Rússia expande ofensiva militar na Ucrânia por todas as frentes, e Kiev decreta toque de recolher


O governo russo justifica o avanço dizendo que a Ucrânia rejeitou negociar, uma informação que Kiev não confirma; toque de recolher na capital vai até segunda de manhã e quem estiver nas ruas será considerado inimigo

Por Redação

KIEV - O Exército da Rússia recebeu ordens neste sábado, 26, para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário, alegando que Kiev rejeitou as negociações. Ao mesmo tempo, a capital ucraniana decretou um toque de recolher que começa neste sábado e vai até a madrugada de segunda-feira, 28, alegando questões de segurança.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado. O Kremlin disse que o presidente Vladimir Putin havia ordenado uma pausa nos avanços das tropas na sexta-feira enquanto considerava possíveis negociações com a Ucrânia.

Porém, o governo russo disse nesta quarta que a Ucrânia rejeitou as negociações. O país, no entanto, não confirmou a rejeição das conversas, nem está claro que as forças russas interromperam de fato seu avanço na sexta-feira.

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Veículos armados ucranianos transitam nas ruas de Kiev enquanto resistem à invasão russa Foto: EFE/EPA/ZURAB KURTSIKIDZE

"Putin deu uma ordem na sexta-feira para interromper o avanço das tropas russas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em uma breve teleconferência neste sábado. Peskov acrescentou: “Como o lado ucraniano basicamente recusou as negociações, hoje o avanço das principais forças russas foi renovado de acordo com o plano da operação”.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, propôs a Vladimir Putin uma negociação na sexta-feira. Ele disse que estava disposto a dialogar e até mesmoadotar um “status neutro” - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

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“Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento”, disse, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. “Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?”

O Kremlin disse na sexta-feira que Putin estava disposto a enviar uma delegação para Belarus, país aliado da Rússia, para negociar com a Ucrânia, mas que Kiev preferia ter este diálogo em Varsóvia, e depois interrompeu as comunicações. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse mais tarde que Moscou discutiria as perspectivas de negociações neste sábado.

O porta-voz do Kremlin afirmou que, apesar da pausa, as tropas russas continuaram a combater grupos irregulares de "nacionalistas e banderovitas", usando um termo russo pejorativo para ucranianos que se refere a Stepan Bandera, líder nacionalista ucraniano da Segunda Guerra Mundial.

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Esses grupos irregulares, afirmou Peskov, circulavam em carros e caminhões nos quais carregavam armas, semelhantes aos militantes do Oriente Médio. "É o princípio dos jihad, exceto que agora eles os chamam de Bandera", disse Peskov.

Milhares de combatentes ucranianos estão envolvidos na guerra, muitas vezes movendo-se em veículos civis. Para o Kremlin, eles se encaixam na falsa narrativa de que a guerra é principalmente contra extremistas nacionalistas e não contra a própria Ucrânia.

Toque de recolher em Kiev

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O prefeito da cidade de Kiev impôs um toque de recolher que durará da noite deste sábado até a manhã de segunda-feira sem intervalos, disse o gabinete do prefeito Vitali Klitschko. "Para uma defesa mais eficaz da capital e segurança de seus moradores, o toque de recolher será das 17h de hoje, 26 de fevereiro de 2022, até a manhã de 28 de fevereiro", afirmou em comunicado.

O gabinete disse que são necessárias regras estritas para limpar a cidade, que está sob bombardeios e tiros, de "grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo". O comunicado ainda acrescenta que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos". 

O prefeito de Kiev implorou a outras nações que interviessem imediatamente contra o ataque que, segundo ele, matou civis. “Está acontecendo no coração da Europa”, disse em um vídeo postado no Twitter . “Não há tempo para esperar, porque vai levar à catástrofe humanitária.”

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No terceiro dia de ataques à Ucrânia, as tropas russas tentam tomar a capital Kiev, mas encontrou resistência das forças ucranianas e da população civil. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças. Além disso, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças.

