Rivais de Maduro se dizem esperançosos pelo apoio de Lula e Petro a eleições justas na Venezuela


Edmundo González Urrutia e María Corina Machado deram uma entrevista juntos em que agradeceram o apoio internacional que vêm recebendo para as eleições de 28 de julho

Por Redação

CARACAS - O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, e a líder opositora, María Corina Machado, declararam, nesta quarta-feira, 8, que estão esperançosos por verem que mesmo os aliados internacionais do ditador Nicolás Maduro, como Brasil e Colômbia, pedem eleições justas na Venezuela. Pela primeira vez, Maduro enfrenta chances reais de derrota na disputa a ser celebrada em 28 de julho, segundo analistas, embora haja dúvida se ele entregaria o poder.

Nada previa que González, de 74 anos, encarnaria o antichavismo, mas o destino deu a ele um inesperado papel de liderança após a desqualificação de Machado e o veto à sua primeira escolha, Corina Yoris, para o pleito presidencial. Ambos concederam uma entrevista, a primeira juntos, nesta quarta, por ocasião da 54ª Conferência anual da organização empresarial norte-americana American Society - Council of The Americas (AS/COA), realizada em Washington.

“Queremos transmitir uma mensagem de esperança e de luta porque há uma oportunidade única, uma oportunidade real, de mudança e democratização do nosso país”, afirmou Machado por videoconferência.

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Os opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia se reúnem em Caracas em 4 de maio Foto: Jose Altuvez/Vente Venezuela/AFP

“Temos uma liderança legitimada, temos um candidato que tem o apoio do povo venezuelano e de todos os partidos políticos democráticos, temos um enorme movimento civil que cresce cada vez mais, que tem mais de 80% de apoio”, completou Machado, que venceu as primárias da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária, embora no final tenha sido inabilitada politicamente pela Justiça venezuelana.

Machado baseia o seu otimismo nas tensões que afirma ver “entre facções do regime” e no apoio internacional às eleições presidenciais.

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“Estamos vendo a comunidade internacional, recentemente, nos apoiando nesta luta por eleições livres e justas, incluindo antigos aliados de Maduro como o presidente Lula, ou o presidente Gustavo Petro, que insistem na necessidade de que este processo seja realizado em condições justas”, explicou.

“Portanto, temos motivos para estar esperançosos”, disse ela. “Não apenas [estamos] otimistas, mas esperançosos de conseguir a reconstrução da nossa democracia”, acrescentou González.

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Durante a conferência, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, confirmou que seu país apoia eleições “justas, obviamente, competitivas, livres e com um processo eleitoral aceitável”.

“O que estamos tentando fazer neste momento é ver se todos os candidatos conseguem chegar a um acordo para fornecer algum tipo de garantia para o período após as eleições”, explicou.

Trata-se de garantir “uma transição tranquila após as eleições”. “A ideia, ou pelo menos a proposta do presidente Petro, que aliás teve o apoio do presidente Lula, é ver se ela pode ser ratificada em referendo”, disse.

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Tanto Lula quanto Petro foram resistentes a fazer críticas a Maduro, tendo o presidente brasileiro chegado a afirmar que a Venezuela era uma democracia por ter mais eleições que o Brasil. O cenário mudou, no entanto, após a substituta de Maria Corina, Corina Yoris, não conseguir registrar seu nome como candidata, algo que se mantém sem explicação até hoje.

Em abril, Lula e Petro se reuniram na Colômbia, onde discutiram a questão venezuelana e o colombiano propôs um plebiscito para garantir a integridade e segurança do derrotado, em busca de garantir uma transição de poder pacífica.

Machado insistiu em que o mundo precisa compreender que as repercussões das eleições transcendem a Venezuela. Maduro, candidato à reeleição, “mantém o poder pela força, bloqueando eleições ou cometendo enormes fraudes”, acusou.

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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro em Bogotá, Colômbia Foto: Fernando Vergara/AP

Segundo a líder opositora, um novo mandato para o atual presidente provocaria uma onda migratória nunca antes vista, com “dois, três, quatro ou cinco milhões de venezuelanos” fugindo do país “em menos de um ano”, além do fortalecimento de redes criminosas como o Trem de Aragua e das relações bilaterais com Irã e Rússia.

