A Rússia afirmou neste sábado, 3, que não vai aceitar a imposição de um teto sobre o petróleo russo, decidido pelos aliados da Ucrânia no Ocidente nesta sexta-feira, 2. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, o governo analisa a medida, mas não aceita o limite de preços.
O teto foi criado pelos 27 países-membros da União Europeia, o G-7 e a Austrália com o objetivo de diminuir as receitas de Moscou, utilizadas para financiar a guerra na Ucrânia. O valor estabelecido é de US$ 60 (R$ 313) por barril e passa a valer na segunda-feira, 5, junto com um embargo estabelecido pela UE que impede embarques de petróleo da Rússia através de navios para o bloco europeu.
As duas medidas, decididas por países aliados da Ucrânia, buscam reduzir os cofres russos em bilhões de euros, que deixam de ser utilizados para a guerra. No início do dia, a União Europeia foi a primeira a anunciá-las; em seguida, a Austrália e o G-7, composto pelos Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Japão e Canadá, concordaram em seguir a criação do teto, em uma decisão sem precedentes.
Os oito países afirmaram que a medida cumpre a promessa feita por eles de “impedir que a Rússia lucre com a guerra agressiva contra a Ucrânia, apoiar a estabilidade nos mercados mundiais de energia e minimizar os efeitos econômicos negativos da guerra”.
O teto também deve ser debatido entre os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) neste domingo, 4. Segundo a agência Reuters, a organização deve manter as metas de produção de petróleo atual, que foram diminuídas em 2 milhões de barris por dia em outubro, em uma decisão que irritou os Estados Unidos e outros países ocidentais por impedir redução do preço do combustível.
A imposição de um limite aos preços de petróleo não tem precedentes, e as consequências são desconhecidas. Vladimir Putin alertou na semana passada que qualquer tentativa de teto teria “graves consequências”.
Apesar da declaração de Dmitri Peskov, a reação russa, no entanto, segue desconhecida. Anteriormente, a Rússia avisou que não entregaria petróleo a países que imponham limite de preços às exportações de petróleo e gás. /AFP