Superiate atribuído a Putin pode escapar das sanções saindo ao mar


Embarcação avaliada em US$ 700 milhões foi colocada na água novamente após passar meses estacionada na Itália

Por Gaia Pianigiani e Michael Forsythe
Atualização:

THE NEW YORK TIMES — A polícia italiana está se apressando para concluir a investigação a respeito da propriedade de um superiate de US$ 700 milhões que, segundo autoridades dos Estados Unidos, é ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, antes que a embarcação possa escapar de possíveis sanções.

Seu tempo pode estar acabando.

continua após a publicidade

Após passar meses estacionada na doca seca do porto toscano de Marina di Carrara, a embarcação de 459 pés, chamada Scheherazade, foi colocada na água novamente nesta terça-feira. Tripulantes perambulavam pelas bordas do iate enquanto a água enchia gradualmente a doca. O capitão britânico, que anteriormente havia conversado com repórteres, não respondeu nenhuma pergunta.

Um ex-tripulante afirmou que o barco poderia estar pronto para navegar imediatamente, mas antes tinha de passar por testes no mar para checar o equipamento — o que é comum para uma embarcação que esteve sob reparo e, neste caso, ficou parada no porto desde setembro.

O Scheherazade até agora evitou o destino de alguns iates luxuosos ligados a russos poderosos que foram confiscados no esforço capitaneado por União Europeia, Reino Unido e EUA de perseguir as fortunas de oligarcas russos e autoridades do alto escalão de Putin em resposta à invasão à Ucrânia. Em março, o capitão do Scheherazade, Guy Bennett-Pearce, afirmou que o dono da embarcação — que ele não identificou — não estava na lista de sancionados. Os meios de comunicação italianos noticiaram que o proprietário era Eduard Khudainatov, um magnata do petróleo que não está atualmente sob sanções. Ele é sócio há muito tempo de Igor Sechin, aliado próximo de Putin e diretor da estatal petroleira russa Rosneft, que, acredita-se, é dono de um superiate confiscado em março.

continua após a publicidade

Não foi possível atribuir independentemente a propriedade do Scheherazade a Khudainatov. Se ele realmente for o dono, pode ser apenas no papel. O nome dele também surgiu no caso de um outro superiate, o Amadea, que, segundo a agência Associated Press noticiou anteriormente, compartilha com o Scheherazade os mesmos designers de exterior e interior, assim como o mesmo construtor. Na terça-feira, o mais graduado tribunal de Fiji deu aos EUA permissão para confiscar o Amadea, que é avaliado em US$ 325 milhões e era mantido no país do Pacífico Sul desde o mês passado. De acordo com uma autoridade americana, o dono da embarcação é Suleiman Kerimov, um bilionário russo ligado à mineração de ouro que está sob sanções dos EUA desde 2018; advogados de defesa alegam que o verdadeiro dono é Khudainatov, segundo noticiou a AP.

Scheherazade é um dos maiores e mais caros iates do mundo Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters

Um ex-tripulante do Scheherazade, que conversou com a reportagem sob condição de anonimato, nunca tinha ouvido nada a respeito de Khudainatov e afirmou que, dentro da embarcação, falava-se abertamente que seu verdadeiro proprietário é Putin. Logo após o New York Times escrever pela primeira vez a respeito do Scheherazade, no início de março, autoridades americanas afirmaram que o iate tem ligação com Putin, sem dar detalhes. Uma equipe de jornalistas que trabalham para o líder opositor russo Alexei Navalni conseguiu uma lista com os nomes dos tripulantes e descobriu que muitos deles eram funcionários da agência russa responsável pela segurança de Putin.

continua após a publicidade

Um porta-voz da polícia financeira italiana, que lidera as investigações nacionais e internacionais sobre a propriedade do Scheherazade, afirmou que, se a embarcação deixar o porto antes da conclusão dos inquéritos, não haveria nada que as autoridades poderiam fazer para impedir.

