Rússia criminaliza cobertura da guerra na Ucrânia; BBC, Twitter e Facebook deixam de funcionar


Órgão de vigilância de comunicações da Rússia acusa veículos de divulgar "informações falsas" sobre a guerra da Ucrânia e boicotar mídias russas. Jornal independente russo excluiu conteúdo para não sofrer sanções

Por Redação

O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 04, leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor no sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de “operação militar especial”. A pena vai de 1 a 15 anos de prisão. 

Como consequência do projeto de lei,o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta – do ganhador do Nobel Dmitri Muratov – e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter

continua após a publicidade
Sede da BBC em Londres nesta sexta-feira, 04 de março de 2022. Jornal inglês é um dos veículostemporariamente suspensosna Rússia após ser acusado pelo Estado russo de espalhar desinformações Foto: Andy Rain/EFE/EPA - 04/03/2022

Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei. 

A rede americana CNN e a Canadian Broadcasting Company (CBC) vão parar o trabalho de suas sucursais na Rússia, pelo menos temporariamente, citando a nova lei assinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que, segundo eles, prejudicava a reportagem independente sobre a invasão da Ucrânia. A CNN disse que “avaliaria a situação”. O CBC chamou sua mudança de temporária enquanto obtém clareza sobre essa legislação.

continua após a publicidade

O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin. 

Censura à imprensa

continua após a publicidade

“O acesso foi restrito a uma série de fontes de informação estrangeiras”, disse o órgão de vigilância, conhecido como Roskomnadzor, em comunicado, segundo a Reuters. “O motivo para restringir o acesso a essas fontes de informação no território da Federação Russa foi a circulação deliberada e sistemática de materiais contendo informações falsas.”

Em relação ao Facebook, o Roskomnadzor acusou a plataforma de restringir o acesso à mídia russa. O comunicado informa que 26 casos de discriminação contra a imprensa do país foram identificados desde outubro de 2020. O Facebook ainda não se pronunciou.

Já a BBC disse em resposta que “o acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental” e que milhões de russos confiam nas notícias do canal.

continua após a publicidade

No início desta semana, a emissora inglesa disse que a audiência do site de notícias em russo da BBC mais do que triplicou sua média semanal no ano e que sua página ao vivo em russo para cobertura da invasão foi o site mais visitado em todo o serviço mundial da BBC fora da língua inglesa, com 5,3 milhões de visualizações.

“Muitas vezes se diz que a verdade é a primeira vítima da guerra. Em um conflito em que a desinformação e a propaganda são abundantes, há uma clara necessidade de notícias factuais e independentes nas quais as pessoas possam confiar”, disse o diretor-geral da BBC, Tim Davie, em comunicado na quinta-feira. “Continuaremos dando ao povo russo acesso à verdade, da maneira que pudermos.”

continua após a publicidade

Peter Limbourg, diretor geral da Deutsche Welle da Alemanha, emitiu uma carta pública nesta sexta-feira para o público russo. “A situação do jornalismo livre no país de vocês se torna mais difícil a cada dia”, disse ele. “A programação russa da DW tem uma longa tradição. Sempre procuramos retratar uma imagem completa da Rússia”. Limbourg chamou as pessoas na Rússia a “usar ferramentas de desvio de bloqueio de internet para acessar os canais”.

A União Europeia baniu esta semana os meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik. O YouTube, TikTok e a empresa-mãe do Facebook, Meta, também bloquearam o acesso ao conteúdo RT em suas plataformas na Europa. A produtora por trás da RT America disse nesta semana que também fechará a loja e demitirá funcionários, sinalizando um possível fim do meio de comunicação financiado pelo Kremlin voltado para o público dos EUA.

continua após a publicidade

Chefiado por Dmitri Muratov, ganhador do Nobel da Paz de 2021, o Novaya Gazeta existe desde 1993 e é visto como "uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros meios de comunicação", de acordo com o Comitê Nobel Norueguês. Na quinta-feira, Muratov pediu o cessar-fogo da guerra na Ucrânia e falou em "ameaça real" de guerra nuclear/Com informações da EFE, REUTERS e WASHINGTON POST

O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 04, leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor no sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de “operação militar especial”. A pena vai de 1 a 15 anos de prisão. 

Como consequência do projeto de lei,o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta – do ganhador do Nobel Dmitri Muratov – e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter

Sede da BBC em Londres nesta sexta-feira, 04 de março de 2022. Jornal inglês é um dos veículostemporariamente suspensosna Rússia após ser acusado pelo Estado russo de espalhar desinformações Foto: Andy Rain/EFE/EPA - 04/03/2022

Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei. 

