CÚCUTA - Subiu para 333 o número dos membros das forças armadas da Venezuela que desertaram e cruzaram a fronteira para a Colômbia e para o Brasil desde sábado. Até a segunda-feira, 174 os militares tinham abandonados seus postos e cruzado a fronteira.
Para o lado colombiano, que concentra a maioria dos desertores, 326 militares venezuelanos buscaram refúgio, informou nesta terça-feira a autoridade migratória do país. A maioria chegou pelo Departamento (Estado) de Norte Santander, seguido por Arauca e Guajira.
O diretor da entidade, Christian Krüger, disse que a polícia e os militares fogem da ditadura de Nicolás Maduro em busca de comida diante da "escassez, da situação política e da pressão dos coletivos", como são conhecidos os grupos armados ligados ao chavismo.
Krüger acrescentou que alguns uniformizados chegam trazendo suas armas e a família.
O funcionário da migração colombiana disse que o país avalia o histórico de cada uma dessas pessoas, cujos nomes e patentes não foram tornados públicos. Enquanto isso, eles recebem um salvo-conduto temporário.
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Militares da Venezuela estão desertando. Em Pacaraima chegaram três desertores. Na fronteira com a Colômbia já passam de 100.
Sete sargentos da Guarda Nacional Bolivariana também deixaram seus postos e cruzaram a fronteira para Pacaraima, cidade brasileira na divisa com Santa Elena de Uairén. Eles disseram que pretendem se unir aos colegas que desertaram para a Colômbia e estão dispostos a pegarem em armas contra Maduro.
Oficialmente, a fronteira venezuelana com o Brasil continua fechada desde a quinta-feira 21 por decreto do presidente Nicolás Maduro. A passagem com a Colômbia foi totalmente bloqueada na noite da sexta-feira 22, após a realização do Venezuela Live Aid em Cúcuta, cujo objetivo é arrecadar US$ 100 milhões em 60 dias para fornecer ajuda aos venezuelanos.
No fim de semana, a divisa entre os países, tradicionalmente tranquila, viveu horas estressantes depois de manifestantes venezuelanos tanto em território brasileiro quanto colombiano jogarem pedras e coquetéis molotov contra integrantes da GNB. / AFP