Norfolk Southern exigem dinheiro e monitoramento médico para os moradores. Uma ação judicial apresentada na quarta-feira alega que os esforços da empresa para limpar o desastre “pioraram a situação”. “Não estou certo se a Norfolk Southern poderia ter apresentado um plano pior para lidar com esse desastre”, disse o advogado dos moradores, John Morgan.

A Norfolk Southern indenizou os moradores pelos custos de terem que sair de suas casas e criou um fundo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,22 milhões), mas não disse como esse dinheiro será utilizado. Os moradores temem que as indenizações possam afetar a capacidade de processar a empresa ferroviária no futuro.

A empresa também passou a fornecer água engarrafada para os afetados, financiar testes de ar em residências e distribuir purificadores de ar, além de outras medidas.

A resposta das autoridades americanas ao acidente ambiental em Ohio, causado pelo descarrilamento de um trem que carregava produtos químicos no dia 3, aumentou as dúvidas, a raiva e o medo entre moradores da cidade da Palestina do Leste, onde ocorreu. As autoridades dizem que a cidade é segura, mas muitos moradores relatam dores de cabeça e exantemas na pele e se perguntam sobre o risco do solo e a água terem sido contaminados.

A prefeitura realizou uma reunião na quarta-feira, 15, com os moradores afetados e deram declarações consideradas contraditórias. Ao mesmo tempo que recomendaram que os cidadãos comprassem água engarrafada, disseram que a água que sai pela torneira não está contaminada e é segura. A prefeitura também diz que não há mais produtos tóxicos no ar, mas os relatos de cheiros fortes continuam.

Moradores relatam náuseas, tonturas, dores de cabeça e outras queixas após o acidente. Um porta-voz do governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, afirmou nesta quinta-feira ao Washington Post que os médicos que atenderam esses pacientes não identificaram substâncias químicas como causa para os sintomas. “Geralmente há outra explicação para esses sintomas”, disse Dan Tierney, o porta-voz, como resfriados e gripes.

Moradores da Palestina do Leste, em Ohio, após saírem de reunião com a prefeitura nesta quarta-feira, 15. Falta de respostas irrita cidade afetada pelo acidente ambiental causado pelo descarrilamento de um trem de carga Foto: Gene Puskar/AP

O descarrilamento e o incêndio liberaram produtos químicos perigosos na região, incluindo cloreto de vinila e acrilato de butila. Cerca de 1,5 mil moradores precisaram ser retirados de casa após o acidente e as autoridades decidiram fazer uma “liberação controlada” do cloreto de vinila para evitar o risco de uma explosão. A medida causou uma fumaça espessa e tóxica no ar.

Os investigadores federais atribuem o acidente a uma falha mecânica no trem. As autoridades agora fazem a limpeza ao redor dos trilhos que cruzam a Palestina do Leste e estudam como identificar as possíveis contaminações ambientais. Os moradores retirados da cidade, que tem cerca de 4,7 mil habitantes, foram autorizados a retornar para casa há uma semana e desde então relatam sintomas.

Além das queixas de saúde, a falta de respostas sobre efeitos de saúde a longo prazo e a possível contaminação na água e no solo irrita os moradores cada vez mais. “Por que as pessoas estão ficando doentes se não há nada no ar ou na água?”, gritou uma mulher durante a reunião com a prefeitura e outros líderes políticos locais na quarta-feira.

A reunião, no entanto, não teve a presença da empresa responsável pelo trem, a Norfolk Southern. O diretor da empresa, Alan Shaw, prometeu limpar a contaminação, mas disse não ter ido à prefeitura “por preocupações de segurança”. Os moradores externaram raiva com a postura.

O deputado republicano Bill Johnson, presente na reunião, disse que as dúvidas são legítimas e que serão transmitidas às autoridades ferroviárias federais e à empresa. O prefeito, Trent Conaway, disse estar “tão frustrado” quanto os moradores.

A Norfolk Southern publicou uma “carta aberta” aos moradores da Palestina do Leste, na qual promete “ficar aqui (na cidade) pelo tempo que for necessário para garantir a segurança e ajudar a Palestina do Leste a se recuperar e prosperar”.