“Por outro lado”, acrescentou, “se conseguirmos avançar e negociar uma transição e ter Edmundo González como nosso próximo presidente, não só veremos a migração parar, mas também revertê-la”, e o país se tornará uma fonte de energia para mundo, “não só no petróleo e no gás, mas também nas fontes renováveis”.

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Neste momento, a oposição tem que superar diversos obstáculos à campanha, incluindo uma onda de detenções. Nove opositores foram presos pelas autoridades venezuelanas, seis se refugiaram na embaixada argentina e outros sofrem perseguições ou passaram à clandestinidade para evitar represálias, explica Machado, que mesmo assim segue otimista.

“Trabalhamos juntos, temos consciência dos enormes desafios que enfrentamos, mas confio no povo venezuelano e sei que venceremos”, afirma.

Em 2023, o governo Maduro assinou um acordo com a oposição através do qual os Estados Unidos aliviaram algumas sanções sobre petróleo, gás e ouro. O relaxamento, no entanto, durou apenas alguns meses e Washington já restabeleceu as penalidades como punição pelo desenvolvimento do processo eleitoral e pela prisão de opositores./AFP

CARACAS - O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, e a líder opositora, María Corina Machado, declararam, nesta quarta-feira, 8, que estão esperançosos por verem que mesmo os aliados internacionais do ditador Nicolás Maduro, como Brasil e Colômbia, pedem eleições justas na Venezuela. Pela primeira vez, Maduro enfrenta chances reais de derrota na disputa a ser celebrada em 28 de julho, segundo analistas, embora haja dúvida se ele entregaria o poder.

Nada previa que González, de 74 anos, encarnaria o antichavismo, mas o destino deu a ele um inesperado papel de liderança após a desqualificação de Machado e o veto à sua primeira escolha, Corina Yoris, para o pleito presidencial. Ambos concederam uma entrevista, a primeira juntos, nesta quarta, por ocasião da 54ª Conferência anual da organização empresarial norte-americana American Society - Council of The Americas (AS/COA), realizada em Washington.

“Queremos transmitir uma mensagem de esperança e de luta porque há uma oportunidade única, uma oportunidade real, de mudança e democratização do nosso país”, afirmou Machado por videoconferência.

Os opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia se reúnem em Caracas em 4 de maio Foto: Jose Altuvez/Vente Venezuela/AFP

“Temos uma liderança legitimada, temos um candidato que tem o apoio do povo venezuelano e de todos os partidos políticos democráticos, temos um enorme movimento civil que cresce cada vez mais, que tem mais de 80% de apoio”, completou Machado, que venceu as primárias da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária, embora no final tenha sido inabilitada politicamente pela Justiça venezuelana.

Machado baseia o seu otimismo nas tensões que afirma ver “entre facções do regime” e no apoio internacional às eleições presidenciais.

“Estamos vendo a comunidade internacional, recentemente, nos apoiando nesta luta por eleições livres e justas, incluindo antigos aliados de Maduro como o presidente Lula, ou o presidente Gustavo Petro, que insistem na necessidade de que este processo seja realizado em condições justas”, explicou.

“Portanto, temos motivos para estar esperançosos”, disse ela. “Não apenas [estamos] otimistas, mas esperançosos de conseguir a reconstrução da nossa democracia”, acrescentou González.

Durante a conferência, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, confirmou que seu país apoia eleições “justas, obviamente, competitivas, livres e com um processo eleitoral aceitável”.

“O que estamos tentando fazer neste momento é ver se todos os candidatos conseguem chegar a um acordo para fornecer algum tipo de garantia para o período após as eleições”, explicou.

Trata-se de garantir “uma transição tranquila após as eleições”. “A ideia, ou pelo menos a proposta do presidente Petro, que aliás teve o apoio do presidente Lula, é ver se ela pode ser ratificada em referendo”, disse.

Tanto Lula quanto Petro foram resistentes a fazer críticas a Maduro, tendo o presidente brasileiro chegado a afirmar que a Venezuela era uma democracia por ter mais eleições que o Brasil. O cenário mudou, no entanto, após a substituta de Maria Corina, Corina Yoris, não conseguir registrar seu nome como candidata, algo que se mantém sem explicação até hoje.

