Rússia suspende acordo de grãos com a Ucrânia após ataque a navios de guerra no Mar Negro


O Ministério da Defesa russo anunciou que está suspendendo a sua participação no histórico acordo de grãos mediado pela ONU que buscava aliviar a crise alimentar mundial

Por Redação

MOSCOU - A Rússia suspendeu neste sábado, 29, seu acordo mediado pela ONU para permitir embarques de grãos ucranianos pelo Mar Negro, após um ataque de drones que danificou pelo menos um dos navios de guerra do Kremlin perto da cidade de Sebastopol, na Crimeia. O acordo fechado em julho buscava aliviar a crise alimentar global que começou após a invasão da Rússia na Ucrânia.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa russo poucas horas depois de acusar a Ucrânia de lançar um ataque a navios da Frota do Mar Negro na Crimeia que, segundo a pasta, participavam do acordo de grãos. As duas nações assinaram o acordo com a ONU, depois que a Rússia bloqueou os embarques de Odessa e dois outros portos ucranianos. No ano passado, a Ucrânia respondia por 10% das exportações globais de trigo, segundo as Nações Unidas.

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A Rússia inicialmente disse que havia repelido o ataque de drones, mas depois voltou atrás e disse que pelo menos um caça-minas havia sofrido danos. “Considerando a ação terrorista do regime de Kiev com a participação de especialistas britânicos contra a frota do Mar Negro e contra navios civis que fornecem segurança aos corredores de grãos, a Rússia suspende sua participação na implementação do acordo de exportação de produtos agrícolas dos portos ucranianos”, disse o Ministério da Defesa russo no Telegram.

O acordo de passagem segura de grãos foi assinado entre a Ucrânia e a Rússia em 22 de julho de 2022 em Istambul, com mediação da Turquia e da ONU  Foto: Erdem Sahim/EPA/EFE

A Ucrânia respondeu dizendo que a Rússia estava utililzando um falso pretexto para suspender sua participação no acordo. A ONU, por sua parte, pediu para que o acordo seja preservado.

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O acordo, conhecido como Iniciativa de Grãos do Mar Negro, encerrou um bloqueio russo de cinco meses aos portos da Ucrânia e deveria expirar no final de novembro. Nas últimas semanas, a Rússia sugeriu que poderia se recusar a estender este prazo se as exigências de Moscou sobre suas exportações de alimentos e fertilizantes não fossem atendidas.

Embora o principal objetivo do acordo de grãos fosse acabar com o bloqueio da Rússia às exportações ucranianas, que vinha contribuindo para uma crise global de alimentos, também permitiu mais embarques de grãos e fertilizantes russos. Como parte do acordo, os Estados Unidos e a União Europeia deram garantias de que bancos e empresas envolvidas no comércio de grãos e fertilizantes russos estariam isentos de sanções.

Ataque na Crimeia

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Sem apresentar provas, o Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia e o Reino Unido de lançarem o ataque com drones contra a Frota do Mar Negro na Crimeia, a península ocupada pela Rússia que tem sido um palco chave para a invasão da Ucrânia.

O ministério culpou “o regime de Kiev”, dizendo em comunicado que os navios da Frota do Mar Negro da Rússia eram o alvo e que danos menores foram sofridos por pelo menos um navio russo. A pasta acrescentou que 16 drones estavam envolvidos e que “todos os alvos aéreos” foram destruídos.

Não houve comentários imediatos de autoridades ucranianas, que mantêm uma política de ambiguidade oficial sobre ataques muito atrás das linhas de frente.

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Um homem inspecionando o navio de carga Razoni, com bandeira de Serra Leoa, carregando 26.000 toneladas de milho da Ucrânia, na costa noroeste de Istambul, em 3 de agosto, após o acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia Foto: Ministério de Defesa da Turquia via AFP

Moscou também acusou o Reino Unido de treinar e orientar a unidade ucraniana por trás do ataque de drones e de estar por trás das explosões que atingiram os gasodutos Nord Stream que transportavam gás russo para a Europa em setembro. Londres respondeu que a Rússia estava fazendo “alegações falsas de escala épica”

A agência de notícias estatal russa Tass informou que uma forte explosão foi ouvida nas primeiras horas do amanhecer sobre a baía de Sebastopol, a maior cidade da Crimeia e onde fica a frota do Mar Negro. O governador da região indicado pela Rússia, Mikhail Razvozhaev, disse em um post do Telegram que os navios “repeliram” o ataque e pediu aos moradores que não compartilhem fotos da área nas mídias sociais.