Três funcionários do porto afirmaram que as autoridades pareciam estar vigiando o iate, que ficava próximo de uma delegacia de polícia e de instalações da Guarda Costeira quando estava estacionado na doca seca; um helicóptero da polícia sobrevoa a área diariamente, afirmaram eles. Os trabalhadores, que não tinham autorização para conversar com a imprensa, pediram que seus nomes não fossem revelados.

Um operário aposentado das docas, Roberto Franchi, afirmou que o Scheherazade “está flutuando e é capaz de se mover com relativa rapidez”.

continua após a publicidade

Não está claro para onde a embarcação se encaminharia, mas a movimentação dos superiates dos magnatas russos que conseguiram desviar com sucesso das sanções americanas, europeias e britânicas dá algumas pistas. Duas embarcações que pertencem ao bilionário Roman Abramovich, sancionado pelos britânicos e pelos europeus, estão em águas turcas há semanas. Outras vagueiam pelas Maldivas, uma nação insular no Oceano Índico. O Nord, que pertence ao bilionário sancionado Alexei Mordashov, foi muito mais longe, chegando ao porto russo de Vladivostok, no Pacífico, no fim de março, de acordo com dados do site Marine Traffic, que rastreia embarcações.

Seu navegador não suporta esse video.

As sanções aplicadas por países ocidentais começam a impactar a economia russa. O risco de uma moratória da dívida se agrava e a inflação ameaça disparar.

Esses superiates escaparam do destino do Amadea e de uma crescente lista de outras embarcações, incluindo o Sailing Yacht A, que pertence ao bilionário Andrei Melnichenko e foi confiscado pela polícia italiana em março; e o Crescent, embarcação-irmã do Scheherazade, confiscada na Espanha. A agência Reuters, citando uma fonte da polícia espanhola, noticiou que o Crescent pode pertencer a Sechin.

continua após a publicidade

Em Marina di Carrara, trabalhadores do porto e outras pessoas com acesso às docas testemunharam um furor de atividade da equipe do Scheherazade: remoção de revestimentos brancos que protegiam os decks durante os reparos, limpeza da embarcação e carregamento de suprimentos. Na semana passada, afirmaram eles, caminhões de combustível encheram os enormes tanques do iate, enquanto tripulantes embarcavam caixas lacradas.

Enquanto o sol se punha na terça-feira, um jovem casal tomava drinques no bar que tem as docas como vista.

“Olha só, o iate de Putin ainda está aqui”, brincou o estudante Massimo Giovi, de 25 anos. “Se ele for embora, mudará a paisagem.”

THE NEW YORK TIMES — A polícia italiana está se apressando para concluir a investigação a respeito da propriedade de um superiate de US$ 700 milhões que, segundo autoridades dos Estados Unidos, é ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, antes que a embarcação possa escapar de possíveis sanções.

Seu tempo pode estar acabando.

Após passar meses estacionada na doca seca do porto toscano de Marina di Carrara, a embarcação de 459 pés, chamada Scheherazade, foi colocada na água novamente nesta terça-feira. Tripulantes perambulavam pelas bordas do iate enquanto a água enchia gradualmente a doca. O capitão britânico, que anteriormente havia conversado com repórteres, não respondeu nenhuma pergunta.

Um ex-tripulante afirmou que o barco poderia estar pronto para navegar imediatamente, mas antes tinha de passar por testes no mar para checar o equipamento — o que é comum para uma embarcação que esteve sob reparo e, neste caso, ficou parada no porto desde setembro.

