Soldados cuidam dos corpos de militares russos enquanto eles se amontoam pela Ucrânia


Em Kharkiv, 62 corpos esperam por identificação e para serem repatriados por Moscou em um vagão de trem frigorífico, sob a guarda de três ucranianos

Por Valerie Hopkins

THE NEW YORK TIMES, KHARKIV, Ukraine — Eles estão em sacos brancos e pretos a 20 graus abaixo de zero, mas o fedor ainda é insuportável. Preenchidos com os corpos de 62 soldados russos, os sacos são empilhados em um vagão de trem refrigerado em um local secreto nos arredores da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharviv. Um trabalhador ferroviário idoso e ágil abriu a porta do cofre para revelar os sacos ensanguentados enquanto o cheiro pairava no ar úmido.

“Estamos coletando esses corpos por razões sanitárias, porque os cachorros os comem”, disse um soldado ucraniano que se identificou apenas por seu nome de guerra, Summer. “Eventualmente vamos devolvê-los aos seus entes queridos.”

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Summer disse que muitos dos corpos estavam expostos há um mês ou mais antes de sua unidade os encontrar. Sua equipe de dois homens trabalha para identificar os soldados por seus rostos, tatuagens e pertences. Eles também coletam um cotonete de DNA de cada cadáver para determinar se algum potencial suspeito de crimes de guerra está entre eles.

Na penumbra do vagão escurecido, alguns traços de humanidade, dos soldados que uma vez trouxeram a guerra da Rússia para a Ucrânia, podem ser vistos. Um par de botas cobertas de lama espreitam de uma bolsa. No canto, a gola de uma jaqueta de camuflagem é visível através de uma abertura, mas não um rosto.

O colega de Summer, que se recusou a dar até mesmo sua primeira inicial por causa da sensibilidade do assunto, disse que eles eram os únicos dois homens em sua unidade encarregados de encontrar e preservar os corpos do inimigo. Ele disse que as identificações eram possíveis em cerca de 50% das vezes, enquanto em outros casos os cadáveres estavam muito deteriorados. A maioria dos corpos foi encontrada em aldeias ao redor de Kharkiv.

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Botas de um soldado russo morto em Kharkiv escapam de saco preto em vagão frigorífico. Foto: Nicole Tung/The New York Times

“Este é o melhor trabalho do mundo”, disse ele sobre a satisfação sombria encontrada em coletar os cadáveres do invasor.

Nas últimas semanas, o exército ucraniano contra-atacou com sucesso as forças russas, afastando-as de Kharkiv e dando à cidade uma sensação de calma, pelo menos até o bombardeio ser retomado na quarta-feira.

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Quando os russos recuaram, eles deixaram alguns de seus mortos para trás e, como os habitantes de Kharkiv começaram a retornar às aldeias que estavam na linha de fogo, alguns encontraram os corpos em suas casas ou em outros lugares.

O comissário dorme no vagão ao lado do vagão refrigerado, vigiando os cadáveres. Colegas assumiram funções semelhantes em outras cidades, entre elas Kiev, Zaporizhzhia e Dnipro, onde outros vagões refrigerados guardam centenas de corpos.

As autoridades ucranianas reclamaram que o Kremlin tem relutado em se envolver no assunto de repatriar seus mortos.

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A Ucrânia diz que 30 mil soldados russos foram mortos desde que a invasão começou em 24 de fevereiro. Esses números são impossíveis de verificar de forma independente, e a Rússia raramente menciona um número de vítimas. Na semana passada, uma avaliação da inteligência britânica colocou as perdas russas estimadas em metade desse número. Milhares de russos estão desaparecidos ou detidos pelos ucranianos, estimam as agências de inteligência ocidentais.

Trabalhador ferroviário abre vagão frigorífico que conserva corpos de soldados russos mortos na Ucrânia. Foto: Nicole Tung/The New York Times Foto: Nicole Tung/The New York Times

A Rússia não divulga números de baixas desde o final de março, quando disse que 1.351 soldados morreram e 3.825 ficaram feridos. Estimativas baseadas em evidências publicamente disponíveis sugerem que mais de 400 soldados russos foram mortos ou feridos em um único incidente no início deste mês no nordeste da Ucrânia.

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Na semana passada, pela primeira vez desde a invasão da Rússia, o presidente Vladimir Putin visitou um hospital militar em Moscou para visitar soldados feridos. Vestindo um jaleco branco, ele chamou todos os que serviam na Ucrânia de “heróis”. Putin também anunciou novos aumentos de remuneração para as pessoas que servem lá, um sinal de que ele pode estar tentando conter o descontentamento público com as baixas. A Rússia também aboliu os limites de idade para adesão ao serviço militar.