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A Crimeia, que está sob controle do Kremlin desde que Moscou anexou ilegalmente a península em 2014, tem uma importância simbólica para Putin. Uma explosão no início deste mês na ponte que liga a península à Rússia levou Putin a retaliar com ataques em massa na Ucrânia que mataram dezenas de pessoas e atingiram infraestruturas críticas.

Embora os militares da Ucrânia não tenham reivindicado publicamente a responsabilidade pela explosão da ponte, o incidente lembra outros ataques realizados pelas forças de Kiev contra alvos altamente simbólicos e mostraram sua capacidade militar diante de um exército russo mais forte e fortemente mais armado.

Em abril, dois mísseis de cruzeiro Neptune, fabricados na Ucrânia, atingiram o casco do Moskva, o orgulho da frota russa do Mar Negro. O ataque desencadeou uma série de explosões que eventualmente fizeram com que o cruzador afundasse, matando um número desconhecido de marinheiros.

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Imagem de arquivo do navio russo Moskva patrulhando o Mar Mediterrâneo, na costa da Síria, em 2015. O navio de guerra foi destruído em abril deste ano  Foto: Max Delany/AFP

Embora o ataque ao Moskva tenha chocado o estabelecimento militar da Rússia, foi uma série de ataques a alvos militares na península do Mar Negro nos últimos meses que interrompeu a sensação de segurança e distância da guerra da Crimeia.

Em um ataque particularmente ousado, explosões destruíram pelo menos oito aviões de guerra russos em um aeródromo na Crimeia. Mais tarde, em agosto, um drone atingiu o prédio da sede da Frota do Mar Negro em Sebastopol./AFP, NYT e W.POST

MOSCOU - A Rússia suspendeu neste sábado, 29, seu acordo mediado pela ONU para permitir embarques de grãos ucranianos pelo Mar Negro, após um ataque de drones que danificou pelo menos um dos navios de guerra do Kremlin perto da cidade de Sebastopol, na Crimeia. O acordo fechado em julho buscava aliviar a crise alimentar global que começou após a invasão da Rússia na Ucrânia.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa russo poucas horas depois de acusar a Ucrânia de lançar um ataque a navios da Frota do Mar Negro na Crimeia que, segundo a pasta, participavam do acordo de grãos. As duas nações assinaram o acordo com a ONU, depois que a Rússia bloqueou os embarques de Odessa e dois outros portos ucranianos. No ano passado, a Ucrânia respondia por 10% das exportações globais de trigo, segundo as Nações Unidas.

A Rússia inicialmente disse que havia repelido o ataque de drones, mas depois voltou atrás e disse que pelo menos um caça-minas havia sofrido danos. “Considerando a ação terrorista do regime de Kiev com a participação de especialistas britânicos contra a frota do Mar Negro e contra navios civis que fornecem segurança aos corredores de grãos, a Rússia suspende sua participação na implementação do acordo de exportação de produtos agrícolas dos portos ucranianos”, disse o Ministério da Defesa russo no Telegram.

O acordo de passagem segura de grãos foi assinado entre a Ucrânia e a Rússia em 22 de julho de 2022 em Istambul, com mediação da Turquia e da ONU  Foto: Erdem Sahim/EPA/EFE

A Ucrânia respondeu dizendo que a Rússia estava utililzando um falso pretexto para suspender sua participação no acordo. A ONU, por sua parte, pediu para que o acordo seja preservado.

O acordo, conhecido como Iniciativa de Grãos do Mar Negro, encerrou um bloqueio russo de cinco meses aos portos da Ucrânia e deveria expirar no final de novembro. Nas últimas semanas, a Rússia sugeriu que poderia se recusar a estender este prazo se as exigências de Moscou sobre suas exportações de alimentos e fertilizantes não fossem atendidas.

Embora o principal objetivo do acordo de grãos fosse acabar com o bloqueio da Rússia às exportações ucranianas, que vinha contribuindo para uma crise global de alimentos, também permitiu mais embarques de grãos e fertilizantes russos. Como parte do acordo, os Estados Unidos e a União Europeia deram garantias de que bancos e empresas envolvidas no comércio de grãos e fertilizantes russos estariam isentos de sanções.

Ataque na Crimeia

Sem apresentar provas, o Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia e o Reino Unido de lançarem o ataque com drones contra a Frota do Mar Negro na Crimeia, a península ocupada pela Rússia que tem sido um palco chave para a invasão da Ucrânia.