O Scheherazade até agora evitou o destino de alguns iates luxuosos ligados a russos poderosos que foram confiscados no esforço capitaneado por União Europeia, Reino Unido e EUA de perseguir as fortunas de oligarcas russos e autoridades do alto escalão de Putin em resposta à invasão à Ucrânia. Em março, o capitão do Scheherazade, Guy Bennett-Pearce, afirmou que o dono da embarcação — que ele não identificou — não estava na lista de sancionados. Os meios de comunicação italianos noticiaram que o proprietário era Eduard Khudainatov, um magnata do petróleo que não está atualmente sob sanções. Ele é sócio há muito tempo de Igor Sechin, aliado próximo de Putin e diretor da estatal petroleira russa Rosneft, que, acredita-se, é dono de um superiate confiscado em março.

Não foi possível atribuir independentemente a propriedade do Scheherazade a Khudainatov. Se ele realmente for o dono, pode ser apenas no papel. O nome dele também surgiu no caso de um outro superiate, o Amadea, que, segundo a agência Associated Press noticiou anteriormente, compartilha com o Scheherazade os mesmos designers de exterior e interior, assim como o mesmo construtor. Na terça-feira, o mais graduado tribunal de Fiji deu aos EUA permissão para confiscar o Amadea, que é avaliado em US$ 325 milhões e era mantido no país do Pacífico Sul desde o mês passado. De acordo com uma autoridade americana, o dono da embarcação é Suleiman Kerimov, um bilionário russo ligado à mineração de ouro que está sob sanções dos EUA desde 2018; advogados de defesa alegam que o verdadeiro dono é Khudainatov, segundo noticiou a AP.

Scheherazade é um dos maiores e mais caros iates do mundo Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters

Um ex-tripulante do Scheherazade, que conversou com a reportagem sob condição de anonimato, nunca tinha ouvido nada a respeito de Khudainatov e afirmou que, dentro da embarcação, falava-se abertamente que seu verdadeiro proprietário é Putin. Logo após o New York Times escrever pela primeira vez a respeito do Scheherazade, no início de março, autoridades americanas afirmaram que o iate tem ligação com Putin, sem dar detalhes. Uma equipe de jornalistas que trabalham para o líder opositor russo Alexei Navalni conseguiu uma lista com os nomes dos tripulantes e descobriu que muitos deles eram funcionários da agência russa responsável pela segurança de Putin.

Um porta-voz da polícia financeira italiana, que lidera as investigações nacionais e internacionais sobre a propriedade do Scheherazade, afirmou que, se a embarcação deixar o porto antes da conclusão dos inquéritos, não haveria nada que as autoridades poderiam fazer para impedir.

Três funcionários do porto afirmaram que as autoridades pareciam estar vigiando o iate, que ficava próximo de uma delegacia de polícia e de instalações da Guarda Costeira quando estava estacionado na doca seca; um helicóptero da polícia sobrevoa a área diariamente, afirmaram eles. Os trabalhadores, que não tinham autorização para conversar com a imprensa, pediram que seus nomes não fossem revelados.

Um operário aposentado das docas, Roberto Franchi, afirmou que o Scheherazade “está flutuando e é capaz de se mover com relativa rapidez”.

Não está claro para onde a embarcação se encaminharia, mas a movimentação dos superiates dos magnatas russos que conseguiram desviar com sucesso das sanções americanas, europeias e britânicas dá algumas pistas. Duas embarcações que pertencem ao bilionário Roman Abramovich, sancionado pelos britânicos e pelos europeus, estão em águas turcas há semanas. Outras vagueiam pelas Maldivas, uma nação insular no Oceano Índico. O Nord, que pertence ao bilionário sancionado Alexei Mordashov, foi muito mais longe, chegando ao porto russo de Vladivostok, no Pacífico, no fim de março, de acordo com dados do site Marine Traffic, que rastreia embarcações.

Seu navegador não suporta esse video.

As sanções aplicadas por países ocidentais começam a impactar a economia russa. O risco de uma moratória da dívida se agrava e a inflação ameaça disparar.