Em abril, Lula e Petro se reuniram na Colômbia, onde discutiram a questão venezuelana e o colombiano propôs um plebiscito para garantir a integridade e segurança do derrotado, em busca de garantir uma transição de poder pacífica.

Machado insistiu em que o mundo precisa compreender que as repercussões das eleições transcendem a Venezuela. Maduro, candidato à reeleição, “mantém o poder pela força, bloqueando eleições ou cometendo enormes fraudes”, acusou.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro em Bogotá, Colômbia Foto: Fernando Vergara/AP

Segundo a líder opositora, um novo mandato para o atual presidente provocaria uma onda migratória nunca antes vista, com “dois, três, quatro ou cinco milhões de venezuelanos” fugindo do país “em menos de um ano”, além do fortalecimento de redes criminosas como o Trem de Aragua e das relações bilaterais com Irã e Rússia.

“Por outro lado”, acrescentou, “se conseguirmos avançar e negociar uma transição e ter Edmundo González como nosso próximo presidente, não só veremos a migração parar, mas também revertê-la”, e o país se tornará uma fonte de energia para mundo, “não só no petróleo e no gás, mas também nas fontes renováveis”.

Neste momento, a oposição tem que superar diversos obstáculos à campanha, incluindo uma onda de detenções. Nove opositores foram presos pelas autoridades venezuelanas, seis se refugiaram na embaixada argentina e outros sofrem perseguições ou passaram à clandestinidade para evitar represálias, explica Machado, que mesmo assim segue otimista.

“Trabalhamos juntos, temos consciência dos enormes desafios que enfrentamos, mas confio no povo venezuelano e sei que venceremos”, afirma.

Em 2023, o governo Maduro assinou um acordo com a oposição através do qual os Estados Unidos aliviaram algumas sanções sobre petróleo, gás e ouro. O relaxamento, no entanto, durou apenas alguns meses e Washington já restabeleceu as penalidades como punição pelo desenvolvimento do processo eleitoral e pela prisão de opositores./AFP

CARACAS - O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, e a líder opositora, María Corina Machado, declararam, nesta quarta-feira, 8, que estão esperançosos por verem que mesmo os aliados internacionais do ditador Nicolás Maduro, como Brasil e Colômbia, pedem eleições justas na Venezuela. Pela primeira vez, Maduro enfrenta chances reais de derrota na disputa a ser celebrada em 28 de julho, segundo analistas, embora haja dúvida se ele entregaria o poder.

Nada previa que González, de 74 anos, encarnaria o antichavismo, mas o destino deu a ele um inesperado papel de liderança após a desqualificação de Machado e o veto à sua primeira escolha, Corina Yoris, para o pleito presidencial. Ambos concederam uma entrevista, a primeira juntos, nesta quarta, por ocasião da 54ª Conferência anual da organização empresarial norte-americana American Society - Council of The Americas (AS/COA), realizada em Washington.

“Queremos transmitir uma mensagem de esperança e de luta porque há uma oportunidade única, uma oportunidade real, de mudança e democratização do nosso país”, afirmou Machado por videoconferência.

Os opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia se reúnem em Caracas em 4 de maio Foto: Jose Altuvez/Vente Venezuela/AFP

“Temos uma liderança legitimada, temos um candidato que tem o apoio do povo venezuelano e de todos os partidos políticos democráticos, temos um enorme movimento civil que cresce cada vez mais, que tem mais de 80% de apoio”, completou Machado, que venceu as primárias da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária, embora no final tenha sido inabilitada politicamente pela Justiça venezuelana.

Machado baseia o seu otimismo nas tensões que afirma ver “entre facções do regime” e no apoio internacional às eleições presidenciais.

“Estamos vendo a comunidade internacional, recentemente, nos apoiando nesta luta por eleições livres e justas, incluindo antigos aliados de Maduro como o presidente Lula, ou o presidente Gustavo Petro, que insistem na necessidade de que este processo seja realizado em condições justas”, explicou.

“Portanto, temos motivos para estar esperançosos”, disse ela. “Não apenas [estamos] otimistas, mas esperançosos de conseguir a reconstrução da nossa democracia”, acrescentou González.

Durante a conferência, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, confirmou que seu país apoia eleições “justas, obviamente, competitivas, livres e com um processo eleitoral aceitável”.