Por toda a Ucrânia, as pessoas se amontoaram em abrigos antiaéreos, fizeram fila em caixas eletrônicos e estocaram itens essenciais. O Reino Unido disse que a maioria das forças russas está a cerca de 30 km do centro de Kiev. 

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Os combates também já provocaram o deslocamento de centenas de milhares de ucranianos rumo à Europa. Segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 150.000 pessoas já fugiram para os países vizinhos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia na quinta-feira. Dessas, 100.000 atravessaram a fronteira para a Polônia. A Acnur espera que até 4 milhões de ucranianos possam fugir se a situação piorar ainda mais

Avanço russo diminui

Enquanto o governo russo ordena o aumento da ofensiva, informações de intligência sugerem que a velocidade desse avanço diminuiu no sábado. Segundo um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a maioria das mais de 150.000 forças russas concentradas contra a Ucrânia estão lutando no país, mas essas tropas estão "cada vez mais frustradas por sua falta de impulso".

"Calculamos que mais de 50% da força que Putin concentrou contra a Ucrânia está mobilizada dentro do país", disse o oficial que pediu para não ser identificado. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável", acrescentou.

Apesar de agora ter mais da metade de seu poder de combate dentro da Ucrânia, as tropas russas ainda não controlam nenhuma cidade, embora estejam se aproximando da capital Kiev e de outros centros urbanos, disse a autoridade.

O presidente da Zelenski apareceu novamente em frente às câmeras no sábado para fornecer provas de sua presença contínua na capital, elogiar seus militares desarmados e desguarnecidos e implorar aos países ocidentais por mais apoio. 

"Resistimos e repelimos com sucesso os ataques inimigos", disse Zelenski em um vídeo postado por volta do meio-dia no horário local (7h de Brasília). Ele disse que até aquele momento o exército ucraniano ainda controlava a capital e as principais cidades próximas.

No entanto, e apesar da resistência ucraniana, particularmente em torno de Kiev e Kharkiv, a maioria dos analistas americanos e ocidentais espera que os militares ucranianos desarmados sucumbam para as forças armadas russas maiores e tecnologicamente mais avançadas nos próximos dias.

No fim do dia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar, uma grande mudança na política de defesa alemã pós-Segunda Guerra Mundial. Até sábado, os líderes alemães se recusaram a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. 

O governo alemão também disse que apoia o corte da Rússia do Swift, um mecanismo chave de transações financeiras, de uma maneira “direcionada e funcional”./AFP, AP, NYT e W.POST

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Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

KIEV - O Exército da Rússia recebeu ordens neste sábado, 26, para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário, alegando que Kiev rejeitou as negociações. Ao mesmo tempo, a capital ucraniana decretou um toque de recolher que começa neste sábado e vai até a madrugada de segunda-feira, 28, alegando questões de segurança.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado. O Kremlin disse que o presidente Vladimir Putin havia ordenado uma pausa nos avanços das tropas na sexta-feira enquanto considerava possíveis negociações com a Ucrânia.

Porém, o governo russo disse nesta quarta que a Ucrânia rejeitou as negociações. O país, no entanto, não confirmou a rejeição das conversas, nem está claro que as forças russas interromperam de fato seu avanço na sexta-feira.

Veículos armados ucranianos transitam nas ruas de Kiev enquanto resistem à invasão russa Foto: EFE/EPA/ZURAB KURTSIKIDZE

"Putin deu uma ordem na sexta-feira para interromper o avanço das tropas russas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em uma breve teleconferência neste sábado. Peskov acrescentou: “Como o lado ucraniano basicamente recusou as negociações, hoje o avanço das principais forças russas foi renovado de acordo com o plano da operação”.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, propôs a Vladimir Putin uma negociação na sexta-feira. Ele disse que estava disposto a dialogar e até mesmoadotar um “status neutro” - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

“Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento”, disse, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. “Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?”