A Ucrânia não compartilhou suas próprias informações sobre baixas militares, mas o presidente Volodmir Zelenski disse na semana passada em Davos que até 100 militares podem estar morrendo todos os dias nos combates brutais na região leste de Donbas.

Os aliados da Ucrânia também relutam em comentar as baixas que as tropas do país sofreram, mas as agências de inteligência dos EUA estimaram em meados de abril que entre 5.500 e 11.000 soldados foram mortos e mais de 18.000 feridos.

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Um dos soldados que lidam com os cadáveres russos em Kharkiv disse esperar que a decisão da Ucrânia de proteger os mortos de guerra da Rússia possa melhorar suas chances de recuperar os corpos ucranianos de trás das linhas inimigas.

“Para mim”, disse ele, “é mais importante que tragamos os corpos de nossos meninos de volta para suas famílias. Portanto, tratamos esses corpos com respeito”.

THE NEW YORK TIMES, KHARKIV, Ukraine — Eles estão em sacos brancos e pretos a 20 graus abaixo de zero, mas o fedor ainda é insuportável. Preenchidos com os corpos de 62 soldados russos, os sacos são empilhados em um vagão de trem refrigerado em um local secreto nos arredores da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharviv. Um trabalhador ferroviário idoso e ágil abriu a porta do cofre para revelar os sacos ensanguentados enquanto o cheiro pairava no ar úmido.

“Estamos coletando esses corpos por razões sanitárias, porque os cachorros os comem”, disse um soldado ucraniano que se identificou apenas por seu nome de guerra, Summer. “Eventualmente vamos devolvê-los aos seus entes queridos.”

Summer disse que muitos dos corpos estavam expostos há um mês ou mais antes de sua unidade os encontrar. Sua equipe de dois homens trabalha para identificar os soldados por seus rostos, tatuagens e pertences. Eles também coletam um cotonete de DNA de cada cadáver para determinar se algum potencial suspeito de crimes de guerra está entre eles.

Na penumbra do vagão escurecido, alguns traços de humanidade, dos soldados que uma vez trouxeram a guerra da Rússia para a Ucrânia, podem ser vistos. Um par de botas cobertas de lama espreitam de uma bolsa. No canto, a gola de uma jaqueta de camuflagem é visível através de uma abertura, mas não um rosto.

O colega de Summer, que se recusou a dar até mesmo sua primeira inicial por causa da sensibilidade do assunto, disse que eles eram os únicos dois homens em sua unidade encarregados de encontrar e preservar os corpos do inimigo. Ele disse que as identificações eram possíveis em cerca de 50% das vezes, enquanto em outros casos os cadáveres estavam muito deteriorados. A maioria dos corpos foi encontrada em aldeias ao redor de Kharkiv.

Botas de um soldado russo morto em Kharkiv escapam de saco preto em vagão frigorífico. Foto: Nicole Tung/The New York Times

“Este é o melhor trabalho do mundo”, disse ele sobre a satisfação sombria encontrada em coletar os cadáveres do invasor.

Nas últimas semanas, o exército ucraniano contra-atacou com sucesso as forças russas, afastando-as de Kharkiv e dando à cidade uma sensação de calma, pelo menos até o bombardeio ser retomado na quarta-feira.

Quando os russos recuaram, eles deixaram alguns de seus mortos para trás e, como os habitantes de Kharkiv começaram a retornar às aldeias que estavam na linha de fogo, alguns encontraram os corpos em suas casas ou em outros lugares.

O comissário dorme no vagão ao lado do vagão refrigerado, vigiando os cadáveres. Colegas assumiram funções semelhantes em outras cidades, entre elas Kiev, Zaporizhzhia e Dnipro, onde outros vagões refrigerados guardam centenas de corpos.

As autoridades ucranianas reclamaram que o Kremlin tem relutado em se envolver no assunto de repatriar seus mortos.

A Ucrânia diz que 30 mil soldados russos foram mortos desde que a invasão começou em 24 de fevereiro. Esses números são impossíveis de verificar de forma independente, e a Rússia raramente menciona um número de vítimas. Na semana passada, uma avaliação da inteligência britânica colocou as perdas russas estimadas em metade desse número. Milhares de russos estão desaparecidos ou detidos pelos ucranianos, estimam as agências de inteligência ocidentais.