O ministério culpou “o regime de Kiev”, dizendo em comunicado que os navios da Frota do Mar Negro da Rússia eram o alvo e que danos menores foram sofridos por pelo menos um navio russo. A pasta acrescentou que 16 drones estavam envolvidos e que “todos os alvos aéreos” foram destruídos.

Não houve comentários imediatos de autoridades ucranianas, que mantêm uma política de ambiguidade oficial sobre ataques muito atrás das linhas de frente.

Um homem inspecionando o navio de carga Razoni, com bandeira de Serra Leoa, carregando 26.000 toneladas de milho da Ucrânia, na costa noroeste de Istambul, em 3 de agosto, após o acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia Foto: Ministério de Defesa da Turquia via AFP

Moscou também acusou o Reino Unido de treinar e orientar a unidade ucraniana por trás do ataque de drones e de estar por trás das explosões que atingiram os gasodutos Nord Stream que transportavam gás russo para a Europa em setembro. Londres respondeu que a Rússia estava fazendo “alegações falsas de escala épica”

A agência de notícias estatal russa Tass informou que uma forte explosão foi ouvida nas primeiras horas do amanhecer sobre a baía de Sebastopol, a maior cidade da Crimeia e onde fica a frota do Mar Negro. O governador da região indicado pela Rússia, Mikhail Razvozhaev, disse em um post do Telegram que os navios “repeliram” o ataque e pediu aos moradores que não compartilhem fotos da área nas mídias sociais.

A Crimeia, que está sob controle do Kremlin desde que Moscou anexou ilegalmente a península em 2014, tem uma importância simbólica para Putin. Uma explosão no início deste mês na ponte que liga a península à Rússia levou Putin a retaliar com ataques em massa na Ucrânia que mataram dezenas de pessoas e atingiram infraestruturas críticas.

Embora os militares da Ucrânia não tenham reivindicado publicamente a responsabilidade pela explosão da ponte, o incidente lembra outros ataques realizados pelas forças de Kiev contra alvos altamente simbólicos e mostraram sua capacidade militar diante de um exército russo mais forte e fortemente mais armado.

Em abril, dois mísseis de cruzeiro Neptune, fabricados na Ucrânia, atingiram o casco do Moskva, o orgulho da frota russa do Mar Negro. O ataque desencadeou uma série de explosões que eventualmente fizeram com que o cruzador afundasse, matando um número desconhecido de marinheiros.

Imagem de arquivo do navio russo Moskva patrulhando o Mar Mediterrâneo, na costa da Síria, em 2015. O navio de guerra foi destruído em abril deste ano  Foto: Max Delany/AFP

Embora o ataque ao Moskva tenha chocado o estabelecimento militar da Rússia, foi uma série de ataques a alvos militares na península do Mar Negro nos últimos meses que interrompeu a sensação de segurança e distância da guerra da Crimeia.

Em um ataque particularmente ousado, explosões destruíram pelo menos oito aviões de guerra russos em um aeródromo na Crimeia. Mais tarde, em agosto, um drone atingiu o prédio da sede da Frota do Mar Negro em Sebastopol./AFP, NYT e W.POST

MOSCOU - A Rússia suspendeu neste sábado, 29, seu acordo mediado pela ONU para permitir embarques de grãos ucranianos pelo Mar Negro, após um ataque de drones que danificou pelo menos um dos navios de guerra do Kremlin perto da cidade de Sebastopol, na Crimeia. O acordo fechado em julho buscava aliviar a crise alimentar global que começou após a invasão da Rússia na Ucrânia.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa russo poucas horas depois de acusar a Ucrânia de lançar um ataque a navios da Frota do Mar Negro na Crimeia que, segundo a pasta, participavam do acordo de grãos. As duas nações assinaram o acordo com a ONU, depois que a Rússia bloqueou os embarques de Odessa e dois outros portos ucranianos. No ano passado, a Ucrânia respondia por 10% das exportações globais de trigo, segundo as Nações Unidas.

A Rússia inicialmente disse que havia repelido o ataque de drones, mas depois voltou atrás e disse que pelo menos um caça-minas havia sofrido danos. “Considerando a ação terrorista do regime de Kiev com a participação de especialistas britânicos contra a frota do Mar Negro e contra navios civis que fornecem segurança aos corredores de grãos, a Rússia suspende sua participação na implementação do acordo de exportação de produtos agrícolas dos portos ucranianos”, disse o Ministério da Defesa russo no Telegram.

