Retrospectiva 2018: Manifestações dos 'coletes amarelos' põem política de Macron em xeque


Presidente francês teve que ceder diante de um protesto heterogêneo, sem líderes, nem reivindicações claras

Por Redação

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron, vinha mantendo a todo custo o rumo de sua política para o país, até enfrentar pela primeira vez a pressão de grandes manifestações - algumas delas violentas - por meio do movimento dos "coletes amarelos". Após passar alheio à pressão das ruas contra as reformas que promoveu no mercado de trabalho e no setor ferroviário, Macron teve de ceder diante de um protesto heterogêneo, sem líderes, nem reivindicações claras, que marcou o fim da lua de mel que o presidente mais jovem da história da França tinha começado a viver em 2017 com a população.

Emmanuel Macron participa de evento em Paris Foto: EFE/ Julien De Rosa

Nascido como uma mobilização contra o aumento do preço dos combustíveis, o movimento abraçou o descontentamento da população do interior e passou a ter reivindicações variadas. Incansáveis, as manifestações ganharam ares violentos, mas não perderam apoio popular, o que acabou convencendo Macron a dar uma resposta à altura do desafio. Cercado no Palácio do Eliseu, com os níveis mais baixos de popularidade desde que chegou ao poder, em maio de 2017, o presidente foi obrigado a mudar de estratégia em uma tentativa quase desesperada de acabar com a pressão das ruas. Aumentar o salário mínimo, reduzir impostos e desistir de uma pesada tarifa sobre combustíveis foram os primeiros passos para trás de Macron em relação ao ambicioso programa com o qual pretende mudar o país de ponta a ponta. "Não consegui reconciliar o povo francês com seus líderes", admitiu o presidente pouco antes do descontentamento dos "coletes amarelos" se cristalizar. Os protestos anárquicos, o fechamento de estradas e os confrontos em ruas centrais de Paris e de outras grandes cidades acabaram por convencê-lo de que a imagem jovem e dinâmica não serviria por si só para comandar o país. Pelo contrário, ela estava afundando no abismo das pesquisas. Os "coletes amarelos" foram a gota d'água em um ano em que Macron viu sua maré de sorte ir ralo abaixo. Quando os protestos começaram, a imagem do chefe de Estado já estava abalada, vinculada à de "presidente dos ricos", uma estrela altiva e pretensiosa que se orgulhava de avançar em suas reformas independentemente do descontentamento popular. Os sinais mais preocupantes surgiram após o verão europeu, com o chamado "Caso Benalla". Alexandre Benalla era segurança pessoal do presidente e foi flagrado agredindo manifestantes nos protestos de 1.º de maio na capital francesa. As explicações imprecisas do caso, juntamente com as tentativas veladas de escondê-lo da opinião pública, começaram a manchar a imagem do presidente. Recuperado desse terremoto, Macron começou a ver as primeiras deserções, que mostraram um racha no que, até então, parecia ser um bloco de apoio homogêneo. Primeiro foi o carismático ministro da Ecologia, Nicolas Hulot, que alegou descontentamento com o pouco apelo que suas propostas tinham no governo, apesar da urgência climática que o planeta vive. Também houve a saída do ministro do Interior, Gérard Collomb, que preferiu retornar à política local pouco depois de ter advertido sobre a falta de "humildade" que encontrava na cúpula do poder. A frase, ouvida agora, revela uma realidade que o presidente não quis ver até que os "coletes amarelos" a levaram para a porta do Palácio do Eliseu. / EFE

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O estilo de Emmanuel Macron

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Emmanuel Macron

Foto: REUTERS/Philippe Wojazer/File Photo
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Emmanuel Macron

Foto: REUTERS/Christian Hartmann
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Emmanuel Macron

Foto: REUTERS/Robert Pratta
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Emmanuel Macron

Foto: REUTERS/Thomas Samson/Pool
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Emmanuel Macron

Foto: REUTERS/Benoit Tessier
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Emmanuel Macron

Foto: REUTERS/Philippe Wojazer/File Photo

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron, vinha mantendo a todo custo o rumo de sua política para o país, até enfrentar pela primeira vez a pressão de grandes manifestações - algumas delas violentas - por meio do movimento dos "coletes amarelos". Após passar alheio à pressão das ruas contra as reformas que promoveu no mercado de trabalho e no setor ferroviário, Macron teve de ceder diante de um protesto heterogêneo, sem líderes, nem reivindicações claras, que marcou o fim da lua de mel que o presidente mais jovem da história da França tinha começado a viver em 2017 com a população.

