Resultado das eleições na Venezuela: acompanhe ao vivo as últimas notícias


Maduro enfrenta como principal adversário González Urrutia, que representa a popular líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política

Por Luiz Raatz, Carolina Marins e Isabel Gomes
Atualização:

Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

O ditador Nicolás Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa a popular líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política após vencer as primárias com mais de 90% dos no ano passado.

Leia a seguir as atualizações mais recentes da corrida eleitoral.

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22h44 Oposição denuncia que CNE está paralisando eleição ao não transmitir atas

Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação. Foto: Juan Barreto/AFP

Uma das líderes da campanha opositora, Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação.

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“Temos ido o tempo todo ao CNE e nos tem impedido o acesso”, disse em coletiva de imprensa. “Nos disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança. A verdade é que não se permitiu a entrada dos fiscais no CNE”.

Os fiscais servem como olheiros dos partidos durante todo o processo eleitoral, mas especialmente no momento da totalização e apuração dos votos. Desde o momento de fechamento das urnas a oposição denuncia a dificuldade de acessar o Conselho Nacional Eleitoral, onde se está fazendo a totalização dos votos.

“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, continuou.

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Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está passando no país”.

“Ter a atas em mão é um direito legal que está previso em todas as normativas legais venezuelana”, afirmou. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei.”

A opositora relembrou o referendo constitucional de 2007, em que o chavismo perdeu e chegou a reconhecer os resultados, mas depois utilizou de ferramentas para reverter o processo. “Não é a primeira vez que fazem isso. É um padrão”.

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Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está acontecendo no país”.

21h55 Chefe militar de Maduro, Vladimir Padrino, promete ‘paz’ ao fim de eleições na Venezuela

“Vivemos uma jornada perfeitamente em paz. Podemos dizer que incidências menores, minúsculas, que nomeá-las aqui não teria nenhum sentido”, afirmou durante coletiva de imprensa. “Toda a operação logística eleitoral transcorreu em perfeita ordem e perfeita paz. Valorizamos isso.”

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Segundo o ministro, as Forças Armadas estiveram presentes “em cada canto” do país por meio do Plano República. Ele aproveitou o momento para reiterar o discurso chavista de que esta eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela”.

Padrino reforçou a afirmação de Nicolás Maduro, mais cedo, de que devem ser respeitados os resultados “apresentados pelo CNE”. A insistência em falar dos dados do Conselho Nacional Eleitoral vai de encontro às apurações paralelas que fará a oposição. Ao fim do horário de votação, a oposição denunciou que o CNE não estava permitindo acesso às atas eleitorais para realização de escrutínios paralelos.

O ministro elogiou a atuação das Forças Armadas durante a realização das eleições. “Quero dizer ao povo da Venezuela que não é uma opção para nós, não estamos debatendo se é paz ou violência. Temos a certeza de que vamos garantir ao povo da Venezuela a paz pela qual saíram hoje a votar”, finalizou.

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Mais cedo, o candidato Edmundo González Urrutia voltou a apelas para as Forças Armadas para garantir o respeito aos resultados.

21h51 Oposição tenta tornar a aposta de Maduro em fraude ‘o mais custosa possível’ para o ditador; leia análise de Luiz Raatz

Observadores eleitorais da oposição exibem documentos que os identificam como tal na entrada da Escola Andrés Bello, principal colégio eleitoral de Caracas. Foto: AP Photo/Cristian Hernández.

A situação de momento é a seguinte: a oposição, segura de que teve uma votação avassaladora, acredita que o chavismo apostará na fraude e tenta tornar essa aposta o mais custosa possível para Maduro.

Por isso, María Corina Machado e Edmundo González mandaram os eleitores e fiscais de urna fazer vigília nas zonas eleitorais para obter as atas de votação.

As atas são provas documentais e se o chavismo quiser fraudar uma derrota demais de 30 pontos porcentuais, como dizem as pesquisas em mãos da oposição, elas teriam de ser severamente destruídas, alteradas ou simplesmente ignoradas.

Em paralelo, começa uma movimentação internacional ainda tímida pelo respeito ao resultado, capitaneada por governos de direito e centro-direita da América do Sul e alguns comunicados em rede social do governo americano.

O Brasil, como mostra a nota divulgada pelo assessor de assuntos internacionais Celso Amorim, aceitou a manobra chavista de manter as urnas abertas além do horário, para atrair governistas que não votaram, enquanto pede que ambos os lados respeitem o resultado.

O pedido pode se tornar dúbio, no entanto, sobretudo se o chavismo se declarar vencedor em meio a indícios de fraude.

21h45 Chefe da campanha governista sugere que Maduro venceu eleição na Venezuela

Em coletiva de imprensa, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, deu a entender que Maduro venceu a eleição na Venezuela. Ele indicou que não poderia anunciar os resultados, mas convidou os seus seguidores a comparecerem “onde souberem” depois de o órgão eleitoral apresentar os números das eleições.

Rodríguez, em um aparente tom otimista, garantiu que o partido no poder respeitaria “o momento e a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje”.

“O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada”, disse, afirmando que o partido no poder respeita as leis.

