Sul-africanos votam na eleição mais disputada em 30 anos; partido de Mandela pode perder maioria


Domínio do partido Congresso Nacional Africano, do presidente Cyril Ramaphosa, pode estar sob ameaça com o descontentamento da população com os índices socioeconômicos do país

Por Redação

JOANESBURGO — Sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira, 29, em escolas, centros comunitários e em tendas montadas em campos abertos para a eleição mais disputada do país em 30 anos. O pleito pode colocar a democracia jovem da África do Sul em um terreno desconhecido desde o fim do apartheid no país.

Em jogo está o domínio de três décadas do partido Congresso Nacional Africano (CNA), que tirou a África do Sul do regime brutal da minoria branca do apartheid em 1994. O partido agora é alvo de uma nova fase de descontentamento em um país de 62 milhões de pessoas — estima-se que metade da população viva na pobreza.

Os eleitores votam para partidos e não diretamente para presidente. Os partidos então ganham assentos no Parlamento de acordo com a porcentagem de votos e os 400 legisladores escolhidos, então, elegem o presidente depois da eleição. O ANC sempre obteve maioria no Parlamento desde 1994.

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Nos últimos anos, entretanto, muitos dos 62 milhões de sul-africanos deixaram de confiar no ANC, que no início de sua trajetória prometeu educação, água, moradia e o direito de voto para todos.

A economia mais avançada da África tem alguns dos problemas socioeconômicos mais profundos do mundo, incluindo uma das piores taxas de desemprego, em 32%. A desigualdade persistente, com a pobreza e o desemprego desproporcionalmente afetando a maioria negra, ameaça a tirar o partido que prometeu acabar com ela, sob a proparaganda de uma vida melhor para todos.

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“O principal problema aqui na nossa comunidade é a falta de empregos”, disse Samuel Ratshalingwa, que estava perto do início da fila na mesma escola no município de Soweto, em Joanesburgo, onde Ramaphosa votou. “Nós temos que usar nosso voto para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas sobre esse problema”, falou Ratshalingwa, que chegou antes das 7 da manhã em uma manhã fria de inverno.

Idosa vota no posto de votação da Ohlange High School, onde o ex-presidente Nelson Mandela votou pela primeira vez na vida. Pleito de 2024 é o mais disputado em 30 anos. Foto: GIANLUIGI GUERCIA/AFP

ANC segue confiante

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Depois de votar, o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa disse que ele não tinha nenhuma dúvida de que seu partido ANC iria ganhar com maioria e iria permanecer no governo. “Não tenho qualquer dúvida no fundo do meu coração que o povo irá mais uma vez investir confiança no Congresso Nacional Africano para continuar a liderar este país”, disse Ramaphosa.

Depois de ganhar seis eleições nacionais consecutivas, várias pesquisas mostraram o apoio ao ANC menor de que 50% nesta disputa, um índice sem precedente. O partido pode perder sua maioria no Parlamento pela primeira vez, embora seja amplamente esperado que o partido segure a maior parte de seus assentos.

O ANC obteve 57,5% dos votos nas últimas eleições nacionais em 2019, o seu pior resultado até a data e abaixo do máximo de quase 70% dos votos de 20 anos atrás. Ramaphosa, o líder od ANC, prometeou “fazer melhor”. O partido pediu por mais tempo e paciência.

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Qualquer mudança no poder do ANC poderia ser monumental para a África do Sul. Se de fato perder sua maioria, o partido provavelmente iria encarar a perspectiva de ter que formar uma coligação com outros partidos para permanecer no governo e manter Ramaphosa como presidente para um segundo mandato. O ANC nunca co-governou antes.

Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa vota em Soweto. Seu partido, Congresso Nacional Africano, está com o domínio de três décadas sob ameaça nesta eleição, com o descontamento dos sul-africanos. Foto: AP/Jerome Delay

As eleições são realizadas em um único dia nas nove províncias da África do Sul, com quase 28 milhões de pessoas registadas para votar em mais de 23 mil locais de voto. Os resultados finais são esperados até domingo, 2.

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A oposição do ANC nesta eleição é feroz, mas fragmentada. Não há expectativa de que os dois principais partidos opositores, a Aliança Democrática e os Combatentes da Liberdade Econômica, aumentem seus votos suficientemente para ultrapassar o ANC. A Aliança Democrática faz parte de um acordo com outros partidos menores para combinar seu voto em um esforço para remover o partido dominante completamnete, mas é pouco provável que aconteça.

