Rússia acusa Ucrânia pela morte de filha de ‘guru de Putin’; embaixador russo descarta acordo de paz


Inteligência russa diz que atentado foi planejado e executado pelos serviços especiais da Ucrânia, que nega participação; suspeita seria uma cidadã ucraniana que teria fugido para a Estônia

Por Redação
Atualização:

MOSCOU - A principal agência de inteligência da Rússia acusou a Ucrânia de planejar e executar a morte de Daria Dugina, filha de Alexander Dugin, considerado o ideólogo do presidente Vladimir Putin, no sábado, 20. De acordo com a FSB, principal sucessora da antiga KGB, o assassinato teria sido arquitetado pelos serviços especiais ucranianos, o que Kiev nega. Ao mesmo tempo, o representante russo na ONU alertou que não há possibilidade de acordo de paz por parte de Moscou.

Logo após a acusação da FSB, Dugin emitiu uma declaração pedindo a vitória militar como vingança, em uma fala que poderia levar a uma escalada na guerra. “Nossos corações anseiam por mais do que apenas vingança ou retribuição. Precisamos da nossa vitória. Minha filha sacrificou sua vida pelo altar da vitória. Então vença, por favor!”, disse Dugin. Putin também se manifestou por meio de uma carta de condolências dizendo que a morte foi resultado de “um crime vil e cruel”.

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A Inteligência russa apontou como principal suspeita de realizar o atentado a cidadã ucraniana Natalia Vovk. Segundo a FSB, a mulher teria entrado no país no dia 23 de julho, acompanhada da filha de 12 anos, e teria alugado um apartamento no edifício em que Daria Dugina vivia, com a intenção de vigiá-la. Natalia teria participado de um festival nacionalista em que Alexander Dugin e a filha discursaram antes do atentado, fugindo para a Estônia em um carro modelo Mini Cooper após a explosão - trocando as placas do veículo ao longo da viagem.

Daria Dugina, filha do ideólogo de Putin, Alexander Dugin, teria morrido em um atentado planejado pelos serviços especiais da Ucrânia, segundo a Inteligência russa. Foto: Twitter/ Reprodução

Daria Dugina dirigia um Toyota Land Cruiser perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou, após participar do evento com o pai, quando uma bomba foi detonada no veículo. A jornalista e cientista política morreu no local. Pessoas próximas à família afirmaram à imprensa russa que o alvo do suposto atentado seria o próprio Alexander Dugin, pois a jovem teria pego emprestado o carro do pai na última hora.

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A morte de Daria ampliou o risco de uma escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia. Inicialmente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, evitou responsabilizar a Ucrânia, mas sinalizou retaliações caso o envolvimento seja confirmado. “Se a Ucrânia foi de fato responsável, então temos que estar falando sobre uma política de terrorismo de Estado sendo realizada pelo regime de Kiev”, disse no domingo, 21.

Vingança

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Dugin, que a mídia russa disse estar dirigindo um carro separado atrás de sua filha quando a explosão aconteceu, disse que ela foi “brutalmente morta por uma explosão na frente dos meus olhos”.

Ele repetiu as alegações do FSB em seus primeiros comentários desde a explosão. “Os inimigos da Rússia a mataram furtivamente”, disse no comunicado. “Mas nós, nosso povo, não podemos ser vencidos nem por golpes tão insuportáveis. Eles queriam esmagar nossa vitória com terror sangrento contra os melhores e mais vulneráveis de nós. Mas eles não vão.”

Na declaração emitida nesta segunda-feira, 22, Dugin retratou os russos como vítimas e não como agressores-invasores perpetrando uma guerra, e chamou o atentado que matou sua filha de “um ataque terrorista realizado pelo regime nazista ucraniano”.

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Investigadores trabalharam no local da explosão que matou Daria Dugina no último sábado Foto: Comitê de investigação da Rússia/AFP

A declaração de Dugin foi divulgada na forma de uma carta compartilhada por Konstantin Malofeev, proprietário de um canal de TV nacionalista e cristão ortodoxo Tsargrad, onde Dugin é editor-chefe, na qual o ideólogo disse que a morte de Dugina deveria “inspirar” soldados russos a continuar o ataque na Ucrânia.