Trabalhador ferroviário abre vagão frigorífico que conserva corpos de soldados russos mortos na Ucrânia. Foto: Nicole Tung/The New York Times Foto: Nicole Tung/The New York Times

A Rússia não divulga números de baixas desde o final de março, quando disse que 1.351 soldados morreram e 3.825 ficaram feridos. Estimativas baseadas em evidências publicamente disponíveis sugerem que mais de 400 soldados russos foram mortos ou feridos em um único incidente no início deste mês no nordeste da Ucrânia.

Na semana passada, pela primeira vez desde a invasão da Rússia, o presidente Vladimir Putin visitou um hospital militar em Moscou para visitar soldados feridos. Vestindo um jaleco branco, ele chamou todos os que serviam na Ucrânia de “heróis”. Putin também anunciou novos aumentos de remuneração para as pessoas que servem lá, um sinal de que ele pode estar tentando conter o descontentamento público com as baixas. A Rússia também aboliu os limites de idade para adesão ao serviço militar.

A Ucrânia não compartilhou suas próprias informações sobre baixas militares, mas o presidente Volodmir Zelenski disse na semana passada em Davos que até 100 militares podem estar morrendo todos os dias nos combates brutais na região leste de Donbas.

Os aliados da Ucrânia também relutam em comentar as baixas que as tropas do país sofreram, mas as agências de inteligência dos EUA estimaram em meados de abril que entre 5.500 e 11.000 soldados foram mortos e mais de 18.000 feridos.

Um dos soldados que lidam com os cadáveres russos em Kharkiv disse esperar que a decisão da Ucrânia de proteger os mortos de guerra da Rússia possa melhorar suas chances de recuperar os corpos ucranianos de trás das linhas inimigas.

“Para mim”, disse ele, “é mais importante que tragamos os corpos de nossos meninos de volta para suas famílias. Portanto, tratamos esses corpos com respeito”.

THE NEW YORK TIMES, KHARKIV, Ukraine — Eles estão em sacos brancos e pretos a 20 graus abaixo de zero, mas o fedor ainda é insuportável. Preenchidos com os corpos de 62 soldados russos, os sacos são empilhados em um vagão de trem refrigerado em um local secreto nos arredores da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharviv. Um trabalhador ferroviário idoso e ágil abriu a porta do cofre para revelar os sacos ensanguentados enquanto o cheiro pairava no ar úmido.

“Estamos coletando esses corpos por razões sanitárias, porque os cachorros os comem”, disse um soldado ucraniano que se identificou apenas por seu nome de guerra, Summer. “Eventualmente vamos devolvê-los aos seus entes queridos.”

Summer disse que muitos dos corpos estavam expostos há um mês ou mais antes de sua unidade os encontrar. Sua equipe de dois homens trabalha para identificar os soldados por seus rostos, tatuagens e pertences. Eles também coletam um cotonete de DNA de cada cadáver para determinar se algum potencial suspeito de crimes de guerra está entre eles.

Na penumbra do vagão escurecido, alguns traços de humanidade, dos soldados que uma vez trouxeram a guerra da Rússia para a Ucrânia, podem ser vistos. Um par de botas cobertas de lama espreitam de uma bolsa. No canto, a gola de uma jaqueta de camuflagem é visível através de uma abertura, mas não um rosto.

O colega de Summer, que se recusou a dar até mesmo sua primeira inicial por causa da sensibilidade do assunto, disse que eles eram os únicos dois homens em sua unidade encarregados de encontrar e preservar os corpos do inimigo. Ele disse que as identificações eram possíveis em cerca de 50% das vezes, enquanto em outros casos os cadáveres estavam muito deteriorados. A maioria dos corpos foi encontrada em aldeias ao redor de Kharkiv.

Botas de um soldado russo morto em Kharkiv escapam de saco preto em vagão frigorífico. Foto: Nicole Tung/The New York Times

“Este é o melhor trabalho do mundo”, disse ele sobre a satisfação sombria encontrada em coletar os cadáveres do invasor.

Nas últimas semanas, o exército ucraniano contra-atacou com sucesso as forças russas, afastando-as de Kharkiv e dando à cidade uma sensação de calma, pelo menos até o bombardeio ser retomado na quarta-feira.

Quando os russos recuaram, eles deixaram alguns de seus mortos para trás e, como os habitantes de Kharkiv começaram a retornar às aldeias que estavam na linha de fogo, alguns encontraram os corpos em suas casas ou em outros lugares.

