Retrospectiva: Venezuela entrou em espiral de caos e violência em 2017


Mais de 120 pessoas morreram em protestos contra o governo de Nicolás Maduro e país viu setores sociais, políticos e econômicos piorarem em meio a denúncias de fraudes em votações e de uma hiperinflação jamais vista

Por Redação

CARACAS - O ano de 2017 foi marcado, na Venezuela, por um estremecimento nos setores sociais, políticos e econômicos, por protestos contra o governo que deixaram ao menos 120 mortos, pelas eleições vencidas por candidatos governistas e consideradas fraudulentas pela oposição, e por uma hiperinflação jamais vista.

Disputa por comida agrava violência na Venezuela, que tem 73 mortes por dia

A revolução bolivariana completou mais um ano no poder e instaurou uma Assembleia Constituinte tachada de antidemocrática por vários países, o que custou à Venezuela sanções internacionais e um isolamento ainda maior.

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Opositores marcham contra Nicolás Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / Juan BARRETO

A elevada tensão política venezuelana disparou no dia 31 de março, quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu as funções do Parlamento de maioria opositora - já dizimado por sentenças anteriores.

A resolução do TSJ, que depois voltou atrás e revogou parcialmente a medida contra o Legislativo, gerou indignação na Venezuela antichavista e desencadeou uma nova onda de protestos que desafiou o controle das autoridades sobre o espaço público e chamou a atenção do mundo durante meses.

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‘Revolução do pernil’: venezuelanos protestam em Caracas contra falta da carne no Natal e ano-novo

Quase diariamente, e em praticamente todos os Estados do país, milhares de venezuelanos exigiram desde 1º de abril o fim do que denunciavam ser um regime ditatorial cada vez pior disfarçado de democracia.

Para evitar um contágio dos protestos aos demais eleitores, a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia utilizaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e outras munições proibidas no controle da ordem pública para impedir a passagem dos manifestantes a setores de tradição chavista.

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Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

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Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

Foto: Meridith Kohut/The New York Times
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Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

Foto: Meridith Kohut/The New York Times

Batalhas campais entre forças de segurança e grupos de manifestantes que respondiam com pedras e coquetéis molotov se apossaram de muitas ruas da Venezuela.

Em meio à crescente tensão, o presidente Nicolás Maduro fez no dia 1º de maio uma proposta unilateral: convocar, sem consulta popular prévia, a eleição de uma Constituinte que, segundo o governante, devolveria a paz e a tranquilidade ao país.

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Repressão chavista fechou 69 veículos de imprensa em 2017, diz sindicato

Longe de aplacar os protestos, o anúncio aumentou os ânimos. Além de não ser precedida de uma consulta, a junta seria escolhida segundo um censo setorial que muitos juristas consideraram um atropelo do princípio de sufrágio universal.

A oposição somou às demandas nos protestos a retirada da Constituinte e conseguiu paralisar boa parte do país em várias ocasiões com bloqueios de ruas em massa que terminaram com violentos confrontos com as forças da ordem.

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Terremotos levaram destruição e morte para os mexicanos. No Caribe, furacões arrasaram várias cidades. Na Venezuela, a crise política e econômica se aprofundou. Veja os fatos que marcaram 2017 na América Latina.

Apesar da intensidade dos protestos - e dos 7,6 milhões de venezuelanos que votaram contra em consulta realizada no dia 16 de julho pela oposição, sem o reconhecimento do governo - a Constituinte foi votada no dia 30 de julho entre candidatos oficialistas.

Pelo menos 124 pessoas morreram durante os quatro meses de protestos contra o governo, 46 delas pelas mãos das forças de segurança e 27 pela ação de grupos de civis "armados pró-governo", segundo um balanço da ONU.

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Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

As manifestações diminuíram em agosto com a instalação da Constituinte, que deste então manda no país com plenos poderes embora a Constituição limite as atribuições de um órgão como esse à redação de uma nova Carta Magna.