Esses superiates escaparam do destino do Amadea e de uma crescente lista de outras embarcações, incluindo o Sailing Yacht A, que pertence ao bilionário Andrei Melnichenko e foi confiscado pela polícia italiana em março; e o Crescent, embarcação-irmã do Scheherazade, confiscada na Espanha. A agência Reuters, citando uma fonte da polícia espanhola, noticiou que o Crescent pode pertencer a Sechin.

Em Marina di Carrara, trabalhadores do porto e outras pessoas com acesso às docas testemunharam um furor de atividade da equipe do Scheherazade: remoção de revestimentos brancos que protegiam os decks durante os reparos, limpeza da embarcação e carregamento de suprimentos. Na semana passada, afirmaram eles, caminhões de combustível encheram os enormes tanques do iate, enquanto tripulantes embarcavam caixas lacradas.

Enquanto o sol se punha na terça-feira, um jovem casal tomava drinques no bar que tem as docas como vista.

“Olha só, o iate de Putin ainda está aqui”, brincou o estudante Massimo Giovi, de 25 anos. “Se ele for embora, mudará a paisagem.”

THE NEW YORK TIMES — A polícia italiana está se apressando para concluir a investigação a respeito da propriedade de um superiate de US$ 700 milhões que, segundo autoridades dos Estados Unidos, é ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, antes que a embarcação possa escapar de possíveis sanções.

Seu tempo pode estar acabando.

Após passar meses estacionada na doca seca do porto toscano de Marina di Carrara, a embarcação de 459 pés, chamada Scheherazade, foi colocada na água novamente nesta terça-feira. Tripulantes perambulavam pelas bordas do iate enquanto a água enchia gradualmente a doca. O capitão britânico, que anteriormente havia conversado com repórteres, não respondeu nenhuma pergunta.

Um ex-tripulante afirmou que o barco poderia estar pronto para navegar imediatamente, mas antes tinha de passar por testes no mar para checar o equipamento — o que é comum para uma embarcação que esteve sob reparo e, neste caso, ficou parada no porto desde setembro.

O Scheherazade até agora evitou o destino de alguns iates luxuosos ligados a russos poderosos que foram confiscados no esforço capitaneado por União Europeia, Reino Unido e EUA de perseguir as fortunas de oligarcas russos e autoridades do alto escalão de Putin em resposta à invasão à Ucrânia. Em março, o capitão do Scheherazade, Guy Bennett-Pearce, afirmou que o dono da embarcação — que ele não identificou — não estava na lista de sancionados. Os meios de comunicação italianos noticiaram que o proprietário era Eduard Khudainatov, um magnata do petróleo que não está atualmente sob sanções. Ele é sócio há muito tempo de Igor Sechin, aliado próximo de Putin e diretor da estatal petroleira russa Rosneft, que, acredita-se, é dono de um superiate confiscado em março.

Não foi possível atribuir independentemente a propriedade do Scheherazade a Khudainatov. Se ele realmente for o dono, pode ser apenas no papel. O nome dele também surgiu no caso de um outro superiate, o Amadea, que, segundo a agência Associated Press noticiou anteriormente, compartilha com o Scheherazade os mesmos designers de exterior e interior, assim como o mesmo construtor. Na terça-feira, o mais graduado tribunal de Fiji deu aos EUA permissão para confiscar o Amadea, que é avaliado em US$ 325 milhões e era mantido no país do Pacífico Sul desde o mês passado. De acordo com uma autoridade americana, o dono da embarcação é Suleiman Kerimov, um bilionário russo ligado à mineração de ouro que está sob sanções dos EUA desde 2018; advogados de defesa alegam que o verdadeiro dono é Khudainatov, segundo noticiou a AP.