O Kremlin disse na sexta-feira que Putin estava disposto a enviar uma delegação para Belarus, país aliado da Rússia, para negociar com a Ucrânia, mas que Kiev preferia ter este diálogo em Varsóvia, e depois interrompeu as comunicações. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse mais tarde que Moscou discutiria as perspectivas de negociações neste sábado.

O porta-voz do Kremlin afirmou que, apesar da pausa, as tropas russas continuaram a combater grupos irregulares de "nacionalistas e banderovitas", usando um termo russo pejorativo para ucranianos que se refere a Stepan Bandera, líder nacionalista ucraniano da Segunda Guerra Mundial.

Esses grupos irregulares, afirmou Peskov, circulavam em carros e caminhões nos quais carregavam armas, semelhantes aos militantes do Oriente Médio. "É o princípio dos jihad, exceto que agora eles os chamam de Bandera", disse Peskov.

Milhares de combatentes ucranianos estão envolvidos na guerra, muitas vezes movendo-se em veículos civis. Para o Kremlin, eles se encaixam na falsa narrativa de que a guerra é principalmente contra extremistas nacionalistas e não contra a própria Ucrânia.

Toque de recolher em Kiev

O prefeito da cidade de Kiev impôs um toque de recolher que durará da noite deste sábado até a manhã de segunda-feira sem intervalos, disse o gabinete do prefeito Vitali Klitschko. "Para uma defesa mais eficaz da capital e segurança de seus moradores, o toque de recolher será das 17h de hoje, 26 de fevereiro de 2022, até a manhã de 28 de fevereiro", afirmou em comunicado.

O gabinete disse que são necessárias regras estritas para limpar a cidade, que está sob bombardeios e tiros, de "grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo". O comunicado ainda acrescenta que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos". 

O prefeito de Kiev implorou a outras nações que interviessem imediatamente contra o ataque que, segundo ele, matou civis. “Está acontecendo no coração da Europa”, disse em um vídeo postado no Twitter . “Não há tempo para esperar, porque vai levar à catástrofe humanitária.”

No terceiro dia de ataques à Ucrânia, as tropas russas tentam tomar a capital Kiev, mas encontrou resistência das forças ucranianas e da população civil. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças. Além disso, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças.

Por toda a Ucrânia, as pessoas se amontoaram em abrigos antiaéreos, fizeram fila em caixas eletrônicos e estocaram itens essenciais. O Reino Unido disse que a maioria das forças russas está a cerca de 30 km do centro de Kiev. 

Os combates também já provocaram o deslocamento de centenas de milhares de ucranianos rumo à Europa. Segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 150.000 pessoas já fugiram para os países vizinhos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia na quinta-feira. Dessas, 100.000 atravessaram a fronteira para a Polônia. A Acnur espera que até 4 milhões de ucranianos possam fugir se a situação piorar ainda mais

Avanço russo diminui

Enquanto o governo russo ordena o aumento da ofensiva, informações de intligência sugerem que a velocidade desse avanço diminuiu no sábado. Segundo um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a maioria das mais de 150.000 forças russas concentradas contra a Ucrânia estão lutando no país, mas essas tropas estão "cada vez mais frustradas por sua falta de impulso".

"Calculamos que mais de 50% da força que Putin concentrou contra a Ucrânia está mobilizada dentro do país", disse o oficial que pediu para não ser identificado. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável", acrescentou.

Apesar de agora ter mais da metade de seu poder de combate dentro da Ucrânia, as tropas russas ainda não controlam nenhuma cidade, embora estejam se aproximando da capital Kiev e de outros centros urbanos, disse a autoridade.

O presidente da Zelenski apareceu novamente em frente às câmeras no sábado para fornecer provas de sua presença contínua na capital, elogiar seus militares desarmados e desguarnecidos e implorar aos países ocidentais por mais apoio. 

"Resistimos e repelimos com sucesso os ataques inimigos", disse Zelenski em um vídeo postado por volta do meio-dia no horário local (7h de Brasília). Ele disse que até aquele momento o exército ucraniano ainda controlava a capital e as principais cidades próximas.