Emmanuel Macron participa de evento em Paris Foto: EFE/ Julien De Rosa

Nascido como uma mobilização contra o aumento do preço dos combustíveis, o movimento abraçou o descontentamento da população do interior e passou a ter reivindicações variadas. Incansáveis, as manifestações ganharam ares violentos, mas não perderam apoio popular, o que acabou convencendo Macron a dar uma resposta à altura do desafio. Cercado no Palácio do Eliseu, com os níveis mais baixos de popularidade desde que chegou ao poder, em maio de 2017, o presidente foi obrigado a mudar de estratégia em uma tentativa quase desesperada de acabar com a pressão das ruas. Aumentar o salário mínimo, reduzir impostos e desistir de uma pesada tarifa sobre combustíveis foram os primeiros passos para trás de Macron em relação ao ambicioso programa com o qual pretende mudar o país de ponta a ponta. "Não consegui reconciliar o povo francês com seus líderes", admitiu o presidente pouco antes do descontentamento dos "coletes amarelos" se cristalizar. Os protestos anárquicos, o fechamento de estradas e os confrontos em ruas centrais de Paris e de outras grandes cidades acabaram por convencê-lo de que a imagem jovem e dinâmica não serviria por si só para comandar o país. Pelo contrário, ela estava afundando no abismo das pesquisas. Os "coletes amarelos" foram a gota d'água em um ano em que Macron viu sua maré de sorte ir ralo abaixo. Quando os protestos começaram, a imagem do chefe de Estado já estava abalada, vinculada à de "presidente dos ricos", uma estrela altiva e pretensiosa que se orgulhava de avançar em suas reformas independentemente do descontentamento popular. Os sinais mais preocupantes surgiram após o verão europeu, com o chamado "Caso Benalla". Alexandre Benalla era segurança pessoal do presidente e foi flagrado agredindo manifestantes nos protestos de 1.º de maio na capital francesa. As explicações imprecisas do caso, juntamente com as tentativas veladas de escondê-lo da opinião pública, começaram a manchar a imagem do presidente. Recuperado desse terremoto, Macron começou a ver as primeiras deserções, que mostraram um racha no que, até então, parecia ser um bloco de apoio homogêneo. Primeiro foi o carismático ministro da Ecologia, Nicolas Hulot, que alegou descontentamento com o pouco apelo que suas propostas tinham no governo, apesar da urgência climática que o planeta vive. Também houve a saída do ministro do Interior, Gérard Collomb, que preferiu retornar à política local pouco depois de ter advertido sobre a falta de "humildade" que encontrava na cúpula do poder. A frase, ouvida agora, revela uma realidade que o presidente não quis ver até que os "coletes amarelos" a levaram para a porta do Palácio do Eliseu. / EFE

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PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron, vinha mantendo a todo custo o rumo de sua política para o país, até enfrentar pela primeira vez a pressão de grandes manifestações - algumas delas violentas - por meio do movimento dos "coletes amarelos". Após passar alheio à pressão das ruas contra as reformas que promoveu no mercado de trabalho e no setor ferroviário, Macron teve de ceder diante de um protesto heterogêneo, sem líderes, nem reivindicações claras, que marcou o fim da lua de mel que o presidente mais jovem da história da França tinha começado a viver em 2017 com a população.

Emmanuel Macron participa de evento em Paris Foto: EFE/ Julien De Rosa

Nascido como uma mobilização contra o aumento do preço dos combustíveis, o movimento abraçou o descontentamento da população do interior e passou a ter reivindicações variadas. Incansáveis, as manifestações ganharam ares violentos, mas não perderam apoio popular, o que acabou convencendo Macron a dar uma resposta à altura do desafio. Cercado no Palácio do Eliseu, com os níveis mais baixos de popularidade desde que chegou ao poder, em maio de 2017, o presidente foi obrigado a mudar de estratégia em uma tentativa quase desesperada de acabar com a pressão das ruas. Aumentar o salário mínimo, reduzir impostos e desistir de uma pesada tarifa sobre combustíveis foram os primeiros passos para trás de Macron em relação ao ambicioso programa com o qual pretende mudar o país de ponta a ponta. "Não consegui reconciliar o povo francês com seus líderes", admitiu o presidente pouco antes do descontentamento dos "coletes amarelos" se cristalizar. Os protestos anárquicos, o fechamento de estradas e os confrontos em ruas centrais de Paris e de outras grandes cidades acabaram por convencê-lo de que a imagem jovem e dinâmica não serviria por si só para comandar o país. Pelo contrário, ela estava afundando no abismo das pesquisas. Os "coletes amarelos" foram a gota d'água em um ano em que Macron viu sua maré de sorte ir ralo abaixo. Quando os protestos começaram, a imagem do chefe de Estado já estava abalada, vinculada à de "presidente dos ricos", uma estrela altiva e pretensiosa que se orgulhava de avançar em suas reformas independentemente do descontentamento popular. Os sinais mais preocupantes surgiram após o verão europeu, com o chamado "Caso Benalla". Alexandre Benalla era segurança pessoal do presidente e foi flagrado agredindo manifestantes nos protestos de 1.º de maio na capital francesa. As explicações imprecisas do caso, juntamente com as tentativas veladas de escondê-lo da opinião pública, começaram a manchar a imagem do presidente. Recuperado desse terremoto, Macron começou a ver as primeiras deserções, que mostraram um racha no que, até então, parecia ser um bloco de apoio homogêneo. Primeiro foi o carismático ministro da Ecologia, Nicolas Hulot, que alegou descontentamento com o pouco apelo que suas propostas tinham no governo, apesar da urgência climática que o planeta vive. Também houve a saída do ministro do Interior, Gérard Collomb, que preferiu retornar à política local pouco depois de ter advertido sobre a falta de "humildade" que encontrava na cúpula do poder. A frase, ouvida agora, revela uma realidade que o presidente não quis ver até que os "coletes amarelos" a levaram para a porta do Palácio do Eliseu. / EFE

