Trabalhista ou conservador, próximo governo do Reino Unido terá série de desafios


Novo primeiro-ministro terá de lidar com as consequências do Brexit na economia e na imigração, além do aumento do custo de moradia e longas filas no renomado sistema de saúde britânico

Por Marina Torres

ENVIADA ESPECIAL A LONDRES - Economia, imigração, habitação e saúde. De acordo com levantamento do YouGov, esses são os quatro tópicos escolhidos pela população como assuntos centrais das eleições no Reino Unido. Nesta quinta-feira, 4, cidadãos dos 4 países que compõem a nação britânica (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) vão às urnas para definir o próximo primeiro-ministro e bancada que irão governar o país.

Depois de 14 anos sob liderança do partido Conservador, a previsão é que o Parlamento do Reino Unido seja comandado por um primeiro-ministro trabalhista. Liderando os rankings com 40% das intenções de voto, de acordo com levantamento da BBC em 2 de julho, o partido de Keir Starmer é favorito para formar a Casa dos Comuns, e, com isso, enfrentar os desafios propostos pela população.

Um ônibus vermelho de dois andares passa pela placa de uma seção eleitoral em frente à Abadia de Westminster, em Londres, em 4 de julho de 2024 Foto: Paul Ellis/AFP
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O desafio do Brexit: economia e imigração

Aprovado em 2020, sob a liderança de Boris Johnson, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) ainda demonstra ser um tópico sensível de campanha para os principais candidatos ao parlamento britânico.

O motivo é claro: os efeitos do Brexit são negativos na economia do país e não tem boa reputação entre cidadãos britânicos, como explica Andrew Blick, professor da King’s College of London. “Não existe substituto dos acordos da União Europeia para a economia inglesa,” afirma.

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O professor identifica atualmente dois grandes desafios econômicos para o próximo primeiro-ministro: encontrar acordos comerciais que permitam ao setor de manufatura fechar negócios e a atração de investimentos para o país. Dados oficiais estimam que o Reino Unido sofreu uma queda de 10% nos investimentos após o Brexit.

”Existe uma barreira regulatória que impede que o Reino Unido faça acordos comerciais com países da União Europeia, e isso prejudica muito o setor agrícola do país, por exemplo. O Reino Unido não tem outros parceiros comerciais que se igualem. Além disso, o Brexit causou uma saída de investimentos no país “, explica.

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O impacto da saída da União Europeia se reflete também no fenômeno da fuga de cérebros do país, resultando na falta de mão de obra para setores essenciais. A cidadã alemã e estudante de mestrado, Lena Omelchenko, conta que não sabe o que será do seu futuro na Inglaterra, que dependerá das decisões que o próximo primeiro-ministro tomar sobre imigração.

Por ter vindo para o país após a votação do Brexit, a estudante tem dias contados para residir no Reino Unido. “Já aumentaram o salário mínimo para vistos de trabalho. Eu tenho medo que criem algo novo e meu visto de formatura deixe de existir e eu tenha que ir embora” ela afirma.

Manifestantes são refletidos em uma grande poça enquanto agitam bandeiras europeias em uma manifestação contra o Brexit em frente ao Parlamento em Londres, em 3 de dezembro de 2018 Foto: Frank Augstein/AP
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O desafio da saúde

Esperando há 10 meses por um medicamento para tratar de uma doença autoimune, Frank (que pediu para ter o nome trocado) conta que já cansou de aguardar por uma resposta do hospital. “Eu corri atrás de transferir meu tratamento no mesmo dia que cheguei na Inglaterra, porque já conhecia a reputação do sistema de saúde daqui. Me falaram que seria realmente difícil, e está sendo como me avisaram,” ele se lamenta.

Frank costumava receber seus medicamentos em outro país, e, ao se mudar para a Inglaterra, viu que dar continuidade no seu tratamento incluiria uma longa fila de espera e horas a fio no telefone. “O pior de tudo é que eles ainda me avisaram que se eu não ouvisse nada deles em 3 meses, eu ficaria por conta própria de ter que fazer ligações e correr atrás de uma consulta,” reclama.