Scheherazade é um dos maiores e mais caros iates do mundo Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters

Um ex-tripulante do Scheherazade, que conversou com a reportagem sob condição de anonimato, nunca tinha ouvido nada a respeito de Khudainatov e afirmou que, dentro da embarcação, falava-se abertamente que seu verdadeiro proprietário é Putin. Logo após o New York Times escrever pela primeira vez a respeito do Scheherazade, no início de março, autoridades americanas afirmaram que o iate tem ligação com Putin, sem dar detalhes. Uma equipe de jornalistas que trabalham para o líder opositor russo Alexei Navalni conseguiu uma lista com os nomes dos tripulantes e descobriu que muitos deles eram funcionários da agência russa responsável pela segurança de Putin.

Um porta-voz da polícia financeira italiana, que lidera as investigações nacionais e internacionais sobre a propriedade do Scheherazade, afirmou que, se a embarcação deixar o porto antes da conclusão dos inquéritos, não haveria nada que as autoridades poderiam fazer para impedir.

Três funcionários do porto afirmaram que as autoridades pareciam estar vigiando o iate, que ficava próximo de uma delegacia de polícia e de instalações da Guarda Costeira quando estava estacionado na doca seca; um helicóptero da polícia sobrevoa a área diariamente, afirmaram eles. Os trabalhadores, que não tinham autorização para conversar com a imprensa, pediram que seus nomes não fossem revelados.

Um operário aposentado das docas, Roberto Franchi, afirmou que o Scheherazade “está flutuando e é capaz de se mover com relativa rapidez”.

Não está claro para onde a embarcação se encaminharia, mas a movimentação dos superiates dos magnatas russos que conseguiram desviar com sucesso das sanções americanas, europeias e britânicas dá algumas pistas. Duas embarcações que pertencem ao bilionário Roman Abramovich, sancionado pelos britânicos e pelos europeus, estão em águas turcas há semanas. Outras vagueiam pelas Maldivas, uma nação insular no Oceano Índico. O Nord, que pertence ao bilionário sancionado Alexei Mordashov, foi muito mais longe, chegando ao porto russo de Vladivostok, no Pacífico, no fim de março, de acordo com dados do site Marine Traffic, que rastreia embarcações.

Seu navegador não suporta esse video.

As sanções aplicadas por países ocidentais começam a impactar a economia russa. O risco de uma moratória da dívida se agrava e a inflação ameaça disparar.

Esses superiates escaparam do destino do Amadea e de uma crescente lista de outras embarcações, incluindo o Sailing Yacht A, que pertence ao bilionário Andrei Melnichenko e foi confiscado pela polícia italiana em março; e o Crescent, embarcação-irmã do Scheherazade, confiscada na Espanha. A agência Reuters, citando uma fonte da polícia espanhola, noticiou que o Crescent pode pertencer a Sechin.

Em Marina di Carrara, trabalhadores do porto e outras pessoas com acesso às docas testemunharam um furor de atividade da equipe do Scheherazade: remoção de revestimentos brancos que protegiam os decks durante os reparos, limpeza da embarcação e carregamento de suprimentos. Na semana passada, afirmaram eles, caminhões de combustível encheram os enormes tanques do iate, enquanto tripulantes embarcavam caixas lacradas.

Enquanto o sol se punha na terça-feira, um jovem casal tomava drinques no bar que tem as docas como vista.

“Olha só, o iate de Putin ainda está aqui”, brincou o estudante Massimo Giovi, de 25 anos. “Se ele for embora, mudará a paisagem.”

THE NEW YORK TIMES — A polícia italiana está se apressando para concluir a investigação a respeito da propriedade de um superiate de US$ 700 milhões que, segundo autoridades dos Estados Unidos, é ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, antes que a embarcação possa escapar de possíveis sanções.

Seu tempo pode estar acabando.

Após passar meses estacionada na doca seca do porto toscano de Marina di Carrara, a embarcação de 459 pés, chamada Scheherazade, foi colocada na água novamente nesta terça-feira. Tripulantes perambulavam pelas bordas do iate enquanto a água enchia gradualmente a doca. O capitão britânico, que anteriormente havia conversado com repórteres, não respondeu nenhuma pergunta.