A maneira na qual foi instaurada e os tipos de leis supostamente restritivas dos direitos e liberdades levaram diversos países europeus e americanos a não reconhecerem a legitimidade da Assembleia Constituinte.

5 tópicos da crise venezuelana

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Os principais fatores da crise venezuelana

Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
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Os principais fatores da crise venezuelana

Foto: EFE/MIGUEL GUTI?RREZ
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Os principais fatores da crise venezuelana

Foto: EFE/David Fern?ndez

União Europeia e Canadá ditaram sanções contra a Venezuela por essa possível inclinação totalitária, o que foi criticado e classificado como "ingerência" pela cúpula do governo venezuelano - que ainda mantém o apoio de países como China, Rússia e Cuba.

As medidas mais pesadas contra o governo de Maduro vieram dos Estados Unidos, que proibiram os cidadãos e empresas do país negociar dívidas novas emitidas pelo Estado venezuelano, complicando ainda mais o acesso a financiamento da administração chavista.

Quase no fim do ano, após transitar por esta turbulenta rota de violência e caos social, a Venezuela mergulhou em outubro em um quadro de hiperinflação. Só nesse mês, o índice de preços ao consumidor ultrapassou os 50%.

Enquanto isso, são cada vez mais frequentes as cenas de pessoas comendo restos do lixo, comércios fechados e o aumento da desnutrição e de doenças que já tinham sido erradicadas. / EFE

CARACAS - O ano de 2017 foi marcado, na Venezuela, por um estremecimento nos setores sociais, políticos e econômicos, por protestos contra o governo que deixaram ao menos 120 mortos, pelas eleições vencidas por candidatos governistas e consideradas fraudulentas pela oposição, e por uma hiperinflação jamais vista.

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A revolução bolivariana completou mais um ano no poder e instaurou uma Assembleia Constituinte tachada de antidemocrática por vários países, o que custou à Venezuela sanções internacionais e um isolamento ainda maior.

Opositores marcham contra Nicolás Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / Juan BARRETO

A elevada tensão política venezuelana disparou no dia 31 de março, quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu as funções do Parlamento de maioria opositora - já dizimado por sentenças anteriores.

A resolução do TSJ, que depois voltou atrás e revogou parcialmente a medida contra o Legislativo, gerou indignação na Venezuela antichavista e desencadeou uma nova onda de protestos que desafiou o controle das autoridades sobre o espaço público e chamou a atenção do mundo durante meses.

‘Revolução do pernil’: venezuelanos protestam em Caracas contra falta da carne no Natal e ano-novo

Quase diariamente, e em praticamente todos os Estados do país, milhares de venezuelanos exigiram desde 1º de abril o fim do que denunciavam ser um regime ditatorial cada vez pior disfarçado de democracia.

Para evitar um contágio dos protestos aos demais eleitores, a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia utilizaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e outras munições proibidas no controle da ordem pública para impedir a passagem dos manifestantes a setores de tradição chavista.

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Batalhas campais entre forças de segurança e grupos de manifestantes que respondiam com pedras e coquetéis molotov se apossaram de muitas ruas da Venezuela.

Em meio à crescente tensão, o presidente Nicolás Maduro fez no dia 1º de maio uma proposta unilateral: convocar, sem consulta popular prévia, a eleição de uma Constituinte que, segundo o governante, devolveria a paz e a tranquilidade ao país.

Repressão chavista fechou 69 veículos de imprensa em 2017, diz sindicato

Longe de aplacar os protestos, o anúncio aumentou os ânimos. Além de não ser precedida de uma consulta, a junta seria escolhida segundo um censo setorial que muitos juristas consideraram um atropelo do princípio de sufrágio universal.

A oposição somou às demandas nos protestos a retirada da Constituinte e conseguiu paralisar boa parte do país em várias ocasiões com bloqueios de ruas em massa que terminaram com violentos confrontos com as forças da ordem.