“O que estamos tentando fazer neste momento é ver se todos os candidatos conseguem chegar a um acordo para fornecer algum tipo de garantia para o período após as eleições”, explicou.

Trata-se de garantir “uma transição tranquila após as eleições”. “A ideia, ou pelo menos a proposta do presidente Petro, que aliás teve o apoio do presidente Lula, é ver se ela pode ser ratificada em referendo”, disse.

Tanto Lula quanto Petro foram resistentes a fazer críticas a Maduro, tendo o presidente brasileiro chegado a afirmar que a Venezuela era uma democracia por ter mais eleições que o Brasil. O cenário mudou, no entanto, após a substituta de Maria Corina, Corina Yoris, não conseguir registrar seu nome como candidata, algo que se mantém sem explicação até hoje.

Em abril, Lula e Petro se reuniram na Colômbia, onde discutiram a questão venezuelana e o colombiano propôs um plebiscito para garantir a integridade e segurança do derrotado, em busca de garantir uma transição de poder pacífica.

Machado insistiu em que o mundo precisa compreender que as repercussões das eleições transcendem a Venezuela. Maduro, candidato à reeleição, “mantém o poder pela força, bloqueando eleições ou cometendo enormes fraudes”, acusou.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro em Bogotá, Colômbia Foto: Fernando Vergara/AP

Segundo a líder opositora, um novo mandato para o atual presidente provocaria uma onda migratória nunca antes vista, com “dois, três, quatro ou cinco milhões de venezuelanos” fugindo do país “em menos de um ano”, além do fortalecimento de redes criminosas como o Trem de Aragua e das relações bilaterais com Irã e Rússia.

“Por outro lado”, acrescentou, “se conseguirmos avançar e negociar uma transição e ter Edmundo González como nosso próximo presidente, não só veremos a migração parar, mas também revertê-la”, e o país se tornará uma fonte de energia para mundo, “não só no petróleo e no gás, mas também nas fontes renováveis”.

Neste momento, a oposição tem que superar diversos obstáculos à campanha, incluindo uma onda de detenções. Nove opositores foram presos pelas autoridades venezuelanas, seis se refugiaram na embaixada argentina e outros sofrem perseguições ou passaram à clandestinidade para evitar represálias, explica Machado, que mesmo assim segue otimista.

“Trabalhamos juntos, temos consciência dos enormes desafios que enfrentamos, mas confio no povo venezuelano e sei que venceremos”, afirma.

Em 2023, o governo Maduro assinou um acordo com a oposição através do qual os Estados Unidos aliviaram algumas sanções sobre petróleo, gás e ouro. O relaxamento, no entanto, durou apenas alguns meses e Washington já restabeleceu as penalidades como punição pelo desenvolvimento do processo eleitoral e pela prisão de opositores./AFP

CARACAS - O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, e a líder opositora, María Corina Machado, declararam, nesta quarta-feira, 8, que estão esperançosos por verem que mesmo os aliados internacionais do ditador Nicolás Maduro, como Brasil e Colômbia, pedem eleições justas na Venezuela. Pela primeira vez, Maduro enfrenta chances reais de derrota na disputa a ser celebrada em 28 de julho, segundo analistas, embora haja dúvida se ele entregaria o poder.

Nada previa que González, de 74 anos, encarnaria o antichavismo, mas o destino deu a ele um inesperado papel de liderança após a desqualificação de Machado e o veto à sua primeira escolha, Corina Yoris, para o pleito presidencial. Ambos concederam uma entrevista, a primeira juntos, nesta quarta, por ocasião da 54ª Conferência anual da organização empresarial norte-americana American Society - Council of The Americas (AS/COA), realizada em Washington.

“Queremos transmitir uma mensagem de esperança e de luta porque há uma oportunidade única, uma oportunidade real, de mudança e democratização do nosso país”, afirmou Machado por videoconferência.

Os opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia se reúnem em Caracas em 4 de maio Foto: Jose Altuvez/Vente Venezuela/AFP

“Temos uma liderança legitimada, temos um candidato que tem o apoio do povo venezuelano e de todos os partidos políticos democráticos, temos um enorme movimento civil que cresce cada vez mais, que tem mais de 80% de apoio”, completou Machado, que venceu as primárias da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária, embora no final tenha sido inabilitada politicamente pela Justiça venezuelana.