21h28 Oito países da América Latina pedem transparência na apuração e respeito aos resultados

Os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota dizendo que acompanham o desenrolar da apuração da eleição venezuelana e exigiram que os resultados sejam respeitados. Eles também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.

O movimento foi capitaneado pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e envolve governos de centro e centro-direita da região. Mulino reiterou que respeito à vontade do povo é fundamental para o governo da democracia.

O Panamá é um dos países mais afetados pelo êxodo de 7 milhões de venezuelanos, muitos dos quais tentam atravessar a Selva de Darién, para chegar aos Estados Unidos.

Governos sul-americanos de esquerda mais próximos do chavismo, como a Colômbia de Gustavo Petro e o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Maduro trocou farpas recentemente, não subscrevem a nota.

20h58 Celso Amorim diz que espera que ‘todos os candidatos’ respeitem o resultado

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que está acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula está sendo informado ao longo do dia.

“Estou acompanhando de perto o processo eleitoral venezuelano. Ainda há mesas de votação abertas. É motivo de satisfação que a jornada tenha transcorrido com tranquilidade, sem incidentes de monta. Houve participação expressiva do eleitorado. Estou em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU. O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos.”

20h30: Estamos no momento mais crítico, diz María Corina ao pedir fiscalização de urnas

Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das eleições, María Corina Machado reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o regime tente fraudar o processo eleitoral:

“Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela.

“Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.

Leia a matéria completa

20h09 Oposição convoca eleitores para acompanharem contagem de votos

Por meio de sua conta no X, o antigo Twitter, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.

20h06 Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração

A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.

Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.

“Se não houver ninguém na fila, as cabines de votação devem fechar”, ela disse. “É hora de ver como seus votos são contados, cédula por cédula.”

Quinze minutos após o horário de fechamento, cerca de 40 pessoas foram recebidas por um soldado armado, um membro de uma milícia popular e outros membros das forças armadas quando solicitaram acesso a um centro de votação no bairro de Catia para testemunhar o processo de contagem de votos, conforme permitido por lei. Foi dito a eles que não poderiam entrar porque as pessoas ainda estavam votando, mas nenhum eleitor foi visto lá, de acordo com a Associated Press, e os membros das forças armadas e representantes da autoridade eleitoral se recusaram a fechar o local.

20h01 Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas

Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.

Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.

19h50 Kamala Harris: “Temos que respeitar a vontade do povo venezuelano”

A vice-presidente dos Estados Unidos e possível candidata democrata das eleições presidenciais americanas, Kamala Harris, defendeu que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, pouco depois do fechamento das urnas.

“Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela.”

Os Estados Unidos apoiaram o Acordo de Barbados entre governo e oposição na Venezuela, que permitiram realização de eleições livres em troca do alívio das sanções ao chavismo. Desde o fechamento do acordo em outubro, no entanto, Maduro repetidas vezes vem dando sinais de que não pretende cumpri-lo.

19h39 Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 65% dos votos contra 31% de Maduro. Outros candidatos somam 4%. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.

Maduro em comício em Caracas: ditador votou de madrugada para fugir de vaias Foto: Cristian Hernandez/AP

19h16 Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação

A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.

A votação transcorreuem clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.

Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.

Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

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19h30 Apuração deve iniciar em breve

A apuração dos votos está prestes a iniciar. Como é habitual, o Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília).

19h Horário de votação encerrado

O horário de votação nas eleições presidenciais da Venezuela terminou às 18h (19h no horário de Brasília). Caso ainda tenha grandes filas, o Conselho Nacional Eleitoral determina que os locais de votação podem seguir abertos.

18h50 Comunidade venezuelana realiza manifestações pró-democracia no Brasil

Venezuelanos seguram cartazes com as letras "Venezuela Livre", em português, durante protesto na avenida Paulista neste domingo.  Foto: Nelson Almeida/AFP

Centenas de imigrantes venezuelanos se reuniram em mais de 40 cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), em atos pela defesa da democracia. Na capital paulista, onde a organização estima a participação de mais de 600 pessoas, manifestantes levaram bandeiras da Venezuela e cartazes em apoio à oposição.

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18h46 González fala em reconciliação e diz que confia nas Forças Armadas

Mais cedo neste domingo, o candidato da oposição Edmundo González, ao votar em Caracas, expressou sua satisfação com a presença massiva de venezuelanos e disse confiar que as Forças Armadas vão “respeitar” os resultados.

“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são linhas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos”, disse González, cercado por jornalistas, logo após votar.

“Estamos preparados para defender até a última votação”, disse González após votar em Caracas. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.

18h40 Corina Machado celebra participação nas urnas

Ao chegar no centro de votação em Los Chorros, Caracas, às 14h (horário local), a opositora Corina Machado demonstrou confiança e afirmou que o número de participação de venezuelanos nas eleições passava de 9 milhões (42,1%) com base em dados da campanha de González até as 13h. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não deu estimativas de participação.

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18h36 Maduro promete respeitar resultados

Mais cedo neste domingo, ao ir votar em Caracas, Maduro afirmou que vai “garantir” que sejam respeitados os resultados das eleições. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro. “Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.”

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18h32 Acompanhe ao vivo a cobertura das eleições na Venezuela

Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6h (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.

