A reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira terminou sem nenhuma resolução sobre o conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O encontro aconteceu nesta sexta-feira, 13, em Nova York, e é a segunda reunião chamada para a situação. Atualmente, o Brasil é presidente rotativo do Conselho de Segurança.
Vieira falou com jornalistas ao final da reunião, que durou cerca de duas horas e meia, dizendo que o Brasil vai continuar trabalhando de perto com todas as delegações visando uma posição conjunta. Era esperado que a reunião desta sexta-feira ainda não trouxesse definições sobre o conflito.
“O Brasil, na presidência do Conselho de Segurança, convocou a reunião de hoje. É a segunda vez que o conselho se reúne na atual situação trágica em Israel e Gaza”, afirmou. “Na consulta fechada de hoje, os membros do conselho tiveram um briefing do próprio secretário-geral António Guterres, pessoalmente. No diálogo que se seguiu, os Estados membros tiveram a oportunidade de trocar opiniões no final”.
Durante o encontro, a Rússia defendeu um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, e se comprometeu a apresentar um esboço em uma próxima reunião do conselho. As reuniões tentam discutir um texto com uma posição de acordo sobre o conflito — tanto para o fim da guerra quanto para processos de restauração de paz na região.
Vieira afirmou também que foi à ONU para transmitir o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para “uma ação humanitária multilateral para encerrar o sofrimento de civis envolvidos pelas hostilidades” que estão ocorrendo no conflito. Ele ainda ressaltou o apelo do presidente Lula pela “imediata e incondicional” libertação de civis que foram capturados como reféns pelo Hamas e levados para a Faixa de Gaza.
“O Brasil acredita que o conselho deve agir diante da escalada de violência quase sem precedentes e diante dos desdobramentos dessa catástrofe humana”, afirmou o chanceler.
O conselho não conseguiu uma unanimidade para qualquer ação a ser tomada em relação aos ataques. Para ser aprovado, o texto precisa passar por todas as entidades parte do Conselho e não pode ter veto dos membros permanentes do órgão — China, Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e França.
Do lado brasileiro, Vieira reiterou que as conversas vão continuar para tentar chegar a um acordo e defendeu que a melhor solução é a criação de dois Estados independentes na região.
“O conselho tem uma responsabilidade crucial em uma resposta tanto para o desdobramento da crise humanitária quanto nos últimos estágios, quando esforços multilaterais intensificados serão necessários para os processos de paz”, disse.