No entanto, e apesar da resistência ucraniana, particularmente em torno de Kiev e Kharkiv, a maioria dos analistas americanos e ocidentais espera que os militares ucranianos desarmados sucumbam para as forças armadas russas maiores e tecnologicamente mais avançadas nos próximos dias.

No fim do dia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar, uma grande mudança na política de defesa alemã pós-Segunda Guerra Mundial. Até sábado, os líderes alemães se recusaram a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. 

O governo alemão também disse que apoia o corte da Rússia do Swift, um mecanismo chave de transações financeiras, de uma maneira “direcionada e funcional”./AFP, AP, NYT e W.POST

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Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

KIEV - O Exército da Rússia recebeu ordens neste sábado, 26, para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário, alegando que Kiev rejeitou as negociações. Ao mesmo tempo, a capital ucraniana decretou um toque de recolher que começa neste sábado e vai até a madrugada de segunda-feira, 28, alegando questões de segurança.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado. O Kremlin disse que o presidente Vladimir Putin havia ordenado uma pausa nos avanços das tropas na sexta-feira enquanto considerava possíveis negociações com a Ucrânia.

Porém, o governo russo disse nesta quarta que a Ucrânia rejeitou as negociações. O país, no entanto, não confirmou a rejeição das conversas, nem está claro que as forças russas interromperam de fato seu avanço na sexta-feira.

Veículos armados ucranianos transitam nas ruas de Kiev enquanto resistem à invasão russa Foto: EFE/EPA/ZURAB KURTSIKIDZE

"Putin deu uma ordem na sexta-feira para interromper o avanço das tropas russas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em uma breve teleconferência neste sábado. Peskov acrescentou: “Como o lado ucraniano basicamente recusou as negociações, hoje o avanço das principais forças russas foi renovado de acordo com o plano da operação”.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, propôs a Vladimir Putin uma negociação na sexta-feira. Ele disse que estava disposto a dialogar e até mesmoadotar um “status neutro” - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

“Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento”, disse, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. “Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?”

O Kremlin disse na sexta-feira que Putin estava disposto a enviar uma delegação para Belarus, país aliado da Rússia, para negociar com a Ucrânia, mas que Kiev preferia ter este diálogo em Varsóvia, e depois interrompeu as comunicações. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse mais tarde que Moscou discutiria as perspectivas de negociações neste sábado.

O porta-voz do Kremlin afirmou que, apesar da pausa, as tropas russas continuaram a combater grupos irregulares de "nacionalistas e banderovitas", usando um termo russo pejorativo para ucranianos que se refere a Stepan Bandera, líder nacionalista ucraniano da Segunda Guerra Mundial.

Esses grupos irregulares, afirmou Peskov, circulavam em carros e caminhões nos quais carregavam armas, semelhantes aos militantes do Oriente Médio. "É o princípio dos jihad, exceto que agora eles os chamam de Bandera", disse Peskov.

Milhares de combatentes ucranianos estão envolvidos na guerra, muitas vezes movendo-se em veículos civis. Para o Kremlin, eles se encaixam na falsa narrativa de que a guerra é principalmente contra extremistas nacionalistas e não contra a própria Ucrânia.

Toque de recolher em Kiev

O prefeito da cidade de Kiev impôs um toque de recolher que durará da noite deste sábado até a manhã de segunda-feira sem intervalos, disse o gabinete do prefeito Vitali Klitschko. "Para uma defesa mais eficaz da capital e segurança de seus moradores, o toque de recolher será das 17h de hoje, 26 de fevereiro de 2022, até a manhã de 28 de fevereiro", afirmou em comunicado.

O gabinete disse que são necessárias regras estritas para limpar a cidade, que está sob bombardeios e tiros, de "grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo". O comunicado ainda acrescenta que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos". 