Os locais de votação devem permanecer abertos até 18h (19h de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar, entre uma população de 30 milhões, mas os analistas calculam que podem comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão na Venezuela e não migraram. Foto: Federico Parra/AFP
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Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

O ditador Nicolás Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa a popular líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política após vencer as primárias com mais de 90% dos no ano passado.

Leia a seguir as atualizações mais recentes da corrida eleitoral.

22h44 Oposição denuncia que CNE está paralisando eleição ao não transmitir atas

Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação. Foto: Juan Barreto/AFP

Uma das líderes da campanha opositora, Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação.

“Temos ido o tempo todo ao CNE e nos tem impedido o acesso”, disse em coletiva de imprensa. “Nos disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança. A verdade é que não se permitiu a entrada dos fiscais no CNE”.

Os fiscais servem como olheiros dos partidos durante todo o processo eleitoral, mas especialmente no momento da totalização e apuração dos votos. Desde o momento de fechamento das urnas a oposição denuncia a dificuldade de acessar o Conselho Nacional Eleitoral, onde se está fazendo a totalização dos votos.

“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, continuou.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está passando no país”.

“Ter a atas em mão é um direito legal que está previso em todas as normativas legais venezuelana”, afirmou. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei.”

A opositora relembrou o referendo constitucional de 2007, em que o chavismo perdeu e chegou a reconhecer os resultados, mas depois utilizou de ferramentas para reverter o processo. “Não é a primeira vez que fazem isso. É um padrão”.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está acontecendo no país”.

21h55 Chefe militar de Maduro, Vladimir Padrino, promete ‘paz’ ao fim de eleições na Venezuela

“Vivemos uma jornada perfeitamente em paz. Podemos dizer que incidências menores, minúsculas, que nomeá-las aqui não teria nenhum sentido”, afirmou durante coletiva de imprensa. “Toda a operação logística eleitoral transcorreu em perfeita ordem e perfeita paz. Valorizamos isso.”

Segundo o ministro, as Forças Armadas estiveram presentes “em cada canto” do país por meio do Plano República. Ele aproveitou o momento para reiterar o discurso chavista de que esta eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela”.

Padrino reforçou a afirmação de Nicolás Maduro, mais cedo, de que devem ser respeitados os resultados “apresentados pelo CNE”. A insistência em falar dos dados do Conselho Nacional Eleitoral vai de encontro às apurações paralelas que fará a oposição. Ao fim do horário de votação, a oposição denunciou que o CNE não estava permitindo acesso às atas eleitorais para realização de escrutínios paralelos.

O ministro elogiou a atuação das Forças Armadas durante a realização das eleições. “Quero dizer ao povo da Venezuela que não é uma opção para nós, não estamos debatendo se é paz ou violência. Temos a certeza de que vamos garantir ao povo da Venezuela a paz pela qual saíram hoje a votar”, finalizou.

Mais cedo, o candidato Edmundo González Urrutia voltou a apelas para as Forças Armadas para garantir o respeito aos resultados.

21h51 Oposição tenta tornar a aposta de Maduro em fraude ‘o mais custosa possível’ para o ditador; leia análise de Luiz Raatz

Observadores eleitorais da oposição exibem documentos que os identificam como tal na entrada da Escola Andrés Bello, principal colégio eleitoral de Caracas. Foto: AP Photo/Cristian Hernández.

A situação de momento é a seguinte: a oposição, segura de que teve uma votação avassaladora, acredita que o chavismo apostará na fraude e tenta tornar essa aposta o mais custosa possível para Maduro.

Por isso, María Corina Machado e Edmundo González mandaram os eleitores e fiscais de urna fazer vigília nas zonas eleitorais para obter as atas de votação.

As atas são provas documentais e se o chavismo quiser fraudar uma derrota demais de 30 pontos porcentuais, como dizem as pesquisas em mãos da oposição, elas teriam de ser severamente destruídas, alteradas ou simplesmente ignoradas.

Em paralelo, começa uma movimentação internacional ainda tímida pelo respeito ao resultado, capitaneada por governos de direito e centro-direita da América do Sul e alguns comunicados em rede social do governo americano.

O Brasil, como mostra a nota divulgada pelo assessor de assuntos internacionais Celso Amorim, aceitou a manobra chavista de manter as urnas abertas além do horário, para atrair governistas que não votaram, enquanto pede que ambos os lados respeitem o resultado.

O pedido pode se tornar dúbio, no entanto, sobretudo se o chavismo se declarar vencedor em meio a indícios de fraude.

21h45 Chefe da campanha governista sugere que Maduro venceu eleição na Venezuela

Em coletiva de imprensa, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, deu a entender que Maduro venceu a eleição na Venezuela. Ele indicou que não poderia anunciar os resultados, mas convidou os seus seguidores a comparecerem “onde souberem” depois de o órgão eleitoral apresentar os números das eleições.

Rodríguez, em um aparente tom otimista, garantiu que o partido no poder respeitaria “o momento e a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje”.

“O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada”, disse, afirmando que o partido no poder respeita as leis.

21h28 Oito países da América Latina pedem transparência na apuração e respeito aos resultados

Os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota dizendo que acompanham o desenrolar da apuração da eleição venezuelana e exigiram que os resultados sejam respeitados. Eles também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.

