Mario Draghi perde apoio crucial no Parlamento e coalizão de governo na Itália entra em crise


Draghi deve se reunir com o presidente Sergio Matarella para avaliar quais as opções para o futuro da coalizão

Por Redação
Atualização:

O governo do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, perdeu nesta quinta-feira,14, o apoio do Movimento Cinque Stelle (M5S), um dos principais partidos da coalizão do governo, após a legenda abandonar uma votação crucial no Senado sobre um projeto de lei para aliviar os custos crescentes de energia. O governo venceu a votação mesmo sem o apoio do M5S, mas saiu dela enfraquecido politicamente.

Agora, Draghi deve se reunir com o presidente Sergio Matarella para avaliar quais as opções para o futuro da coalizão. Uma delas é convocar a votação de uma moção de confiança no Parlamento para garantir uma bancada mesmo sem os populistas do M5S. . Se o governo colocar o projeto em votação de confiança e perder no Senado, Draghi seria forçado a apresentar sua renúncia ao presidente italiano, Sergio Mattarella.

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O primeiro-ministro da Itália enfrenta votação chave no Senado nesta quinta-feira, 14.  Foto: Angelo Carconi/ EFE

Ex-presidente do Banco Central Europeu, Draghi conseguiu trazer certa estabilidade política à Itália durante a pandemia ao chefiar um governo tecnocrático, com apoio da maioria dos partidos.

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Draghi foi convidado em fevereiro de 2021 pelo presidente da República para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento - a exceção do partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), que permaneceu na oposição, desponta nas pesquisas eleitorais e que está exigindo que Mattarella dissolva o Parlamento e deixe os italianos irem às urnas.

O mandato do Parlamento expira em 2023. Se Mattarella não conseguir encontrar uma solução para que o governo de Draghi possa continuar, espera-se que ele dissolva a legislatura e convoque eleições antecipadas, que podem ocorrer no final de setembro.

O M5E venceu as eleições de 2018 com 32% dos votos, mas atualmente enfrenta uma crise interna após muitos de seus parlamentares terem emigrado para outros partidos. O ex-líder da sigla e ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, chegou a fundar um novo partido, o Juntos pelo Futuro (IPF), e tenta ganhar visibilidade antes das eleições legislativas marcadas para o início do próximo ano.

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Prenúncio de crise

O grau de incerteza sobre a continuidade do governo aumentou na noite de quarta-feira, 13, quando ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5E), partido antissistema mais votado nas eleições passadas e que aderiu ao governo de coalizão de Draghi durante a pandemia, anunciou que seus partidários boicotariam a votação. A justificativa é que o projeto incluiu uma autorização para se construir um incinerador de lixo em Roma, medida que o partido se opõe energicamente por considerar cara, poluente, ineficiente e ultrapassada tecnologicamente.

Durante a votação do projeto na Câmara dos Deputados, na semana passada, o M5E votou a confiança no governo separadamente do decreto-lei, abstendo-se na segunda. No entanto, as regras são diferentes no Senado, onde ambas as questões precisam ser votadas juntamente.

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Embora o governo ainda não tenha pedido formalmente a votação da confiança, o ministro das Relações Parlamentares, Federico D’Inca, um representante do M5E que se opôs à decisão de Conte, disse que Draghi de fato vincularia a sobrevivência de sua coalizão ao projeto de alívio financeiro - que inclui redução de impostos sobre a gasolina e o óleo diesel, além de estender a desoneração das contas de serviços públicos.

Decisão de Giuseppe Conte de indicar abstenção aos senadores do M5E em votação crucial para o governo foi criticada inclusive por partidários. Foto: Alberto Pizzoli via AP

Sem os votos do Movimento 5 Estrelas, o projeto de lei poderia reunir apoio suficiente para ser aprovado. Mas mesmo sem enfrentar um voto de confiança, Draghi poderia tentado a renunciar. Anteriormente, o premiê declarou em várias ocasiões que sem o apoio dos antissistemas encerraria o seu mandato.

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“Estar em um governo não é como pegar um cardápio e decidir ‘antepasto, não, gelato, sim’”, disse Emma Bonino, que lidera um pequeno partido pró-Europa.

