A investigação sobre a morte de Alexei Navalni, o opositor russo que morreu na última sexta-feira, 16, na prisão, “ainda está em curso” e não chegou a qualquer conclusão “neste momento”, afirmou nesta segunda-feira, 19, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, enquanto os familiares do opositor russo exigem que lhes sejam entregues os seus restos mortais.
“Nestas circunstâncias, dada a falta de informação, acreditamos que é absolutamente inaceitável fazer declarações tão odiosas”, acrescentou Peskov, depois de as potências ocidentais e a comitiva de Navalni terem acusado as autoridades russas de serem responsáveis pela sua morte.
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“Eles mentem, tentam ganhar tempo”
Pelo terceiro dia consecutivo, a mãe de Navalni não pôde entrar no necrotério onde supostamente está o cadáver de seu filho, informou a ex-porta-voz do ativista, Kira Yarmish.
“A mãe de Alexei e seus advogados chegaram ao necrotério na primeira hora da manhã. Não foi permitido que entrassem. Um dos advogados foi literalmente empurrado para fora”, disse a porta-voz. “Quando perguntaram à equipe se o corpo de Alexéi estava lá, eles não responderam”, acrescentou Yarmish.
A porta-voz acrescentou que os investigadores russos comunicaram que a investigação sobre a morte de Navalni “se prolongou”. “Não se sabe quanto tempo continuará. A causa da morte ainda é indeterminada. Eles mentem, tentam ganhar tempo e nem mesmo o escondem”, afirmou.
O opositor russo e principal adversário do presidente Vladimir Putin morreu na sexta-feira, aos 47 anos, na prisão do Ártico, na região de Yamal, onde cumpria uma pena de 19 anos. Ele estava preso desde seu retorno à Rússia no início de 2021.
Segundo os serviços penitenciários russos (FSIN), Alexei Navalni morreu na sexta-feira após perder a consciência “após um passeio”.
Vladimir Putin não fez nenhum comentário sobre a morte de Navalni, que ocorre um mês antes das eleições presidenciais russas, nas quais o líder poderá garantir sua continuidade no poder com um novo mandato de seis anos./AFP.