Sul-africanos descontentes estão estão migrando para uma série de partidos de oposição; mais de 50 vão disputar a eleição nacional, muitos deles novos. Um deles é liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que se voltou contra seus antigos aliados do ANC. Zuma foi desqualificado para concorrer como candidato ao Parlamento, mas seu partido MK ainda está na disputa e é o curinga.

O ANC diz que está confiante em permanecer com sua maioria, e analistas não descartam essa possibilidade, dadas as décadas de experiência do partido em governar e a sua incomparável máquina de campanha popular. Ainda conta com amplo apoio, especialmente entre os eleitores mais velhos e aqueles que vivem em áreas mais rurais.

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“Eu acordei as 4 da manhã essa madrugada, tomei um banho e segui meu caminho”, disse Velaphi Banda, de 68 anos, acrescentando que ele votou para o ANC desde 1994 e iria fazer isto de novo. “Eu nunca fiquei indecisco sobre qual partido votar. Eu sempre soube.”

Eleições evocam memórias do apartheid

Ramaphosa destacou como a África do Sul é um país muito melhor agora do que sob o apartheid, quando os negros eram proibidos de votar, não eram autorizados a circular livremente, tinham de viver em certas áreas e eram oprimidos de todas as formas. Esta eleição é apenas a sétima votação nacional na África do Sul em que pessoas de todas as raças podem participar.

Memórias da época do apartheid, e a eleição decisiva que encerrou este período em 1994, ainda enquadra grande parte do dia a dia da África do Sul. Mas poucos se lembram disso com o passar do tempo, e estas eleições podem dar voz a uma geração mais jovem que ainda não era nascida quando o apartheid caiu.

Eleitores fazem fila para votar em Soweto. Os votos são para partidos e, definidas as cadeiras do Parlamento, os legisladores escolhem o presidente. Foto: Jerome Delay/AP

O voto irá mostrar as contradições do país, desde o centro econômico de Joanesburgo — considerada a cidade mais rica de África — ao pitoresco destino turístico da Cidade do Cabo, até aos assentamentos informais de barracos nos seus arredores.

Houve atrasos na abertura de alguns locais de votação, programados para abrir as 7h e terminar às 21h. A África do Sul já promoveu eleições pacíficas e credíveis desde desde a violenta preparação para as eleições cruciais de 1994. A comissão eleitoral independente disse que dois dias de uma votação especial antecipada ocorreram bem na segunda e na terça-feira, embora duas pessoas tenham sido presas por interferir nas operações de votação.

A África do Sul irá destacar quase 3 mil soldados pelo país, para reforçar uma eleição pacífica, disseam autoridades.

Embora 80% dos sul-africanos sejam negros, é um país multirracial com populações significativas de brancos, de ascendência indiana, de herança birracial e outros. Existem 12 línguas oficiais.

É a diversidade que Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, destacou como algo belo ao referir-se ao seu país como uma “Nação Arco-Íris”. É uma diversidade que, com o surgimento de muitos novos partidos de oposição, também poderá agora se refletir na sua política./Associated Press e AFP.

JOANESBURGO — Sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira, 29, em escolas, centros comunitários e em tendas montadas em campos abertos para a eleição mais disputada do país em 30 anos. O pleito pode colocar a democracia jovem da África do Sul em um terreno desconhecido desde o fim do apartheid no país.

Em jogo está o domínio de três décadas do partido Congresso Nacional Africano (CNA), que tirou a África do Sul do regime brutal da minoria branca do apartheid em 1994. O partido agora é alvo de uma nova fase de descontentamento em um país de 62 milhões de pessoas — estima-se que metade da população viva na pobreza.

Os eleitores votam para partidos e não diretamente para presidente. Os partidos então ganham assentos no Parlamento de acordo com a porcentagem de votos e os 400 legisladores escolhidos, então, elegem o presidente depois da eleição. O ANC sempre obteve maioria no Parlamento desde 1994.

Nos últimos anos, entretanto, muitos dos 62 milhões de sul-africanos deixaram de confiar no ANC, que no início de sua trajetória prometeu educação, água, moradia e o direito de voto para todos.

A economia mais avançada da África tem alguns dos problemas socioeconômicos mais profundos do mundo, incluindo uma das piores taxas de desemprego, em 32%. A desigualdade persistente, com a pobreza e o desemprego desproporcionalmente afetando a maioria negra, ameaça a tirar o partido que prometeu acabar com ela, sob a proparaganda de uma vida melhor para todos.

