Separatistas pró-Rússia condenaram nesta quinta-feira, 9, dois combatentes britânicos e um marroquino à morte acusados de agir como “mercenários” para a Ucrânia. Kiev está exigindo o envio de mais armas do Ocidente para evitar que a cidade estratégica de Severodonetsk caia nas mãos dos russos.
Severodonetsk e a vizinha Lisichansk tornaram-se o centro da ofensiva russa, em sua tentativa de tomar toda a bacia de mineração de Donbas, no leste da Ucrânia.
Os britânicos Aiden Aslin e Shaun Pinner e o marroquino Saadun Brahim foram capturados justamente pelos separatistas que já controlam essa região desde 2014.
Os três foram “acusados de terem participado dos combates como mercenários” e condenados à morte pelo Supremo Tribunal da República Popular de Donetsk (reconhecida apenas pela Rússia), informou a agência oficial russa Tass.
O governo britânico expressou “profunda preocupação” com essas sentenças e exigiu que seus dois cidadãos fossem tratados como “prisioneiros de guerra”.
Impactos da guerra
Durante o julgamento, os três estrangeiros se declararam culpados de cometer “ações destinadas a tomar o poder e derrubar a ordem constitucional da República Popular de Donetsk”, informou a agência de notícias russa Interfax.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, milhares de voluntários estrangeiros se alistaram para lutar ao lado de tropas ucranianas contra a Rússia.
Moscou alegou ter bombardeado um centro de treinamento para “mercenários estrangeiros” na região de Zhitomir, a oeste de Kiev.
Ainda nesta quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores confirmou a morte do brasileiro André Hack Bahi, de 43 anos, que combatia ao lado das tropas ucranianas na região do Donbas. A confirmação chegou na quinta-feira por meio da Embaixada do Brasil em Kiev.
A morte de André é a primeira de um brasileiro a ser oficialmente confirmada no conflito./COM AFP