Opinião|Se Donald Trump vencer as eleições nos EUA, como fica a relação com Israel e o Oriente Médio?


Vitória do republicano significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense

Por Filipe Figueiredo
Atualização:

Uma vitória de Donald Trump significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense. Esse é o mais óbvio impacto para a região do Oriente Médio, ou Ásia Ocidental. Essa conclusão parte tanto da dinâmica eleitoral dos EUA quanto de seu primeiro mandato, ponto de partida razoável para analisar e avaliar quais serão as políticas de eventual segundo mandato de Donald Trump para a região.

Em seu governo anterior, Trump transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital israelense. Trump também reconheceu a soberania israelense nas Colinas de Golã, território sírio. Trump é motivado não apenas pela aliança entre EUA e Israel, mas também pelas visões ideológicas e religiosas de parte de seu eleitorado e aliados.

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Isso não quer dizer alguma espécie de alinhamento incondicional. Trump gosta de acordos, da ideia de barganhas e montou sua persona pública a partir disso, independente de sucessos ou fracassos. Esse aspecto foi visto nos Acordos de Abraão, quando seu governo intermediou a normalização entre Israel e quatro países da Liga Árabe. Sempre na base da barganha, colocando inclusive os EUA como parte das negociações. Por exemplo, ao reconhecer o Saara Ocidental como território marroquino.

O candidato republicano e ex-presidente dos EUA Donald Trump chega para um evento de campanha em Greensboro, na Carolina do Norte  Foto: Evan Vucci/AP
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Além do gosto por acordos, Trump tem relações próximas com a Arábia Saudita desde antes de entrar para a política, e foi o primeiro país que visitou como presidente dos EUA. A conclusão é que provavelmente o principal objetivo de Trump será um acordo entre Israel e sauditas. Em prol de conseguir tal acordo que Trump pode intervir para um fim da guerra em Gaza.

Não por alguma razão humanitária, ainda mais quando Trump usa “palestinos” como ofensa em comícios. É pelo acordo. Um desengajamento israelense em Gaza em troca da normalização com sauditas. Talvez uma luz verde para a anexação do Vale do Jordão, na Cisjordânia, desejo antigo de Netanyahu.

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Caso nenhum acordo seja viabilizado, aí sim pode existir alguma tolerância para novos assentamentos. Outro motivador de Trump para um acordo é diminuir os gastos militares dos EUA com a região.

Provavelmente, apenas com essa situação “resolvida” que Trump tentará alterar alguma posição em relação ao Irã. No mínimo até lá, Trump vai manter sua política de pressão e hostilidade, ainda mais agora com as intensas relações entre Irã e China, país obsessão de Trump. Elemento de nota dessa equação é a Índia, país que tem boas relações tanto com Irã quanto com os EUA, e Modi e Trump possuem bom diálogo.

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A vitória de Trump pode não ser boa notícia para a Armênia, no sul do Cáucaso. Foi durante o governo Trump que o Azerbaijão realizou sua ofensiva de 2020, e o empresário Trump possui diversos negócios com o Azerbaijão. A Armênia também pode servir de peão em uma eventual melhoria de relações com a Turquia. Iraque e Síria devem continuar em situações similares às atuais. Finalmente, e principalmente, o petróleo vai continuar a jorrar, sem objeções “verdes” em Washington.

Uma vitória de Donald Trump significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense. Esse é o mais óbvio impacto para a região do Oriente Médio, ou Ásia Ocidental. Essa conclusão parte tanto da dinâmica eleitoral dos EUA quanto de seu primeiro mandato, ponto de partida razoável para analisar e avaliar quais serão as políticas de eventual segundo mandato de Donald Trump para a região.

Em seu governo anterior, Trump transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital israelense. Trump também reconheceu a soberania israelense nas Colinas de Golã, território sírio. Trump é motivado não apenas pela aliança entre EUA e Israel, mas também pelas visões ideológicas e religiosas de parte de seu eleitorado e aliados.