O comissário dorme no vagão ao lado do vagão refrigerado, vigiando os cadáveres. Colegas assumiram funções semelhantes em outras cidades, entre elas Kiev, Zaporizhzhia e Dnipro, onde outros vagões refrigerados guardam centenas de corpos.

As autoridades ucranianas reclamaram que o Kremlin tem relutado em se envolver no assunto de repatriar seus mortos.

A Ucrânia diz que 30 mil soldados russos foram mortos desde que a invasão começou em 24 de fevereiro. Esses números são impossíveis de verificar de forma independente, e a Rússia raramente menciona um número de vítimas. Na semana passada, uma avaliação da inteligência britânica colocou as perdas russas estimadas em metade desse número. Milhares de russos estão desaparecidos ou detidos pelos ucranianos, estimam as agências de inteligência ocidentais.

Trabalhador ferroviário abre vagão frigorífico que conserva corpos de soldados russos mortos na Ucrânia. Foto: Nicole Tung/The New York Times Foto: Nicole Tung/The New York Times

A Rússia não divulga números de baixas desde o final de março, quando disse que 1.351 soldados morreram e 3.825 ficaram feridos. Estimativas baseadas em evidências publicamente disponíveis sugerem que mais de 400 soldados russos foram mortos ou feridos em um único incidente no início deste mês no nordeste da Ucrânia.

Na semana passada, pela primeira vez desde a invasão da Rússia, o presidente Vladimir Putin visitou um hospital militar em Moscou para visitar soldados feridos. Vestindo um jaleco branco, ele chamou todos os que serviam na Ucrânia de “heróis”. Putin também anunciou novos aumentos de remuneração para as pessoas que servem lá, um sinal de que ele pode estar tentando conter o descontentamento público com as baixas. A Rússia também aboliu os limites de idade para adesão ao serviço militar.

A Ucrânia não compartilhou suas próprias informações sobre baixas militares, mas o presidente Volodmir Zelenski disse na semana passada em Davos que até 100 militares podem estar morrendo todos os dias nos combates brutais na região leste de Donbas.

Os aliados da Ucrânia também relutam em comentar as baixas que as tropas do país sofreram, mas as agências de inteligência dos EUA estimaram em meados de abril que entre 5.500 e 11.000 soldados foram mortos e mais de 18.000 feridos.

Um dos soldados que lidam com os cadáveres russos em Kharkiv disse esperar que a decisão da Ucrânia de proteger os mortos de guerra da Rússia possa melhorar suas chances de recuperar os corpos ucranianos de trás das linhas inimigas.

“Para mim”, disse ele, “é mais importante que tragamos os corpos de nossos meninos de volta para suas famílias. Portanto, tratamos esses corpos com respeito”.

THE NEW YORK TIMES, KHARKIV, Ukraine — Eles estão em sacos brancos e pretos a 20 graus abaixo de zero, mas o fedor ainda é insuportável. Preenchidos com os corpos de 62 soldados russos, os sacos são empilhados em um vagão de trem refrigerado em um local secreto nos arredores da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharviv. Um trabalhador ferroviário idoso e ágil abriu a porta do cofre para revelar os sacos ensanguentados enquanto o cheiro pairava no ar úmido.

“Estamos coletando esses corpos por razões sanitárias, porque os cachorros os comem”, disse um soldado ucraniano que se identificou apenas por seu nome de guerra, Summer. “Eventualmente vamos devolvê-los aos seus entes queridos.”

Summer disse que muitos dos corpos estavam expostos há um mês ou mais antes de sua unidade os encontrar. Sua equipe de dois homens trabalha para identificar os soldados por seus rostos, tatuagens e pertences. Eles também coletam um cotonete de DNA de cada cadáver para determinar se algum potencial suspeito de crimes de guerra está entre eles.

Na penumbra do vagão escurecido, alguns traços de humanidade, dos soldados que uma vez trouxeram a guerra da Rússia para a Ucrânia, podem ser vistos. Um par de botas cobertas de lama espreitam de uma bolsa. No canto, a gola de uma jaqueta de camuflagem é visível através de uma abertura, mas não um rosto.

O colega de Summer, que se recusou a dar até mesmo sua primeira inicial por causa da sensibilidade do assunto, disse que eles eram os únicos dois homens em sua unidade encarregados de encontrar e preservar os corpos do inimigo. Ele disse que as identificações eram possíveis em cerca de 50% das vezes, enquanto em outros casos os cadáveres estavam muito deteriorados. A maioria dos corpos foi encontrada em aldeias ao redor de Kharkiv.