Logo após o anúncio da FSB, o Kremlin publicou uma carta de solidariedade de Putin aos pais de Dugina, a primeira declaração do líder russo sobre o ataque. “Jornalista, cientista, filósofa, correspondente de guerra, ela serviu honestamente ao povo, à Pátria, e através de suas ações ela provou o que significa ser patriota da Rússia”, escreveu Putin, sem mencionar os autores ou a Ucrânia.

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Do lado ucraniano, o governo do presidente Volodmir Zelenski negou envolvimento com o ataque. “Posso garantir que não tivemos nada a ver com isso”, disse o assessor de Zelenski, Mikhailo Podoliak, no fim de semana. Podoliak tuitou nesta segunda que “a propaganda russa vive em um mundo fictício”.

Apesar da negativa, a Ucrânia está se preparando para uma intensificação dos ataques russos após o assassinato, com o aviso militar do país de que as tropas russas colocaram cinco navios de guerra e submarinos com mísseis de cruzeiro no Mar Negro, e que Moscou estava posicionando sistemas de defesa aérea em Belarus.

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Acordo de paz

Enquanto a tensão entre Ucrânia e Rússia aumenta nas últimas semanas, com novos ataques no sul e acusações mútuas de ataques à maior usina nuclear da Europa, o embaixador da Rússia na ONU afirmou em entrevista ao Financial Times que não vê a possibilidade um acordo de paz entre os dois países.

Gennadi Gatilov, representante permanente da Rússia na ONU em Genebra, criticou o que considerou como “pequena” participação da ONU nas conversações e acusou os Estados Unidos e a Otan de pressionar a Ucrânia a desistir das negociações. Segundo ele, não haverá conversas diretas entre Putin e Zelenski.

“Agora, não vejo nenhuma possibilidade de contatos diplomáticos”, disse Gatilov ao jornal britânico. “E quanto mais o conflito continuar, mais difícil será ter uma solução diplomática.” A guerra, que começou em 24 de fevereiro, completará seis meses em poucos dias.

O diplomata acusou a ONU de estar politizada por causa da guerra, o que prejudicou sua autoridade e suas organizações para atuar efetivamente como mediadora, disse. Ele reclamou de não ter contatos com as delegações ocidentais em Genebra.

Segundo ele, Moscou e Kiev estiveram “muito perto” de um acordo sobre uma pausa no conflito durante as negociações organizadas pela Turquia em abril, mas acusações de crimes de guerra cometidos pela Rússia paralisaram as conversas. Outras partes envolvidas nessas negociações refutaram essas alegações ao jornal.

Recentemente, a ONU e a Turquia conseguiram mediar um acordo com Kiev e Moscou para liberar as exportações de grãos retidos nos portos ucranianos, na esperança de melhorar a crise alimentar global./AP, NYT e W.POST

MOSCOU - A principal agência de inteligência da Rússia acusou a Ucrânia de planejar e executar a morte de Daria Dugina, filha de Alexander Dugin, considerado o ideólogo do presidente Vladimir Putin, no sábado, 20. De acordo com a FSB, principal sucessora da antiga KGB, o assassinato teria sido arquitetado pelos serviços especiais ucranianos, o que Kiev nega. Ao mesmo tempo, o representante russo na ONU alertou que não há possibilidade de acordo de paz por parte de Moscou.

Logo após a acusação da FSB, Dugin emitiu uma declaração pedindo a vitória militar como vingança, em uma fala que poderia levar a uma escalada na guerra. “Nossos corações anseiam por mais do que apenas vingança ou retribuição. Precisamos da nossa vitória. Minha filha sacrificou sua vida pelo altar da vitória. Então vença, por favor!”, disse Dugin. Putin também se manifestou por meio de uma carta de condolências dizendo que a morte foi resultado de “um crime vil e cruel”.