Um ex-tripulante afirmou que o barco poderia estar pronto para navegar imediatamente, mas antes tinha de passar por testes no mar para checar o equipamento — o que é comum para uma embarcação que esteve sob reparo e, neste caso, ficou parada no porto desde setembro.

O Scheherazade até agora evitou o destino de alguns iates luxuosos ligados a russos poderosos que foram confiscados no esforço capitaneado por União Europeia, Reino Unido e EUA de perseguir as fortunas de oligarcas russos e autoridades do alto escalão de Putin em resposta à invasão à Ucrânia. Em março, o capitão do Scheherazade, Guy Bennett-Pearce, afirmou que o dono da embarcação — que ele não identificou — não estava na lista de sancionados. Os meios de comunicação italianos noticiaram que o proprietário era Eduard Khudainatov, um magnata do petróleo que não está atualmente sob sanções. Ele é sócio há muito tempo de Igor Sechin, aliado próximo de Putin e diretor da estatal petroleira russa Rosneft, que, acredita-se, é dono de um superiate confiscado em março.

Não foi possível atribuir independentemente a propriedade do Scheherazade a Khudainatov. Se ele realmente for o dono, pode ser apenas no papel. O nome dele também surgiu no caso de um outro superiate, o Amadea, que, segundo a agência Associated Press noticiou anteriormente, compartilha com o Scheherazade os mesmos designers de exterior e interior, assim como o mesmo construtor. Na terça-feira, o mais graduado tribunal de Fiji deu aos EUA permissão para confiscar o Amadea, que é avaliado em US$ 325 milhões e era mantido no país do Pacífico Sul desde o mês passado. De acordo com uma autoridade americana, o dono da embarcação é Suleiman Kerimov, um bilionário russo ligado à mineração de ouro que está sob sanções dos EUA desde 2018; advogados de defesa alegam que o verdadeiro dono é Khudainatov, segundo noticiou a AP.

Scheherazade é um dos maiores e mais caros iates do mundo Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters

Um ex-tripulante do Scheherazade, que conversou com a reportagem sob condição de anonimato, nunca tinha ouvido nada a respeito de Khudainatov e afirmou que, dentro da embarcação, falava-se abertamente que seu verdadeiro proprietário é Putin. Logo após o New York Times escrever pela primeira vez a respeito do Scheherazade, no início de março, autoridades americanas afirmaram que o iate tem ligação com Putin, sem dar detalhes. Uma equipe de jornalistas que trabalham para o líder opositor russo Alexei Navalni conseguiu uma lista com os nomes dos tripulantes e descobriu que muitos deles eram funcionários da agência russa responsável pela segurança de Putin.

Um porta-voz da polícia financeira italiana, que lidera as investigações nacionais e internacionais sobre a propriedade do Scheherazade, afirmou que, se a embarcação deixar o porto antes da conclusão dos inquéritos, não haveria nada que as autoridades poderiam fazer para impedir.

Três funcionários do porto afirmaram que as autoridades pareciam estar vigiando o iate, que ficava próximo de uma delegacia de polícia e de instalações da Guarda Costeira quando estava estacionado na doca seca; um helicóptero da polícia sobrevoa a área diariamente, afirmaram eles. Os trabalhadores, que não tinham autorização para conversar com a imprensa, pediram que seus nomes não fossem revelados.

Um operário aposentado das docas, Roberto Franchi, afirmou que o Scheherazade “está flutuando e é capaz de se mover com relativa rapidez”.

Não está claro para onde a embarcação se encaminharia, mas a movimentação dos superiates dos magnatas russos que conseguiram desviar com sucesso das sanções americanas, europeias e britânicas dá algumas pistas. Duas embarcações que pertencem ao bilionário Roman Abramovich, sancionado pelos britânicos e pelos europeus, estão em águas turcas há semanas. Outras vagueiam pelas Maldivas, uma nação insular no Oceano Índico. O Nord, que pertence ao bilionário sancionado Alexei Mordashov, foi muito mais longe, chegando ao porto russo de Vladivostok, no Pacífico, no fim de março, de acordo com dados do site Marine Traffic, que rastreia embarcações.