Outros observaram que Draghi se tornou uma figura central na Europa, enquanto a Rússia trava guerra contra a Ucrânia, especialmente com a queda do primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Um aliado do líder de centro-direita Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano, argumentou no Senado que um colapso do governo de Draghi poderia desencadear “a desestabilização da Europa”. / AP e AFP

Senado italiano vota projeto-chave para o governo de Mario Draghi nesta quinta-feira. Foto: Andreas Solaro/ AFP - 14/07/2022

O governo do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, perdeu nesta quinta-feira,14, o apoio do Movimento Cinque Stelle (M5S), um dos principais partidos da coalizão do governo, após a legenda abandonar uma votação crucial no Senado sobre um projeto de lei para aliviar os custos crescentes de energia. O governo venceu a votação mesmo sem o apoio do M5S, mas saiu dela enfraquecido politicamente.

Agora, Draghi deve se reunir com o presidente Sergio Matarella para avaliar quais as opções para o futuro da coalizão. Uma delas é convocar a votação de uma moção de confiança no Parlamento para garantir uma bancada mesmo sem os populistas do M5S. . Se o governo colocar o projeto em votação de confiança e perder no Senado, Draghi seria forçado a apresentar sua renúncia ao presidente italiano, Sergio Mattarella.

O primeiro-ministro da Itália enfrenta votação chave no Senado nesta quinta-feira, 14.  Foto: Angelo Carconi/ EFE

Ex-presidente do Banco Central Europeu, Draghi conseguiu trazer certa estabilidade política à Itália durante a pandemia ao chefiar um governo tecnocrático, com apoio da maioria dos partidos.

Draghi foi convidado em fevereiro de 2021 pelo presidente da República para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento - a exceção do partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), que permaneceu na oposição, desponta nas pesquisas eleitorais e que está exigindo que Mattarella dissolva o Parlamento e deixe os italianos irem às urnas.

O mandato do Parlamento expira em 2023. Se Mattarella não conseguir encontrar uma solução para que o governo de Draghi possa continuar, espera-se que ele dissolva a legislatura e convoque eleições antecipadas, que podem ocorrer no final de setembro.

O M5E venceu as eleições de 2018 com 32% dos votos, mas atualmente enfrenta uma crise interna após muitos de seus parlamentares terem emigrado para outros partidos. O ex-líder da sigla e ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, chegou a fundar um novo partido, o Juntos pelo Futuro (IPF), e tenta ganhar visibilidade antes das eleições legislativas marcadas para o início do próximo ano.

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O grau de incerteza sobre a continuidade do governo aumentou na noite de quarta-feira, 13, quando ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5E), partido antissistema mais votado nas eleições passadas e que aderiu ao governo de coalizão de Draghi durante a pandemia, anunciou que seus partidários boicotariam a votação. A justificativa é que o projeto incluiu uma autorização para se construir um incinerador de lixo em Roma, medida que o partido se opõe energicamente por considerar cara, poluente, ineficiente e ultrapassada tecnologicamente.

Durante a votação do projeto na Câmara dos Deputados, na semana passada, o M5E votou a confiança no governo separadamente do decreto-lei, abstendo-se na segunda. No entanto, as regras são diferentes no Senado, onde ambas as questões precisam ser votadas juntamente.

Embora o governo ainda não tenha pedido formalmente a votação da confiança, o ministro das Relações Parlamentares, Federico D’Inca, um representante do M5E que se opôs à decisão de Conte, disse que Draghi de fato vincularia a sobrevivência de sua coalizão ao projeto de alívio financeiro - que inclui redução de impostos sobre a gasolina e o óleo diesel, além de estender a desoneração das contas de serviços públicos.

Decisão de Giuseppe Conte de indicar abstenção aos senadores do M5E em votação crucial para o governo foi criticada inclusive por partidários. Foto: Alberto Pizzoli via AP

Sem os votos do Movimento 5 Estrelas, o projeto de lei poderia reunir apoio suficiente para ser aprovado. Mas mesmo sem enfrentar um voto de confiança, Draghi poderia tentado a renunciar. Anteriormente, o premiê declarou em várias ocasiões que sem o apoio dos antissistemas encerraria o seu mandato.

“Estar em um governo não é como pegar um cardápio e decidir ‘antepasto, não, gelato, sim’”, disse Emma Bonino, que lidera um pequeno partido pró-Europa.