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Terremotos levaram destruição e morte para os mexicanos. No Caribe, furacões arrasaram várias cidades. Na Venezuela, a crise política e econômica se aprofundou. Veja os fatos que marcaram 2017 na América Latina.

Apesar da intensidade dos protestos - e dos 7,6 milhões de venezuelanos que votaram contra em consulta realizada no dia 16 de julho pela oposição, sem o reconhecimento do governo - a Constituinte foi votada no dia 30 de julho entre candidatos oficialistas.

Pelo menos 124 pessoas morreram durante os quatro meses de protestos contra o governo, 46 delas pelas mãos das forças de segurança e 27 pela ação de grupos de civis "armados pró-governo", segundo um balanço da ONU.

Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

As manifestações diminuíram em agosto com a instalação da Constituinte, que deste então manda no país com plenos poderes embora a Constituição limite as atribuições de um órgão como esse à redação de uma nova Carta Magna.

A maneira na qual foi instaurada e os tipos de leis supostamente restritivas dos direitos e liberdades levaram diversos países europeus e americanos a não reconhecerem a legitimidade da Assembleia Constituinte.

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União Europeia e Canadá ditaram sanções contra a Venezuela por essa possível inclinação totalitária, o que foi criticado e classificado como "ingerência" pela cúpula do governo venezuelano - que ainda mantém o apoio de países como China, Rússia e Cuba.

As medidas mais pesadas contra o governo de Maduro vieram dos Estados Unidos, que proibiram os cidadãos e empresas do país negociar dívidas novas emitidas pelo Estado venezuelano, complicando ainda mais o acesso a financiamento da administração chavista.

Quase no fim do ano, após transitar por esta turbulenta rota de violência e caos social, a Venezuela mergulhou em outubro em um quadro de hiperinflação. Só nesse mês, o índice de preços ao consumidor ultrapassou os 50%.

Enquanto isso, são cada vez mais frequentes as cenas de pessoas comendo restos do lixo, comércios fechados e o aumento da desnutrição e de doenças que já tinham sido erradicadas. / EFE

CARACAS - O ano de 2017 foi marcado, na Venezuela, por um estremecimento nos setores sociais, políticos e econômicos, por protestos contra o governo que deixaram ao menos 120 mortos, pelas eleições vencidas por candidatos governistas e consideradas fraudulentas pela oposição, e por uma hiperinflação jamais vista.

Disputa por comida agrava violência na Venezuela, que tem 73 mortes por dia

A revolução bolivariana completou mais um ano no poder e instaurou uma Assembleia Constituinte tachada de antidemocrática por vários países, o que custou à Venezuela sanções internacionais e um isolamento ainda maior.

Opositores marcham contra Nicolás Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / Juan BARRETO

A elevada tensão política venezuelana disparou no dia 31 de março, quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu as funções do Parlamento de maioria opositora - já dizimado por sentenças anteriores.

A resolução do TSJ, que depois voltou atrás e revogou parcialmente a medida contra o Legislativo, gerou indignação na Venezuela antichavista e desencadeou uma nova onda de protestos que desafiou o controle das autoridades sobre o espaço público e chamou a atenção do mundo durante meses.

‘Revolução do pernil’: venezuelanos protestam em Caracas contra falta da carne no Natal e ano-novo

Quase diariamente, e em praticamente todos os Estados do país, milhares de venezuelanos exigiram desde 1º de abril o fim do que denunciavam ser um regime ditatorial cada vez pior disfarçado de democracia.

Para evitar um contágio dos protestos aos demais eleitores, a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia utilizaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e outras munições proibidas no controle da ordem pública para impedir a passagem dos manifestantes a setores de tradição chavista.

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Batalhas campais entre forças de segurança e grupos de manifestantes que respondiam com pedras e coquetéis molotov se apossaram de muitas ruas da Venezuela.

Em meio à crescente tensão, o presidente Nicolás Maduro fez no dia 1º de maio uma proposta unilateral: convocar, sem consulta popular prévia, a eleição de uma Constituinte que, segundo o governante, devolveria a paz e a tranquilidade ao país.

