Rússia renova ataques em Mariupol e bombardeia Odessa


Bombardeio no sul deixa ao menos oito mortos, um bebê de 3 meses entre eles, e ocorre um dia depois de um general russo dizer que Moscou pretendia controlar toda a região

Por Redação
Atualização:

A Rússia retomou seu ataque aos últimos combatentes e civis ucranianos escondidos em uma siderúrgica em Mariupol dias depois de Moscou declarar vitória na cidade e afirmar que suas forças não precisavam tomar a planta.

Segundo o assessor presidencial Oleksi Arestovich, as forças russas estavam atacando o complexo de Azovstal com bombardeios aéreos e tentando invadi-lo. “O inimigo está tentando estrangular a resistência final dos defensores de Mariupol”, disse.

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A maior batalha do conflito dura semanas, enquanto a Rússia tenta capturar uma cidade vista como vital para suas tentativas de ligar a região leste de Donbas à Crimeia, a península do Mar Negro que Moscou tomou em 2014.

Ao mesmo tempo, um míssil disparado pelas forças russas atingiu uma área residencial de Odessa, outra cidade portuária, matando ao menos oito pessoas, segundo autoridades ucranianas. Entre as vítimas, havia um bebê de apenas 3 meses. Outros 18 civis ficaram feridos.

Usina de Azovstal onde estão abrigados combatentes e civis ucranianos  Foto: ALEXANDER ERMOCHENKO
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O Ministério da Defesa russo disse que suas forças usaram mísseis de alta precisão para destruir terminais logísticos em Odessa onde, segundo ele, haveria uma grande quantidade de armas fornecidas pelos EUA e pela Europa. O ministério diz que as armas foram destruídas.

Foi o primeiro ataque com mísseis em Odessa desde o início de abril, e o ataque ocorreu um dia depois que um general russo dizer que Moscou pretendia controlar todo o sul da Ucrânia.

A conta oficial do Telegram da cidade disse que a infraestrutura foi atingida e pediu aos moradores que não compartilhassem fotos ou vídeos, alegando que isso “ajudaria o inimigo”. No local, também estariam localizados prédios militares.

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“O único objetivo dos ataques com mísseis russos em Odessa é o terror”, tuitou Dmitro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. “A Rússia deve ser designada como um estado patrocinador do terrorismo e tratada de acordo. Sem negócios, sem contatos, sem projetos culturais. Precisamos de um muro entre a civilização e os bárbaros atacando cidades pacíficas com mísseis.”

Bombeiros trabalham no edifício residencial atingido por mísseis russos na cidade de Odessa  Foto: Igor Tkachenko/Reuters

Como uma cidade portuária economicamente importante, Odessa tem sido um alvo para as forças russas. Mas como os militares de Moscou têm lutado para avançar no leste, Odessa vinha sendo atacada com menos frequência do que muitas outras cidades.

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A vida tinha voltado ao normal por lá, e muitos moradores se preparavam para celebrar a Páscoa ortodoxa no domingo. A cidade implementou um toque de recolher das 23h às 5h de domingo (hora local), porque o fim de semana de feriado é considerado de maior risco de ataques.

A Rússia nega que esteja alvejando civis no que chama de “operação militar especial”, que começou em 24 de fevereiro. Na sexta-feira, o general russo Rustam Minnekayev disse que Moscou queria o controle de todo o sul da Ucrânia, não apenas Donbas.

A Ucrânia disse que os comentários indicam que a Rússia tem objetivos mais amplos do que seu declarado plano de “desmilitarizar e desnazificar” o país.

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Retirada de civis

As forças russas sitiaram e bombardearam Mariupol desde os primeiros dias da guerra, deixando uma cidade que normalmente é o lar para mais de 400 mil pessoas em ruínas.

Uma nova tentativa de retirada de civis falhou neste sábado, segundo um assessor do prefeito de Mariupol. Segundo esse assessor, cerca de 200 habitantes de Mariupol se dirigiram para o ponto marcado para embarque para deixar a cidade, mas foram “dispersados” pelos militares russos.