Machado baseia o seu otimismo nas tensões que afirma ver “entre facções do regime” e no apoio internacional às eleições presidenciais.

“Estamos vendo a comunidade internacional, recentemente, nos apoiando nesta luta por eleições livres e justas, incluindo antigos aliados de Maduro como o presidente Lula, ou o presidente Gustavo Petro, que insistem na necessidade de que este processo seja realizado em condições justas”, explicou.

“Portanto, temos motivos para estar esperançosos”, disse ela. “Não apenas [estamos] otimistas, mas esperançosos de conseguir a reconstrução da nossa democracia”, acrescentou González.

Durante a conferência, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, confirmou que seu país apoia eleições “justas, obviamente, competitivas, livres e com um processo eleitoral aceitável”.

“O que estamos tentando fazer neste momento é ver se todos os candidatos conseguem chegar a um acordo para fornecer algum tipo de garantia para o período após as eleições”, explicou.

Trata-se de garantir “uma transição tranquila após as eleições”. “A ideia, ou pelo menos a proposta do presidente Petro, que aliás teve o apoio do presidente Lula, é ver se ela pode ser ratificada em referendo”, disse.

Tanto Lula quanto Petro foram resistentes a fazer críticas a Maduro, tendo o presidente brasileiro chegado a afirmar que a Venezuela era uma democracia por ter mais eleições que o Brasil. O cenário mudou, no entanto, após a substituta de Maria Corina, Corina Yoris, não conseguir registrar seu nome como candidata, algo que se mantém sem explicação até hoje.

Em abril, Lula e Petro se reuniram na Colômbia, onde discutiram a questão venezuelana e o colombiano propôs um plebiscito para garantir a integridade e segurança do derrotado, em busca de garantir uma transição de poder pacífica.

Machado insistiu em que o mundo precisa compreender que as repercussões das eleições transcendem a Venezuela. Maduro, candidato à reeleição, “mantém o poder pela força, bloqueando eleições ou cometendo enormes fraudes”, acusou.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro em Bogotá, Colômbia Foto: Fernando Vergara/AP

Segundo a líder opositora, um novo mandato para o atual presidente provocaria uma onda migratória nunca antes vista, com “dois, três, quatro ou cinco milhões de venezuelanos” fugindo do país “em menos de um ano”, além do fortalecimento de redes criminosas como o Trem de Aragua e das relações bilaterais com Irã e Rússia.

“Por outro lado”, acrescentou, “se conseguirmos avançar e negociar uma transição e ter Edmundo González como nosso próximo presidente, não só veremos a migração parar, mas também revertê-la”, e o país se tornará uma fonte de energia para mundo, “não só no petróleo e no gás, mas também nas fontes renováveis”.

Neste momento, a oposição tem que superar diversos obstáculos à campanha, incluindo uma onda de detenções. Nove opositores foram presos pelas autoridades venezuelanas, seis se refugiaram na embaixada argentina e outros sofrem perseguições ou passaram à clandestinidade para evitar represálias, explica Machado, que mesmo assim segue otimista.

“Trabalhamos juntos, temos consciência dos enormes desafios que enfrentamos, mas confio no povo venezuelano e sei que venceremos”, afirma.

Em 2023, o governo Maduro assinou um acordo com a oposição através do qual os Estados Unidos aliviaram algumas sanções sobre petróleo, gás e ouro. O relaxamento, no entanto, durou apenas alguns meses e Washington já restabeleceu as penalidades como punição pelo desenvolvimento do processo eleitoral e pela prisão de opositores./AFP

CARACAS - O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, e a líder opositora, María Corina Machado, declararam, nesta quarta-feira, 8, que estão esperançosos por verem que mesmo os aliados internacionais do ditador Nicolás Maduro, como Brasil e Colômbia, pedem eleições justas na Venezuela. Pela primeira vez, Maduro enfrenta chances reais de derrota na disputa a ser celebrada em 28 de julho, segundo analistas, embora haja dúvida se ele entregaria o poder.

Nada previa que González, de 74 anos, encarnaria o antichavismo, mas o destino deu a ele um inesperado papel de liderança após a desqualificação de Machado e o veto à sua primeira escolha, Corina Yoris, para o pleito presidencial. Ambos concederam uma entrevista, a primeira juntos, nesta quarta, por ocasião da 54ª Conferência anual da organização empresarial norte-americana American Society - Council of The Americas (AS/COA), realizada em Washington.