Outros observaram que Draghi se tornou uma figura central na Europa, enquanto a Rússia trava guerra contra a Ucrânia, especialmente com a queda do primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Um aliado do líder de centro-direita Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano, argumentou no Senado que um colapso do governo de Draghi poderia desencadear “a desestabilização da Europa”. / AP e AFP

Senado italiano vota projeto-chave para o governo de Mario Draghi nesta quinta-feira. Foto: Andreas Solaro/ AFP - 14/07/2022

O governo do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, perdeu nesta quinta-feira,14, o apoio do Movimento Cinque Stelle (M5S), um dos principais partidos da coalizão do governo, após a legenda abandonar uma votação crucial no Senado sobre um projeto de lei para aliviar os custos crescentes de energia. O governo venceu a votação mesmo sem o apoio do M5S, mas saiu dela enfraquecido politicamente.

Agora, Draghi deve se reunir com o presidente Sergio Matarella para avaliar quais as opções para o futuro da coalizão. Uma delas é convocar a votação de uma moção de confiança no Parlamento para garantir uma bancada mesmo sem os populistas do M5S. . Se o governo colocar o projeto em votação de confiança e perder no Senado, Draghi seria forçado a apresentar sua renúncia ao presidente italiano, Sergio Mattarella.

O primeiro-ministro da Itália enfrenta votação chave no Senado nesta quinta-feira, 14.  Foto: Angelo Carconi/ EFE

Ex-presidente do Banco Central Europeu, Draghi conseguiu trazer certa estabilidade política à Itália durante a pandemia ao chefiar um governo tecnocrático, com apoio da maioria dos partidos.

Draghi foi convidado em fevereiro de 2021 pelo presidente da República para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento - a exceção do partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), que permaneceu na oposição, desponta nas pesquisas eleitorais e que está exigindo que Mattarella dissolva o Parlamento e deixe os italianos irem às urnas.

O mandato do Parlamento expira em 2023. Se Mattarella não conseguir encontrar uma solução para que o governo de Draghi possa continuar, espera-se que ele dissolva a legislatura e convoque eleições antecipadas, que podem ocorrer no final de setembro.

O M5E venceu as eleições de 2018 com 32% dos votos, mas atualmente enfrenta uma crise interna após muitos de seus parlamentares terem emigrado para outros partidos. O ex-líder da sigla e ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, chegou a fundar um novo partido, o Juntos pelo Futuro (IPF), e tenta ganhar visibilidade antes das eleições legislativas marcadas para o início do próximo ano.

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O grau de incerteza sobre a continuidade do governo aumentou na noite de quarta-feira, 13, quando ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5E), partido antissistema mais votado nas eleições passadas e que aderiu ao governo de coalizão de Draghi durante a pandemia, anunciou que seus partidários boicotariam a votação. A justificativa é que o projeto incluiu uma autorização para se construir um incinerador de lixo em Roma, medida que o partido se opõe energicamente por considerar cara, poluente, ineficiente e ultrapassada tecnologicamente.

Durante a votação do projeto na Câmara dos Deputados, na semana passada, o M5E votou a confiança no governo separadamente do decreto-lei, abstendo-se na segunda. No entanto, as regras são diferentes no Senado, onde ambas as questões precisam ser votadas juntamente.

Embora o governo ainda não tenha pedido formalmente a votação da confiança, o ministro das Relações Parlamentares, Federico D’Inca, um representante do M5E que se opôs à decisão de Conte, disse que Draghi de fato vincularia a sobrevivência de sua coalizão ao projeto de alívio financeiro - que inclui redução de impostos sobre a gasolina e o óleo diesel, além de estender a desoneração das contas de serviços públicos.

Decisão de Giuseppe Conte de indicar abstenção aos senadores do M5E em votação crucial para o governo foi criticada inclusive por partidários. Foto: Alberto Pizzoli via AP

Sem os votos do Movimento 5 Estrelas, o projeto de lei poderia reunir apoio suficiente para ser aprovado. Mas mesmo sem enfrentar um voto de confiança, Draghi poderia tentado a renunciar. Anteriormente, o premiê declarou em várias ocasiões que sem o apoio dos antissistemas encerraria o seu mandato.

“Estar em um governo não é como pegar um cardápio e decidir ‘antepasto, não, gelato, sim’”, disse Emma Bonino, que lidera um pequeno partido pró-Europa.

Outros observaram que Draghi se tornou uma figura central na Europa, enquanto a Rússia trava guerra contra a Ucrânia, especialmente com a queda do primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Um aliado do líder de centro-direita Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano, argumentou no Senado que um colapso do governo de Draghi poderia desencadear “a desestabilização da Europa”. / AP e AFP

Senado italiano vota projeto-chave para o governo de Mario Draghi nesta quinta-feira. Foto: Andreas Solaro/ AFP - 14/07/2022

O governo do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, perdeu nesta quinta-feira,14, o apoio do Movimento Cinque Stelle (M5S), um dos principais partidos da coalizão do governo, após a legenda abandonar uma votação crucial no Senado sobre um projeto de lei para aliviar os custos crescentes de energia. O governo venceu a votação mesmo sem o apoio do M5S, mas saiu dela enfraquecido politicamente.