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O Ministério da Defesa da Rússia disse na sexta-feira que os combatentes em Mariupol foram “bloqueados com segurança” na siderúrgica. Um dia antes, Putin declarou que a cidade havia sido “libertado”, afirmando que as tropas não atacariam Azovstal.

Arestovich, conselheiro político do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que as tropas ucranianas no complexo Azovstal ainda estão resistindo “apesar da situação muito difícil” e tentavam contra-ataques. Mais de mil civis também estão na fábrica, de acordo com autoridades ucranianas.

‘Quero ver o sol’

O Batalhão Azov, uma milícia nacionalista proeminente na defesa de Mariupol, divulgou um vídeo que mostrava mulheres e crianças abrigadas no complexo. A agência Reuters afirma que não pôde verificar independentemente onde ou quando o vídeo foi filmado.

Um menino sem nome no vídeo disse que estava desesperado para conseguir sair depois de estar no bunker por dois meses. “Eu quero ver o sol porque aqui está escuro, não está como lá fora. Quando nossas casas forem reconstruídas, poderemos viver em paz. Deixa a Ucrânia vencer porque a Ucrânia é nossa casa”, disse.

A Ucrânia estima que dezenas de milhares de civis foram mortos em Mariupol e diz que 100 mil civis ainda estão na cidade.

A atual ofensiva da Rússia está focada na região de Donbas, onde separatistas apoiados por Moscou mantêm há anos partes das regiões constituintes de Donetsk e Luhansk./WP, AP, REUTERS e NYT

A Rússia retomou seu ataque aos últimos combatentes e civis ucranianos escondidos em uma siderúrgica em Mariupol dias depois de Moscou declarar vitória na cidade e afirmar que suas forças não precisavam tomar a planta.

Segundo o assessor presidencial Oleksi Arestovich, as forças russas estavam atacando o complexo de Azovstal com bombardeios aéreos e tentando invadi-lo. “O inimigo está tentando estrangular a resistência final dos defensores de Mariupol”, disse.

A maior batalha do conflito dura semanas, enquanto a Rússia tenta capturar uma cidade vista como vital para suas tentativas de ligar a região leste de Donbas à Crimeia, a península do Mar Negro que Moscou tomou em 2014.

Ao mesmo tempo, um míssil disparado pelas forças russas atingiu uma área residencial de Odessa, outra cidade portuária, matando ao menos oito pessoas, segundo autoridades ucranianas. Entre as vítimas, havia um bebê de apenas 3 meses. Outros 18 civis ficaram feridos.

Usina de Azovstal onde estão abrigados combatentes e civis ucranianos  Foto: ALEXANDER ERMOCHENKO

O Ministério da Defesa russo disse que suas forças usaram mísseis de alta precisão para destruir terminais logísticos em Odessa onde, segundo ele, haveria uma grande quantidade de armas fornecidas pelos EUA e pela Europa. O ministério diz que as armas foram destruídas.

Foi o primeiro ataque com mísseis em Odessa desde o início de abril, e o ataque ocorreu um dia depois que um general russo dizer que Moscou pretendia controlar todo o sul da Ucrânia.

A conta oficial do Telegram da cidade disse que a infraestrutura foi atingida e pediu aos moradores que não compartilhassem fotos ou vídeos, alegando que isso “ajudaria o inimigo”. No local, também estariam localizados prédios militares.

“O único objetivo dos ataques com mísseis russos em Odessa é o terror”, tuitou Dmitro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. “A Rússia deve ser designada como um estado patrocinador do terrorismo e tratada de acordo. Sem negócios, sem contatos, sem projetos culturais. Precisamos de um muro entre a civilização e os bárbaros atacando cidades pacíficas com mísseis.”

Bombeiros trabalham no edifício residencial atingido por mísseis russos na cidade de Odessa  Foto: Igor Tkachenko/Reuters

Como uma cidade portuária economicamente importante, Odessa tem sido um alvo para as forças russas. Mas como os militares de Moscou têm lutado para avançar no leste, Odessa vinha sendo atacada com menos frequência do que muitas outras cidades.