Botas de um soldado russo morto em Kharkiv escapam de saco preto em vagão frigorífico. Foto: Nicole Tung/The New York Times

“Este é o melhor trabalho do mundo”, disse ele sobre a satisfação sombria encontrada em coletar os cadáveres do invasor.

Nas últimas semanas, o exército ucraniano contra-atacou com sucesso as forças russas, afastando-as de Kharkiv e dando à cidade uma sensação de calma, pelo menos até o bombardeio ser retomado na quarta-feira.

Quando os russos recuaram, eles deixaram alguns de seus mortos para trás e, como os habitantes de Kharkiv começaram a retornar às aldeias que estavam na linha de fogo, alguns encontraram os corpos em suas casas ou em outros lugares.

O comissário dorme no vagão ao lado do vagão refrigerado, vigiando os cadáveres. Colegas assumiram funções semelhantes em outras cidades, entre elas Kiev, Zaporizhzhia e Dnipro, onde outros vagões refrigerados guardam centenas de corpos.

As autoridades ucranianas reclamaram que o Kremlin tem relutado em se envolver no assunto de repatriar seus mortos.

A Ucrânia diz que 30 mil soldados russos foram mortos desde que a invasão começou em 24 de fevereiro. Esses números são impossíveis de verificar de forma independente, e a Rússia raramente menciona um número de vítimas. Na semana passada, uma avaliação da inteligência britânica colocou as perdas russas estimadas em metade desse número. Milhares de russos estão desaparecidos ou detidos pelos ucranianos, estimam as agências de inteligência ocidentais.

Trabalhador ferroviário abre vagão frigorífico que conserva corpos de soldados russos mortos na Ucrânia. Foto: Nicole Tung/The New York Times Foto: Nicole Tung/The New York Times

A Rússia não divulga números de baixas desde o final de março, quando disse que 1.351 soldados morreram e 3.825 ficaram feridos. Estimativas baseadas em evidências publicamente disponíveis sugerem que mais de 400 soldados russos foram mortos ou feridos em um único incidente no início deste mês no nordeste da Ucrânia.

Na semana passada, pela primeira vez desde a invasão da Rússia, o presidente Vladimir Putin visitou um hospital militar em Moscou para visitar soldados feridos. Vestindo um jaleco branco, ele chamou todos os que serviam na Ucrânia de “heróis”. Putin também anunciou novos aumentos de remuneração para as pessoas que servem lá, um sinal de que ele pode estar tentando conter o descontentamento público com as baixas. A Rússia também aboliu os limites de idade para adesão ao serviço militar.

A Ucrânia não compartilhou suas próprias informações sobre baixas militares, mas o presidente Volodmir Zelenski disse na semana passada em Davos que até 100 militares podem estar morrendo todos os dias nos combates brutais na região leste de Donbas.

Os aliados da Ucrânia também relutam em comentar as baixas que as tropas do país sofreram, mas as agências de inteligência dos EUA estimaram em meados de abril que entre 5.500 e 11.000 soldados foram mortos e mais de 18.000 feridos.

Um dos soldados que lidam com os cadáveres russos em Kharkiv disse esperar que a decisão da Ucrânia de proteger os mortos de guerra da Rússia possa melhorar suas chances de recuperar os corpos ucranianos de trás das linhas inimigas.

“Para mim”, disse ele, “é mais importante que tragamos os corpos de nossos meninos de volta para suas famílias. Portanto, tratamos esses corpos com respeito”.

THE NEW YORK TIMES, KHARKIV, Ukraine — Eles estão em sacos brancos e pretos a 20 graus abaixo de zero, mas o fedor ainda é insuportável. Preenchidos com os corpos de 62 soldados russos, os sacos são empilhados em um vagão de trem refrigerado em um local secreto nos arredores da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharviv. Um trabalhador ferroviário idoso e ágil abriu a porta do cofre para revelar os sacos ensanguentados enquanto o cheiro pairava no ar úmido.

“Estamos coletando esses corpos por razões sanitárias, porque os cachorros os comem”, disse um soldado ucraniano que se identificou apenas por seu nome de guerra, Summer. “Eventualmente vamos devolvê-los aos seus entes queridos.”