A empresa diz estar ciente das preocupações dos moradores. “Sabemos que ainda há muitas perguntas sem respostas. Sabemos que vocês estão cansados. Sabemos que vocês estão preocupados. Não vamos decepcioná-los”, diz a carta.

Ajuda federal

O governo de Ohio afirmou que mais ajuda federal deve chegar à cidade, dois dias após o governador DeWine afirmar que não havia essa necessidade e defensores ambientais o pressionarem. A ajuda deve ser o envio de médicos para examinar as pessoas que se sentem doentes.

Até o momento, nenhum relatório médico foi feito sobre o estado dos pacientes que sofrem exposição aos produtos tóxicos carregados pelo trem. Segundo o porta-voz do governo estadual, existe uma “situação de cuidados de saúde emergente”, mas os dados de monitoramento no ar não estão compatíveis com os sintomas relatados.

Imagem divulgada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA mostra inspeção realizada na área próxima do descarrilamento do trem. Risco de contaminação da água e do solo preocupa moradores Foto: Alan Freed/Reuters

Embora afirme que não tenha “100%” de certeza, o porta-voz diz que é “extremamente improvável” que as queixas de saúde estejam relacionadas a esses produtos. “Os sintomas de ter uma reação a um composto orgânico volátil são alguns dos sintomas mais comuns de vírus e doenças respiratórias”, disse.

O governador da Pensilvânia, Estado que faz divisa com Ohio próximo ao local onde o trem tombou, acusou a Norfolk Southern de conceder informações imprecisas às autoridades enquanto estudavam se o melhor era realizar a liberação controlada do cloreto de vinila no ar. O Estado também disse que a empresa administrou mal a resposta imediata ao acidente, colocando socorristas e moradores em risco.

Diversas ações coletivas contra a Norfolk Southern exigem dinheiro e monitoramento médico para os moradores. Uma ação judicial apresentada na quarta-feira alega que os esforços da empresa para limpar o desastre “pioraram a situação”. “Não estou certo se a Norfolk Southern poderia ter apresentado um plano pior para lidar com esse desastre”, disse o advogado dos moradores, John Morgan.

A Norfolk Southern indenizou os moradores pelos custos de terem que sair de suas casas e criou um fundo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,22 milhões), mas não disse como esse dinheiro será utilizado. Os moradores temem que as indenizações possam afetar a capacidade de processar a empresa ferroviária no futuro.

A empresa também passou a fornecer água engarrafada para os afetados, financiar testes de ar em residências e distribuir purificadores de ar, além de outras medidas.

A resposta das autoridades americanas ao acidente ambiental em Ohio, causado pelo descarrilamento de um trem que carregava produtos químicos no dia 3, aumentou as dúvidas, a raiva e o medo entre moradores da cidade da Palestina do Leste, onde ocorreu. As autoridades dizem que a cidade é segura, mas muitos moradores relatam dores de cabeça e exantemas na pele e se perguntam sobre o risco do solo e a água terem sido contaminados.

A prefeitura realizou uma reunião na quarta-feira, 15, com os moradores afetados e deram declarações consideradas contraditórias. Ao mesmo tempo que recomendaram que os cidadãos comprassem água engarrafada, disseram que a água que sai pela torneira não está contaminada e é segura. A prefeitura também diz que não há mais produtos tóxicos no ar, mas os relatos de cheiros fortes continuam.

Moradores relatam náuseas, tonturas, dores de cabeça e outras queixas após o acidente. Um porta-voz do governador de Ohio, o republicano Mike DeWine, afirmou nesta quinta-feira ao Washington Post que os médicos que atenderam esses pacientes não identificaram substâncias químicas como causa para os sintomas. “Geralmente há outra explicação para esses sintomas”, disse Dan Tierney, o porta-voz, como resfriados e gripes.

Moradores da Palestina do Leste, em Ohio, após saírem de reunião com a prefeitura nesta quarta-feira, 15. Falta de respostas irrita cidade afetada pelo acidente ambiental causado pelo descarrilamento de um trem de carga Foto: Gene Puskar/AP

O descarrilamento e o incêndio liberaram produtos químicos perigosos na região, incluindo cloreto de vinila e acrilato de butila. Cerca de 1,5 mil moradores precisaram ser retirados de casa após o acidente e as autoridades decidiram fazer uma “liberação controlada” do cloreto de vinila para evitar o risco de uma explosão. A medida causou uma fumaça espessa e tóxica no ar.