Agora, Draghi deve se reunir com o presidente Sergio Matarella para avaliar quais as opções para o futuro da coalizão. Uma delas é convocar a votação de uma moção de confiança no Parlamento para garantir uma bancada mesmo sem os populistas do M5S. . Se o governo colocar o projeto em votação de confiança e perder no Senado, Draghi seria forçado a apresentar sua renúncia ao presidente italiano, Sergio Mattarella.

O primeiro-ministro da Itália enfrenta votação chave no Senado nesta quinta-feira, 14.  Foto: Angelo Carconi/ EFE

Ex-presidente do Banco Central Europeu, Draghi conseguiu trazer certa estabilidade política à Itália durante a pandemia ao chefiar um governo tecnocrático, com apoio da maioria dos partidos.

Draghi foi convidado em fevereiro de 2021 pelo presidente da República para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento - a exceção do partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), que permaneceu na oposição, desponta nas pesquisas eleitorais e que está exigindo que Mattarella dissolva o Parlamento e deixe os italianos irem às urnas.

O mandato do Parlamento expira em 2023. Se Mattarella não conseguir encontrar uma solução para que o governo de Draghi possa continuar, espera-se que ele dissolva a legislatura e convoque eleições antecipadas, que podem ocorrer no final de setembro.

O M5E venceu as eleições de 2018 com 32% dos votos, mas atualmente enfrenta uma crise interna após muitos de seus parlamentares terem emigrado para outros partidos. O ex-líder da sigla e ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, chegou a fundar um novo partido, o Juntos pelo Futuro (IPF), e tenta ganhar visibilidade antes das eleições legislativas marcadas para o início do próximo ano.

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O grau de incerteza sobre a continuidade do governo aumentou na noite de quarta-feira, 13, quando ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5E), partido antissistema mais votado nas eleições passadas e que aderiu ao governo de coalizão de Draghi durante a pandemia, anunciou que seus partidários boicotariam a votação. A justificativa é que o projeto incluiu uma autorização para se construir um incinerador de lixo em Roma, medida que o partido se opõe energicamente por considerar cara, poluente, ineficiente e ultrapassada tecnologicamente.

Durante a votação do projeto na Câmara dos Deputados, na semana passada, o M5E votou a confiança no governo separadamente do decreto-lei, abstendo-se na segunda. No entanto, as regras são diferentes no Senado, onde ambas as questões precisam ser votadas juntamente.

Embora o governo ainda não tenha pedido formalmente a votação da confiança, o ministro das Relações Parlamentares, Federico D’Inca, um representante do M5E que se opôs à decisão de Conte, disse que Draghi de fato vincularia a sobrevivência de sua coalizão ao projeto de alívio financeiro - que inclui redução de impostos sobre a gasolina e o óleo diesel, além de estender a desoneração das contas de serviços públicos.

Decisão de Giuseppe Conte de indicar abstenção aos senadores do M5E em votação crucial para o governo foi criticada inclusive por partidários. Foto: Alberto Pizzoli via AP

Sem os votos do Movimento 5 Estrelas, o projeto de lei poderia reunir apoio suficiente para ser aprovado. Mas mesmo sem enfrentar um voto de confiança, Draghi poderia tentado a renunciar. Anteriormente, o premiê declarou em várias ocasiões que sem o apoio dos antissistemas encerraria o seu mandato.

“Estar em um governo não é como pegar um cardápio e decidir ‘antepasto, não, gelato, sim’”, disse Emma Bonino, que lidera um pequeno partido pró-Europa.

Outros observaram que Draghi se tornou uma figura central na Europa, enquanto a Rússia trava guerra contra a Ucrânia, especialmente com a queda do primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Um aliado do líder de centro-direita Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano, argumentou no Senado que um colapso do governo de Draghi poderia desencadear “a desestabilização da Europa”. / AP e AFP

Senado italiano vota projeto-chave para o governo de Mario Draghi nesta quinta-feira. Foto: Andreas Solaro/ AFP - 14/07/2022

O governo do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, perdeu nesta quinta-feira,14, o apoio do Movimento Cinque Stelle (M5S), um dos principais partidos da coalizão do governo, após a legenda abandonar uma votação crucial no Senado sobre um projeto de lei para aliviar os custos crescentes de energia. O governo venceu a votação mesmo sem o apoio do M5S, mas saiu dela enfraquecido politicamente.