O movimento foi capitaneado pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e envolve governos de centro e centro-direita da região. Mulino reiterou que respeito à vontade do povo é fundamental para o governo da democracia.

O Panamá é um dos países mais afetados pelo êxodo de 7 milhões de venezuelanos, muitos dos quais tentam atravessar a Selva de Darién, para chegar aos Estados Unidos.

Governos sul-americanos de esquerda mais próximos do chavismo, como a Colômbia de Gustavo Petro e o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Maduro trocou farpas recentemente, não subscrevem a nota.

20h58 Celso Amorim diz que espera que ‘todos os candidatos’ respeitem o resultado

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que está acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula está sendo informado ao longo do dia.

“Estou acompanhando de perto o processo eleitoral venezuelano. Ainda há mesas de votação abertas. É motivo de satisfação que a jornada tenha transcorrido com tranquilidade, sem incidentes de monta. Houve participação expressiva do eleitorado. Estou em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU. O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos.”

20h30: Estamos no momento mais crítico, diz María Corina ao pedir fiscalização de urnas

Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das eleições, María Corina Machado reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o regime tente fraudar o processo eleitoral:

“Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela.

“Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.

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20h09 Oposição convoca eleitores para acompanharem contagem de votos

Por meio de sua conta no X, o antigo Twitter, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.

20h06 Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração

A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.

Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.

“Se não houver ninguém na fila, as cabines de votação devem fechar”, ela disse. “É hora de ver como seus votos são contados, cédula por cédula.”

Quinze minutos após o horário de fechamento, cerca de 40 pessoas foram recebidas por um soldado armado, um membro de uma milícia popular e outros membros das forças armadas quando solicitaram acesso a um centro de votação no bairro de Catia para testemunhar o processo de contagem de votos, conforme permitido por lei. Foi dito a eles que não poderiam entrar porque as pessoas ainda estavam votando, mas nenhum eleitor foi visto lá, de acordo com a Associated Press, e os membros das forças armadas e representantes da autoridade eleitoral se recusaram a fechar o local.

20h01 Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas

Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.

Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.

19h50 Kamala Harris: “Temos que respeitar a vontade do povo venezuelano”

A vice-presidente dos Estados Unidos e possível candidata democrata das eleições presidenciais americanas, Kamala Harris, defendeu que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, pouco depois do fechamento das urnas.

“Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela.”

Os Estados Unidos apoiaram o Acordo de Barbados entre governo e oposição na Venezuela, que permitiram realização de eleições livres em troca do alívio das sanções ao chavismo. Desde o fechamento do acordo em outubro, no entanto, Maduro repetidas vezes vem dando sinais de que não pretende cumpri-lo.

19h39 Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 65% dos votos contra 31% de Maduro. Outros candidatos somam 4%. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.

Maduro em comício em Caracas: ditador votou de madrugada para fugir de vaias Foto: Cristian Hernandez/AP

19h16 Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação

A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.

A votação transcorreuem clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.

Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.

Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

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19h30 Apuração deve iniciar em breve

A apuração dos votos está prestes a iniciar. Como é habitual, o Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília).

19h Horário de votação encerrado

O horário de votação nas eleições presidenciais da Venezuela terminou às 18h (19h no horário de Brasília). Caso ainda tenha grandes filas, o Conselho Nacional Eleitoral determina que os locais de votação podem seguir abertos.

18h50 Comunidade venezuelana realiza manifestações pró-democracia no Brasil

Venezuelanos seguram cartazes com as letras "Venezuela Livre", em português, durante protesto na avenida Paulista neste domingo.  Foto: Nelson Almeida/AFP

Centenas de imigrantes venezuelanos se reuniram em mais de 40 cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), em atos pela defesa da democracia. Na capital paulista, onde a organização estima a participação de mais de 600 pessoas, manifestantes levaram bandeiras da Venezuela e cartazes em apoio à oposição.

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18h46 González fala em reconciliação e diz que confia nas Forças Armadas

Mais cedo neste domingo, o candidato da oposição Edmundo González, ao votar em Caracas, expressou sua satisfação com a presença massiva de venezuelanos e disse confiar que as Forças Armadas vão “respeitar” os resultados.

“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são linhas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos”, disse González, cercado por jornalistas, logo após votar.

“Estamos preparados para defender até a última votação”, disse González após votar em Caracas. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.

18h40 Corina Machado celebra participação nas urnas

Ao chegar no centro de votação em Los Chorros, Caracas, às 14h (horário local), a opositora Corina Machado demonstrou confiança e afirmou que o número de participação de venezuelanos nas eleições passava de 9 milhões (42,1%) com base em dados da campanha de González até as 13h. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não deu estimativas de participação.

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18h36 Maduro promete respeitar resultados

Mais cedo neste domingo, ao ir votar em Caracas, Maduro afirmou que vai “garantir” que sejam respeitados os resultados das eleições. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro. “Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.”

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18h32 Acompanhe ao vivo a cobertura das eleições na Venezuela

Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6h (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.