A rede americana CNN e a Canadian Broadcasting Company (CBC) vão parar o trabalho de suas sucursais na Rússia, pelo menos temporariamente, citando a nova lei assinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que, segundo eles, prejudicava a reportagem independente sobre a invasão da Ucrânia. A CNN disse que “avaliaria a situação”. O CBC chamou sua mudança de temporária enquanto obtém clareza sobre essa legislação.

O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin. 

Censura à imprensa

“O acesso foi restrito a uma série de fontes de informação estrangeiras”, disse o órgão de vigilância, conhecido como Roskomnadzor, em comunicado, segundo a Reuters. “O motivo para restringir o acesso a essas fontes de informação no território da Federação Russa foi a circulação deliberada e sistemática de materiais contendo informações falsas.”

Em relação ao Facebook, o Roskomnadzor acusou a plataforma de restringir o acesso à mídia russa. O comunicado informa que 26 casos de discriminação contra a imprensa do país foram identificados desde outubro de 2020. O Facebook ainda não se pronunciou.

Já a BBC disse em resposta que “o acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental” e que milhões de russos confiam nas notícias do canal.

No início desta semana, a emissora inglesa disse que a audiência do site de notícias em russo da BBC mais do que triplicou sua média semanal no ano e que sua página ao vivo em russo para cobertura da invasão foi o site mais visitado em todo o serviço mundial da BBC fora da língua inglesa, com 5,3 milhões de visualizações.

“Muitas vezes se diz que a verdade é a primeira vítima da guerra. Em um conflito em que a desinformação e a propaganda são abundantes, há uma clara necessidade de notícias factuais e independentes nas quais as pessoas possam confiar”, disse o diretor-geral da BBC, Tim Davie, em comunicado na quinta-feira. “Continuaremos dando ao povo russo acesso à verdade, da maneira que pudermos.”

Peter Limbourg, diretor geral da Deutsche Welle da Alemanha, emitiu uma carta pública nesta sexta-feira para o público russo. “A situação do jornalismo livre no país de vocês se torna mais difícil a cada dia”, disse ele. “A programação russa da DW tem uma longa tradição. Sempre procuramos retratar uma imagem completa da Rússia”. Limbourg chamou as pessoas na Rússia a “usar ferramentas de desvio de bloqueio de internet para acessar os canais”.

A União Europeia baniu esta semana os meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik. O YouTube, TikTok e a empresa-mãe do Facebook, Meta, também bloquearam o acesso ao conteúdo RT em suas plataformas na Europa. A produtora por trás da RT America disse nesta semana que também fechará a loja e demitirá funcionários, sinalizando um possível fim do meio de comunicação financiado pelo Kremlin voltado para o público dos EUA.

Chefiado por Dmitri Muratov, ganhador do Nobel da Paz de 2021, o Novaya Gazeta existe desde 1993 e é visto como "uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros meios de comunicação", de acordo com o Comitê Nobel Norueguês. Na quinta-feira, Muratov pediu o cessar-fogo da guerra na Ucrânia e falou em "ameaça real" de guerra nuclear/Com informações da EFE, REUTERS e WASHINGTON POST

O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 04, leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor no sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de “operação militar especial”. A pena vai de 1 a 15 anos de prisão. 

Como consequência do projeto de lei,o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta – do ganhador do Nobel Dmitri Muratov – e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter

Sede da BBC em Londres nesta sexta-feira, 04 de março de 2022. Jornal inglês é um dos veículostemporariamente suspensosna Rússia após ser acusado pelo Estado russo de espalhar desinformações Foto: Andy Rain/EFE/EPA - 04/03/2022

Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei. 

A rede americana CNN e a Canadian Broadcasting Company (CBC) vão parar o trabalho de suas sucursais na Rússia, pelo menos temporariamente, citando a nova lei assinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que, segundo eles, prejudicava a reportagem independente sobre a invasão da Ucrânia. A CNN disse que “avaliaria a situação”. O CBC chamou sua mudança de temporária enquanto obtém clareza sobre essa legislação.

O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin. 

Censura à imprensa

“O acesso foi restrito a uma série de fontes de informação estrangeiras”, disse o órgão de vigilância, conhecido como Roskomnadzor, em comunicado, segundo a Reuters. “O motivo para restringir o acesso a essas fontes de informação no território da Federação Russa foi a circulação deliberada e sistemática de materiais contendo informações falsas.”

Em relação ao Facebook, o Roskomnadzor acusou a plataforma de restringir o acesso à mídia russa. O comunicado informa que 26 casos de discriminação contra a imprensa do país foram identificados desde outubro de 2020. O Facebook ainda não se pronunciou.

Já a BBC disse em resposta que “o acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental” e que milhões de russos confiam nas notícias do canal.

