Suprema Corte dos EUA revisará lei de aborto do Texas em 1º de novembro


A legislação, que entrou em vigor no início de setembro, é a mais restritiva aprovada no país desde a legalização do aborto, em 1973

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta sexta-feira, 22, ouvir em 1º de novembro as contestações à lei do aborto do Texas, e se recusou a bloquear a norma enquanto isso. A legislação, que entrou em vigor no início de setembro, é a mais restritiva aprovada nos EUA desde a legalização do aborto, em 1973.

O governo de Joe Biden e as clínicas de aborto pediram ao alto tribunal que revogasse a lei que proíbe a interrupção da gravidez depois das seis semanas de gestação, antes que a maioria das mulheres saibam que estão grávidas. O Departamento da Justiça e as outras partes envolvidas no caso têm até 27 de outubro para apresentarem os resumos das alegações que pronunciarão em 1º de novembro.

No julgamento desta sexta-feira, apenas a juíza Sonia Sotomayor apresentou uma dissidência. “Pela segunda vez, o tribunal é apresentado com um pedido para ordenar uma lei promulgada em abertamente desrespeito aos direitos constitucionais das mulheres que procuram atendimento ao aborto no Texas”, escreveu ela. “Pela segunda vez, o tribunal se recusa a agir imediatamente para proteger essas mulheres de danos graves e irreparáveis.”

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Protesto pró-aborto durante a Marcha das Mulheres em Austin, no Texas Foto: Sergio Flores/AFP

Mas ela acrescentou que saudou a decisão do tribunal de ouvir os argumentos nos dois casos, que aparentemente se limitarão à questão processual de se a lei do Texas está sujeita à revisão em tribunal federal devido à sua nova estrutura.

O governo e as clínicas de aborto afirmam que a lei do Texas viola a decisão histórica da Suprema Corte no caso Roe versus Wade de 1973, que estabeleceu o direito ao aborto. O tribunal rejeitou o pedido do Texas para usar o caso para decidir se anulava a decisão histórica.

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Essa questão já está perante o tribunal em um caso que desafia uma lei do Mississippi que proíbe a maioria dos abortos após 15 semanas. Roe versus Wade e outros precedentes da Suprema Corte proíbem os Estados de vetar o aborto antes da viabilidade fetal, o ponto em que os fetos podem sustentar a vida fora do útero, ou cerca de 22 a 24 semanas de gravidez. O caso do Mississippi será discutido em 1º de dezembro, um mês após o caso do Texas.

A lei do Texas não prevê exceções para gestações causadas por incesto ou estupro — a única brecha é quando a saúde da gestante está em risco, mas ainda assim é exigida uma prova escrita de um médico atestando o problema. A norma também permite que qualquer pessoa do país, conhecendo ou não a mulher, processe os que a ajudem no procedimento depois do prazo legal.

Como leva várias semanas antes que a gravidez seja detectável em um teste de urina padrão, pode restar às mulheres apenas uma janela de uma ou duas semanas para decidir pelo aborto antes de serem proibidas sob a lei do Texas. Cerca de 85% a 90% das interrupções acontecem após seis semanas de gravidez.

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A nova lei antiaborto do Texas, que teve seu bloqueio recusado pela Suprema Corte dos EUA em agosto, basicamente proíbe o aborto no Estado. A nova medida pode pavimentar o caminho para outros Estados adotarem leis semelhantes, já que a forma com que ela foi formulada levanta questões sobre se a legislação pode ser contestada ou não./AFP, NYT

WASHINGTON - A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta sexta-feira, 22, ouvir em 1º de novembro as contestações à lei do aborto do Texas, e se recusou a bloquear a norma enquanto isso. A legislação, que entrou em vigor no início de setembro, é a mais restritiva aprovada nos EUA desde a legalização do aborto, em 1973.

O governo de Joe Biden e as clínicas de aborto pediram ao alto tribunal que revogasse a lei que proíbe a interrupção da gravidez depois das seis semanas de gestação, antes que a maioria das mulheres saibam que estão grávidas. O Departamento da Justiça e as outras partes envolvidas no caso têm até 27 de outubro para apresentarem os resumos das alegações que pronunciarão em 1º de novembro.

No julgamento desta sexta-feira, apenas a juíza Sonia Sotomayor apresentou uma dissidência. “Pela segunda vez, o tribunal é apresentado com um pedido para ordenar uma lei promulgada em abertamente desrespeito aos direitos constitucionais das mulheres que procuram atendimento ao aborto no Texas”, escreveu ela. “Pela segunda vez, o tribunal se recusa a agir imediatamente para proteger essas mulheres de danos graves e irreparáveis.”

Protesto pró-aborto durante a Marcha das Mulheres em Austin, no Texas Foto: Sergio Flores/AFP

Mas ela acrescentou que saudou a decisão do tribunal de ouvir os argumentos nos dois casos, que aparentemente se limitarão à questão processual de se a lei do Texas está sujeita à revisão em tribunal federal devido à sua nova estrutura.