Isso não quer dizer alguma espécie de alinhamento incondicional. Trump gosta de acordos, da ideia de barganhas e montou sua persona pública a partir disso, independente de sucessos ou fracassos. Esse aspecto foi visto nos Acordos de Abraão, quando seu governo intermediou a normalização entre Israel e quatro países da Liga Árabe. Sempre na base da barganha, colocando inclusive os EUA como parte das negociações. Por exemplo, ao reconhecer o Saara Ocidental como território marroquino.

O candidato republicano e ex-presidente dos EUA Donald Trump chega para um evento de campanha em Greensboro, na Carolina do Norte  Foto: Evan Vucci/AP

Além do gosto por acordos, Trump tem relações próximas com a Arábia Saudita desde antes de entrar para a política, e foi o primeiro país que visitou como presidente dos EUA. A conclusão é que provavelmente o principal objetivo de Trump será um acordo entre Israel e sauditas. Em prol de conseguir tal acordo que Trump pode intervir para um fim da guerra em Gaza.

Não por alguma razão humanitária, ainda mais quando Trump usa “palestinos” como ofensa em comícios. É pelo acordo. Um desengajamento israelense em Gaza em troca da normalização com sauditas. Talvez uma luz verde para a anexação do Vale do Jordão, na Cisjordânia, desejo antigo de Netanyahu.

Caso nenhum acordo seja viabilizado, aí sim pode existir alguma tolerância para novos assentamentos. Outro motivador de Trump para um acordo é diminuir os gastos militares dos EUA com a região.

Provavelmente, apenas com essa situação “resolvida” que Trump tentará alterar alguma posição em relação ao Irã. No mínimo até lá, Trump vai manter sua política de pressão e hostilidade, ainda mais agora com as intensas relações entre Irã e China, país obsessão de Trump. Elemento de nota dessa equação é a Índia, país que tem boas relações tanto com Irã quanto com os EUA, e Modi e Trump possuem bom diálogo.

A vitória de Trump pode não ser boa notícia para a Armênia, no sul do Cáucaso. Foi durante o governo Trump que o Azerbaijão realizou sua ofensiva de 2020, e o empresário Trump possui diversos negócios com o Azerbaijão. A Armênia também pode servir de peão em uma eventual melhoria de relações com a Turquia. Iraque e Síria devem continuar em situações similares às atuais. Finalmente, e principalmente, o petróleo vai continuar a jorrar, sem objeções “verdes” em Washington.

Uma vitória de Donald Trump significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense. Esse é o mais óbvio impacto para a região do Oriente Médio, ou Ásia Ocidental. Essa conclusão parte tanto da dinâmica eleitoral dos EUA quanto de seu primeiro mandato, ponto de partida razoável para analisar e avaliar quais serão as políticas de eventual segundo mandato de Donald Trump para a região.

Em seu governo anterior, Trump transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital israelense. Trump também reconheceu a soberania israelense nas Colinas de Golã, território sírio. Trump é motivado não apenas pela aliança entre EUA e Israel, mas também pelas visões ideológicas e religiosas de parte de seu eleitorado e aliados.

Isso não quer dizer alguma espécie de alinhamento incondicional. Trump gosta de acordos, da ideia de barganhas e montou sua persona pública a partir disso, independente de sucessos ou fracassos. Esse aspecto foi visto nos Acordos de Abraão, quando seu governo intermediou a normalização entre Israel e quatro países da Liga Árabe. Sempre na base da barganha, colocando inclusive os EUA como parte das negociações. Por exemplo, ao reconhecer o Saara Ocidental como território marroquino.

O candidato republicano e ex-presidente dos EUA Donald Trump chega para um evento de campanha em Greensboro, na Carolina do Norte  Foto: Evan Vucci/AP

Além do gosto por acordos, Trump tem relações próximas com a Arábia Saudita desde antes de entrar para a política, e foi o primeiro país que visitou como presidente dos EUA. A conclusão é que provavelmente o principal objetivo de Trump será um acordo entre Israel e sauditas. Em prol de conseguir tal acordo que Trump pode intervir para um fim da guerra em Gaza.

