LA PAZ - O governo da Bolívia confirmou nesta quinta-feira, 27, a prisão de 17 pessoas acusadas de ligação com a tentativa de golpe contra o presidente de esquerda Luis Arce. A lista inclui militares da ativa e da reserva, além de civis.
“Efetuamos a apreensão de um total de 17 pessoas por tentarem consumar um golpe de Estado”, declarou em coletiva de imprensa o ministro do Interior, Eduardo del Castillo.
Haviam sido presos até quarta-feira o comandante do Exército Juan José Zúñiga e o comandante da Marinha Juan Arnez, acusados de liderar a quartelada, desmobilizada após a troca de comando nas Forças Armadas.
Eles respondem por insurreição armada e terrorismo e podem ser condenados a penas de até 20 anos, segundo o Ministério Público.
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Nesta quinta, o governo apresentou os outros 15 capturados, que estavam algemados, vestiam coletes à prova de balas e eram vigiados por efetivos policiais. Outros três suspeitos são procurados, afirma o governo, que pediu ajuda da população para localizá-los.
Eduardo del Castillo afirma que a tentativa de golpe vinha sendo planejada há semanas. Ele nega que o governo tivesse forjado a quartelada para aumentar a popularidade, como acusou o general Zúñiga ao ser detido.
“Temos certeza que nas próximas horas daremos mais elementos para dar mais transparência a este golpe de Estado fracassado”, concluiu.
Na tarde de quarta-feira, tanques do Exército da Bolívia cercaram por algumas horas a Praça Murillo, sede do governo local, e tentaram invadir o palácio presidencial. O cerco não teve apoio nem da oposição de direita ao governo de Arce, nem da comunidade internacional. Líderes da América Latina condenaram rapidamente o golpe e expressaram apoio ao presidente.
Entre os civis presos está Aníbal Aguilar, um ex-vice-ministro dos anos 1980 que coordenava o programa de erradicação do narcocultivo./AFP