“O principal problema aqui na nossa comunidade é a falta de empregos”, disse Samuel Ratshalingwa, que estava perto do início da fila na mesma escola no município de Soweto, em Joanesburgo, onde Ramaphosa votou. “Nós temos que usar nosso voto para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas sobre esse problema”, falou Ratshalingwa, que chegou antes das 7 da manhã em uma manhã fria de inverno.

Idosa vota no posto de votação da Ohlange High School, onde o ex-presidente Nelson Mandela votou pela primeira vez na vida. Pleito de 2024 é o mais disputado em 30 anos. Foto: GIANLUIGI GUERCIA/AFP

ANC segue confiante

Depois de votar, o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa disse que ele não tinha nenhuma dúvida de que seu partido ANC iria ganhar com maioria e iria permanecer no governo. “Não tenho qualquer dúvida no fundo do meu coração que o povo irá mais uma vez investir confiança no Congresso Nacional Africano para continuar a liderar este país”, disse Ramaphosa.

Depois de ganhar seis eleições nacionais consecutivas, várias pesquisas mostraram o apoio ao ANC menor de que 50% nesta disputa, um índice sem precedente. O partido pode perder sua maioria no Parlamento pela primeira vez, embora seja amplamente esperado que o partido segure a maior parte de seus assentos.

O ANC obteve 57,5% dos votos nas últimas eleições nacionais em 2019, o seu pior resultado até a data e abaixo do máximo de quase 70% dos votos de 20 anos atrás. Ramaphosa, o líder od ANC, prometeou “fazer melhor”. O partido pediu por mais tempo e paciência.

Qualquer mudança no poder do ANC poderia ser monumental para a África do Sul. Se de fato perder sua maioria, o partido provavelmente iria encarar a perspectiva de ter que formar uma coligação com outros partidos para permanecer no governo e manter Ramaphosa como presidente para um segundo mandato. O ANC nunca co-governou antes.

Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa vota em Soweto. Seu partido, Congresso Nacional Africano, está com o domínio de três décadas sob ameaça nesta eleição, com o descontamento dos sul-africanos. Foto: AP/Jerome Delay

As eleições são realizadas em um único dia nas nove províncias da África do Sul, com quase 28 milhões de pessoas registadas para votar em mais de 23 mil locais de voto. Os resultados finais são esperados até domingo, 2.

A oposição do ANC nesta eleição é feroz, mas fragmentada. Não há expectativa de que os dois principais partidos opositores, a Aliança Democrática e os Combatentes da Liberdade Econômica, aumentem seus votos suficientemente para ultrapassar o ANC. A Aliança Democrática faz parte de um acordo com outros partidos menores para combinar seu voto em um esforço para remover o partido dominante completamnete, mas é pouco provável que aconteça.

Sul-africanos descontentes estão estão migrando para uma série de partidos de oposição; mais de 50 vão disputar a eleição nacional, muitos deles novos. Um deles é liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que se voltou contra seus antigos aliados do ANC. Zuma foi desqualificado para concorrer como candidato ao Parlamento, mas seu partido MK ainda está na disputa e é o curinga.

O ANC diz que está confiante em permanecer com sua maioria, e analistas não descartam essa possibilidade, dadas as décadas de experiência do partido em governar e a sua incomparável máquina de campanha popular. Ainda conta com amplo apoio, especialmente entre os eleitores mais velhos e aqueles que vivem em áreas mais rurais.

“Eu acordei as 4 da manhã essa madrugada, tomei um banho e segui meu caminho”, disse Velaphi Banda, de 68 anos, acrescentando que ele votou para o ANC desde 1994 e iria fazer isto de novo. “Eu nunca fiquei indecisco sobre qual partido votar. Eu sempre soube.”

Eleições evocam memórias do apartheid

Ramaphosa destacou como a África do Sul é um país muito melhor agora do que sob o apartheid, quando os negros eram proibidos de votar, não eram autorizados a circular livremente, tinham de viver em certas áreas e eram oprimidos de todas as formas. Esta eleição é apenas a sétima votação nacional na África do Sul em que pessoas de todas as raças podem participar.

Memórias da época do apartheid, e a eleição decisiva que encerrou este período em 1994, ainda enquadra grande parte do dia a dia da África do Sul. Mas poucos se lembram disso com o passar do tempo, e estas eleições podem dar voz a uma geração mais jovem que ainda não era nascida quando o apartheid caiu.

Eleitores fazem fila para votar em Soweto. Os votos são para partidos e, definidas as cadeiras do Parlamento, os legisladores escolhem o presidente. Foto: Jerome Delay/AP

O voto irá mostrar as contradições do país, desde o centro econômico de Joanesburgo — considerada a cidade mais rica de África — ao pitoresco destino turístico da Cidade do Cabo, até aos assentamentos informais de barracos nos seus arredores.