A Inteligência russa apontou como principal suspeita de realizar o atentado a cidadã ucraniana Natalia Vovk. Segundo a FSB, a mulher teria entrado no país no dia 23 de julho, acompanhada da filha de 12 anos, e teria alugado um apartamento no edifício em que Daria Dugina vivia, com a intenção de vigiá-la. Natalia teria participado de um festival nacionalista em que Alexander Dugin e a filha discursaram antes do atentado, fugindo para a Estônia em um carro modelo Mini Cooper após a explosão - trocando as placas do veículo ao longo da viagem.

Daria Dugina, filha do ideólogo de Putin, Alexander Dugin, teria morrido em um atentado planejado pelos serviços especiais da Ucrânia, segundo a Inteligência russa. Foto: Twitter/ Reprodução

Daria Dugina dirigia um Toyota Land Cruiser perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou, após participar do evento com o pai, quando uma bomba foi detonada no veículo. A jornalista e cientista política morreu no local. Pessoas próximas à família afirmaram à imprensa russa que o alvo do suposto atentado seria o próprio Alexander Dugin, pois a jovem teria pego emprestado o carro do pai na última hora.

A morte de Daria ampliou o risco de uma escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia. Inicialmente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, evitou responsabilizar a Ucrânia, mas sinalizou retaliações caso o envolvimento seja confirmado. “Se a Ucrânia foi de fato responsável, então temos que estar falando sobre uma política de terrorismo de Estado sendo realizada pelo regime de Kiev”, disse no domingo, 21.

Vingança

Dugin, que a mídia russa disse estar dirigindo um carro separado atrás de sua filha quando a explosão aconteceu, disse que ela foi “brutalmente morta por uma explosão na frente dos meus olhos”.

Ele repetiu as alegações do FSB em seus primeiros comentários desde a explosão. “Os inimigos da Rússia a mataram furtivamente”, disse no comunicado. “Mas nós, nosso povo, não podemos ser vencidos nem por golpes tão insuportáveis. Eles queriam esmagar nossa vitória com terror sangrento contra os melhores e mais vulneráveis de nós. Mas eles não vão.”

Na declaração emitida nesta segunda-feira, 22, Dugin retratou os russos como vítimas e não como agressores-invasores perpetrando uma guerra, e chamou o atentado que matou sua filha de “um ataque terrorista realizado pelo regime nazista ucraniano”.

Investigadores trabalharam no local da explosão que matou Daria Dugina no último sábado Foto: Comitê de investigação da Rússia/AFP

A declaração de Dugin foi divulgada na forma de uma carta compartilhada por Konstantin Malofeev, proprietário de um canal de TV nacionalista e cristão ortodoxo Tsargrad, onde Dugin é editor-chefe, na qual o ideólogo disse que a morte de Dugina deveria “inspirar” soldados russos a continuar o ataque na Ucrânia.

Logo após o anúncio da FSB, o Kremlin publicou uma carta de solidariedade de Putin aos pais de Dugina, a primeira declaração do líder russo sobre o ataque. “Jornalista, cientista, filósofa, correspondente de guerra, ela serviu honestamente ao povo, à Pátria, e através de suas ações ela provou o que significa ser patriota da Rússia”, escreveu Putin, sem mencionar os autores ou a Ucrânia.

Do lado ucraniano, o governo do presidente Volodmir Zelenski negou envolvimento com o ataque. “Posso garantir que não tivemos nada a ver com isso”, disse o assessor de Zelenski, Mikhailo Podoliak, no fim de semana. Podoliak tuitou nesta segunda que “a propaganda russa vive em um mundo fictício”.

Apesar da negativa, a Ucrânia está se preparando para uma intensificação dos ataques russos após o assassinato, com o aviso militar do país de que as tropas russas colocaram cinco navios de guerra e submarinos com mísseis de cruzeiro no Mar Negro, e que Moscou estava posicionando sistemas de defesa aérea em Belarus.

Acordo de paz

Enquanto a tensão entre Ucrânia e Rússia aumenta nas últimas semanas, com novos ataques no sul e acusações mútuas de ataques à maior usina nuclear da Europa, o embaixador da Rússia na ONU afirmou em entrevista ao Financial Times que não vê a possibilidade um acordo de paz entre os dois países.