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Foto: REUTERS/Thomas Samson/Pool
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Foto: REUTERS/Benoit Tessier
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Foto: REUTERS/Philippe Wojazer/File Photo

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron, vinha mantendo a todo custo o rumo de sua política para o país, até enfrentar pela primeira vez a pressão de grandes manifestações - algumas delas violentas - por meio do movimento dos "coletes amarelos". Após passar alheio à pressão das ruas contra as reformas que promoveu no mercado de trabalho e no setor ferroviário, Macron teve de ceder diante de um protesto heterogêneo, sem líderes, nem reivindicações claras, que marcou o fim da lua de mel que o presidente mais jovem da história da França tinha começado a viver em 2017 com a população.

Emmanuel Macron participa de evento em Paris Foto: EFE/ Julien De Rosa

Nascido como uma mobilização contra o aumento do preço dos combustíveis, o movimento abraçou o descontentamento da população do interior e passou a ter reivindicações variadas. Incansáveis, as manifestações ganharam ares violentos, mas não perderam apoio popular, o que acabou convencendo Macron a dar uma resposta à altura do desafio. Cercado no Palácio do Eliseu, com os níveis mais baixos de popularidade desde que chegou ao poder, em maio de 2017, o presidente foi obrigado a mudar de estratégia em uma tentativa quase desesperada de acabar com a pressão das ruas. Aumentar o salário mínimo, reduzir impostos e desistir de uma pesada tarifa sobre combustíveis foram os primeiros passos para trás de Macron em relação ao ambicioso programa com o qual pretende mudar o país de ponta a ponta. "Não consegui reconciliar o povo francês com seus líderes", admitiu o presidente pouco antes do descontentamento dos "coletes amarelos" se cristalizar. Os protestos anárquicos, o fechamento de estradas e os confrontos em ruas centrais de Paris e de outras grandes cidades acabaram por convencê-lo de que a imagem jovem e dinâmica não serviria por si só para comandar o país. Pelo contrário, ela estava afundando no abismo das pesquisas. Os "coletes amarelos" foram a gota d'água em um ano em que Macron viu sua maré de sorte ir ralo abaixo. Quando os protestos começaram, a imagem do chefe de Estado já estava abalada, vinculada à de "presidente dos ricos", uma estrela altiva e pretensiosa que se orgulhava de avançar em suas reformas independentemente do descontentamento popular. Os sinais mais preocupantes surgiram após o verão europeu, com o chamado "Caso Benalla". Alexandre Benalla era segurança pessoal do presidente e foi flagrado agredindo manifestantes nos protestos de 1.º de maio na capital francesa. As explicações imprecisas do caso, juntamente com as tentativas veladas de escondê-lo da opinião pública, começaram a manchar a imagem do presidente. Recuperado desse terremoto, Macron começou a ver as primeiras deserções, que mostraram um racha no que, até então, parecia ser um bloco de apoio homogêneo. Primeiro foi o carismático ministro da Ecologia, Nicolas Hulot, que alegou descontentamento com o pouco apelo que suas propostas tinham no governo, apesar da urgência climática que o planeta vive. Também houve a saída do ministro do Interior, Gérard Collomb, que preferiu retornar à política local pouco depois de ter advertido sobre a falta de "humildade" que encontrava na cúpula do poder. A frase, ouvida agora, revela uma realidade que o presidente não quis ver até que os "coletes amarelos" a levaram para a porta do Palácio do Eliseu. / EFE

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