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Tratando de uma doença tópica, o paciente precisa de injeções semanais; um estoque que já beira o fim. “Eles me dizem que tem poucos dermatologistas e equipe para me atender. Estou esperando uma visita da enfermeira desde maio e sempre mudam a data. Dessa vez me disseram que virão semana que vem. Vamos ver,” conta.

O caso de Frank é um entre os 7,6 milhões em fila de espera no país, um número quase três vezes maior do que em 2010. De acordo com dados oficiais, o NHS, sistema de saúde do Reino Unido, não atinge metas de tratamento desde 2016. Além de um desafio para pacientes, o NHS é um desafio de investimento. Em termos de infraestrutura, estima-se que as pendências de manutenção atingiram 12 bilhões de libras esterlinas (R$ 85,5 bilhões) no último ano — um valor considerado 185,7% acima da taxa de alto risco (4,2 bilhões de libras esterlinas ou R$ 30 bilhões).

De acordo com a The Health Foundation, organização de consultoria de saúde, a situação que o sistema de saúde britânico enfrenta no momento é a pior da história. “Não existem soluções rápidas, mas o serviço de saúde pode recuperar com um plano de longo prazo que combine a combinação certa de mudança política, inovação e melhoria radicais e investimento a longo prazo,” afirmam em um relatório recente.

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Um eleitor entra em uma seção eleitoral na Igreja Católica Ucraniana da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo em Leicester, no centro da Inglaterra, em 4 de julho de 2024 Foto: Darren Staples/AFP

Os desafios de moradia

Em Londres, dividindo um apartamento de dois quartos com três amigos, Himani Seth se queixa da dificuldade de encontrar moradia acessível na cidade: “encontrar um lugar decente para alugar que fosse acessível foi um desafio enorme.”

De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), a média de preço de aluguéis na cidade de Londres subiu cerca de 10% no último ano. Dados do ONS também mostram que, no ano que terminou em março de 2022, moradores de Londres gastavam em torno de 35% de sua renda com aluguéis. Para aqueles que desejam realizar o sonho da casa própria, a meta parece mais distante ainda. O preço médio de uma casa em Londres é de 502 mil libras esterlinas (R$ 3,7 milhões), o que equivale a onze vezes a média salarial do país.

A situação, para Himani, não é diferente. Ela conta sobre a dificuldade de manejar gastos morando na Inglaterra. “Tenho que fazer um esforço muito grande para administrar o aluguel e outras despesas básicas. Durante as férias, tive que trabalhar em dois empregos para economizar o suficiente para sobreviver durante o período letivo. Além disso, quase não como fora ou faço compras para economizar,” explica.

ENVIADA ESPECIAL A LONDRES - Economia, imigração, habitação e saúde. De acordo com levantamento do YouGov, esses são os quatro tópicos escolhidos pela população como assuntos centrais das eleições no Reino Unido. Nesta quinta-feira, 4, cidadãos dos 4 países que compõem a nação britânica (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) vão às urnas para definir o próximo primeiro-ministro e bancada que irão governar o país.

Depois de 14 anos sob liderança do partido Conservador, a previsão é que o Parlamento do Reino Unido seja comandado por um primeiro-ministro trabalhista. Liderando os rankings com 40% das intenções de voto, de acordo com levantamento da BBC em 2 de julho, o partido de Keir Starmer é favorito para formar a Casa dos Comuns, e, com isso, enfrentar os desafios propostos pela população.

Um ônibus vermelho de dois andares passa pela placa de uma seção eleitoral em frente à Abadia de Westminster, em Londres, em 4 de julho de 2024 Foto: Paul Ellis/AFP

O desafio do Brexit: economia e imigração

Aprovado em 2020, sob a liderança de Boris Johnson, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) ainda demonstra ser um tópico sensível de campanha para os principais candidatos ao parlamento britânico.