No início desta semana, a emissora inglesa disse que a audiência do site de notícias em russo da BBC mais do que triplicou sua média semanal no ano e que sua página ao vivo em russo para cobertura da invasão foi o site mais visitado em todo o serviço mundial da BBC fora da língua inglesa, com 5,3 milhões de visualizações.

“Muitas vezes se diz que a verdade é a primeira vítima da guerra. Em um conflito em que a desinformação e a propaganda são abundantes, há uma clara necessidade de notícias factuais e independentes nas quais as pessoas possam confiar”, disse o diretor-geral da BBC, Tim Davie, em comunicado na quinta-feira. “Continuaremos dando ao povo russo acesso à verdade, da maneira que pudermos.”

Peter Limbourg, diretor geral da Deutsche Welle da Alemanha, emitiu uma carta pública nesta sexta-feira para o público russo. “A situação do jornalismo livre no país de vocês se torna mais difícil a cada dia”, disse ele. “A programação russa da DW tem uma longa tradição. Sempre procuramos retratar uma imagem completa da Rússia”. Limbourg chamou as pessoas na Rússia a “usar ferramentas de desvio de bloqueio de internet para acessar os canais”.

A União Europeia baniu esta semana os meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik. O YouTube, TikTok e a empresa-mãe do Facebook, Meta, também bloquearam o acesso ao conteúdo RT em suas plataformas na Europa. A produtora por trás da RT America disse nesta semana que também fechará a loja e demitirá funcionários, sinalizando um possível fim do meio de comunicação financiado pelo Kremlin voltado para o público dos EUA.

Chefiado por Dmitri Muratov, ganhador do Nobel da Paz de 2021, o Novaya Gazeta existe desde 1993 e é visto como "uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros meios de comunicação", de acordo com o Comitê Nobel Norueguês. Na quinta-feira, Muratov pediu o cessar-fogo da guerra na Ucrânia e falou em "ameaça real" de guerra nuclear/Com informações da EFE, REUTERS e WASHINGTON POST

O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 04, leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor no sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de “operação militar especial”. A pena vai de 1 a 15 anos de prisão. 

Como consequência do projeto de lei,o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta – do ganhador do Nobel Dmitri Muratov – e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter

Sede da BBC em Londres nesta sexta-feira, 04 de março de 2022. Jornal inglês é um dos veículostemporariamente suspensosna Rússia após ser acusado pelo Estado russo de espalhar desinformações Foto: Andy Rain/EFE/EPA - 04/03/2022

Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei. 

A rede americana CNN e a Canadian Broadcasting Company (CBC) vão parar o trabalho de suas sucursais na Rússia, pelo menos temporariamente, citando a nova lei assinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que, segundo eles, prejudicava a reportagem independente sobre a invasão da Ucrânia. A CNN disse que “avaliaria a situação”. O CBC chamou sua mudança de temporária enquanto obtém clareza sobre essa legislação.

O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin. 

Censura à imprensa

“O acesso foi restrito a uma série de fontes de informação estrangeiras”, disse o órgão de vigilância, conhecido como Roskomnadzor, em comunicado, segundo a Reuters. “O motivo para restringir o acesso a essas fontes de informação no território da Federação Russa foi a circulação deliberada e sistemática de materiais contendo informações falsas.”

Em relação ao Facebook, o Roskomnadzor acusou a plataforma de restringir o acesso à mídia russa. O comunicado informa que 26 casos de discriminação contra a imprensa do país foram identificados desde outubro de 2020. O Facebook ainda não se pronunciou.

Já a BBC disse em resposta que “o acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental” e que milhões de russos confiam nas notícias do canal.

No início desta semana, a emissora inglesa disse que a audiência do site de notícias em russo da BBC mais do que triplicou sua média semanal no ano e que sua página ao vivo em russo para cobertura da invasão foi o site mais visitado em todo o serviço mundial da BBC fora da língua inglesa, com 5,3 milhões de visualizações.

“Muitas vezes se diz que a verdade é a primeira vítima da guerra. Em um conflito em que a desinformação e a propaganda são abundantes, há uma clara necessidade de notícias factuais e independentes nas quais as pessoas possam confiar”, disse o diretor-geral da BBC, Tim Davie, em comunicado na quinta-feira. “Continuaremos dando ao povo russo acesso à verdade, da maneira que pudermos.”

Peter Limbourg, diretor geral da Deutsche Welle da Alemanha, emitiu uma carta pública nesta sexta-feira para o público russo. “A situação do jornalismo livre no país de vocês se torna mais difícil a cada dia”, disse ele. “A programação russa da DW tem uma longa tradição. Sempre procuramos retratar uma imagem completa da Rússia”. Limbourg chamou as pessoas na Rússia a “usar ferramentas de desvio de bloqueio de internet para acessar os canais”.