Seu navegador não suporta esse video.

As sanções aplicadas por países ocidentais começam a impactar a economia russa. O risco de uma moratória da dívida se agrava e a inflação ameaça disparar.

Esses superiates escaparam do destino do Amadea e de uma crescente lista de outras embarcações, incluindo o Sailing Yacht A, que pertence ao bilionário Andrei Melnichenko e foi confiscado pela polícia italiana em março; e o Crescent, embarcação-irmã do Scheherazade, confiscada na Espanha. A agência Reuters, citando uma fonte da polícia espanhola, noticiou que o Crescent pode pertencer a Sechin.

Em Marina di Carrara, trabalhadores do porto e outras pessoas com acesso às docas testemunharam um furor de atividade da equipe do Scheherazade: remoção de revestimentos brancos que protegiam os decks durante os reparos, limpeza da embarcação e carregamento de suprimentos. Na semana passada, afirmaram eles, caminhões de combustível encheram os enormes tanques do iate, enquanto tripulantes embarcavam caixas lacradas.

Enquanto o sol se punha na terça-feira, um jovem casal tomava drinques no bar que tem as docas como vista.

“Olha só, o iate de Putin ainda está aqui”, brincou o estudante Massimo Giovi, de 25 anos. “Se ele for embora, mudará a paisagem.”

THE NEW YORK TIMES — A polícia italiana está se apressando para concluir a investigação a respeito da propriedade de um superiate de US$ 700 milhões que, segundo autoridades dos Estados Unidos, é ligado ao presidente russo, Vladimir Putin, antes que a embarcação possa escapar de possíveis sanções.

Seu tempo pode estar acabando.

Após passar meses estacionada na doca seca do porto toscano de Marina di Carrara, a embarcação de 459 pés, chamada Scheherazade, foi colocada na água novamente nesta terça-feira. Tripulantes perambulavam pelas bordas do iate enquanto a água enchia gradualmente a doca. O capitão britânico, que anteriormente havia conversado com repórteres, não respondeu nenhuma pergunta.

Um ex-tripulante afirmou que o barco poderia estar pronto para navegar imediatamente, mas antes tinha de passar por testes no mar para checar o equipamento — o que é comum para uma embarcação que esteve sob reparo e, neste caso, ficou parada no porto desde setembro.

O Scheherazade até agora evitou o destino de alguns iates luxuosos ligados a russos poderosos que foram confiscados no esforço capitaneado por União Europeia, Reino Unido e EUA de perseguir as fortunas de oligarcas russos e autoridades do alto escalão de Putin em resposta à invasão à Ucrânia. Em março, o capitão do Scheherazade, Guy Bennett-Pearce, afirmou que o dono da embarcação — que ele não identificou — não estava na lista de sancionados. Os meios de comunicação italianos noticiaram que o proprietário era Eduard Khudainatov, um magnata do petróleo que não está atualmente sob sanções. Ele é sócio há muito tempo de Igor Sechin, aliado próximo de Putin e diretor da estatal petroleira russa Rosneft, que, acredita-se, é dono de um superiate confiscado em março.

Não foi possível atribuir independentemente a propriedade do Scheherazade a Khudainatov. Se ele realmente for o dono, pode ser apenas no papel. O nome dele também surgiu no caso de um outro superiate, o Amadea, que, segundo a agência Associated Press noticiou anteriormente, compartilha com o Scheherazade os mesmos designers de exterior e interior, assim como o mesmo construtor. Na terça-feira, o mais graduado tribunal de Fiji deu aos EUA permissão para confiscar o Amadea, que é avaliado em US$ 325 milhões e era mantido no país do Pacífico Sul desde o mês passado. De acordo com uma autoridade americana, o dono da embarcação é Suleiman Kerimov, um bilionário russo ligado à mineração de ouro que está sob sanções dos EUA desde 2018; advogados de defesa alegam que o verdadeiro dono é Khudainatov, segundo noticiou a AP.