Não por alguma razão humanitária, ainda mais quando Trump usa “palestinos” como ofensa em comícios. É pelo acordo. Um desengajamento israelense em Gaza em troca da normalização com sauditas. Talvez uma luz verde para a anexação do Vale do Jordão, na Cisjordânia, desejo antigo de Netanyahu.

Caso nenhum acordo seja viabilizado, aí sim pode existir alguma tolerância para novos assentamentos. Outro motivador de Trump para um acordo é diminuir os gastos militares dos EUA com a região.

Provavelmente, apenas com essa situação “resolvida” que Trump tentará alterar alguma posição em relação ao Irã. No mínimo até lá, Trump vai manter sua política de pressão e hostilidade, ainda mais agora com as intensas relações entre Irã e China, país obsessão de Trump. Elemento de nota dessa equação é a Índia, país que tem boas relações tanto com Irã quanto com os EUA, e Modi e Trump possuem bom diálogo.

A vitória de Trump pode não ser boa notícia para a Armênia, no sul do Cáucaso. Foi durante o governo Trump que o Azerbaijão realizou sua ofensiva de 2020, e o empresário Trump possui diversos negócios com o Azerbaijão. A Armênia também pode servir de peão em uma eventual melhoria de relações com a Turquia. Iraque e Síria devem continuar em situações similares às atuais. Finalmente, e principalmente, o petróleo vai continuar a jorrar, sem objeções “verdes” em Washington.

Uma vitória de Donald Trump significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense. Esse é o mais óbvio impacto para a região do Oriente Médio, ou Ásia Ocidental. Essa conclusão parte tanto da dinâmica eleitoral dos EUA quanto de seu primeiro mandato, ponto de partida razoável para analisar e avaliar quais serão as políticas de eventual segundo mandato de Donald Trump para a região.

Em seu governo anterior, Trump transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital israelense. Trump também reconheceu a soberania israelense nas Colinas de Golã, território sírio. Trump é motivado não apenas pela aliança entre EUA e Israel, mas também pelas visões ideológicas e religiosas de parte de seu eleitorado e aliados.

Isso não quer dizer alguma espécie de alinhamento incondicional. Trump gosta de acordos, da ideia de barganhas e montou sua persona pública a partir disso, independente de sucessos ou fracassos. Esse aspecto foi visto nos Acordos de Abraão, quando seu governo intermediou a normalização entre Israel e quatro países da Liga Árabe. Sempre na base da barganha, colocando inclusive os EUA como parte das negociações. Por exemplo, ao reconhecer o Saara Ocidental como território marroquino.

O candidato republicano e ex-presidente dos EUA Donald Trump chega para um evento de campanha em Greensboro, na Carolina do Norte  Foto: Evan Vucci/AP

Além do gosto por acordos, Trump tem relações próximas com a Arábia Saudita desde antes de entrar para a política, e foi o primeiro país que visitou como presidente dos EUA. A conclusão é que provavelmente o principal objetivo de Trump será um acordo entre Israel e sauditas. Em prol de conseguir tal acordo que Trump pode intervir para um fim da guerra em Gaza.

Não por alguma razão humanitária, ainda mais quando Trump usa “palestinos” como ofensa em comícios. É pelo acordo. Um desengajamento israelense em Gaza em troca da normalização com sauditas. Talvez uma luz verde para a anexação do Vale do Jordão, na Cisjordânia, desejo antigo de Netanyahu.

Caso nenhum acordo seja viabilizado, aí sim pode existir alguma tolerância para novos assentamentos. Outro motivador de Trump para um acordo é diminuir os gastos militares dos EUA com a região.

Provavelmente, apenas com essa situação “resolvida” que Trump tentará alterar alguma posição em relação ao Irã. No mínimo até lá, Trump vai manter sua política de pressão e hostilidade, ainda mais agora com as intensas relações entre Irã e China, país obsessão de Trump. Elemento de nota dessa equação é a Índia, país que tem boas relações tanto com Irã quanto com os EUA, e Modi e Trump possuem bom diálogo.