Agora, Draghi deve se reunir com o presidente Sergio Matarella para avaliar quais as opções para o futuro da coalizão. Uma delas é convocar a votação de uma moção de confiança no Parlamento para garantir uma bancada mesmo sem os populistas do M5S. . Se o governo colocar o projeto em votação de confiança e perder no Senado, Draghi seria forçado a apresentar sua renúncia ao presidente italiano, Sergio Mattarella.

O primeiro-ministro da Itália enfrenta votação chave no Senado nesta quinta-feira, 14.  Foto: Angelo Carconi/ EFE

Ex-presidente do Banco Central Europeu, Draghi conseguiu trazer certa estabilidade política à Itália durante a pandemia ao chefiar um governo tecnocrático, com apoio da maioria dos partidos.

Draghi foi convidado em fevereiro de 2021 pelo presidente da República para liderar uma coalizão heterogênea que reúne quase todos os partidos representados no Parlamento - a exceção do partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), que permaneceu na oposição, desponta nas pesquisas eleitorais e que está exigindo que Mattarella dissolva o Parlamento e deixe os italianos irem às urnas.

O mandato do Parlamento expira em 2023. Se Mattarella não conseguir encontrar uma solução para que o governo de Draghi possa continuar, espera-se que ele dissolva a legislatura e convoque eleições antecipadas, que podem ocorrer no final de setembro.

O M5E venceu as eleições de 2018 com 32% dos votos, mas atualmente enfrenta uma crise interna após muitos de seus parlamentares terem emigrado para outros partidos. O ex-líder da sigla e ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, chegou a fundar um novo partido, o Juntos pelo Futuro (IPF), e tenta ganhar visibilidade antes das eleições legislativas marcadas para o início do próximo ano.

Prenúncio de crise

O grau de incerteza sobre a continuidade do governo aumentou na noite de quarta-feira, 13, quando ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Movimento 5 Estrelas (M5E), partido antissistema mais votado nas eleições passadas e que aderiu ao governo de coalizão de Draghi durante a pandemia, anunciou que seus partidários boicotariam a votação. A justificativa é que o projeto incluiu uma autorização para se construir um incinerador de lixo em Roma, medida que o partido se opõe energicamente por considerar cara, poluente, ineficiente e ultrapassada tecnologicamente.

Durante a votação do projeto na Câmara dos Deputados, na semana passada, o M5E votou a confiança no governo separadamente do decreto-lei, abstendo-se na segunda. No entanto, as regras são diferentes no Senado, onde ambas as questões precisam ser votadas juntamente.

Embora o governo ainda não tenha pedido formalmente a votação da confiança, o ministro das Relações Parlamentares, Federico D’Inca, um representante do M5E que se opôs à decisão de Conte, disse que Draghi de fato vincularia a sobrevivência de sua coalizão ao projeto de alívio financeiro - que inclui redução de impostos sobre a gasolina e o óleo diesel, além de estender a desoneração das contas de serviços públicos.

Decisão de Giuseppe Conte de indicar abstenção aos senadores do M5E em votação crucial para o governo foi criticada inclusive por partidários. Foto: Alberto Pizzoli via AP

Sem os votos do Movimento 5 Estrelas, o projeto de lei poderia reunir apoio suficiente para ser aprovado. Mas mesmo sem enfrentar um voto de confiança, Draghi poderia tentado a renunciar. Anteriormente, o premiê declarou em várias ocasiões que sem o apoio dos antissistemas encerraria o seu mandato.

“Estar em um governo não é como pegar um cardápio e decidir ‘antepasto, não, gelato, sim’”, disse Emma Bonino, que lidera um pequeno partido pró-Europa.

Outros observaram que Draghi se tornou uma figura central na Europa, enquanto a Rússia trava guerra contra a Ucrânia, especialmente com a queda do primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Um aliado do líder de centro-direita Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro italiano, argumentou no Senado que um colapso do governo de Draghi poderia desencadear “a desestabilização da Europa”. / AP e AFP

Senado italiano vota projeto-chave para o governo de Mario Draghi nesta quinta-feira. Foto: Andreas Solaro/ AFP - 14/07/2022

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