A Prefeitura de Roma, na Itália, está considerando restringir o acesso à Fontana di Trevi, introduzindo uma taxa simbólica de € 1 (cerca de R$ 6,20) para turistas, mas isentando os moradores da cidade de cobranças. As informações são do jornal italiano Corriere Della Sera. O monumento, construído em 1762, é um dos pontos turísticos mais visitados de Roma e ficou ainda mais conhecido por conta de filmes como “A Doce Vida” (1960), de Federico Fellini.
Segundo o jornal, a ideia é apoiada pela ministra do Turismo da Itália, Daniela Santanchè, juntamente com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, e o assessor de Turismo e Grandes Eventos da cidade, Alessandro Onorato. Eles alegam que esta seria uma solução para o problema do excesso de turistas, que dificultaria a apreciação adequada do monumento e contribuiria para sua degradação. As moedas jogadas por turistas na fonte, uma prática tradicional, já reverteu milhões à Igreja Católica.
A ideia causa controvérsia e recebe críticas de partidos locais. O Corriere della Sera destaca que Giuseppe Lobefaro, da lista cívica Calenda, alega que a medida, se efetivamente adotada, seria um retrocesso para a imagem de Roma como uma cidade aberta e inclusiva, especialmente às vésperas do Jubileu. Trata-se do ano de 2025, considerado santo pelos católicos, o que deve atrair milhões de peregrinos à Roma. Lobefaro aponta ainda para uma aparente incoerência nas políticas da cidade, citando a promoção de grandes eventos que atraem grandes multidões para outros locais históricos, diz o jornal italiano.
Antonio De Santis, do Movimento 5 Estrelas (M5S), questiona a eficácia da medida, citando o exemplo do Panteão, em Roma: a introdução de uma taxa para a visitação não teria melhorado significativamente as condições do local, alega ele, ainda segundo o Corriere Della Sera.
Para Fabrizio Santori, do partido Lega, a ideia é viável, mas ele cita a necessidade de uma gestão cuidadosa do acesso para evitar problemas de segurança; já Giovanni Quarzo, do Fratelli d’Italia, classificou a proposta como “mais uma solução improvisada de uma administração que falha em gerenciar a mobilidade” e disse que o acesso ao ponto turístico “não pode ser limitado devido à incapacidade organizacional” do governo, aponta o jornal italiano.
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