A vitória de Trump pode não ser boa notícia para a Armênia, no sul do Cáucaso. Foi durante o governo Trump que o Azerbaijão realizou sua ofensiva de 2020, e o empresário Trump possui diversos negócios com o Azerbaijão. A Armênia também pode servir de peão em uma eventual melhoria de relações com a Turquia. Iraque e Síria devem continuar em situações similares às atuais. Finalmente, e principalmente, o petróleo vai continuar a jorrar, sem objeções “verdes” em Washington.

Uma vitória de Donald Trump significa uma vitória para Binyamin Netanyahu, seus aliados e para a direita israelense. Esse é o mais óbvio impacto para a região do Oriente Médio, ou Ásia Ocidental. Essa conclusão parte tanto da dinâmica eleitoral dos EUA quanto de seu primeiro mandato, ponto de partida razoável para analisar e avaliar quais serão as políticas de eventual segundo mandato de Donald Trump para a região.

Em seu governo anterior, Trump transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital israelense. Trump também reconheceu a soberania israelense nas Colinas de Golã, território sírio. Trump é motivado não apenas pela aliança entre EUA e Israel, mas também pelas visões ideológicas e religiosas de parte de seu eleitorado e aliados.

Isso não quer dizer alguma espécie de alinhamento incondicional. Trump gosta de acordos, da ideia de barganhas e montou sua persona pública a partir disso, independente de sucessos ou fracassos. Esse aspecto foi visto nos Acordos de Abraão, quando seu governo intermediou a normalização entre Israel e quatro países da Liga Árabe. Sempre na base da barganha, colocando inclusive os EUA como parte das negociações. Por exemplo, ao reconhecer o Saara Ocidental como território marroquino.

O candidato republicano e ex-presidente dos EUA Donald Trump chega para um evento de campanha em Greensboro, na Carolina do Norte  Foto: Evan Vucci/AP

Além do gosto por acordos, Trump tem relações próximas com a Arábia Saudita desde antes de entrar para a política, e foi o primeiro país que visitou como presidente dos EUA. A conclusão é que provavelmente o principal objetivo de Trump será um acordo entre Israel e sauditas. Em prol de conseguir tal acordo que Trump pode intervir para um fim da guerra em Gaza.

Não por alguma razão humanitária, ainda mais quando Trump usa “palestinos” como ofensa em comícios. É pelo acordo. Um desengajamento israelense em Gaza em troca da normalização com sauditas. Talvez uma luz verde para a anexação do Vale do Jordão, na Cisjordânia, desejo antigo de Netanyahu.

Caso nenhum acordo seja viabilizado, aí sim pode existir alguma tolerância para novos assentamentos. Outro motivador de Trump para um acordo é diminuir os gastos militares dos EUA com a região.

Provavelmente, apenas com essa situação “resolvida” que Trump tentará alterar alguma posição em relação ao Irã. No mínimo até lá, Trump vai manter sua política de pressão e hostilidade, ainda mais agora com as intensas relações entre Irã e China, país obsessão de Trump. Elemento de nota dessa equação é a Índia, país que tem boas relações tanto com Irã quanto com os EUA, e Modi e Trump possuem bom diálogo.

A vitória de Trump pode não ser boa notícia para a Armênia, no sul do Cáucaso. Foi durante o governo Trump que o Azerbaijão realizou sua ofensiva de 2020, e o empresário Trump possui diversos negócios com o Azerbaijão. A Armênia também pode servir de peão em uma eventual melhoria de relações com a Turquia. Iraque e Síria devem continuar em situações similares às atuais. Finalmente, e principalmente, o petróleo vai continuar a jorrar, sem objeções “verdes” em Washington.

Opinião por Filipe Figueiredo

Filipe Figueiredo é graduado em história pela USP, comentarista de política internacional e criador dos podcasts Xadrez Verbal e Fronteiras Invisíveis do Futebol, sobre política internacional e história

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