O prefeito de Kiev implorou a outras nações que interviessem imediatamente contra o ataque que, segundo ele, matou civis. “Está acontecendo no coração da Europa”, disse em um vídeo postado no Twitter . “Não há tempo para esperar, porque vai levar à catástrofe humanitária.”

No terceiro dia de ataques à Ucrânia, as tropas russas tentam tomar a capital Kiev, mas encontrou resistência das forças ucranianas e da população civil. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças. Além disso, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças.

Por toda a Ucrânia, as pessoas se amontoaram em abrigos antiaéreos, fizeram fila em caixas eletrônicos e estocaram itens essenciais. O Reino Unido disse que a maioria das forças russas está a cerca de 30 km do centro de Kiev. 

Os combates também já provocaram o deslocamento de centenas de milhares de ucranianos rumo à Europa. Segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 150.000 pessoas já fugiram para os países vizinhos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia na quinta-feira. Dessas, 100.000 atravessaram a fronteira para a Polônia. A Acnur espera que até 4 milhões de ucranianos possam fugir se a situação piorar ainda mais

Avanço russo diminui

Enquanto o governo russo ordena o aumento da ofensiva, informações de intligência sugerem que a velocidade desse avanço diminuiu no sábado. Segundo um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a maioria das mais de 150.000 forças russas concentradas contra a Ucrânia estão lutando no país, mas essas tropas estão "cada vez mais frustradas por sua falta de impulso".

"Calculamos que mais de 50% da força que Putin concentrou contra a Ucrânia está mobilizada dentro do país", disse o oficial que pediu para não ser identificado. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável", acrescentou.

Apesar de agora ter mais da metade de seu poder de combate dentro da Ucrânia, as tropas russas ainda não controlam nenhuma cidade, embora estejam se aproximando da capital Kiev e de outros centros urbanos, disse a autoridade.

O presidente da Zelenski apareceu novamente em frente às câmeras no sábado para fornecer provas de sua presença contínua na capital, elogiar seus militares desarmados e desguarnecidos e implorar aos países ocidentais por mais apoio. 

"Resistimos e repelimos com sucesso os ataques inimigos", disse Zelenski em um vídeo postado por volta do meio-dia no horário local (7h de Brasília). Ele disse que até aquele momento o exército ucraniano ainda controlava a capital e as principais cidades próximas.

No entanto, e apesar da resistência ucraniana, particularmente em torno de Kiev e Kharkiv, a maioria dos analistas americanos e ocidentais espera que os militares ucranianos desarmados sucumbam para as forças armadas russas maiores e tecnologicamente mais avançadas nos próximos dias.

No fim do dia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar, uma grande mudança na política de defesa alemã pós-Segunda Guerra Mundial. Até sábado, os líderes alemães se recusaram a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. 

O governo alemão também disse que apoia o corte da Rússia do Swift, um mecanismo chave de transações financeiras, de uma maneira “direcionada e funcional”./AFP, AP, NYT e W.POST

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Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

KIEV - O Exército da Rússia recebeu ordens neste sábado, 26, para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário, alegando que Kiev rejeitou as negociações. Ao mesmo tempo, a capital ucraniana decretou um toque de recolher que começa neste sábado e vai até a madrugada de segunda-feira, 28, alegando questões de segurança.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado. O Kremlin disse que o presidente Vladimir Putin havia ordenado uma pausa nos avanços das tropas na sexta-feira enquanto considerava possíveis negociações com a Ucrânia.

Porém, o governo russo disse nesta quarta que a Ucrânia rejeitou as negociações. O país, no entanto, não confirmou a rejeição das conversas, nem está claro que as forças russas interromperam de fato seu avanço na sexta-feira.