O governo e as clínicas de aborto afirmam que a lei do Texas viola a decisão histórica da Suprema Corte no caso Roe versus Wade de 1973, que estabeleceu o direito ao aborto. O tribunal rejeitou o pedido do Texas para usar o caso para decidir se anulava a decisão histórica.

Essa questão já está perante o tribunal em um caso que desafia uma lei do Mississippi que proíbe a maioria dos abortos após 15 semanas. Roe versus Wade e outros precedentes da Suprema Corte proíbem os Estados de vetar o aborto antes da viabilidade fetal, o ponto em que os fetos podem sustentar a vida fora do útero, ou cerca de 22 a 24 semanas de gravidez. O caso do Mississippi será discutido em 1º de dezembro, um mês após o caso do Texas.

A lei do Texas não prevê exceções para gestações causadas por incesto ou estupro — a única brecha é quando a saúde da gestante está em risco, mas ainda assim é exigida uma prova escrita de um médico atestando o problema. A norma também permite que qualquer pessoa do país, conhecendo ou não a mulher, processe os que a ajudem no procedimento depois do prazo legal.

Como leva várias semanas antes que a gravidez seja detectável em um teste de urina padrão, pode restar às mulheres apenas uma janela de uma ou duas semanas para decidir pelo aborto antes de serem proibidas sob a lei do Texas. Cerca de 85% a 90% das interrupções acontecem após seis semanas de gravidez.

A nova lei antiaborto do Texas, que teve seu bloqueio recusado pela Suprema Corte dos EUA em agosto, basicamente proíbe o aborto no Estado. A nova medida pode pavimentar o caminho para outros Estados adotarem leis semelhantes, já que a forma com que ela foi formulada levanta questões sobre se a legislação pode ser contestada ou não./AFP, NYT

WASHINGTON - A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta sexta-feira, 22, ouvir em 1º de novembro as contestações à lei do aborto do Texas, e se recusou a bloquear a norma enquanto isso. A legislação, que entrou em vigor no início de setembro, é a mais restritiva aprovada nos EUA desde a legalização do aborto, em 1973.

O governo de Joe Biden e as clínicas de aborto pediram ao alto tribunal que revogasse a lei que proíbe a interrupção da gravidez depois das seis semanas de gestação, antes que a maioria das mulheres saibam que estão grávidas. O Departamento da Justiça e as outras partes envolvidas no caso têm até 27 de outubro para apresentarem os resumos das alegações que pronunciarão em 1º de novembro.

No julgamento desta sexta-feira, apenas a juíza Sonia Sotomayor apresentou uma dissidência. “Pela segunda vez, o tribunal é apresentado com um pedido para ordenar uma lei promulgada em abertamente desrespeito aos direitos constitucionais das mulheres que procuram atendimento ao aborto no Texas”, escreveu ela. “Pela segunda vez, o tribunal se recusa a agir imediatamente para proteger essas mulheres de danos graves e irreparáveis.”

Protesto pró-aborto durante a Marcha das Mulheres em Austin, no Texas Foto: Sergio Flores/AFP

Mas ela acrescentou que saudou a decisão do tribunal de ouvir os argumentos nos dois casos, que aparentemente se limitarão à questão processual de se a lei do Texas está sujeita à revisão em tribunal federal devido à sua nova estrutura.

O governo e as clínicas de aborto afirmam que a lei do Texas viola a decisão histórica da Suprema Corte no caso Roe versus Wade de 1973, que estabeleceu o direito ao aborto. O tribunal rejeitou o pedido do Texas para usar o caso para decidir se anulava a decisão histórica.

Essa questão já está perante o tribunal em um caso que desafia uma lei do Mississippi que proíbe a maioria dos abortos após 15 semanas. Roe versus Wade e outros precedentes da Suprema Corte proíbem os Estados de vetar o aborto antes da viabilidade fetal, o ponto em que os fetos podem sustentar a vida fora do útero, ou cerca de 22 a 24 semanas de gravidez. O caso do Mississippi será discutido em 1º de dezembro, um mês após o caso do Texas.

A lei do Texas não prevê exceções para gestações causadas por incesto ou estupro — a única brecha é quando a saúde da gestante está em risco, mas ainda assim é exigida uma prova escrita de um médico atestando o problema. A norma também permite que qualquer pessoa do país, conhecendo ou não a mulher, processe os que a ajudem no procedimento depois do prazo legal.

Como leva várias semanas antes que a gravidez seja detectável em um teste de urina padrão, pode restar às mulheres apenas uma janela de uma ou duas semanas para decidir pelo aborto antes de serem proibidas sob a lei do Texas. Cerca de 85% a 90% das interrupções acontecem após seis semanas de gravidez.

A nova lei antiaborto do Texas, que teve seu bloqueio recusado pela Suprema Corte dos EUA em agosto, basicamente proíbe o aborto no Estado. A nova medida pode pavimentar o caminho para outros Estados adotarem leis semelhantes, já que a forma com que ela foi formulada levanta questões sobre se a legislação pode ser contestada ou não./AFP, NYT

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