O terceiro grupo de brasileiros e familiares próximos repatriados da Faixa de Gaza desembarcou em Brasília na manhã deste sábado, 23. Inicialmente, o Itamaraty informou que 32 pessoas deixaram o enclave palestino mas, segundo informações da Força Aérea Brasileira, a FAB, responsável pela aeronave, só 30 embarcaram. Os outros dois teriam ficado de fora do voo por questões médicas.
Os brasileiros e familiares deixaram a Faixa de Gaza na quinta-feira, 21. Eles foram recebidos no Egito por autoridades da embaixada e transportados da fronteira até a capital Cairo, onde passaram uma noite. Na sexta-feira, o grupo embarcou com destino a Brasília.
O mesmo voo da FAB que foi ao Egito buscar os brasileiros levou, na ida, seis toneladas de ajuda humanitária, incluindo purificadores de água e equipamentos para geração de energia.
Desde o início da guerra, 1.555 brasileiros foram resgatados, sendo a maioria de Israel, mas também de Gaza e da Cisjordânia, território palestino ocupado que vive uma escalada da violência em meio à guerra. No caso da Faixa de Gaza, a operação de resgate é considerada mais complexa, já que o enclave está sob cerco israelense. A única saída é por Rafah, na fronteira com o Egito, e é preciso ter autorização para passar.
O trecho foi reaberto em 1.º de novembro pela primeira vez desde o início da guerra para palestinos feridos e cidadãos estrangeiros, que têm sido liberados aos poucos. O primeiro grupo de brasileiros só foi autorizado a sair no dia 10 do mesmo mês.
Situação em Gaza
A guerra se arrasta desde 7 de outubro, em resposta ao ataque terrorista sem precedentes do grupo terrorista Hamas, que matou 1.200 pessoas e levou 240 reféns em Israel. Do lado palestino, o número de mortes, segundo o ministério da Saúde local, que é controlado pelo Hamas, passa de 20 mil.
Diante da destruição em Gaza, cresce a pressão internacional para que o drama humanitário no enclave seja contido. Nesta sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou a resolução que pede o aumento da ajuda aos civis. O texto foi aprovado com abstenção dos Estados Unidos após intensa negociação para evitar que o principal aliado de Israel usasse o seu poder de veto para barrar a decisão, como já havia feito duas vezes.
Para ser aprovada, a resolução foi diluída e deixou de fora a parte que pedia “suspensão urgente das hostilidades”, tom mais brando que foi criticado por organizações humanitárias. “Essa resolução foi diluída a tal ponto que o impacto na vida dos civis em Gaza será praticamente insignificante”, disse a diretora-executiva do Médicos Sem Fronteiras, Avril Benoît, em nota./Com informações de Agência Brasil e agências internacionais