A vida tinha voltado ao normal por lá, e muitos moradores se preparavam para celebrar a Páscoa ortodoxa no domingo. A cidade implementou um toque de recolher das 23h às 5h de domingo (hora local), porque o fim de semana de feriado é considerado de maior risco de ataques.

A Rússia nega que esteja alvejando civis no que chama de “operação militar especial”, que começou em 24 de fevereiro. Na sexta-feira, o general russo Rustam Minnekayev disse que Moscou queria o controle de todo o sul da Ucrânia, não apenas Donbas.

A Ucrânia disse que os comentários indicam que a Rússia tem objetivos mais amplos do que seu declarado plano de “desmilitarizar e desnazificar” o país.

Retirada de civis

As forças russas sitiaram e bombardearam Mariupol desde os primeiros dias da guerra, deixando uma cidade que normalmente é o lar para mais de 400 mil pessoas em ruínas.

Uma nova tentativa de retirada de civis falhou neste sábado, segundo um assessor do prefeito de Mariupol. Segundo esse assessor, cerca de 200 habitantes de Mariupol se dirigiram para o ponto marcado para embarque para deixar a cidade, mas foram “dispersados” pelos militares russos.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na sexta-feira que os combatentes em Mariupol foram “bloqueados com segurança” na siderúrgica. Um dia antes, Putin declarou que a cidade havia sido “libertado”, afirmando que as tropas não atacariam Azovstal.

Arestovich, conselheiro político do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que as tropas ucranianas no complexo Azovstal ainda estão resistindo “apesar da situação muito difícil” e tentavam contra-ataques. Mais de mil civis também estão na fábrica, de acordo com autoridades ucranianas.

‘Quero ver o sol’

O Batalhão Azov, uma milícia nacionalista proeminente na defesa de Mariupol, divulgou um vídeo que mostrava mulheres e crianças abrigadas no complexo. A agência Reuters afirma que não pôde verificar independentemente onde ou quando o vídeo foi filmado.

Um menino sem nome no vídeo disse que estava desesperado para conseguir sair depois de estar no bunker por dois meses. “Eu quero ver o sol porque aqui está escuro, não está como lá fora. Quando nossas casas forem reconstruídas, poderemos viver em paz. Deixa a Ucrânia vencer porque a Ucrânia é nossa casa”, disse.

A Ucrânia estima que dezenas de milhares de civis foram mortos em Mariupol e diz que 100 mil civis ainda estão na cidade.

A atual ofensiva da Rússia está focada na região de Donbas, onde separatistas apoiados por Moscou mantêm há anos partes das regiões constituintes de Donetsk e Luhansk./WP, AP, REUTERS e NYT

A Rússia retomou seu ataque aos últimos combatentes e civis ucranianos escondidos em uma siderúrgica em Mariupol dias depois de Moscou declarar vitória na cidade e afirmar que suas forças não precisavam tomar a planta.

Segundo o assessor presidencial Oleksi Arestovich, as forças russas estavam atacando o complexo de Azovstal com bombardeios aéreos e tentando invadi-lo. “O inimigo está tentando estrangular a resistência final dos defensores de Mariupol”, disse.

A maior batalha do conflito dura semanas, enquanto a Rússia tenta capturar uma cidade vista como vital para suas tentativas de ligar a região leste de Donbas à Crimeia, a península do Mar Negro que Moscou tomou em 2014.

Ao mesmo tempo, um míssil disparado pelas forças russas atingiu uma área residencial de Odessa, outra cidade portuária, matando ao menos oito pessoas, segundo autoridades ucranianas. Entre as vítimas, havia um bebê de apenas 3 meses. Outros 18 civis ficaram feridos.

Usina de Azovstal onde estão abrigados combatentes e civis ucranianos  Foto: ALEXANDER ERMOCHENKO

O Ministério da Defesa russo disse que suas forças usaram mísseis de alta precisão para destruir terminais logísticos em Odessa onde, segundo ele, haveria uma grande quantidade de armas fornecidas pelos EUA e pela Europa. O ministério diz que as armas foram destruídas.