O motivo é claro: os efeitos do Brexit são negativos na economia do país e não tem boa reputação entre cidadãos britânicos, como explica Andrew Blick, professor da King’s College of London. “Não existe substituto dos acordos da União Europeia para a economia inglesa,” afirma.

O professor identifica atualmente dois grandes desafios econômicos para o próximo primeiro-ministro: encontrar acordos comerciais que permitam ao setor de manufatura fechar negócios e a atração de investimentos para o país. Dados oficiais estimam que o Reino Unido sofreu uma queda de 10% nos investimentos após o Brexit.

”Existe uma barreira regulatória que impede que o Reino Unido faça acordos comerciais com países da União Europeia, e isso prejudica muito o setor agrícola do país, por exemplo. O Reino Unido não tem outros parceiros comerciais que se igualem. Além disso, o Brexit causou uma saída de investimentos no país “, explica.

O impacto da saída da União Europeia se reflete também no fenômeno da fuga de cérebros do país, resultando na falta de mão de obra para setores essenciais. A cidadã alemã e estudante de mestrado, Lena Omelchenko, conta que não sabe o que será do seu futuro na Inglaterra, que dependerá das decisões que o próximo primeiro-ministro tomar sobre imigração.

Por ter vindo para o país após a votação do Brexit, a estudante tem dias contados para residir no Reino Unido. “Já aumentaram o salário mínimo para vistos de trabalho. Eu tenho medo que criem algo novo e meu visto de formatura deixe de existir e eu tenha que ir embora” ela afirma.

Manifestantes são refletidos em uma grande poça enquanto agitam bandeiras europeias em uma manifestação contra o Brexit em frente ao Parlamento em Londres, em 3 de dezembro de 2018 Foto: Frank Augstein/AP

O desafio da saúde

Esperando há 10 meses por um medicamento para tratar de uma doença autoimune, Frank (que pediu para ter o nome trocado) conta que já cansou de aguardar por uma resposta do hospital. “Eu corri atrás de transferir meu tratamento no mesmo dia que cheguei na Inglaterra, porque já conhecia a reputação do sistema de saúde daqui. Me falaram que seria realmente difícil, e está sendo como me avisaram,” ele se lamenta.

Frank costumava receber seus medicamentos em outro país, e, ao se mudar para a Inglaterra, viu que dar continuidade no seu tratamento incluiria uma longa fila de espera e horas a fio no telefone. “O pior de tudo é que eles ainda me avisaram que se eu não ouvisse nada deles em 3 meses, eu ficaria por conta própria de ter que fazer ligações e correr atrás de uma consulta,” reclama.

Tratando de uma doença tópica, o paciente precisa de injeções semanais; um estoque que já beira o fim. “Eles me dizem que tem poucos dermatologistas e equipe para me atender. Estou esperando uma visita da enfermeira desde maio e sempre mudam a data. Dessa vez me disseram que virão semana que vem. Vamos ver,” conta.

O caso de Frank é um entre os 7,6 milhões em fila de espera no país, um número quase três vezes maior do que em 2010. De acordo com dados oficiais, o NHS, sistema de saúde do Reino Unido, não atinge metas de tratamento desde 2016. Além de um desafio para pacientes, o NHS é um desafio de investimento. Em termos de infraestrutura, estima-se que as pendências de manutenção atingiram 12 bilhões de libras esterlinas (R$ 85,5 bilhões) no último ano — um valor considerado 185,7% acima da taxa de alto risco (4,2 bilhões de libras esterlinas ou R$ 30 bilhões).

De acordo com a The Health Foundation, organização de consultoria de saúde, a situação que o sistema de saúde britânico enfrenta no momento é a pior da história. “Não existem soluções rápidas, mas o serviço de saúde pode recuperar com um plano de longo prazo que combine a combinação certa de mudança política, inovação e melhoria radicais e investimento a longo prazo,” afirmam em um relatório recente.