Houve atrasos na abertura de alguns locais de votação, programados para abrir as 7h e terminar às 21h. A África do Sul já promoveu eleições pacíficas e credíveis desde desde a violenta preparação para as eleições cruciais de 1994. A comissão eleitoral independente disse que dois dias de uma votação especial antecipada ocorreram bem na segunda e na terça-feira, embora duas pessoas tenham sido presas por interferir nas operações de votação.

A África do Sul irá destacar quase 3 mil soldados pelo país, para reforçar uma eleição pacífica, disseam autoridades.

Embora 80% dos sul-africanos sejam negros, é um país multirracial com populações significativas de brancos, de ascendência indiana, de herança birracial e outros. Existem 12 línguas oficiais.

É a diversidade que Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, destacou como algo belo ao referir-se ao seu país como uma “Nação Arco-Íris”. É uma diversidade que, com o surgimento de muitos novos partidos de oposição, também poderá agora se refletir na sua política./Associated Press e AFP.

JOANESBURGO — Sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira, 29, em escolas, centros comunitários e em tendas montadas em campos abertos para a eleição mais disputada do país em 30 anos. O pleito pode colocar a democracia jovem da África do Sul em um terreno desconhecido desde o fim do apartheid no país.

Em jogo está o domínio de três décadas do partido Congresso Nacional Africano (CNA), que tirou a África do Sul do regime brutal da minoria branca do apartheid em 1994. O partido agora é alvo de uma nova fase de descontentamento em um país de 62 milhões de pessoas — estima-se que metade da população viva na pobreza.

Os eleitores votam para partidos e não diretamente para presidente. Os partidos então ganham assentos no Parlamento de acordo com a porcentagem de votos e os 400 legisladores escolhidos, então, elegem o presidente depois da eleição. O ANC sempre obteve maioria no Parlamento desde 1994.

Nos últimos anos, entretanto, muitos dos 62 milhões de sul-africanos deixaram de confiar no ANC, que no início de sua trajetória prometeu educação, água, moradia e o direito de voto para todos.

A economia mais avançada da África tem alguns dos problemas socioeconômicos mais profundos do mundo, incluindo uma das piores taxas de desemprego, em 32%. A desigualdade persistente, com a pobreza e o desemprego desproporcionalmente afetando a maioria negra, ameaça a tirar o partido que prometeu acabar com ela, sob a proparaganda de uma vida melhor para todos.

“O principal problema aqui na nossa comunidade é a falta de empregos”, disse Samuel Ratshalingwa, que estava perto do início da fila na mesma escola no município de Soweto, em Joanesburgo, onde Ramaphosa votou. “Nós temos que usar nosso voto para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas sobre esse problema”, falou Ratshalingwa, que chegou antes das 7 da manhã em uma manhã fria de inverno.

Idosa vota no posto de votação da Ohlange High School, onde o ex-presidente Nelson Mandela votou pela primeira vez na vida. Pleito de 2024 é o mais disputado em 30 anos. Foto: GIANLUIGI GUERCIA/AFP

ANC segue confiante

Depois de votar, o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa disse que ele não tinha nenhuma dúvida de que seu partido ANC iria ganhar com maioria e iria permanecer no governo. “Não tenho qualquer dúvida no fundo do meu coração que o povo irá mais uma vez investir confiança no Congresso Nacional Africano para continuar a liderar este país”, disse Ramaphosa.

Depois de ganhar seis eleições nacionais consecutivas, várias pesquisas mostraram o apoio ao ANC menor de que 50% nesta disputa, um índice sem precedente. O partido pode perder sua maioria no Parlamento pela primeira vez, embora seja amplamente esperado que o partido segure a maior parte de seus assentos.

O ANC obteve 57,5% dos votos nas últimas eleições nacionais em 2019, o seu pior resultado até a data e abaixo do máximo de quase 70% dos votos de 20 anos atrás. Ramaphosa, o líder od ANC, prometeou “fazer melhor”. O partido pediu por mais tempo e paciência.

Qualquer mudança no poder do ANC poderia ser monumental para a África do Sul. Se de fato perder sua maioria, o partido provavelmente iria encarar a perspectiva de ter que formar uma coligação com outros partidos para permanecer no governo e manter Ramaphosa como presidente para um segundo mandato. O ANC nunca co-governou antes.

Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa vota em Soweto. Seu partido, Congresso Nacional Africano, está com o domínio de três décadas sob ameaça nesta eleição, com o descontamento dos sul-africanos. Foto: AP/Jerome Delay

As eleições são realizadas em um único dia nas nove províncias da África do Sul, com quase 28 milhões de pessoas registadas para votar em mais de 23 mil locais de voto. Os resultados finais são esperados até domingo, 2.

A oposição do ANC nesta eleição é feroz, mas fragmentada. Não há expectativa de que os dois principais partidos opositores, a Aliança Democrática e os Combatentes da Liberdade Econômica, aumentem seus votos suficientemente para ultrapassar o ANC. A Aliança Democrática faz parte de um acordo com outros partidos menores para combinar seu voto em um esforço para remover o partido dominante completamnete, mas é pouco provável que aconteça.

Sul-africanos descontentes estão estão migrando para uma série de partidos de oposição; mais de 50 vão disputar a eleição nacional, muitos deles novos. Um deles é liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que se voltou contra seus antigos aliados do ANC. Zuma foi desqualificado para concorrer como candidato ao Parlamento, mas seu partido MK ainda está na disputa e é o curinga.

O ANC diz que está confiante em permanecer com sua maioria, e analistas não descartam essa possibilidade, dadas as décadas de experiência do partido em governar e a sua incomparável máquina de campanha popular. Ainda conta com amplo apoio, especialmente entre os eleitores mais velhos e aqueles que vivem em áreas mais rurais.

“Eu acordei as 4 da manhã essa madrugada, tomei um banho e segui meu caminho”, disse Velaphi Banda, de 68 anos, acrescentando que ele votou para o ANC desde 1994 e iria fazer isto de novo. “Eu nunca fiquei indecisco sobre qual partido votar. Eu sempre soube.”

Eleições evocam memórias do apartheid

Ramaphosa destacou como a África do Sul é um país muito melhor agora do que sob o apartheid, quando os negros eram proibidos de votar, não eram autorizados a circular livremente, tinham de viver em certas áreas e eram oprimidos de todas as formas. Esta eleição é apenas a sétima votação nacional na África do Sul em que pessoas de todas as raças podem participar.

Memórias da época do apartheid, e a eleição decisiva que encerrou este período em 1994, ainda enquadra grande parte do dia a dia da África do Sul. Mas poucos se lembram disso com o passar do tempo, e estas eleições podem dar voz a uma geração mais jovem que ainda não era nascida quando o apartheid caiu.

Eleitores fazem fila para votar em Soweto. Os votos são para partidos e, definidas as cadeiras do Parlamento, os legisladores escolhem o presidente. Foto: Jerome Delay/AP

O voto irá mostrar as contradições do país, desde o centro econômico de Joanesburgo — considerada a cidade mais rica de África — ao pitoresco destino turístico da Cidade do Cabo, até aos assentamentos informais de barracos nos seus arredores.

Houve atrasos na abertura de alguns locais de votação, programados para abrir as 7h e terminar às 21h. A África do Sul já promoveu eleições pacíficas e credíveis desde desde a violenta preparação para as eleições cruciais de 1994. A comissão eleitoral independente disse que dois dias de uma votação especial antecipada ocorreram bem na segunda e na terça-feira, embora duas pessoas tenham sido presas por interferir nas operações de votação.

A África do Sul irá destacar quase 3 mil soldados pelo país, para reforçar uma eleição pacífica, disseam autoridades.

Embora 80% dos sul-africanos sejam negros, é um país multirracial com populações significativas de brancos, de ascendência indiana, de herança birracial e outros. Existem 12 línguas oficiais.

É a diversidade que Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, destacou como algo belo ao referir-se ao seu país como uma “Nação Arco-Íris”. É uma diversidade que, com o surgimento de muitos novos partidos de oposição, também poderá agora se refletir na sua política./Associated Press e AFP.

JOANESBURGO — Sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira, 29, em escolas, centros comunitários e em tendas montadas em campos abertos para a eleição mais disputada do país em 30 anos. O pleito pode colocar a democracia jovem da África do Sul em um terreno desconhecido desde o fim do apartheid no país.

Em jogo está o domínio de três décadas do partido Congresso Nacional Africano (CNA), que tirou a África do Sul do regime brutal da minoria branca do apartheid em 1994. O partido agora é alvo de uma nova fase de descontentamento em um país de 62 milhões de pessoas — estima-se que metade da população viva na pobreza.

Os eleitores votam para partidos e não diretamente para presidente. Os partidos então ganham assentos no Parlamento de acordo com a porcentagem de votos e os 400 legisladores escolhidos, então, elegem o presidente depois da eleição. O ANC sempre obteve maioria no Parlamento desde 1994.