Scheherazade é um dos maiores e mais caros iates do mundo Foto: Jennifer Lorenzini/Reuters

Um ex-tripulante do Scheherazade, que conversou com a reportagem sob condição de anonimato, nunca tinha ouvido nada a respeito de Khudainatov e afirmou que, dentro da embarcação, falava-se abertamente que seu verdadeiro proprietário é Putin. Logo após o New York Times escrever pela primeira vez a respeito do Scheherazade, no início de março, autoridades americanas afirmaram que o iate tem ligação com Putin, sem dar detalhes. Uma equipe de jornalistas que trabalham para o líder opositor russo Alexei Navalni conseguiu uma lista com os nomes dos tripulantes e descobriu que muitos deles eram funcionários da agência russa responsável pela segurança de Putin.

Um porta-voz da polícia financeira italiana, que lidera as investigações nacionais e internacionais sobre a propriedade do Scheherazade, afirmou que, se a embarcação deixar o porto antes da conclusão dos inquéritos, não haveria nada que as autoridades poderiam fazer para impedir.

Três funcionários do porto afirmaram que as autoridades pareciam estar vigiando o iate, que ficava próximo de uma delegacia de polícia e de instalações da Guarda Costeira quando estava estacionado na doca seca; um helicóptero da polícia sobrevoa a área diariamente, afirmaram eles. Os trabalhadores, que não tinham autorização para conversar com a imprensa, pediram que seus nomes não fossem revelados.

Um operário aposentado das docas, Roberto Franchi, afirmou que o Scheherazade “está flutuando e é capaz de se mover com relativa rapidez”.

Não está claro para onde a embarcação se encaminharia, mas a movimentação dos superiates dos magnatas russos que conseguiram desviar com sucesso das sanções americanas, europeias e britânicas dá algumas pistas. Duas embarcações que pertencem ao bilionário Roman Abramovich, sancionado pelos britânicos e pelos europeus, estão em águas turcas há semanas. Outras vagueiam pelas Maldivas, uma nação insular no Oceano Índico. O Nord, que pertence ao bilionário sancionado Alexei Mordashov, foi muito mais longe, chegando ao porto russo de Vladivostok, no Pacífico, no fim de março, de acordo com dados do site Marine Traffic, que rastreia embarcações.

Seu navegador não suporta esse video.

As sanções aplicadas por países ocidentais começam a impactar a economia russa. O risco de uma moratória da dívida se agrava e a inflação ameaça disparar.

Esses superiates escaparam do destino do Amadea e de uma crescente lista de outras embarcações, incluindo o Sailing Yacht A, que pertence ao bilionário Andrei Melnichenko e foi confiscado pela polícia italiana em março; e o Crescent, embarcação-irmã do Scheherazade, confiscada na Espanha. A agência Reuters, citando uma fonte da polícia espanhola, noticiou que o Crescent pode pertencer a Sechin.

Em Marina di Carrara, trabalhadores do porto e outras pessoas com acesso às docas testemunharam um furor de atividade da equipe do Scheherazade: remoção de revestimentos brancos que protegiam os decks durante os reparos, limpeza da embarcação e carregamento de suprimentos. Na semana passada, afirmaram eles, caminhões de combustível encheram os enormes tanques do iate, enquanto tripulantes embarcavam caixas lacradas.

Enquanto o sol se punha na terça-feira, um jovem casal tomava drinques no bar que tem as docas como vista.

“Olha só, o iate de Putin ainda está aqui”, brincou o estudante Massimo Giovi, de 25 anos. “Se ele for embora, mudará a paisagem.”

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.