Um eleitor entra em uma seção eleitoral na Igreja Católica Ucraniana da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo em Leicester, no centro da Inglaterra, em 4 de julho de 2024 Foto: Darren Staples/AFP

Os desafios de moradia

Em Londres, dividindo um apartamento de dois quartos com três amigos, Himani Seth se queixa da dificuldade de encontrar moradia acessível na cidade: “encontrar um lugar decente para alugar que fosse acessível foi um desafio enorme.”

De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), a média de preço de aluguéis na cidade de Londres subiu cerca de 10% no último ano. Dados do ONS também mostram que, no ano que terminou em março de 2022, moradores de Londres gastavam em torno de 35% de sua renda com aluguéis. Para aqueles que desejam realizar o sonho da casa própria, a meta parece mais distante ainda. O preço médio de uma casa em Londres é de 502 mil libras esterlinas (R$ 3,7 milhões), o que equivale a onze vezes a média salarial do país.

A situação, para Himani, não é diferente. Ela conta sobre a dificuldade de manejar gastos morando na Inglaterra. “Tenho que fazer um esforço muito grande para administrar o aluguel e outras despesas básicas. Durante as férias, tive que trabalhar em dois empregos para economizar o suficiente para sobreviver durante o período letivo. Além disso, quase não como fora ou faço compras para economizar,” explica.

ENVIADA ESPECIAL A LONDRES - Economia, imigração, habitação e saúde. De acordo com levantamento do YouGov, esses são os quatro tópicos escolhidos pela população como assuntos centrais das eleições no Reino Unido. Nesta quinta-feira, 4, cidadãos dos 4 países que compõem a nação britânica (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) vão às urnas para definir o próximo primeiro-ministro e bancada que irão governar o país.

Depois de 14 anos sob liderança do partido Conservador, a previsão é que o Parlamento do Reino Unido seja comandado por um primeiro-ministro trabalhista. Liderando os rankings com 40% das intenções de voto, de acordo com levantamento da BBC em 2 de julho, o partido de Keir Starmer é favorito para formar a Casa dos Comuns, e, com isso, enfrentar os desafios propostos pela população.

Um ônibus vermelho de dois andares passa pela placa de uma seção eleitoral em frente à Abadia de Westminster, em Londres, em 4 de julho de 2024 Foto: Paul Ellis/AFP

O desafio do Brexit: economia e imigração

Aprovado em 2020, sob a liderança de Boris Johnson, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) ainda demonstra ser um tópico sensível de campanha para os principais candidatos ao parlamento britânico.

O motivo é claro: os efeitos do Brexit são negativos na economia do país e não tem boa reputação entre cidadãos britânicos, como explica Andrew Blick, professor da King’s College of London. “Não existe substituto dos acordos da União Europeia para a economia inglesa,” afirma.

O professor identifica atualmente dois grandes desafios econômicos para o próximo primeiro-ministro: encontrar acordos comerciais que permitam ao setor de manufatura fechar negócios e a atração de investimentos para o país. Dados oficiais estimam que o Reino Unido sofreu uma queda de 10% nos investimentos após o Brexit.

”Existe uma barreira regulatória que impede que o Reino Unido faça acordos comerciais com países da União Europeia, e isso prejudica muito o setor agrícola do país, por exemplo. O Reino Unido não tem outros parceiros comerciais que se igualem. Além disso, o Brexit causou uma saída de investimentos no país “, explica.

O impacto da saída da União Europeia se reflete também no fenômeno da fuga de cérebros do país, resultando na falta de mão de obra para setores essenciais. A cidadã alemã e estudante de mestrado, Lena Omelchenko, conta que não sabe o que será do seu futuro na Inglaterra, que dependerá das decisões que o próximo primeiro-ministro tomar sobre imigração.