Foi o primeiro ataque com mísseis em Odessa desde o início de abril, e o ataque ocorreu um dia depois que um general russo dizer que Moscou pretendia controlar todo o sul da Ucrânia.

A conta oficial do Telegram da cidade disse que a infraestrutura foi atingida e pediu aos moradores que não compartilhassem fotos ou vídeos, alegando que isso “ajudaria o inimigo”. No local, também estariam localizados prédios militares.

“O único objetivo dos ataques com mísseis russos em Odessa é o terror”, tuitou Dmitro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. “A Rússia deve ser designada como um estado patrocinador do terrorismo e tratada de acordo. Sem negócios, sem contatos, sem projetos culturais. Precisamos de um muro entre a civilização e os bárbaros atacando cidades pacíficas com mísseis.”

Bombeiros trabalham no edifício residencial atingido por mísseis russos na cidade de Odessa  Foto: Igor Tkachenko/Reuters

Como uma cidade portuária economicamente importante, Odessa tem sido um alvo para as forças russas. Mas como os militares de Moscou têm lutado para avançar no leste, Odessa vinha sendo atacada com menos frequência do que muitas outras cidades.

A vida tinha voltado ao normal por lá, e muitos moradores se preparavam para celebrar a Páscoa ortodoxa no domingo. A cidade implementou um toque de recolher das 23h às 5h de domingo (hora local), porque o fim de semana de feriado é considerado de maior risco de ataques.

A Rússia nega que esteja alvejando civis no que chama de “operação militar especial”, que começou em 24 de fevereiro. Na sexta-feira, o general russo Rustam Minnekayev disse que Moscou queria o controle de todo o sul da Ucrânia, não apenas Donbas.

A Ucrânia disse que os comentários indicam que a Rússia tem objetivos mais amplos do que seu declarado plano de “desmilitarizar e desnazificar” o país.

Retirada de civis

As forças russas sitiaram e bombardearam Mariupol desde os primeiros dias da guerra, deixando uma cidade que normalmente é o lar para mais de 400 mil pessoas em ruínas.

Uma nova tentativa de retirada de civis falhou neste sábado, segundo um assessor do prefeito de Mariupol. Segundo esse assessor, cerca de 200 habitantes de Mariupol se dirigiram para o ponto marcado para embarque para deixar a cidade, mas foram “dispersados” pelos militares russos.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na sexta-feira que os combatentes em Mariupol foram “bloqueados com segurança” na siderúrgica. Um dia antes, Putin declarou que a cidade havia sido “libertado”, afirmando que as tropas não atacariam Azovstal.

Arestovich, conselheiro político do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que as tropas ucranianas no complexo Azovstal ainda estão resistindo “apesar da situação muito difícil” e tentavam contra-ataques. Mais de mil civis também estão na fábrica, de acordo com autoridades ucranianas.

‘Quero ver o sol’

O Batalhão Azov, uma milícia nacionalista proeminente na defesa de Mariupol, divulgou um vídeo que mostrava mulheres e crianças abrigadas no complexo. A agência Reuters afirma que não pôde verificar independentemente onde ou quando o vídeo foi filmado.

Um menino sem nome no vídeo disse que estava desesperado para conseguir sair depois de estar no bunker por dois meses. “Eu quero ver o sol porque aqui está escuro, não está como lá fora. Quando nossas casas forem reconstruídas, poderemos viver em paz. Deixa a Ucrânia vencer porque a Ucrânia é nossa casa”, disse.

A Ucrânia estima que dezenas de milhares de civis foram mortos em Mariupol e diz que 100 mil civis ainda estão na cidade.

A atual ofensiva da Rússia está focada na região de Donbas, onde separatistas apoiados por Moscou mantêm há anos partes das regiões constituintes de Donetsk e Luhansk./WP, AP, REUTERS e NYT

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