O senador americano do Partido Republicano Ted Cruz criticou o Brasil nesta terça-feira, 28, por permitir que dois navios de guerra iranianos atracassem em um porto no Rio. A Marinha do Brasil deu a autorização aos navios IRIS Makran e IRIS Dena e a estadia teve início no domingo, 26. Os militares iranianos devem ficar na cidade até o dia 4 de março.
A autorização concedida pelo Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Carlos Eduardo Horta Arentz, contraria solicitação dos Estados Unidos para que não fosse permitida a entrada das embarcações militares em território brasileiro.
“A atracação de navios de guerra iranianos no Brasil é um desenvolvimento perigoso e uma ameaça direta à segurança dos americanos”, disse o senador Ted Cruz, em comunicado.
Cruz, que representa o Estado do Texas, disse que os navios de guerra já estão sob sanções, o que significa que o porto brasileiro onde atracaram agora corre o risco de também sofrer penalidades dos EUA, assim como empresas brasileiras e estrangeiras que prestarem serviços aos navios.
O senador republicano pediu ao governo Biden que imponha sanções ao País e reavalie os laços entre EUA e Brasil. “Se o governo não o fizer, o Congresso deve forçá-los a fazê-lo”, disse Cruz, que integra a Comissão de Relações Exteriores do Senado, onde o Partido Democrata, do presidente Joe Biden, tem a maioria.
Em janeiro, após a notícia de que o Brasil havia atendido ao pedido iraniano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria adiado a decisão. Ele se encontrou com Biden na Casa Branca no início deste mês. “O próprio da Silva é um chavista alinhado contra os EUA e nossos interesses, então ou esses riscos não foram transmitidos ou os brasileiros não se importaram”, disse o senador republicano.
Ao Estadão, a Marinha do Brasil esclareceu que o processo de autorização para a entrada de um navio estrangeiro no País é feito ao Ministério das Relações Exteriores pelo país ao qual as embarcações pertencem. Apenas após a autorização do ministério que a Marinha emite um documento oficial, publicado no Diário Oficial da União, autorizando a entrada.
Segundo um integrante do Ministério das Relações Exteriores, que pediu para não ser identificado, a decisão em autorizar a ancoragem de embarcações é natural de um governo soberano, feita com autonomia.