Repressão chavista fechou 69 veículos de imprensa em 2017, diz sindicato

Longe de aplacar os protestos, o anúncio aumentou os ânimos. Além de não ser precedida de uma consulta, a junta seria escolhida segundo um censo setorial que muitos juristas consideraram um atropelo do princípio de sufrágio universal.

A oposição somou às demandas nos protestos a retirada da Constituinte e conseguiu paralisar boa parte do país em várias ocasiões com bloqueios de ruas em massa que terminaram com violentos confrontos com as forças da ordem.

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Terremotos levaram destruição e morte para os mexicanos. No Caribe, furacões arrasaram várias cidades. Na Venezuela, a crise política e econômica se aprofundou. Veja os fatos que marcaram 2017 na América Latina.

Apesar da intensidade dos protestos - e dos 7,6 milhões de venezuelanos que votaram contra em consulta realizada no dia 16 de julho pela oposição, sem o reconhecimento do governo - a Constituinte foi votada no dia 30 de julho entre candidatos oficialistas.

Pelo menos 124 pessoas morreram durante os quatro meses de protestos contra o governo, 46 delas pelas mãos das forças de segurança e 27 pela ação de grupos de civis "armados pró-governo", segundo um balanço da ONU.

Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

As manifestações diminuíram em agosto com a instalação da Constituinte, que deste então manda no país com plenos poderes embora a Constituição limite as atribuições de um órgão como esse à redação de uma nova Carta Magna.

A maneira na qual foi instaurada e os tipos de leis supostamente restritivas dos direitos e liberdades levaram diversos países europeus e americanos a não reconhecerem a legitimidade da Assembleia Constituinte.

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União Europeia e Canadá ditaram sanções contra a Venezuela por essa possível inclinação totalitária, o que foi criticado e classificado como "ingerência" pela cúpula do governo venezuelano - que ainda mantém o apoio de países como China, Rússia e Cuba.

As medidas mais pesadas contra o governo de Maduro vieram dos Estados Unidos, que proibiram os cidadãos e empresas do país negociar dívidas novas emitidas pelo Estado venezuelano, complicando ainda mais o acesso a financiamento da administração chavista.

Quase no fim do ano, após transitar por esta turbulenta rota de violência e caos social, a Venezuela mergulhou em outubro em um quadro de hiperinflação. Só nesse mês, o índice de preços ao consumidor ultrapassou os 50%.

Enquanto isso, são cada vez mais frequentes as cenas de pessoas comendo restos do lixo, comércios fechados e o aumento da desnutrição e de doenças que já tinham sido erradicadas. / EFE

CARACAS - O ano de 2017 foi marcado, na Venezuela, por um estremecimento nos setores sociais, políticos e econômicos, por protestos contra o governo que deixaram ao menos 120 mortos, pelas eleições vencidas por candidatos governistas e consideradas fraudulentas pela oposição, e por uma hiperinflação jamais vista.

Disputa por comida agrava violência na Venezuela, que tem 73 mortes por dia

A revolução bolivariana completou mais um ano no poder e instaurou uma Assembleia Constituinte tachada de antidemocrática por vários países, o que custou à Venezuela sanções internacionais e um isolamento ainda maior.

Opositores marcham contra Nicolás Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / Juan BARRETO

A elevada tensão política venezuelana disparou no dia 31 de março, quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu as funções do Parlamento de maioria opositora - já dizimado por sentenças anteriores.

A resolução do TSJ, que depois voltou atrás e revogou parcialmente a medida contra o Legislativo, gerou indignação na Venezuela antichavista e desencadeou uma nova onda de protestos que desafiou o controle das autoridades sobre o espaço público e chamou a atenção do mundo durante meses.

‘Revolução do pernil’: venezuelanos protestam em Caracas contra falta da carne no Natal e ano-novo

Quase diariamente, e em praticamente todos os Estados do país, milhares de venezuelanos exigiram desde 1º de abril o fim do que denunciavam ser um regime ditatorial cada vez pior disfarçado de democracia.

