O governo sudanês manifestou neste domingo sua esperança de que a visita de uma delegação do Conselho de Segurança da ONU, prevista para segunda-feira, seja positiva e sirva para "o reconhecimento da verdadeira situação" no Sudão. "Damos as boas-vindas a esta visita e achamos que será positiva, graças às reuniões que serão realizadas com responsáveis sudaneses, depois de o Conselho de Segurança da ONU ter se baseado em documentos com informações incorretas sobre o Sudão", disse o conselheiro da Presidência, Mustafa Uzman Ismail. Uma delegação com representantes dos 15 membros do Conselho de Segurança deve aterrissar em Cartum na noite de segunda-feira, com o objetivo de preparar o terreno para promover as relações entre Sudão e Chade. Em fevereiro de 2003, grupos rebeldes desta província ocidental pegaram em armas para protestar contra a pobreza e a marginalização da zona, que faz fronteira com o Chade, e pelo controle dos recursos naturais. Desde então, cerca 200.000 pessoas morreram e dois milhões tiveram que abandonar seus lares e se alojar em campos de refugiados no Sudão e no Chade, no que, segundo a ONU, é um dos piores desastres humanos deste século. Atualmente, estão mobilizadas forças de pacificação da União Africana, que recentemente assinou um acordo com a ONU para a troca destas tropas por "capacetes azuis" (força de paz da ONU), o que as autoridades sudanesas rejeitam. A missão do Conselho de Segurança - que será liderada pelos embaixadores do Reino Unido, Emyr Jones Parry, e da França, Jean-Marc de La Sablière - contará com a participação de representantes dos outros quinze membros do Conselho de Segurança. Durante a visita, que durará cinco dias, os altos responsáveis devem se reunir com o presidente do Sudão, Omar Al Bashir, com o ministro de Exteriores e com vários responsáveis do governo, partidos políticos e ONGs. A delegação percorrerá várias cidades do sul do país e da região de Darfur.
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