O acordo de passagem segura de grãos foi assinado entre a Ucrânia e a Rússia em 22 de julho de 2022 em Istambul, com mediação da Turquia e da ONU  Foto: Erdem Sahim/EPA/EFE

A Ucrânia respondeu dizendo que a Rússia estava utililzando um falso pretexto para suspender sua participação no acordo. A ONU, por sua parte, pediu para que o acordo seja preservado.

O acordo, conhecido como Iniciativa de Grãos do Mar Negro, encerrou um bloqueio russo de cinco meses aos portos da Ucrânia e deveria expirar no final de novembro. Nas últimas semanas, a Rússia sugeriu que poderia se recusar a estender este prazo se as exigências de Moscou sobre suas exportações de alimentos e fertilizantes não fossem atendidas.

Embora o principal objetivo do acordo de grãos fosse acabar com o bloqueio da Rússia às exportações ucranianas, que vinha contribuindo para uma crise global de alimentos, também permitiu mais embarques de grãos e fertilizantes russos. Como parte do acordo, os Estados Unidos e a União Europeia deram garantias de que bancos e empresas envolvidas no comércio de grãos e fertilizantes russos estariam isentos de sanções.

Ataque na Crimeia

Sem apresentar provas, o Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia e o Reino Unido de lançarem o ataque com drones contra a Frota do Mar Negro na Crimeia, a península ocupada pela Rússia que tem sido um palco chave para a invasão da Ucrânia.

O ministério culpou “o regime de Kiev”, dizendo em comunicado que os navios da Frota do Mar Negro da Rússia eram o alvo e que danos menores foram sofridos por pelo menos um navio russo. A pasta acrescentou que 16 drones estavam envolvidos e que “todos os alvos aéreos” foram destruídos.

Não houve comentários imediatos de autoridades ucranianas, que mantêm uma política de ambiguidade oficial sobre ataques muito atrás das linhas de frente.

Um homem inspecionando o navio de carga Razoni, com bandeira de Serra Leoa, carregando 26.000 toneladas de milho da Ucrânia, na costa noroeste de Istambul, em 3 de agosto, após o acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia Foto: Ministério de Defesa da Turquia via AFP

Moscou também acusou o Reino Unido de treinar e orientar a unidade ucraniana por trás do ataque de drones e de estar por trás das explosões que atingiram os gasodutos Nord Stream que transportavam gás russo para a Europa em setembro. Londres respondeu que a Rússia estava fazendo “alegações falsas de escala épica”

A agência de notícias estatal russa Tass informou que uma forte explosão foi ouvida nas primeiras horas do amanhecer sobre a baía de Sebastopol, a maior cidade da Crimeia e onde fica a frota do Mar Negro. O governador da região indicado pela Rússia, Mikhail Razvozhaev, disse em um post do Telegram que os navios “repeliram” o ataque e pediu aos moradores que não compartilhem fotos da área nas mídias sociais.

A Crimeia, que está sob controle do Kremlin desde que Moscou anexou ilegalmente a península em 2014, tem uma importância simbólica para Putin. Uma explosão no início deste mês na ponte que liga a península à Rússia levou Putin a retaliar com ataques em massa na Ucrânia que mataram dezenas de pessoas e atingiram infraestruturas críticas.

Embora os militares da Ucrânia não tenham reivindicado publicamente a responsabilidade pela explosão da ponte, o incidente lembra outros ataques realizados pelas forças de Kiev contra alvos altamente simbólicos e mostraram sua capacidade militar diante de um exército russo mais forte e fortemente mais armado.

Em abril, dois mísseis de cruzeiro Neptune, fabricados na Ucrânia, atingiram o casco do Moskva, o orgulho da frota russa do Mar Negro. O ataque desencadeou uma série de explosões que eventualmente fizeram com que o cruzador afundasse, matando um número desconhecido de marinheiros.

Imagem de arquivo do navio russo Moskva patrulhando o Mar Mediterrâneo, na costa da Síria, em 2015. O navio de guerra foi destruído em abril deste ano  Foto: Max Delany/AFP

Embora o ataque ao Moskva tenha chocado o estabelecimento militar da Rússia, foi uma série de ataques a alvos militares na península do Mar Negro nos últimos meses que interrompeu a sensação de segurança e distância da guerra da Crimeia.

Em um ataque particularmente ousado, explosões destruíram pelo menos oito aviões de guerra russos em um aeródromo na Crimeia. Mais tarde, em agosto, um drone atingiu o prédio da sede da Frota do Mar Negro em Sebastopol./AFP, NYT e W.POST

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