Para evitar um contágio dos protestos aos demais eleitores, a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia utilizaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e outras munições proibidas no controle da ordem pública para impedir a passagem dos manifestantes a setores de tradição chavista.

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Batalhas campais entre forças de segurança e grupos de manifestantes que respondiam com pedras e coquetéis molotov se apossaram de muitas ruas da Venezuela.

Em meio à crescente tensão, o presidente Nicolás Maduro fez no dia 1º de maio uma proposta unilateral: convocar, sem consulta popular prévia, a eleição de uma Constituinte que, segundo o governante, devolveria a paz e a tranquilidade ao país.

Repressão chavista fechou 69 veículos de imprensa em 2017, diz sindicato

Longe de aplacar os protestos, o anúncio aumentou os ânimos. Além de não ser precedida de uma consulta, a junta seria escolhida segundo um censo setorial que muitos juristas consideraram um atropelo do princípio de sufrágio universal.

A oposição somou às demandas nos protestos a retirada da Constituinte e conseguiu paralisar boa parte do país em várias ocasiões com bloqueios de ruas em massa que terminaram com violentos confrontos com as forças da ordem.

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Terremotos levaram destruição e morte para os mexicanos. No Caribe, furacões arrasaram várias cidades. Na Venezuela, a crise política e econômica se aprofundou. Veja os fatos que marcaram 2017 na América Latina.

Apesar da intensidade dos protestos - e dos 7,6 milhões de venezuelanos que votaram contra em consulta realizada no dia 16 de julho pela oposição, sem o reconhecimento do governo - a Constituinte foi votada no dia 30 de julho entre candidatos oficialistas.

Pelo menos 124 pessoas morreram durante os quatro meses de protestos contra o governo, 46 delas pelas mãos das forças de segurança e 27 pela ação de grupos de civis "armados pró-governo", segundo um balanço da ONU.

Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

As manifestações diminuíram em agosto com a instalação da Constituinte, que deste então manda no país com plenos poderes embora a Constituição limite as atribuições de um órgão como esse à redação de uma nova Carta Magna.

A maneira na qual foi instaurada e os tipos de leis supostamente restritivas dos direitos e liberdades levaram diversos países europeus e americanos a não reconhecerem a legitimidade da Assembleia Constituinte.

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União Europeia e Canadá ditaram sanções contra a Venezuela por essa possível inclinação totalitária, o que foi criticado e classificado como "ingerência" pela cúpula do governo venezuelano - que ainda mantém o apoio de países como China, Rússia e Cuba.

As medidas mais pesadas contra o governo de Maduro vieram dos Estados Unidos, que proibiram os cidadãos e empresas do país negociar dívidas novas emitidas pelo Estado venezuelano, complicando ainda mais o acesso a financiamento da administração chavista.

Quase no fim do ano, após transitar por esta turbulenta rota de violência e caos social, a Venezuela mergulhou em outubro em um quadro de hiperinflação. Só nesse mês, o índice de preços ao consumidor ultrapassou os 50%.

Enquanto isso, são cada vez mais frequentes as cenas de pessoas comendo restos do lixo, comércios fechados e o aumento da desnutrição e de doenças que já tinham sido erradicadas. / EFE

CARACAS - O ano de 2017 foi marcado, na Venezuela, por um estremecimento nos setores sociais, políticos e econômicos, por protestos contra o governo que deixaram ao menos 120 mortos, pelas eleições vencidas por candidatos governistas e consideradas fraudulentas pela oposição, e por uma hiperinflação jamais vista.

Disputa por comida agrava violência na Venezuela, que tem 73 mortes por dia

A revolução bolivariana completou mais um ano no poder e instaurou uma Assembleia Constituinte tachada de antidemocrática por vários países, o que custou à Venezuela sanções internacionais e um isolamento ainda maior.

