WASHINGTON - O sargento das Forças Armadas dos Estados Unidos Bowe Bergdahl, que abandonou seu posto em 2009 no Afeganistão e foi capturado em poucas horas pela milícia Taleban, se declarou culpado nesta segunda-feira, 16, em uma corte marcial, de deserção e má conduta diante do inimigo.
+ EUA acusam sargento que foi refém do Taleban de deserção
Bergdahl, de 31 anos, compareceu diante de um juiz militar na base de Fort Bragg, na Carolina do Norte, e se declarou culpado, por meio de seu advogado, detalhou a emissora americana CNN.
Agora, o sargento enfrenta uma possível condenação à prisão perpétua pela acusação de "mau comportamento diante do inimigo por colocar em perigo a segurança", mas ainda não foi sentenciado.
Ele foi mantido refém pela rede Haqqani, vinculada ao Taleban, até maio de 2014. Nessa data, ele foi libertado em uma troca prisioneiros com o governo do então presidente, Barack Obama. O governo democrata trocou Bergdahl por cinco milicianos taleban detidos na prisão da base americana de Guantánamo, em Cuba.
O soldado foi o único caputarado pelos rebeldes durante a guerra no Afeganistão. Ele abandonou seu posto na região leste do país, perto da fronteira com o Paquistão. Alguns soldados que estavam com ele afirmaram que Bergdahl deixou o posto voluntariamente e colocou em perigo os soldados que saíram em sua busca.
Após uma longa revisão do caso, as Forças Armadas dos Estados Unidos decidiram apresentar acusações contra Bergdahl por deserção e mau comportamento frente ao inimigo.
A defesa do sargento argumentou no início deste ano que Bergdahl não iria contar com um julgamento justo devido aos ataques que recebeu do atual presidente dos EUA, Donald Trump, durante a campanha eleitoral de 2016.
Trump chegou a chamar o sargento de "traidor sujo e podre" e disse que ele deveria ser executado. / AFP e EFE
+ Relembre: Obama negocia com Karzai retirada das tropas:
Seu navegador não suporta esse video.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, desembarca nesta quarta-feira em Washington para uma visita oficial. Obama quer manter força remanescente no país mesmo depois do fim das operações