Os locais de votação devem permanecer abertos até 18h (19h de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar, entre uma população de 30 milhões, mas os analistas calculam que podem comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão na Venezuela e não migraram. Foto: Federico Parra/AFP
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Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

O ditador Nicolás Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa a popular líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política após vencer as primárias com mais de 90% dos no ano passado.

Leia a seguir as atualizações mais recentes da corrida eleitoral.

22h44 Oposição denuncia que CNE está paralisando eleição ao não transmitir atas

Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação. Foto: Juan Barreto/AFP

Uma das líderes da campanha opositora, Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação.

“Temos ido o tempo todo ao CNE e nos tem impedido o acesso”, disse em coletiva de imprensa. “Nos disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança. A verdade é que não se permitiu a entrada dos fiscais no CNE”.

Os fiscais servem como olheiros dos partidos durante todo o processo eleitoral, mas especialmente no momento da totalização e apuração dos votos. Desde o momento de fechamento das urnas a oposição denuncia a dificuldade de acessar o Conselho Nacional Eleitoral, onde se está fazendo a totalização dos votos.

“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, continuou.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está passando no país”.

“Ter a atas em mão é um direito legal que está previso em todas as normativas legais venezuelana”, afirmou. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei.”

A opositora relembrou o referendo constitucional de 2007, em que o chavismo perdeu e chegou a reconhecer os resultados, mas depois utilizou de ferramentas para reverter o processo. “Não é a primeira vez que fazem isso. É um padrão”.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está acontecendo no país”.

21h55 Chefe militar de Maduro, Vladimir Padrino, promete ‘paz’ ao fim de eleições na Venezuela

“Vivemos uma jornada perfeitamente em paz. Podemos dizer que incidências menores, minúsculas, que nomeá-las aqui não teria nenhum sentido”, afirmou durante coletiva de imprensa. “Toda a operação logística eleitoral transcorreu em perfeita ordem e perfeita paz. Valorizamos isso.”

Segundo o ministro, as Forças Armadas estiveram presentes “em cada canto” do país por meio do Plano República. Ele aproveitou o momento para reiterar o discurso chavista de que esta eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela”.

Padrino reforçou a afirmação de Nicolás Maduro, mais cedo, de que devem ser respeitados os resultados “apresentados pelo CNE”. A insistência em falar dos dados do Conselho Nacional Eleitoral vai de encontro às apurações paralelas que fará a oposição. Ao fim do horário de votação, a oposição denunciou que o CNE não estava permitindo acesso às atas eleitorais para realização de escrutínios paralelos.

O ministro elogiou a atuação das Forças Armadas durante a realização das eleições. “Quero dizer ao povo da Venezuela que não é uma opção para nós, não estamos debatendo se é paz ou violência. Temos a certeza de que vamos garantir ao povo da Venezuela a paz pela qual saíram hoje a votar”, finalizou.

Mais cedo, o candidato Edmundo González Urrutia voltou a apelas para as Forças Armadas para garantir o respeito aos resultados.

21h51 Oposição tenta tornar a aposta de Maduro em fraude ‘o mais custosa possível’ para o ditador; leia análise de Luiz Raatz

Observadores eleitorais da oposição exibem documentos que os identificam como tal na entrada da Escola Andrés Bello, principal colégio eleitoral de Caracas. Foto: AP Photo/Cristian Hernández.

A situação de momento é a seguinte: a oposição, segura de que teve uma votação avassaladora, acredita que o chavismo apostará na fraude e tenta tornar essa aposta o mais custosa possível para Maduro.

Por isso, María Corina Machado e Edmundo González mandaram os eleitores e fiscais de urna fazer vigília nas zonas eleitorais para obter as atas de votação.

As atas são provas documentais e se o chavismo quiser fraudar uma derrota demais de 30 pontos porcentuais, como dizem as pesquisas em mãos da oposição, elas teriam de ser severamente destruídas, alteradas ou simplesmente ignoradas.

Em paralelo, começa uma movimentação internacional ainda tímida pelo respeito ao resultado, capitaneada por governos de direito e centro-direita da América do Sul e alguns comunicados em rede social do governo americano.

O Brasil, como mostra a nota divulgada pelo assessor de assuntos internacionais Celso Amorim, aceitou a manobra chavista de manter as urnas abertas além do horário, para atrair governistas que não votaram, enquanto pede que ambos os lados respeitem o resultado.

O pedido pode se tornar dúbio, no entanto, sobretudo se o chavismo se declarar vencedor em meio a indícios de fraude.

21h45 Chefe da campanha governista sugere que Maduro venceu eleição na Venezuela

Em coletiva de imprensa, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, deu a entender que Maduro venceu a eleição na Venezuela. Ele indicou que não poderia anunciar os resultados, mas convidou os seus seguidores a comparecerem “onde souberem” depois de o órgão eleitoral apresentar os números das eleições.

Rodríguez, em um aparente tom otimista, garantiu que o partido no poder respeitaria “o momento e a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje”.

“O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada”, disse, afirmando que o partido no poder respeita as leis.

21h28 Oito países da América Latina pedem transparência na apuração e respeito aos resultados

Os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota dizendo que acompanham o desenrolar da apuração da eleição venezuelana e exigiram que os resultados sejam respeitados. Eles também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.

