Tensão entre Kosovo e Sérvia mobiliza tropas de paz da Otan


Sérvios étnicos bloquearam estradas no norte do Kosovo após governo anunciar lei exigindo a retirada de documentos nacionais para cruzar a fronteira; implementação da lei foi adiada em um mês

Por Rachel Pannett

As tensões aumentaram entre Kosovo e Sérvia no fim de semana, levantando preocupações sobre a possibilidade de novos distúrbios na península dos Bálcãs em um momento em que os aliados ocidentais estão focados na guerra na Ucrânia.

A força de paz internacional liderada pela Otan em Kosovo, conhecida como KFOR, disse em um comunicado que está monitorando a situação de perto e está “preparada para intervir se a estabilidade for ameaçada”.

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Sérvios étnicos que vivem em municípios do norte de Kosovo, na fronteira com a Sérvia, bloquearam estradas e entraram em conflito com a polícia na véspera da implementação de uma lei exigindo que eles substituíssem as placas de seus carros por placas de Kosovo.

Soldados da Otan se aproximam de barricada montada por sérvios étnicos no norte do Kosovo. Foto: Armend Nimani/ AFP

As novas regras deveriam entrar em vigor na segunda-feira, 1°, e exigiriam que os portadores de identidade e passaporte sérvios obtivessem um documento extra para entrar no Kosovo, como já é o caso dos kosovares que entram na Sérvia.

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Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia, saudou a decisão de Kosovo de adiar as medidas até 1º de setembro e pediu que todos os bloqueios em estradas sejam removidos imediatamente. Em um comunicado publicado no Twitter, o enviado especial da UE, Miroslav Lajcak, expressou gratidão ao embaixador dos EUA no Kosovo, Jeffrey Hovenier, “pelo forte apoio”.

Ninguém ficou ferido nos protestos de domingo, disse a polícia de Kosovo, mesmo quando tiros foram ouvidos em vários locais, alguns deles direcionados a unidades policiais. Os manifestantes estacionaram caminhões e outras máquinas pesadas nas estradas que levam a duas passagens de fronteira.

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Em um comunicado divulgado no domingo, 31, Kosovo anunciou a postergação em um mês na implementação das novas medidas e condenou “a obstrução de estradas no norte de Kosovo e os tiros disparos por pessoas armadas”. O comunicado disse que os “atos agressivos” foram instigados e planejados por autoridades de Belgrado.

A invasão da Ucrânia pela Rússia provocou maiores tensões na região. Analistas dizem que a visão de mundo nacionalista e revisionista da Rússia encontrou um público receptivo na região, em particular no presidente sérvio, Aleksandar Vucic, no líder político sérvio-bósnio Milorad Dodik e no primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Homem passa por grafite do presidente russo, Vladimir Putin, em Belgrado, com dizeres 'Kosovo é Sérvia'. Foto: Darko Vojinovic/ AP
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A Sérvia, um tradicional aliado russo, rejeitou os pedidos da UE e dos Estados Unidos para aderir às sanções contra Moscou. A Rússia – junto com a China – ainda não reconhece a independência de Kosovo e denunciou a guerra da Otan contra seu aliado nos anos 1990. A aliança militar ocidental lançou uma campanha de bombardeio em 1999 que atingiu alvos no que era então a Sérvia e Montenegro, em uma tentativa de deter o ataque contra albaneses kosovares étnicos que lutavam por autonomia.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acusou o Kosovo de usar as novas leis de licenciamento e documentos de identidade como um passo para expulsar a população sérvia.

“Pedimos que Pristina (capital do Kosovo) e os Estados Unidos e a União Europeia apoiem a ação para parar a provocação e observar os direitos dos sérvios em Kosovo”, disse Zakharova, no domingo, segundo a agência de notícias russa Tass, descrevendo os requisitos como “discriminatórios”.

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“Se eles ousarem perseguir, maltratar e matar sérvios, a Sérvia vencerá”, disse Vucic em entrevista coletiva no domingo. O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, acusou Vucic de instigar a violência.

As tensões aumentaram entre Kosovo e Sérvia no fim de semana, levantando preocupações sobre a possibilidade de novos distúrbios na península dos Bálcãs em um momento em que os aliados ocidentais estão focados na guerra na Ucrânia.

A força de paz internacional liderada pela Otan em Kosovo, conhecida como KFOR, disse em um comunicado que está monitorando a situação de perto e está “preparada para intervir se a estabilidade for ameaçada”.

Sérvios étnicos que vivem em municípios do norte de Kosovo, na fronteira com a Sérvia, bloquearam estradas e entraram em conflito com a polícia na véspera da implementação de uma lei exigindo que eles substituíssem as placas de seus carros por placas de Kosovo.

Soldados da Otan se aproximam de barricada montada por sérvios étnicos no norte do Kosovo. Foto: Armend Nimani/ AFP

As novas regras deveriam entrar em vigor na segunda-feira, 1°, e exigiriam que os portadores de identidade e passaporte sérvios obtivessem um documento extra para entrar no Kosovo, como já é o caso dos kosovares que entram na Sérvia.

Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia, saudou a decisão de Kosovo de adiar as medidas até 1º de setembro e pediu que todos os bloqueios em estradas sejam removidos imediatamente. Em um comunicado publicado no Twitter, o enviado especial da UE, Miroslav Lajcak, expressou gratidão ao embaixador dos EUA no Kosovo, Jeffrey Hovenier, “pelo forte apoio”.

Ninguém ficou ferido nos protestos de domingo, disse a polícia de Kosovo, mesmo quando tiros foram ouvidos em vários locais, alguns deles direcionados a unidades policiais. Os manifestantes estacionaram caminhões e outras máquinas pesadas nas estradas que levam a duas passagens de fronteira.