Nos últimos anos, entretanto, muitos dos 62 milhões de sul-africanos deixaram de confiar no ANC, que no início de sua trajetória prometeu educação, água, moradia e o direito de voto para todos.

A economia mais avançada da África tem alguns dos problemas socioeconômicos mais profundos do mundo, incluindo uma das piores taxas de desemprego, em 32%. A desigualdade persistente, com a pobreza e o desemprego desproporcionalmente afetando a maioria negra, ameaça a tirar o partido que prometeu acabar com ela, sob a proparaganda de uma vida melhor para todos.

“O principal problema aqui na nossa comunidade é a falta de empregos”, disse Samuel Ratshalingwa, que estava perto do início da fila na mesma escola no município de Soweto, em Joanesburgo, onde Ramaphosa votou. “Nós temos que usar nosso voto para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas sobre esse problema”, falou Ratshalingwa, que chegou antes das 7 da manhã em uma manhã fria de inverno.

Idosa vota no posto de votação da Ohlange High School, onde o ex-presidente Nelson Mandela votou pela primeira vez na vida. Pleito de 2024 é o mais disputado em 30 anos. Foto: GIANLUIGI GUERCIA/AFP

ANC segue confiante

Depois de votar, o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa disse que ele não tinha nenhuma dúvida de que seu partido ANC iria ganhar com maioria e iria permanecer no governo. “Não tenho qualquer dúvida no fundo do meu coração que o povo irá mais uma vez investir confiança no Congresso Nacional Africano para continuar a liderar este país”, disse Ramaphosa.

Depois de ganhar seis eleições nacionais consecutivas, várias pesquisas mostraram o apoio ao ANC menor de que 50% nesta disputa, um índice sem precedente. O partido pode perder sua maioria no Parlamento pela primeira vez, embora seja amplamente esperado que o partido segure a maior parte de seus assentos.

O ANC obteve 57,5% dos votos nas últimas eleições nacionais em 2019, o seu pior resultado até a data e abaixo do máximo de quase 70% dos votos de 20 anos atrás. Ramaphosa, o líder od ANC, prometeou “fazer melhor”. O partido pediu por mais tempo e paciência.

Qualquer mudança no poder do ANC poderia ser monumental para a África do Sul. Se de fato perder sua maioria, o partido provavelmente iria encarar a perspectiva de ter que formar uma coligação com outros partidos para permanecer no governo e manter Ramaphosa como presidente para um segundo mandato. O ANC nunca co-governou antes.

Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa vota em Soweto. Seu partido, Congresso Nacional Africano, está com o domínio de três décadas sob ameaça nesta eleição, com o descontamento dos sul-africanos. Foto: AP/Jerome Delay

As eleições são realizadas em um único dia nas nove províncias da África do Sul, com quase 28 milhões de pessoas registadas para votar em mais de 23 mil locais de voto. Os resultados finais são esperados até domingo, 2.

A oposição do ANC nesta eleição é feroz, mas fragmentada. Não há expectativa de que os dois principais partidos opositores, a Aliança Democrática e os Combatentes da Liberdade Econômica, aumentem seus votos suficientemente para ultrapassar o ANC. A Aliança Democrática faz parte de um acordo com outros partidos menores para combinar seu voto em um esforço para remover o partido dominante completamnete, mas é pouco provável que aconteça.

Sul-africanos descontentes estão estão migrando para uma série de partidos de oposição; mais de 50 vão disputar a eleição nacional, muitos deles novos. Um deles é liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que se voltou contra seus antigos aliados do ANC. Zuma foi desqualificado para concorrer como candidato ao Parlamento, mas seu partido MK ainda está na disputa e é o curinga.

O ANC diz que está confiante em permanecer com sua maioria, e analistas não descartam essa possibilidade, dadas as décadas de experiência do partido em governar e a sua incomparável máquina de campanha popular. Ainda conta com amplo apoio, especialmente entre os eleitores mais velhos e aqueles que vivem em áreas mais rurais.

“Eu acordei as 4 da manhã essa madrugada, tomei um banho e segui meu caminho”, disse Velaphi Banda, de 68 anos, acrescentando que ele votou para o ANC desde 1994 e iria fazer isto de novo. “Eu nunca fiquei indecisco sobre qual partido votar. Eu sempre soube.”

Eleições evocam memórias do apartheid

Ramaphosa destacou como a África do Sul é um país muito melhor agora do que sob o apartheid, quando os negros eram proibidos de votar, não eram autorizados a circular livremente, tinham de viver em certas áreas e eram oprimidos de todas as formas. Esta eleição é apenas a sétima votação nacional na África do Sul em que pessoas de todas as raças podem participar.