O movimento foi capitaneado pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e envolve governos de centro e centro-direita da região. Mulino reiterou que respeito à vontade do povo é fundamental para o governo da democracia.

O Panamá é um dos países mais afetados pelo êxodo de 7 milhões de venezuelanos, muitos dos quais tentam atravessar a Selva de Darién, para chegar aos Estados Unidos.

Governos sul-americanos de esquerda mais próximos do chavismo, como a Colômbia de Gustavo Petro e o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Maduro trocou farpas recentemente, não subscrevem a nota.

20h58 Celso Amorim diz que espera que ‘todos os candidatos’ respeitem o resultado

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que está acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula está sendo informado ao longo do dia.

“Estou acompanhando de perto o processo eleitoral venezuelano. Ainda há mesas de votação abertas. É motivo de satisfação que a jornada tenha transcorrido com tranquilidade, sem incidentes de monta. Houve participação expressiva do eleitorado. Estou em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU. O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos.”

20h30: Estamos no momento mais crítico, diz María Corina ao pedir fiscalização de urnas

Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das eleições, María Corina Machado reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o regime tente fraudar o processo eleitoral:

“Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela.

“Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.

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20h09 Oposição convoca eleitores para acompanharem contagem de votos

Por meio de sua conta no X, o antigo Twitter, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.

20h06 Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração

A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.

Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.

“Se não houver ninguém na fila, as cabines de votação devem fechar”, ela disse. “É hora de ver como seus votos são contados, cédula por cédula.”

Quinze minutos após o horário de fechamento, cerca de 40 pessoas foram recebidas por um soldado armado, um membro de uma milícia popular e outros membros das forças armadas quando solicitaram acesso a um centro de votação no bairro de Catia para testemunhar o processo de contagem de votos, conforme permitido por lei. Foi dito a eles que não poderiam entrar porque as pessoas ainda estavam votando, mas nenhum eleitor foi visto lá, de acordo com a Associated Press, e os membros das forças armadas e representantes da autoridade eleitoral se recusaram a fechar o local.

20h01 Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas

Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.

Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.

19h50 Kamala Harris: “Temos que respeitar a vontade do povo venezuelano”

A vice-presidente dos Estados Unidos e possível candidata democrata das eleições presidenciais americanas, Kamala Harris, defendeu que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, pouco depois do fechamento das urnas.

“Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela.”

Os Estados Unidos apoiaram o Acordo de Barbados entre governo e oposição na Venezuela, que permitiram realização de eleições livres em troca do alívio das sanções ao chavismo. Desde o fechamento do acordo em outubro, no entanto, Maduro repetidas vezes vem dando sinais de que não pretende cumpri-lo.

19h39 Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 65% dos votos contra 31% de Maduro. Outros candidatos somam 4%. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.

Maduro em comício em Caracas: ditador votou de madrugada para fugir de vaias Foto: Cristian Hernandez/AP

19h16 Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação

A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.

A votação transcorreuem clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.

Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.

Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

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19h30 Apuração deve iniciar em breve

A apuração dos votos está prestes a iniciar. Como é habitual, o Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília).

19h Horário de votação encerrado

O horário de votação nas eleições presidenciais da Venezuela terminou às 18h (19h no horário de Brasília). Caso ainda tenha grandes filas, o Conselho Nacional Eleitoral determina que os locais de votação podem seguir abertos.

18h50 Comunidade venezuelana realiza manifestações pró-democracia no Brasil

Venezuelanos seguram cartazes com as letras "Venezuela Livre", em português, durante protesto na avenida Paulista neste domingo.  Foto: Nelson Almeida/AFP

Centenas de imigrantes venezuelanos se reuniram em mais de 40 cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), em atos pela defesa da democracia. Na capital paulista, onde a organização estima a participação de mais de 600 pessoas, manifestantes levaram bandeiras da Venezuela e cartazes em apoio à oposição.

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18h46 González fala em reconciliação e diz que confia nas Forças Armadas

Mais cedo neste domingo, o candidato da oposição Edmundo González, ao votar em Caracas, expressou sua satisfação com a presença massiva de venezuelanos e disse confiar que as Forças Armadas vão “respeitar” os resultados.

“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são linhas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos”, disse González, cercado por jornalistas, logo após votar.

“Estamos preparados para defender até a última votação”, disse González após votar em Caracas. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.

18h40 Corina Machado celebra participação nas urnas

Ao chegar no centro de votação em Los Chorros, Caracas, às 14h (horário local), a opositora Corina Machado demonstrou confiança e afirmou que o número de participação de venezuelanos nas eleições passava de 9 milhões (42,1%) com base em dados da campanha de González até as 13h. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não deu estimativas de participação.

Leia a matéria completa

18h36 Maduro promete respeitar resultados

Mais cedo neste domingo, ao ir votar em Caracas, Maduro afirmou que vai “garantir” que sejam respeitados os resultados das eleições. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro. “Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.”

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18h32 Acompanhe ao vivo a cobertura das eleições na Venezuela

Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6h (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.

Os locais de votação devem permanecer abertos até 18h (19h de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar, entre uma população de 30 milhões, mas os analistas calculam que podem comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão na Venezuela e não migraram. Foto: Federico Parra/AFP
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Venezuelanos foram às urnas neste domingo, 28, em uma eleição presidencial tensa e crucial, que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos.