Gennadi Gatilov, representante permanente da Rússia na ONU em Genebra, criticou o que considerou como “pequena” participação da ONU nas conversações e acusou os Estados Unidos e a Otan de pressionar a Ucrânia a desistir das negociações. Segundo ele, não haverá conversas diretas entre Putin e Zelenski.

“Agora, não vejo nenhuma possibilidade de contatos diplomáticos”, disse Gatilov ao jornal britânico. “E quanto mais o conflito continuar, mais difícil será ter uma solução diplomática.” A guerra, que começou em 24 de fevereiro, completará seis meses em poucos dias.

O diplomata acusou a ONU de estar politizada por causa da guerra, o que prejudicou sua autoridade e suas organizações para atuar efetivamente como mediadora, disse. Ele reclamou de não ter contatos com as delegações ocidentais em Genebra.

Segundo ele, Moscou e Kiev estiveram “muito perto” de um acordo sobre uma pausa no conflito durante as negociações organizadas pela Turquia em abril, mas acusações de crimes de guerra cometidos pela Rússia paralisaram as conversas. Outras partes envolvidas nessas negociações refutaram essas alegações ao jornal.

Recentemente, a ONU e a Turquia conseguiram mediar um acordo com Kiev e Moscou para liberar as exportações de grãos retidos nos portos ucranianos, na esperança de melhorar a crise alimentar global./AP, NYT e W.POST

MOSCOU - A principal agência de inteligência da Rússia acusou a Ucrânia de planejar e executar a morte de Daria Dugina, filha de Alexander Dugin, considerado o ideólogo do presidente Vladimir Putin, no sábado, 20. De acordo com a FSB, principal sucessora da antiga KGB, o assassinato teria sido arquitetado pelos serviços especiais ucranianos, o que Kiev nega. Ao mesmo tempo, o representante russo na ONU alertou que não há possibilidade de acordo de paz por parte de Moscou.

Logo após a acusação da FSB, Dugin emitiu uma declaração pedindo a vitória militar como vingança, em uma fala que poderia levar a uma escalada na guerra. “Nossos corações anseiam por mais do que apenas vingança ou retribuição. Precisamos da nossa vitória. Minha filha sacrificou sua vida pelo altar da vitória. Então vença, por favor!”, disse Dugin. Putin também se manifestou por meio de uma carta de condolências dizendo que a morte foi resultado de “um crime vil e cruel”.

A Inteligência russa apontou como principal suspeita de realizar o atentado a cidadã ucraniana Natalia Vovk. Segundo a FSB, a mulher teria entrado no país no dia 23 de julho, acompanhada da filha de 12 anos, e teria alugado um apartamento no edifício em que Daria Dugina vivia, com a intenção de vigiá-la. Natalia teria participado de um festival nacionalista em que Alexander Dugin e a filha discursaram antes do atentado, fugindo para a Estônia em um carro modelo Mini Cooper após a explosão - trocando as placas do veículo ao longo da viagem.

Daria Dugina, filha do ideólogo de Putin, Alexander Dugin, teria morrido em um atentado planejado pelos serviços especiais da Ucrânia, segundo a Inteligência russa. Foto: Twitter/ Reprodução

Daria Dugina dirigia um Toyota Land Cruiser perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou, após participar do evento com o pai, quando uma bomba foi detonada no veículo. A jornalista e cientista política morreu no local. Pessoas próximas à família afirmaram à imprensa russa que o alvo do suposto atentado seria o próprio Alexander Dugin, pois a jovem teria pego emprestado o carro do pai na última hora.

A morte de Daria ampliou o risco de uma escalada no conflito entre Rússia e Ucrânia. Inicialmente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, evitou responsabilizar a Ucrânia, mas sinalizou retaliações caso o envolvimento seja confirmado. “Se a Ucrânia foi de fato responsável, então temos que estar falando sobre uma política de terrorismo de Estado sendo realizada pelo regime de Kiev”, disse no domingo, 21.

