Soldados do Exército de Israel amarraram um palestino ferido na frente de um veículo militar durante uma operação na cidade de Jenin, na Cisjordânia, no sábado, 22. Imagens do incidente viralizaram nas redes sociais e foram confirmadas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), que apontaram que os soldados violaram protocolos operacionais.
A família do palestino posteriormente o identificou como Mujahid Ballas, 22 anos, residente de Jenin.
O Exército afirmou que o homem ficou ferido durante uma “operação antiterrorista” que procurava suspeitos na área.
“Em violação às ordens e protocolos operacionais, o suspeito foi levado pelas forças e amarrado ao veículo”, confirmou o Exército de Israel, admitindo que esta forma de ação “não está de acordo” com seus valores e que investigará o ocorrido.
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Homem foi levado ao hospital
Segundo a família de Ballas, houve uma operação na região e ele ficou ferido. Quando a família pediu uma ambulância, o Exército amarrou Ballas no carro e foi embora.
Ballas foi baleado na perna e no braço e sua pele apresentava queimaduras por ter sido amarrado no capô do veículo sob o sol escaldante, disse seu pai, Raed Ballas. “Essas pessoas não têm limites”, disse ele, referindo-se aos soldados que amarraram seu filho.
Mujahid Ballas estava visitando a casa de seu tio para jogar cartas durante a folga do final de semana, segundo seu pai. Ele negou que o seu filho estivesse envolvido em qualquer atividade terrorista, apontando para o fato de os serviços de segurança israelense terem libertado Ballas após o ataque.
“Se eles tivessem o menor motivo, não o teriam deixado ir”, disse Raed Ballas.
O homem ferido foi entregue ao Crescente Vermelho palestino. Jenin é um reduto de grupos terroristas palestinos e o Exército israelense efetua operações com frequência na região.
A violência na Cisjordânia aumentou desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do grupo invadiram o território israelense, mataram 1,2 mil pessoas e sequestraram mais de 250 israelenses, no maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto./com AFP e NYT