O ditador Nicolás Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa a popular líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política após vencer as primárias com mais de 90% dos no ano passado.

Leia a seguir as atualizações mais recentes da corrida eleitoral.

22h44 Oposição denuncia que CNE está paralisando eleição ao não transmitir atas

Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação. Foto: Juan Barreto/AFP

Uma das líderes da campanha opositora, Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação.

“Temos ido o tempo todo ao CNE e nos tem impedido o acesso”, disse em coletiva de imprensa. “Nos disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança. A verdade é que não se permitiu a entrada dos fiscais no CNE”.

Os fiscais servem como olheiros dos partidos durante todo o processo eleitoral, mas especialmente no momento da totalização e apuração dos votos. Desde o momento de fechamento das urnas a oposição denuncia a dificuldade de acessar o Conselho Nacional Eleitoral, onde se está fazendo a totalização dos votos.

“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, continuou.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está passando no país”.

“Ter a atas em mão é um direito legal que está previso em todas as normativas legais venezuelana”, afirmou. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei.”

A opositora relembrou o referendo constitucional de 2007, em que o chavismo perdeu e chegou a reconhecer os resultados, mas depois utilizou de ferramentas para reverter o processo. “Não é a primeira vez que fazem isso. É um padrão”.

Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está acontecendo no país”.

21h55 Chefe militar de Maduro, Vladimir Padrino, promete ‘paz’ ao fim de eleições na Venezuela

“Vivemos uma jornada perfeitamente em paz. Podemos dizer que incidências menores, minúsculas, que nomeá-las aqui não teria nenhum sentido”, afirmou durante coletiva de imprensa. “Toda a operação logística eleitoral transcorreu em perfeita ordem e perfeita paz. Valorizamos isso.”

Segundo o ministro, as Forças Armadas estiveram presentes “em cada canto” do país por meio do Plano República. Ele aproveitou o momento para reiterar o discurso chavista de que esta eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela”.

Padrino reforçou a afirmação de Nicolás Maduro, mais cedo, de que devem ser respeitados os resultados “apresentados pelo CNE”. A insistência em falar dos dados do Conselho Nacional Eleitoral vai de encontro às apurações paralelas que fará a oposição. Ao fim do horário de votação, a oposição denunciou que o CNE não estava permitindo acesso às atas eleitorais para realização de escrutínios paralelos.

O ministro elogiou a atuação das Forças Armadas durante a realização das eleições. “Quero dizer ao povo da Venezuela que não é uma opção para nós, não estamos debatendo se é paz ou violência. Temos a certeza de que vamos garantir ao povo da Venezuela a paz pela qual saíram hoje a votar”, finalizou.

Mais cedo, o candidato Edmundo González Urrutia voltou a apelas para as Forças Armadas para garantir o respeito aos resultados.

21h51 Oposição tenta tornar a aposta de Maduro em fraude ‘o mais custosa possível’ para o ditador; leia análise de Luiz Raatz

Observadores eleitorais da oposição exibem documentos que os identificam como tal na entrada da Escola Andrés Bello, principal colégio eleitoral de Caracas. Foto: AP Photo/Cristian Hernández.

A situação de momento é a seguinte: a oposição, segura de que teve uma votação avassaladora, acredita que o chavismo apostará na fraude e tenta tornar essa aposta o mais custosa possível para Maduro.

Por isso, María Corina Machado e Edmundo González mandaram os eleitores e fiscais de urna fazer vigília nas zonas eleitorais para obter as atas de votação.

As atas são provas documentais e se o chavismo quiser fraudar uma derrota demais de 30 pontos porcentuais, como dizem as pesquisas em mãos da oposição, elas teriam de ser severamente destruídas, alteradas ou simplesmente ignoradas.

Em paralelo, começa uma movimentação internacional ainda tímida pelo respeito ao resultado, capitaneada por governos de direito e centro-direita da América do Sul e alguns comunicados em rede social do governo americano.

O Brasil, como mostra a nota divulgada pelo assessor de assuntos internacionais Celso Amorim, aceitou a manobra chavista de manter as urnas abertas além do horário, para atrair governistas que não votaram, enquanto pede que ambos os lados respeitem o resultado.

O pedido pode se tornar dúbio, no entanto, sobretudo se o chavismo se declarar vencedor em meio a indícios de fraude.

21h45 Chefe da campanha governista sugere que Maduro venceu eleição na Venezuela

Em coletiva de imprensa, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, deu a entender que Maduro venceu a eleição na Venezuela. Ele indicou que não poderia anunciar os resultados, mas convidou os seus seguidores a comparecerem “onde souberem” depois de o órgão eleitoral apresentar os números das eleições.

Rodríguez, em um aparente tom otimista, garantiu que o partido no poder respeitaria “o momento e a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje”.

“O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada”, disse, afirmando que o partido no poder respeita as leis.

21h28 Oito países da América Latina pedem transparência na apuração e respeito aos resultados

Os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota dizendo que acompanham o desenrolar da apuração da eleição venezuelana e exigiram que os resultados sejam respeitados. Eles também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.