Veículos armados ucranianos transitam nas ruas de Kiev enquanto resistem à invasão russa Foto: EFE/EPA/ZURAB KURTSIKIDZE

"Putin deu uma ordem na sexta-feira para interromper o avanço das tropas russas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em uma breve teleconferência neste sábado. Peskov acrescentou: “Como o lado ucraniano basicamente recusou as negociações, hoje o avanço das principais forças russas foi renovado de acordo com o plano da operação”.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, propôs a Vladimir Putin uma negociação na sexta-feira. Ele disse que estava disposto a dialogar e até mesmoadotar um “status neutro” - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

“Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento”, disse, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. “Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?”

O Kremlin disse na sexta-feira que Putin estava disposto a enviar uma delegação para Belarus, país aliado da Rússia, para negociar com a Ucrânia, mas que Kiev preferia ter este diálogo em Varsóvia, e depois interrompeu as comunicações. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse mais tarde que Moscou discutiria as perspectivas de negociações neste sábado.

O porta-voz do Kremlin afirmou que, apesar da pausa, as tropas russas continuaram a combater grupos irregulares de "nacionalistas e banderovitas", usando um termo russo pejorativo para ucranianos que se refere a Stepan Bandera, líder nacionalista ucraniano da Segunda Guerra Mundial.

Esses grupos irregulares, afirmou Peskov, circulavam em carros e caminhões nos quais carregavam armas, semelhantes aos militantes do Oriente Médio. "É o princípio dos jihad, exceto que agora eles os chamam de Bandera", disse Peskov.

Milhares de combatentes ucranianos estão envolvidos na guerra, muitas vezes movendo-se em veículos civis. Para o Kremlin, eles se encaixam na falsa narrativa de que a guerra é principalmente contra extremistas nacionalistas e não contra a própria Ucrânia.

Toque de recolher em Kiev

O prefeito da cidade de Kiev impôs um toque de recolher que durará da noite deste sábado até a manhã de segunda-feira sem intervalos, disse o gabinete do prefeito Vitali Klitschko. "Para uma defesa mais eficaz da capital e segurança de seus moradores, o toque de recolher será das 17h de hoje, 26 de fevereiro de 2022, até a manhã de 28 de fevereiro", afirmou em comunicado.

O gabinete disse que são necessárias regras estritas para limpar a cidade, que está sob bombardeios e tiros, de "grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo". O comunicado ainda acrescenta que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos". 

O prefeito de Kiev implorou a outras nações que interviessem imediatamente contra o ataque que, segundo ele, matou civis. “Está acontecendo no coração da Europa”, disse em um vídeo postado no Twitter . “Não há tempo para esperar, porque vai levar à catástrofe humanitária.”

No terceiro dia de ataques à Ucrânia, as tropas russas tentam tomar a capital Kiev, mas encontrou resistência das forças ucranianas e da população civil. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças. Além disso, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças.

Por toda a Ucrânia, as pessoas se amontoaram em abrigos antiaéreos, fizeram fila em caixas eletrônicos e estocaram itens essenciais. O Reino Unido disse que a maioria das forças russas está a cerca de 30 km do centro de Kiev. 

Os combates também já provocaram o deslocamento de centenas de milhares de ucranianos rumo à Europa. Segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 150.000 pessoas já fugiram para os países vizinhos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia na quinta-feira. Dessas, 100.000 atravessaram a fronteira para a Polônia. A Acnur espera que até 4 milhões de ucranianos possam fugir se a situação piorar ainda mais

Avanço russo diminui

Enquanto o governo russo ordena o aumento da ofensiva, informações de intligência sugerem que a velocidade desse avanço diminuiu no sábado. Segundo um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a maioria das mais de 150.000 forças russas concentradas contra a Ucrânia estão lutando no país, mas essas tropas estão "cada vez mais frustradas por sua falta de impulso".

"Calculamos que mais de 50% da força que Putin concentrou contra a Ucrânia está mobilizada dentro do país", disse o oficial que pediu para não ser identificado. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável", acrescentou.

Apesar de agora ter mais da metade de seu poder de combate dentro da Ucrânia, as tropas russas ainda não controlam nenhuma cidade, embora estejam se aproximando da capital Kiev e de outros centros urbanos, disse a autoridade.