Memórias da época do apartheid, e a eleição decisiva que encerrou este período em 1994, ainda enquadra grande parte do dia a dia da África do Sul. Mas poucos se lembram disso com o passar do tempo, e estas eleições podem dar voz a uma geração mais jovem que ainda não era nascida quando o apartheid caiu.

Eleitores fazem fila para votar em Soweto. Os votos são para partidos e, definidas as cadeiras do Parlamento, os legisladores escolhem o presidente. Foto: Jerome Delay/AP

O voto irá mostrar as contradições do país, desde o centro econômico de Joanesburgo — considerada a cidade mais rica de África — ao pitoresco destino turístico da Cidade do Cabo, até aos assentamentos informais de barracos nos seus arredores.

Houve atrasos na abertura de alguns locais de votação, programados para abrir as 7h e terminar às 21h. A África do Sul já promoveu eleições pacíficas e credíveis desde desde a violenta preparação para as eleições cruciais de 1994. A comissão eleitoral independente disse que dois dias de uma votação especial antecipada ocorreram bem na segunda e na terça-feira, embora duas pessoas tenham sido presas por interferir nas operações de votação.

A África do Sul irá destacar quase 3 mil soldados pelo país, para reforçar uma eleição pacífica, disseam autoridades.

Embora 80% dos sul-africanos sejam negros, é um país multirracial com populações significativas de brancos, de ascendência indiana, de herança birracial e outros. Existem 12 línguas oficiais.

É a diversidade que Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, destacou como algo belo ao referir-se ao seu país como uma “Nação Arco-Íris”. É uma diversidade que, com o surgimento de muitos novos partidos de oposição, também poderá agora se refletir na sua política./Associated Press e AFP.

JOANESBURGO — Sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira, 29, em escolas, centros comunitários e em tendas montadas em campos abertos para a eleição mais disputada do país em 30 anos. O pleito pode colocar a democracia jovem da África do Sul em um terreno desconhecido desde o fim do apartheid no país.

Em jogo está o domínio de três décadas do partido Congresso Nacional Africano (CNA), que tirou a África do Sul do regime brutal da minoria branca do apartheid em 1994. O partido agora é alvo de uma nova fase de descontentamento em um país de 62 milhões de pessoas — estima-se que metade da população viva na pobreza.

Os eleitores votam para partidos e não diretamente para presidente. Os partidos então ganham assentos no Parlamento de acordo com a porcentagem de votos e os 400 legisladores escolhidos, então, elegem o presidente depois da eleição. O ANC sempre obteve maioria no Parlamento desde 1994.

Nos últimos anos, entretanto, muitos dos 62 milhões de sul-africanos deixaram de confiar no ANC, que no início de sua trajetória prometeu educação, água, moradia e o direito de voto para todos.

A economia mais avançada da África tem alguns dos problemas socioeconômicos mais profundos do mundo, incluindo uma das piores taxas de desemprego, em 32%. A desigualdade persistente, com a pobreza e o desemprego desproporcionalmente afetando a maioria negra, ameaça a tirar o partido que prometeu acabar com ela, sob a proparaganda de uma vida melhor para todos.

“O principal problema aqui na nossa comunidade é a falta de empregos”, disse Samuel Ratshalingwa, que estava perto do início da fila na mesma escola no município de Soweto, em Joanesburgo, onde Ramaphosa votou. “Nós temos que usar nosso voto para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas sobre esse problema”, falou Ratshalingwa, que chegou antes das 7 da manhã em uma manhã fria de inverno.

Idosa vota no posto de votação da Ohlange High School, onde o ex-presidente Nelson Mandela votou pela primeira vez na vida. Pleito de 2024 é o mais disputado em 30 anos. Foto: GIANLUIGI GUERCIA/AFP

ANC segue confiante

Depois de votar, o presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa disse que ele não tinha nenhuma dúvida de que seu partido ANC iria ganhar com maioria e iria permanecer no governo. “Não tenho qualquer dúvida no fundo do meu coração que o povo irá mais uma vez investir confiança no Congresso Nacional Africano para continuar a liderar este país”, disse Ramaphosa.

Depois de ganhar seis eleições nacionais consecutivas, várias pesquisas mostraram o apoio ao ANC menor de que 50% nesta disputa, um índice sem precedente. O partido pode perder sua maioria no Parlamento pela primeira vez, embora seja amplamente esperado que o partido segure a maior parte de seus assentos.