Por ter vindo para o país após a votação do Brexit, a estudante tem dias contados para residir no Reino Unido. “Já aumentaram o salário mínimo para vistos de trabalho. Eu tenho medo que criem algo novo e meu visto de formatura deixe de existir e eu tenha que ir embora” ela afirma.

Manifestantes são refletidos em uma grande poça enquanto agitam bandeiras europeias em uma manifestação contra o Brexit em frente ao Parlamento em Londres, em 3 de dezembro de 2018 Foto: Frank Augstein/AP

O desafio da saúde

Esperando há 10 meses por um medicamento para tratar de uma doença autoimune, Frank (que pediu para ter o nome trocado) conta que já cansou de aguardar por uma resposta do hospital. “Eu corri atrás de transferir meu tratamento no mesmo dia que cheguei na Inglaterra, porque já conhecia a reputação do sistema de saúde daqui. Me falaram que seria realmente difícil, e está sendo como me avisaram,” ele se lamenta.

Frank costumava receber seus medicamentos em outro país, e, ao se mudar para a Inglaterra, viu que dar continuidade no seu tratamento incluiria uma longa fila de espera e horas a fio no telefone. “O pior de tudo é que eles ainda me avisaram que se eu não ouvisse nada deles em 3 meses, eu ficaria por conta própria de ter que fazer ligações e correr atrás de uma consulta,” reclama.

Tratando de uma doença tópica, o paciente precisa de injeções semanais; um estoque que já beira o fim. “Eles me dizem que tem poucos dermatologistas e equipe para me atender. Estou esperando uma visita da enfermeira desde maio e sempre mudam a data. Dessa vez me disseram que virão semana que vem. Vamos ver,” conta.

O caso de Frank é um entre os 7,6 milhões em fila de espera no país, um número quase três vezes maior do que em 2010. De acordo com dados oficiais, o NHS, sistema de saúde do Reino Unido, não atinge metas de tratamento desde 2016. Além de um desafio para pacientes, o NHS é um desafio de investimento. Em termos de infraestrutura, estima-se que as pendências de manutenção atingiram 12 bilhões de libras esterlinas (R$ 85,5 bilhões) no último ano — um valor considerado 185,7% acima da taxa de alto risco (4,2 bilhões de libras esterlinas ou R$ 30 bilhões).

De acordo com a The Health Foundation, organização de consultoria de saúde, a situação que o sistema de saúde britânico enfrenta no momento é a pior da história. “Não existem soluções rápidas, mas o serviço de saúde pode recuperar com um plano de longo prazo que combine a combinação certa de mudança política, inovação e melhoria radicais e investimento a longo prazo,” afirmam em um relatório recente.

Um eleitor entra em uma seção eleitoral na Igreja Católica Ucraniana da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo em Leicester, no centro da Inglaterra, em 4 de julho de 2024 Foto: Darren Staples/AFP

Os desafios de moradia

Em Londres, dividindo um apartamento de dois quartos com três amigos, Himani Seth se queixa da dificuldade de encontrar moradia acessível na cidade: “encontrar um lugar decente para alugar que fosse acessível foi um desafio enorme.”

De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), a média de preço de aluguéis na cidade de Londres subiu cerca de 10% no último ano. Dados do ONS também mostram que, no ano que terminou em março de 2022, moradores de Londres gastavam em torno de 35% de sua renda com aluguéis. Para aqueles que desejam realizar o sonho da casa própria, a meta parece mais distante ainda. O preço médio de uma casa em Londres é de 502 mil libras esterlinas (R$ 3,7 milhões), o que equivale a onze vezes a média salarial do país.

A situação, para Himani, não é diferente. Ela conta sobre a dificuldade de manejar gastos morando na Inglaterra. “Tenho que fazer um esforço muito grande para administrar o aluguel e outras despesas básicas. Durante as férias, tive que trabalhar em dois empregos para economizar o suficiente para sobreviver durante o período letivo. Além disso, quase não como fora ou faço compras para economizar,” explica.

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