O presidente da Zelenski apareceu novamente em frente às câmeras no sábado para fornecer provas de sua presença contínua na capital, elogiar seus militares desarmados e desguarnecidos e implorar aos países ocidentais por mais apoio. 

"Resistimos e repelimos com sucesso os ataques inimigos", disse Zelenski em um vídeo postado por volta do meio-dia no horário local (7h de Brasília). Ele disse que até aquele momento o exército ucraniano ainda controlava a capital e as principais cidades próximas.

No entanto, e apesar da resistência ucraniana, particularmente em torno de Kiev e Kharkiv, a maioria dos analistas americanos e ocidentais espera que os militares ucranianos desarmados sucumbam para as forças armadas russas maiores e tecnologicamente mais avançadas nos próximos dias.

No fim do dia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar, uma grande mudança na política de defesa alemã pós-Segunda Guerra Mundial. Até sábado, os líderes alemães se recusaram a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. 

O governo alemão também disse que apoia o corte da Rússia do Swift, um mecanismo chave de transações financeiras, de uma maneira “direcionada e funcional”./AFP, AP, NYT e W.POST

Seu navegador não suporta esse video.

Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

KIEV - O Exército da Rússia recebeu ordens neste sábado, 26, para expandir sua ofensiva contra a Ucrânia, apesar do crescente protesto internacional em sentido contrário, alegando que Kiev rejeitou as negociações. Ao mesmo tempo, a capital ucraniana decretou um toque de recolher que começa neste sábado e vai até a madrugada de segunda-feira, 28, alegando questões de segurança.

"Hoje, todas as unidades receberam a ordem de ampliar a ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de ataque", declarou o Ministério russo da Defesa, em um comunicado. O Kremlin disse que o presidente Vladimir Putin havia ordenado uma pausa nos avanços das tropas na sexta-feira enquanto considerava possíveis negociações com a Ucrânia.

Porém, o governo russo disse nesta quarta que a Ucrânia rejeitou as negociações. O país, no entanto, não confirmou a rejeição das conversas, nem está claro que as forças russas interromperam de fato seu avanço na sexta-feira.

Veículos armados ucranianos transitam nas ruas de Kiev enquanto resistem à invasão russa Foto: EFE/EPA/ZURAB KURTSIKIDZE

"Putin deu uma ordem na sexta-feira para interromper o avanço das tropas russas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres em uma breve teleconferência neste sábado. Peskov acrescentou: “Como o lado ucraniano basicamente recusou as negociações, hoje o avanço das principais forças russas foi renovado de acordo com o plano da operação”.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, propôs a Vladimir Putin uma negociação na sexta-feira. Ele disse que estava disposto a dialogar e até mesmoadotar um “status neutro” - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

“Não temos medo de falar sobre nada. Sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre o status neutro, e não estamos na Otan no momento”, disse, antes de ressaltar que essa condição tornaria seu país vulnerável a futuras agressões. “Mas que garantias e, mais importante, quais países específicos nos dariam garantias?”

O Kremlin disse na sexta-feira que Putin estava disposto a enviar uma delegação para Belarus, país aliado da Rússia, para negociar com a Ucrânia, mas que Kiev preferia ter este diálogo em Varsóvia, e depois interrompeu as comunicações. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse mais tarde que Moscou discutiria as perspectivas de negociações neste sábado.

O porta-voz do Kremlin afirmou que, apesar da pausa, as tropas russas continuaram a combater grupos irregulares de "nacionalistas e banderovitas", usando um termo russo pejorativo para ucranianos que se refere a Stepan Bandera, líder nacionalista ucraniano da Segunda Guerra Mundial.

Esses grupos irregulares, afirmou Peskov, circulavam em carros e caminhões nos quais carregavam armas, semelhantes aos militantes do Oriente Médio. "É o princípio dos jihad, exceto que agora eles os chamam de Bandera", disse Peskov.