O movimento foi capitaneado pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e envolve governos de centro e centro-direita da região. Mulino reiterou que respeito à vontade do povo é fundamental para o governo da democracia.

O Panamá é um dos países mais afetados pelo êxodo de 7 milhões de venezuelanos, muitos dos quais tentam atravessar a Selva de Darién, para chegar aos Estados Unidos.

Governos sul-americanos de esquerda mais próximos do chavismo, como a Colômbia de Gustavo Petro e o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Maduro trocou farpas recentemente, não subscrevem a nota.

20h58 Celso Amorim diz que espera que ‘todos os candidatos’ respeitem o resultado

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que está acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula está sendo informado ao longo do dia.

“Estou acompanhando de perto o processo eleitoral venezuelano. Ainda há mesas de votação abertas. É motivo de satisfação que a jornada tenha transcorrido com tranquilidade, sem incidentes de monta. Houve participação expressiva do eleitorado. Estou em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU. O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos.”

20h30: Estamos no momento mais crítico, diz María Corina ao pedir fiscalização de urnas

Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das eleições, María Corina Machado reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o regime tente fraudar o processo eleitoral:

“Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela.

“Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.

Leia a matéria completa

20h09 Oposição convoca eleitores para acompanharem contagem de votos

Por meio de sua conta no X, o antigo Twitter, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.

20h06 Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração

A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.

Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.

“Se não houver ninguém na fila, as cabines de votação devem fechar”, ela disse. “É hora de ver como seus votos são contados, cédula por cédula.”

Quinze minutos após o horário de fechamento, cerca de 40 pessoas foram recebidas por um soldado armado, um membro de uma milícia popular e outros membros das forças armadas quando solicitaram acesso a um centro de votação no bairro de Catia para testemunhar o processo de contagem de votos, conforme permitido por lei. Foi dito a eles que não poderiam entrar porque as pessoas ainda estavam votando, mas nenhum eleitor foi visto lá, de acordo com a Associated Press, e os membros das forças armadas e representantes da autoridade eleitoral se recusaram a fechar o local.

20h01 Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas

Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.

Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.

19h50 Kamala Harris: “Temos que respeitar a vontade do povo venezuelano”

A vice-presidente dos Estados Unidos e possível candidata democrata das eleições presidenciais americanas, Kamala Harris, defendeu que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, pouco depois do fechamento das urnas.

“Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela.”

Os Estados Unidos apoiaram o Acordo de Barbados entre governo e oposição na Venezuela, que permitiram realização de eleições livres em troca do alívio das sanções ao chavismo. Desde o fechamento do acordo em outubro, no entanto, Maduro repetidas vezes vem dando sinais de que não pretende cumpri-lo.

19h39 Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 65% dos votos contra 31% de Maduro. Outros candidatos somam 4%. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.

Maduro em comício em Caracas: ditador votou de madrugada para fugir de vaias Foto: Cristian Hernandez/AP

19h16 Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação

A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.

A votação transcorreuem clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.

Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.

Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

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19h30 Apuração deve iniciar em breve

A apuração dos votos está prestes a iniciar. Como é habitual, o Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília).

19h Horário de votação encerrado

O horário de votação nas eleições presidenciais da Venezuela terminou às 18h (19h no horário de Brasília). Caso ainda tenha grandes filas, o Conselho Nacional Eleitoral determina que os locais de votação podem seguir abertos.

18h50 Comunidade venezuelana realiza manifestações pró-democracia no Brasil

Venezuelanos seguram cartazes com as letras "Venezuela Livre", em português, durante protesto na avenida Paulista neste domingo.  Foto: Nelson Almeida/AFP

Centenas de imigrantes venezuelanos se reuniram em mais de 40 cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), em atos pela defesa da democracia. Na capital paulista, onde a organização estima a participação de mais de 600 pessoas, manifestantes levaram bandeiras da Venezuela e cartazes em apoio à oposição.

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18h46 González fala em reconciliação e diz que confia nas Forças Armadas

Mais cedo neste domingo, o candidato da oposição Edmundo González, ao votar em Caracas, expressou sua satisfação com a presença massiva de venezuelanos e disse confiar que as Forças Armadas vão “respeitar” os resultados.

“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são linhas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos”, disse González, cercado por jornalistas, logo após votar.

“Estamos preparados para defender até a última votação”, disse González após votar em Caracas. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.

18h40 Corina Machado celebra participação nas urnas

Ao chegar no centro de votação em Los Chorros, Caracas, às 14h (horário local), a opositora Corina Machado demonstrou confiança e afirmou que o número de participação de venezuelanos nas eleições passava de 9 milhões (42,1%) com base em dados da campanha de González até as 13h. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não deu estimativas de participação.

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18h36 Maduro promete respeitar resultados

Mais cedo neste domingo, ao ir votar em Caracas, Maduro afirmou que vai “garantir” que sejam respeitados os resultados das eleições. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro. “Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.”

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18h32 Acompanhe ao vivo a cobertura das eleições na Venezuela

Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6h (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.

Os locais de votação devem permanecer abertos até 18h (19h de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.

Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar, entre uma população de 30 milhões, mas os analistas calculam que podem comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão na Venezuela e não migraram. Foto: Federico Parra/AFP
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