Em um comunicado divulgado no domingo, 31, Kosovo anunciou a postergação em um mês na implementação das novas medidas e condenou “a obstrução de estradas no norte de Kosovo e os tiros disparos por pessoas armadas”. O comunicado disse que os “atos agressivos” foram instigados e planejados por autoridades de Belgrado.

A invasão da Ucrânia pela Rússia provocou maiores tensões na região. Analistas dizem que a visão de mundo nacionalista e revisionista da Rússia encontrou um público receptivo na região, em particular no presidente sérvio, Aleksandar Vucic, no líder político sérvio-bósnio Milorad Dodik e no primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Homem passa por grafite do presidente russo, Vladimir Putin, em Belgrado, com dizeres 'Kosovo é Sérvia'. Foto: Darko Vojinovic/ AP

A Sérvia, um tradicional aliado russo, rejeitou os pedidos da UE e dos Estados Unidos para aderir às sanções contra Moscou. A Rússia – junto com a China – ainda não reconhece a independência de Kosovo e denunciou a guerra da Otan contra seu aliado nos anos 1990. A aliança militar ocidental lançou uma campanha de bombardeio em 1999 que atingiu alvos no que era então a Sérvia e Montenegro, em uma tentativa de deter o ataque contra albaneses kosovares étnicos que lutavam por autonomia.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acusou o Kosovo de usar as novas leis de licenciamento e documentos de identidade como um passo para expulsar a população sérvia.

“Pedimos que Pristina (capital do Kosovo) e os Estados Unidos e a União Europeia apoiem a ação para parar a provocação e observar os direitos dos sérvios em Kosovo”, disse Zakharova, no domingo, segundo a agência de notícias russa Tass, descrevendo os requisitos como “discriminatórios”.

“Se eles ousarem perseguir, maltratar e matar sérvios, a Sérvia vencerá”, disse Vucic em entrevista coletiva no domingo. O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, acusou Vucic de instigar a violência.

As tensões aumentaram entre Kosovo e Sérvia no fim de semana, levantando preocupações sobre a possibilidade de novos distúrbios na península dos Bálcãs em um momento em que os aliados ocidentais estão focados na guerra na Ucrânia.

A força de paz internacional liderada pela Otan em Kosovo, conhecida como KFOR, disse em um comunicado que está monitorando a situação de perto e está “preparada para intervir se a estabilidade for ameaçada”.

Sérvios étnicos que vivem em municípios do norte de Kosovo, na fronteira com a Sérvia, bloquearam estradas e entraram em conflito com a polícia na véspera da implementação de uma lei exigindo que eles substituíssem as placas de seus carros por placas de Kosovo.

Soldados da Otan se aproximam de barricada montada por sérvios étnicos no norte do Kosovo. Foto: Armend Nimani/ AFP

As novas regras deveriam entrar em vigor na segunda-feira, 1°, e exigiriam que os portadores de identidade e passaporte sérvios obtivessem um documento extra para entrar no Kosovo, como já é o caso dos kosovares que entram na Sérvia.

Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia, saudou a decisão de Kosovo de adiar as medidas até 1º de setembro e pediu que todos os bloqueios em estradas sejam removidos imediatamente. Em um comunicado publicado no Twitter, o enviado especial da UE, Miroslav Lajcak, expressou gratidão ao embaixador dos EUA no Kosovo, Jeffrey Hovenier, “pelo forte apoio”.

Ninguém ficou ferido nos protestos de domingo, disse a polícia de Kosovo, mesmo quando tiros foram ouvidos em vários locais, alguns deles direcionados a unidades policiais. Os manifestantes estacionaram caminhões e outras máquinas pesadas nas estradas que levam a duas passagens de fronteira.

Em um comunicado divulgado no domingo, 31, Kosovo anunciou a postergação em um mês na implementação das novas medidas e condenou “a obstrução de estradas no norte de Kosovo e os tiros disparos por pessoas armadas”. O comunicado disse que os “atos agressivos” foram instigados e planejados por autoridades de Belgrado.

A invasão da Ucrânia pela Rússia provocou maiores tensões na região. Analistas dizem que a visão de mundo nacionalista e revisionista da Rússia encontrou um público receptivo na região, em particular no presidente sérvio, Aleksandar Vucic, no líder político sérvio-bósnio Milorad Dodik e no primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Homem passa por grafite do presidente russo, Vladimir Putin, em Belgrado, com dizeres 'Kosovo é Sérvia'. Foto: Darko Vojinovic/ AP

A Sérvia, um tradicional aliado russo, rejeitou os pedidos da UE e dos Estados Unidos para aderir às sanções contra Moscou. A Rússia – junto com a China – ainda não reconhece a independência de Kosovo e denunciou a guerra da Otan contra seu aliado nos anos 1990. A aliança militar ocidental lançou uma campanha de bombardeio em 1999 que atingiu alvos no que era então a Sérvia e Montenegro, em uma tentativa de deter o ataque contra albaneses kosovares étnicos que lutavam por autonomia.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acusou o Kosovo de usar as novas leis de licenciamento e documentos de identidade como um passo para expulsar a população sérvia.

“Pedimos que Pristina (capital do Kosovo) e os Estados Unidos e a União Europeia apoiem a ação para parar a provocação e observar os direitos dos sérvios em Kosovo”, disse Zakharova, no domingo, segundo a agência de notícias russa Tass, descrevendo os requisitos como “discriminatórios”.

“Se eles ousarem perseguir, maltratar e matar sérvios, a Sérvia vencerá”, disse Vucic em entrevista coletiva no domingo. O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, acusou Vucic de instigar a violência.

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