Summer disse que muitos dos corpos estavam expostos há um mês ou mais antes de sua unidade os encontrar. Sua equipe de dois homens trabalha para identificar os soldados por seus rostos, tatuagens e pertences. Eles também coletam um cotonete de DNA de cada cadáver para determinar se algum potencial suspeito de crimes de guerra está entre eles.

Na penumbra do vagão escurecido, alguns traços de humanidade, dos soldados que uma vez trouxeram a guerra da Rússia para a Ucrânia, podem ser vistos. Um par de botas cobertas de lama espreitam de uma bolsa. No canto, a gola de uma jaqueta de camuflagem é visível através de uma abertura, mas não um rosto.

O colega de Summer, que se recusou a dar até mesmo sua primeira inicial por causa da sensibilidade do assunto, disse que eles eram os únicos dois homens em sua unidade encarregados de encontrar e preservar os corpos do inimigo. Ele disse que as identificações eram possíveis em cerca de 50% das vezes, enquanto em outros casos os cadáveres estavam muito deteriorados. A maioria dos corpos foi encontrada em aldeias ao redor de Kharkiv.

Botas de um soldado russo morto em Kharkiv escapam de saco preto em vagão frigorífico. Foto: Nicole Tung/The New York Times

“Este é o melhor trabalho do mundo”, disse ele sobre a satisfação sombria encontrada em coletar os cadáveres do invasor.

Nas últimas semanas, o exército ucraniano contra-atacou com sucesso as forças russas, afastando-as de Kharkiv e dando à cidade uma sensação de calma, pelo menos até o bombardeio ser retomado na quarta-feira.

Quando os russos recuaram, eles deixaram alguns de seus mortos para trás e, como os habitantes de Kharkiv começaram a retornar às aldeias que estavam na linha de fogo, alguns encontraram os corpos em suas casas ou em outros lugares.

O comissário dorme no vagão ao lado do vagão refrigerado, vigiando os cadáveres. Colegas assumiram funções semelhantes em outras cidades, entre elas Kiev, Zaporizhzhia e Dnipro, onde outros vagões refrigerados guardam centenas de corpos.

As autoridades ucranianas reclamaram que o Kremlin tem relutado em se envolver no assunto de repatriar seus mortos.

A Ucrânia diz que 30 mil soldados russos foram mortos desde que a invasão começou em 24 de fevereiro. Esses números são impossíveis de verificar de forma independente, e a Rússia raramente menciona um número de vítimas. Na semana passada, uma avaliação da inteligência britânica colocou as perdas russas estimadas em metade desse número. Milhares de russos estão desaparecidos ou detidos pelos ucranianos, estimam as agências de inteligência ocidentais.

Trabalhador ferroviário abre vagão frigorífico que conserva corpos de soldados russos mortos na Ucrânia. Foto: Nicole Tung/The New York Times Foto: Nicole Tung/The New York Times

A Rússia não divulga números de baixas desde o final de março, quando disse que 1.351 soldados morreram e 3.825 ficaram feridos. Estimativas baseadas em evidências publicamente disponíveis sugerem que mais de 400 soldados russos foram mortos ou feridos em um único incidente no início deste mês no nordeste da Ucrânia.

Na semana passada, pela primeira vez desde a invasão da Rússia, o presidente Vladimir Putin visitou um hospital militar em Moscou para visitar soldados feridos. Vestindo um jaleco branco, ele chamou todos os que serviam na Ucrânia de “heróis”. Putin também anunciou novos aumentos de remuneração para as pessoas que servem lá, um sinal de que ele pode estar tentando conter o descontentamento público com as baixas. A Rússia também aboliu os limites de idade para adesão ao serviço militar.

A Ucrânia não compartilhou suas próprias informações sobre baixas militares, mas o presidente Volodmir Zelenski disse na semana passada em Davos que até 100 militares podem estar morrendo todos os dias nos combates brutais na região leste de Donbas.

Os aliados da Ucrânia também relutam em comentar as baixas que as tropas do país sofreram, mas as agências de inteligência dos EUA estimaram em meados de abril que entre 5.500 e 11.000 soldados foram mortos e mais de 18.000 feridos.

Um dos soldados que lidam com os cadáveres russos em Kharkiv disse esperar que a decisão da Ucrânia de proteger os mortos de guerra da Rússia possa melhorar suas chances de recuperar os corpos ucranianos de trás das linhas inimigas.

“Para mim”, disse ele, “é mais importante que tragamos os corpos de nossos meninos de volta para suas famílias. Portanto, tratamos esses corpos com respeito”.

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