WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cortar permanentemente a verba enviada à Organização Mundial da Saúde (OMS) nessa segunda-feira, 18. Trump disse ainda que o país pode “reconsiderar” sua condição de membro da entidade.
O presidente publicou, em sua conta no Twitter, uma carta ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em que afirma que a investigação do governo americano confirmou a “alarmante falta de independência entre a OMS e a China”.
Se a OMS “não se comprometer com melhorias substanciais nos próximos 30 dias, eu tornarei o congelamento do financiamento dos Estados Unidos à OMS permanente e reconsiderarei nossa filiação à organização”, disse Trump na mensagem.
referenceHá pouco mais de um mês, o presidente já havia anunciado que estava orientando o governo americano a interromper o financiamento do país para a organização. “Interromperemos o financiamento enquanto uma revisão é conduzida”, disse ele na ocasião, acusando a OMS de ser “sinocentrista”.
União Europeia apoia a OMS
Nesta terça-feira, 19, após a ameaça de Trump, a União Europeia manifestou apoio à OMS. A porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu, defendeu que o momento pede solidariedade.
"É hora de solidariedade, não de apontar o dedo, ou minar a cooperação multilateral (...) A UE apoia os esforços da OMS", disse Battu, que ainda reforçou a importância da cooperação internacional para superar a crise: "Os esforços multilaterais são a única opção eficaz e viável para vencer esta batalha."
Segundo a diplomata, a atuação da OMS em resposta à pandemia será estudada e avaliada "quando for a hora certa".
'Marionete da China'
Mais cedo, o presidente americano acusou a OMS de ser "uma marionete da China", reiterando as críticas sobre a gestão da agência da ONU na pandemia do novo coronavírus. "Não estou contente com a Organização Mundial da Saúde", declarou, na Casa Branca.
Trump afirmou que os Estados Unidos pagam cerca de US$ 450 milhões anualmente à OMS, a maior contribuição feita por um país. Há planos de cortar esta cifra, segundo o presidente, porque os EUA não seriam "tratados direito" pela organização. "Eles nos deram um monte de maus conselhos", afirmou.
As declarações do presidente ocorrem no dia em que a OMS celebrou sua primeira assembleia anual desde que a pandemia varreu o mundo, após emergir na China, causando grandes abalos econômicos e matando mais de 318 mil pessoas - um terço delas nos Estados Unidos. / AFP