Milhares de combatentes ucranianos estão envolvidos na guerra, muitas vezes movendo-se em veículos civis. Para o Kremlin, eles se encaixam na falsa narrativa de que a guerra é principalmente contra extremistas nacionalistas e não contra a própria Ucrânia.

Toque de recolher em Kiev

O prefeito da cidade de Kiev impôs um toque de recolher que durará da noite deste sábado até a manhã de segunda-feira sem intervalos, disse o gabinete do prefeito Vitali Klitschko. "Para uma defesa mais eficaz da capital e segurança de seus moradores, o toque de recolher será das 17h de hoje, 26 de fevereiro de 2022, até a manhã de 28 de fevereiro", afirmou em comunicado.

O gabinete disse que são necessárias regras estritas para limpar a cidade, que está sob bombardeios e tiros, de "grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo". O comunicado ainda acrescenta que todas as pessoas que estiverem nas ruas durante este período "serão consideradas membros de grupos sabotadores inimigos". 

O prefeito de Kiev implorou a outras nações que interviessem imediatamente contra o ataque que, segundo ele, matou civis. “Está acontecendo no coração da Europa”, disse em um vídeo postado no Twitter . “Não há tempo para esperar, porque vai levar à catástrofe humanitária.”

No terceiro dia de ataques à Ucrânia, as tropas russas tentam tomar a capital Kiev, mas encontrou resistência das forças ucranianas e da população civil. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças. Além disso, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças.

Por toda a Ucrânia, as pessoas se amontoaram em abrigos antiaéreos, fizeram fila em caixas eletrônicos e estocaram itens essenciais. O Reino Unido disse que a maioria das forças russas está a cerca de 30 km do centro de Kiev. 

Os combates também já provocaram o deslocamento de centenas de milhares de ucranianos rumo à Europa. Segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 150.000 pessoas já fugiram para os países vizinhos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia na quinta-feira. Dessas, 100.000 atravessaram a fronteira para a Polônia. A Acnur espera que até 4 milhões de ucranianos possam fugir se a situação piorar ainda mais

Avanço russo diminui

Enquanto o governo russo ordena o aumento da ofensiva, informações de intligência sugerem que a velocidade desse avanço diminuiu no sábado. Segundo um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a maioria das mais de 150.000 forças russas concentradas contra a Ucrânia estão lutando no país, mas essas tropas estão "cada vez mais frustradas por sua falta de impulso".

"Calculamos que mais de 50% da força que Putin concentrou contra a Ucrânia está mobilizada dentro do país", disse o oficial que pediu para não ser identificado. "Além disso, continuamos vendo sinais de uma resistência ucraniana viável", acrescentou.

Apesar de agora ter mais da metade de seu poder de combate dentro da Ucrânia, as tropas russas ainda não controlam nenhuma cidade, embora estejam se aproximando da capital Kiev e de outros centros urbanos, disse a autoridade.

O presidente da Zelenski apareceu novamente em frente às câmeras no sábado para fornecer provas de sua presença contínua na capital, elogiar seus militares desarmados e desguarnecidos e implorar aos países ocidentais por mais apoio. 

"Resistimos e repelimos com sucesso os ataques inimigos", disse Zelenski em um vídeo postado por volta do meio-dia no horário local (7h de Brasília). Ele disse que até aquele momento o exército ucraniano ainda controlava a capital e as principais cidades próximas.

No entanto, e apesar da resistência ucraniana, particularmente em torno de Kiev e Kharkiv, a maioria dos analistas americanos e ocidentais espera que os militares ucranianos desarmados sucumbam para as forças armadas russas maiores e tecnologicamente mais avançadas nos próximos dias.

No fim do dia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar, uma grande mudança na política de defesa alemã pós-Segunda Guerra Mundial. Até sábado, os líderes alemães se recusaram a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. 

O governo alemão também disse que apoia o corte da Rússia do Swift, um mecanismo chave de transações financeiras, de uma maneira “direcionada e funcional”./AFP, AP, NYT e W.POST

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Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

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