“Queremos transmitir uma mensagem de esperança e de luta porque há uma oportunidade única, uma oportunidade real, de mudança e democratização do nosso país”, afirmou Machado por videoconferência.

Os opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia se reúnem em Caracas em 4 de maio Foto: Jose Altuvez/Vente Venezuela/AFP

“Temos uma liderança legitimada, temos um candidato que tem o apoio do povo venezuelano e de todos os partidos políticos democráticos, temos um enorme movimento civil que cresce cada vez mais, que tem mais de 80% de apoio”, completou Machado, que venceu as primárias da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária, embora no final tenha sido inabilitada politicamente pela Justiça venezuelana.

Machado baseia o seu otimismo nas tensões que afirma ver “entre facções do regime” e no apoio internacional às eleições presidenciais.

“Estamos vendo a comunidade internacional, recentemente, nos apoiando nesta luta por eleições livres e justas, incluindo antigos aliados de Maduro como o presidente Lula, ou o presidente Gustavo Petro, que insistem na necessidade de que este processo seja realizado em condições justas”, explicou.

“Portanto, temos motivos para estar esperançosos”, disse ela. “Não apenas [estamos] otimistas, mas esperançosos de conseguir a reconstrução da nossa democracia”, acrescentou González.

Durante a conferência, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, confirmou que seu país apoia eleições “justas, obviamente, competitivas, livres e com um processo eleitoral aceitável”.

“O que estamos tentando fazer neste momento é ver se todos os candidatos conseguem chegar a um acordo para fornecer algum tipo de garantia para o período após as eleições”, explicou.

Trata-se de garantir “uma transição tranquila após as eleições”. “A ideia, ou pelo menos a proposta do presidente Petro, que aliás teve o apoio do presidente Lula, é ver se ela pode ser ratificada em referendo”, disse.

Tanto Lula quanto Petro foram resistentes a fazer críticas a Maduro, tendo o presidente brasileiro chegado a afirmar que a Venezuela era uma democracia por ter mais eleições que o Brasil. O cenário mudou, no entanto, após a substituta de Maria Corina, Corina Yoris, não conseguir registrar seu nome como candidata, algo que se mantém sem explicação até hoje.

Em abril, Lula e Petro se reuniram na Colômbia, onde discutiram a questão venezuelana e o colombiano propôs um plebiscito para garantir a integridade e segurança do derrotado, em busca de garantir uma transição de poder pacífica.

Machado insistiu em que o mundo precisa compreender que as repercussões das eleições transcendem a Venezuela. Maduro, candidato à reeleição, “mantém o poder pela força, bloqueando eleições ou cometendo enormes fraudes”, acusou.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro em Bogotá, Colômbia Foto: Fernando Vergara/AP

Segundo a líder opositora, um novo mandato para o atual presidente provocaria uma onda migratória nunca antes vista, com “dois, três, quatro ou cinco milhões de venezuelanos” fugindo do país “em menos de um ano”, além do fortalecimento de redes criminosas como o Trem de Aragua e das relações bilaterais com Irã e Rússia.

“Por outro lado”, acrescentou, “se conseguirmos avançar e negociar uma transição e ter Edmundo González como nosso próximo presidente, não só veremos a migração parar, mas também revertê-la”, e o país se tornará uma fonte de energia para mundo, “não só no petróleo e no gás, mas também nas fontes renováveis”.

Neste momento, a oposição tem que superar diversos obstáculos à campanha, incluindo uma onda de detenções. Nove opositores foram presos pelas autoridades venezuelanas, seis se refugiaram na embaixada argentina e outros sofrem perseguições ou passaram à clandestinidade para evitar represálias, explica Machado, que mesmo assim segue otimista.

“Trabalhamos juntos, temos consciência dos enormes desafios que enfrentamos, mas confio no povo venezuelano e sei que venceremos”, afirma.

Em 2023, o governo Maduro assinou um acordo com a oposição através do qual os Estados Unidos aliviaram algumas sanções sobre petróleo, gás e ouro. O relaxamento, no entanto, durou apenas alguns meses e Washington já restabeleceu as penalidades como punição pelo desenvolvimento do processo eleitoral e pela prisão de opositores./AFP

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