O ANC obteve 57,5% dos votos nas últimas eleições nacionais em 2019, o seu pior resultado até a data e abaixo do máximo de quase 70% dos votos de 20 anos atrás. Ramaphosa, o líder od ANC, prometeou “fazer melhor”. O partido pediu por mais tempo e paciência.

Qualquer mudança no poder do ANC poderia ser monumental para a África do Sul. Se de fato perder sua maioria, o partido provavelmente iria encarar a perspectiva de ter que formar uma coligação com outros partidos para permanecer no governo e manter Ramaphosa como presidente para um segundo mandato. O ANC nunca co-governou antes.

Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa vota em Soweto. Seu partido, Congresso Nacional Africano, está com o domínio de três décadas sob ameaça nesta eleição, com o descontamento dos sul-africanos. Foto: AP/Jerome Delay

As eleições são realizadas em um único dia nas nove províncias da África do Sul, com quase 28 milhões de pessoas registadas para votar em mais de 23 mil locais de voto. Os resultados finais são esperados até domingo, 2.

A oposição do ANC nesta eleição é feroz, mas fragmentada. Não há expectativa de que os dois principais partidos opositores, a Aliança Democrática e os Combatentes da Liberdade Econômica, aumentem seus votos suficientemente para ultrapassar o ANC. A Aliança Democrática faz parte de um acordo com outros partidos menores para combinar seu voto em um esforço para remover o partido dominante completamnete, mas é pouco provável que aconteça.

Sul-africanos descontentes estão estão migrando para uma série de partidos de oposição; mais de 50 vão disputar a eleição nacional, muitos deles novos. Um deles é liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que se voltou contra seus antigos aliados do ANC. Zuma foi desqualificado para concorrer como candidato ao Parlamento, mas seu partido MK ainda está na disputa e é o curinga.

O ANC diz que está confiante em permanecer com sua maioria, e analistas não descartam essa possibilidade, dadas as décadas de experiência do partido em governar e a sua incomparável máquina de campanha popular. Ainda conta com amplo apoio, especialmente entre os eleitores mais velhos e aqueles que vivem em áreas mais rurais.

“Eu acordei as 4 da manhã essa madrugada, tomei um banho e segui meu caminho”, disse Velaphi Banda, de 68 anos, acrescentando que ele votou para o ANC desde 1994 e iria fazer isto de novo. “Eu nunca fiquei indecisco sobre qual partido votar. Eu sempre soube.”

Eleições evocam memórias do apartheid

Ramaphosa destacou como a África do Sul é um país muito melhor agora do que sob o apartheid, quando os negros eram proibidos de votar, não eram autorizados a circular livremente, tinham de viver em certas áreas e eram oprimidos de todas as formas. Esta eleição é apenas a sétima votação nacional na África do Sul em que pessoas de todas as raças podem participar.

Memórias da época do apartheid, e a eleição decisiva que encerrou este período em 1994, ainda enquadra grande parte do dia a dia da África do Sul. Mas poucos se lembram disso com o passar do tempo, e estas eleições podem dar voz a uma geração mais jovem que ainda não era nascida quando o apartheid caiu.

Eleitores fazem fila para votar em Soweto. Os votos são para partidos e, definidas as cadeiras do Parlamento, os legisladores escolhem o presidente. Foto: Jerome Delay/AP

O voto irá mostrar as contradições do país, desde o centro econômico de Joanesburgo — considerada a cidade mais rica de África — ao pitoresco destino turístico da Cidade do Cabo, até aos assentamentos informais de barracos nos seus arredores.

Houve atrasos na abertura de alguns locais de votação, programados para abrir as 7h e terminar às 21h. A África do Sul já promoveu eleições pacíficas e credíveis desde desde a violenta preparação para as eleições cruciais de 1994. A comissão eleitoral independente disse que dois dias de uma votação especial antecipada ocorreram bem na segunda e na terça-feira, embora duas pessoas tenham sido presas por interferir nas operações de votação.

A África do Sul irá destacar quase 3 mil soldados pelo país, para reforçar uma eleição pacífica, disseam autoridades.

Embora 80% dos sul-africanos sejam negros, é um país multirracial com populações significativas de brancos, de ascendência indiana, de herança birracial e outros. Existem 12 línguas oficiais.

É a diversidade que Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, destacou como algo belo ao referir-se ao seu país como uma “Nação Arco-Íris”. É uma diversidade que, com o surgimento de muitos novos partidos de oposição, também poderá agora se refletir na sua política./Associated Press e AFP.

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