A União Europeia baniu esta semana os meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik. O YouTube, TikTok e a empresa-mãe do Facebook, Meta, também bloquearam o acesso ao conteúdo RT em suas plataformas na Europa. A produtora por trás da RT America disse nesta semana que também fechará a loja e demitirá funcionários, sinalizando um possível fim do meio de comunicação financiado pelo Kremlin voltado para o público dos EUA.

Chefiado por Dmitri Muratov, ganhador do Nobel da Paz de 2021, o Novaya Gazeta existe desde 1993 e é visto como "uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros meios de comunicação", de acordo com o Comitê Nobel Norueguês. Na quinta-feira, Muratov pediu o cessar-fogo da guerra na Ucrânia e falou em "ameaça real" de guerra nuclear/Com informações da EFE, REUTERS e WASHINGTON POST

O Parlamento da Rússia aprovou nesta sexta-feira, 04, leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor no sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de “operação militar especial”. A pena vai de 1 a 15 anos de prisão. 

Como consequência do projeto de lei,o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta – do ganhador do Nobel Dmitri Muratov – e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter

Sede da BBC em Londres nesta sexta-feira, 04 de março de 2022. Jornal inglês é um dos veículostemporariamente suspensosna Rússia após ser acusado pelo Estado russo de espalhar desinformações Foto: Andy Rain/EFE/EPA - 04/03/2022

Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei. 

A rede americana CNN e a Canadian Broadcasting Company (CBC) vão parar o trabalho de suas sucursais na Rússia, pelo menos temporariamente, citando a nova lei assinada pelo presidente russo, Vladimir Putin, que, segundo eles, prejudicava a reportagem independente sobre a invasão da Ucrânia. A CNN disse que “avaliaria a situação”. O CBC chamou sua mudança de temporária enquanto obtém clareza sobre essa legislação.

O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin. 

Censura à imprensa

“O acesso foi restrito a uma série de fontes de informação estrangeiras”, disse o órgão de vigilância, conhecido como Roskomnadzor, em comunicado, segundo a Reuters. “O motivo para restringir o acesso a essas fontes de informação no território da Federação Russa foi a circulação deliberada e sistemática de materiais contendo informações falsas.”

Em relação ao Facebook, o Roskomnadzor acusou a plataforma de restringir o acesso à mídia russa. O comunicado informa que 26 casos de discriminação contra a imprensa do país foram identificados desde outubro de 2020. O Facebook ainda não se pronunciou.

Já a BBC disse em resposta que “o acesso a informações precisas e independentes é um direito humano fundamental” e que milhões de russos confiam nas notícias do canal.

No início desta semana, a emissora inglesa disse que a audiência do site de notícias em russo da BBC mais do que triplicou sua média semanal no ano e que sua página ao vivo em russo para cobertura da invasão foi o site mais visitado em todo o serviço mundial da BBC fora da língua inglesa, com 5,3 milhões de visualizações.

“Muitas vezes se diz que a verdade é a primeira vítima da guerra. Em um conflito em que a desinformação e a propaganda são abundantes, há uma clara necessidade de notícias factuais e independentes nas quais as pessoas possam confiar”, disse o diretor-geral da BBC, Tim Davie, em comunicado na quinta-feira. “Continuaremos dando ao povo russo acesso à verdade, da maneira que pudermos.”

Peter Limbourg, diretor geral da Deutsche Welle da Alemanha, emitiu uma carta pública nesta sexta-feira para o público russo. “A situação do jornalismo livre no país de vocês se torna mais difícil a cada dia”, disse ele. “A programação russa da DW tem uma longa tradição. Sempre procuramos retratar uma imagem completa da Rússia”. Limbourg chamou as pessoas na Rússia a “usar ferramentas de desvio de bloqueio de internet para acessar os canais”.

A União Europeia baniu esta semana os meios de comunicação estatais russos RT e Sputnik. O YouTube, TikTok e a empresa-mãe do Facebook, Meta, também bloquearam o acesso ao conteúdo RT em suas plataformas na Europa. A produtora por trás da RT America disse nesta semana que também fechará a loja e demitirá funcionários, sinalizando um possível fim do meio de comunicação financiado pelo Kremlin voltado para o público dos EUA.

Chefiado por Dmitri Muratov, ganhador do Nobel da Paz de 2021, o Novaya Gazeta existe desde 1993 e é visto como "uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros meios de comunicação", de acordo com o Comitê Nobel Norueguês. Na quinta-feira, Muratov pediu o cessar-fogo da guerra na Ucrânia e falou em "ameaça real" de guerra nuclear/Com informações da EFE, REUTERS e WASHINGTON POST

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.