Vingança

Dugin, que a mídia russa disse estar dirigindo um carro separado atrás de sua filha quando a explosão aconteceu, disse que ela foi “brutalmente morta por uma explosão na frente dos meus olhos”.

Ele repetiu as alegações do FSB em seus primeiros comentários desde a explosão. “Os inimigos da Rússia a mataram furtivamente”, disse no comunicado. “Mas nós, nosso povo, não podemos ser vencidos nem por golpes tão insuportáveis. Eles queriam esmagar nossa vitória com terror sangrento contra os melhores e mais vulneráveis de nós. Mas eles não vão.”

Na declaração emitida nesta segunda-feira, 22, Dugin retratou os russos como vítimas e não como agressores-invasores perpetrando uma guerra, e chamou o atentado que matou sua filha de “um ataque terrorista realizado pelo regime nazista ucraniano”.

Investigadores trabalharam no local da explosão que matou Daria Dugina no último sábado Foto: Comitê de investigação da Rússia/AFP

A declaração de Dugin foi divulgada na forma de uma carta compartilhada por Konstantin Malofeev, proprietário de um canal de TV nacionalista e cristão ortodoxo Tsargrad, onde Dugin é editor-chefe, na qual o ideólogo disse que a morte de Dugina deveria “inspirar” soldados russos a continuar o ataque na Ucrânia.

Logo após o anúncio da FSB, o Kremlin publicou uma carta de solidariedade de Putin aos pais de Dugina, a primeira declaração do líder russo sobre o ataque. “Jornalista, cientista, filósofa, correspondente de guerra, ela serviu honestamente ao povo, à Pátria, e através de suas ações ela provou o que significa ser patriota da Rússia”, escreveu Putin, sem mencionar os autores ou a Ucrânia.

Do lado ucraniano, o governo do presidente Volodmir Zelenski negou envolvimento com o ataque. “Posso garantir que não tivemos nada a ver com isso”, disse o assessor de Zelenski, Mikhailo Podoliak, no fim de semana. Podoliak tuitou nesta segunda que “a propaganda russa vive em um mundo fictício”.

Apesar da negativa, a Ucrânia está se preparando para uma intensificação dos ataques russos após o assassinato, com o aviso militar do país de que as tropas russas colocaram cinco navios de guerra e submarinos com mísseis de cruzeiro no Mar Negro, e que Moscou estava posicionando sistemas de defesa aérea em Belarus.

Acordo de paz

Enquanto a tensão entre Ucrânia e Rússia aumenta nas últimas semanas, com novos ataques no sul e acusações mútuas de ataques à maior usina nuclear da Europa, o embaixador da Rússia na ONU afirmou em entrevista ao Financial Times que não vê a possibilidade um acordo de paz entre os dois países.

Gennadi Gatilov, representante permanente da Rússia na ONU em Genebra, criticou o que considerou como “pequena” participação da ONU nas conversações e acusou os Estados Unidos e a Otan de pressionar a Ucrânia a desistir das negociações. Segundo ele, não haverá conversas diretas entre Putin e Zelenski.

“Agora, não vejo nenhuma possibilidade de contatos diplomáticos”, disse Gatilov ao jornal britânico. “E quanto mais o conflito continuar, mais difícil será ter uma solução diplomática.” A guerra, que começou em 24 de fevereiro, completará seis meses em poucos dias.

O diplomata acusou a ONU de estar politizada por causa da guerra, o que prejudicou sua autoridade e suas organizações para atuar efetivamente como mediadora, disse. Ele reclamou de não ter contatos com as delegações ocidentais em Genebra.

Segundo ele, Moscou e Kiev estiveram “muito perto” de um acordo sobre uma pausa no conflito durante as negociações organizadas pela Turquia em abril, mas acusações de crimes de guerra cometidos pela Rússia paralisaram as conversas. Outras partes envolvidas nessas negociações refutaram essas alegações ao jornal.

Recentemente, a ONU e a Turquia conseguiram mediar um acordo com Kiev e Moscou para liberar as exportações de grãos retidos nos portos ucranianos, na esperança de melhorar a crise alimentar global./AP, NYT e W.POST

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