Opositores marcham contra Nicolás Maduro em Caracas Foto: AFP PHOTO / Juan BARRETO

A elevada tensão política venezuelana disparou no dia 31 de março, quando o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) assumiu as funções do Parlamento de maioria opositora - já dizimado por sentenças anteriores.

A resolução do TSJ, que depois voltou atrás e revogou parcialmente a medida contra o Legislativo, gerou indignação na Venezuela antichavista e desencadeou uma nova onda de protestos que desafiou o controle das autoridades sobre o espaço público e chamou a atenção do mundo durante meses.

‘Revolução do pernil’: venezuelanos protestam em Caracas contra falta da carne no Natal e ano-novo

Quase diariamente, e em praticamente todos os Estados do país, milhares de venezuelanos exigiram desde 1º de abril o fim do que denunciavam ser um regime ditatorial cada vez pior disfarçado de democracia.

Para evitar um contágio dos protestos aos demais eleitores, a Guarda Nacional Bolivariana e a polícia utilizaram gás lacrimogêneo, balas de borracha e outras munições proibidas no controle da ordem pública para impedir a passagem dos manifestantes a setores de tradição chavista.

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Batalhas campais entre forças de segurança e grupos de manifestantes que respondiam com pedras e coquetéis molotov se apossaram de muitas ruas da Venezuela.

Em meio à crescente tensão, o presidente Nicolás Maduro fez no dia 1º de maio uma proposta unilateral: convocar, sem consulta popular prévia, a eleição de uma Constituinte que, segundo o governante, devolveria a paz e a tranquilidade ao país.

Repressão chavista fechou 69 veículos de imprensa em 2017, diz sindicato

Longe de aplacar os protestos, o anúncio aumentou os ânimos. Além de não ser precedida de uma consulta, a junta seria escolhida segundo um censo setorial que muitos juristas consideraram um atropelo do princípio de sufrágio universal.

A oposição somou às demandas nos protestos a retirada da Constituinte e conseguiu paralisar boa parte do país em várias ocasiões com bloqueios de ruas em massa que terminaram com violentos confrontos com as forças da ordem.

Seu navegador não suporta esse video.

Terremotos levaram destruição e morte para os mexicanos. No Caribe, furacões arrasaram várias cidades. Na Venezuela, a crise política e econômica se aprofundou. Veja os fatos que marcaram 2017 na América Latina.

Apesar da intensidade dos protestos - e dos 7,6 milhões de venezuelanos que votaram contra em consulta realizada no dia 16 de julho pela oposição, sem o reconhecimento do governo - a Constituinte foi votada no dia 30 de julho entre candidatos oficialistas.

Pelo menos 124 pessoas morreram durante os quatro meses de protestos contra o governo, 46 delas pelas mãos das forças de segurança e 27 pela ação de grupos de civis "armados pró-governo", segundo um balanço da ONU.

Crise se agrava e crianças morrem de fome na Venezuela

As manifestações diminuíram em agosto com a instalação da Constituinte, que deste então manda no país com plenos poderes embora a Constituição limite as atribuições de um órgão como esse à redação de uma nova Carta Magna.

A maneira na qual foi instaurada e os tipos de leis supostamente restritivas dos direitos e liberdades levaram diversos países europeus e americanos a não reconhecerem a legitimidade da Assembleia Constituinte.

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As medidas mais pesadas contra o governo de Maduro vieram dos Estados Unidos, que proibiram os cidadãos e empresas do país negociar dívidas novas emitidas pelo Estado venezuelano, complicando ainda mais o acesso a financiamento da administração chavista.

Quase no fim do ano, após transitar por esta turbulenta rota de violência e caos social, a Venezuela mergulhou em outubro em um quadro de hiperinflação. Só nesse mês, o índice de preços ao consumidor ultrapassou os 50%.

Enquanto isso, são cada vez mais frequentes as cenas de pessoas comendo restos do lixo, comércios fechados e o aumento da desnutrição e de doenças que já tinham sido erradicadas. / EFE

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