Os investigadores federais atribuem o acidente a uma falha mecânica no trem. As autoridades agora fazem a limpeza ao redor dos trilhos que cruzam a Palestina do Leste e estudam como identificar as possíveis contaminações ambientais. Os moradores retirados da cidade, que tem cerca de 4,7 mil habitantes, foram autorizados a retornar para casa há uma semana e desde então relatam sintomas.

Além das queixas de saúde, a falta de respostas sobre efeitos de saúde a longo prazo e a possível contaminação na água e no solo irrita os moradores cada vez mais. “Por que as pessoas estão ficando doentes se não há nada no ar ou na água?”, gritou uma mulher durante a reunião com a prefeitura e outros líderes políticos locais na quarta-feira.

A reunião, no entanto, não teve a presença da empresa responsável pelo trem, a Norfolk Southern. O diretor da empresa, Alan Shaw, prometeu limpar a contaminação, mas disse não ter ido à prefeitura “por preocupações de segurança”. Os moradores externaram raiva com a postura.

O deputado republicano Bill Johnson, presente na reunião, disse que as dúvidas são legítimas e que serão transmitidas às autoridades ferroviárias federais e à empresa. O prefeito, Trent Conaway, disse estar “tão frustrado” quanto os moradores.

A Norfolk Southern publicou uma “carta aberta” aos moradores da Palestina do Leste, na qual promete “ficar aqui (na cidade) pelo tempo que for necessário para garantir a segurança e ajudar a Palestina do Leste a se recuperar e prosperar”.

A empresa diz estar ciente das preocupações dos moradores. “Sabemos que ainda há muitas perguntas sem respostas. Sabemos que vocês estão cansados. Sabemos que vocês estão preocupados. Não vamos decepcioná-los”, diz a carta.

Ajuda federal

O governo de Ohio afirmou que mais ajuda federal deve chegar à cidade, dois dias após o governador DeWine afirmar que não havia essa necessidade e defensores ambientais o pressionarem. A ajuda deve ser o envio de médicos para examinar as pessoas que se sentem doentes.

Até o momento, nenhum relatório médico foi feito sobre o estado dos pacientes que sofrem exposição aos produtos tóxicos carregados pelo trem. Segundo o porta-voz do governo estadual, existe uma “situação de cuidados de saúde emergente”, mas os dados de monitoramento no ar não estão compatíveis com os sintomas relatados.

Imagem divulgada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA mostra inspeção realizada na área próxima do descarrilamento do trem. Risco de contaminação da água e do solo preocupa moradores Foto: Alan Freed/Reuters

Embora afirme que não tenha “100%” de certeza, o porta-voz diz que é “extremamente improvável” que as queixas de saúde estejam relacionadas a esses produtos. “Os sintomas de ter uma reação a um composto orgânico volátil são alguns dos sintomas mais comuns de vírus e doenças respiratórias”, disse.

O governador da Pensilvânia, Estado que faz divisa com Ohio próximo ao local onde o trem tombou, acusou a Norfolk Southern de conceder informações imprecisas às autoridades enquanto estudavam se o melhor era realizar a liberação controlada do cloreto de vinila no ar. O Estado também disse que a empresa administrou mal a resposta imediata ao acidente, colocando socorristas e moradores em risco.

Diversas ações coletivas contra a Norfolk Southern exigem dinheiro e monitoramento médico para os moradores. Uma ação judicial apresentada na quarta-feira alega que os esforços da empresa para limpar o desastre “pioraram a situação”. “Não estou certo se a Norfolk Southern poderia ter apresentado um plano pior para lidar com esse desastre”, disse o advogado dos moradores, John Morgan.

A Norfolk Southern indenizou os moradores pelos custos de terem que sair de suas casas e criou um fundo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,22 milhões), mas não disse como esse dinheiro será utilizado. Os moradores temem que as indenizações possam afetar a capacidade de processar a empresa ferroviária no futuro.

A empresa também passou a fornecer água engarrafada para os afetados, financiar testes de ar em residências e distribuir purificadores de ar, além de outras medidas.

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