O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 22, um reforço das tropas federais na cidade de Chicago, em meio a uma polêmica pela mobilização de agentes do governo no país.
"Estou anunciando um aumento das forças de ordem federais nas comunidades afetadas por crimes violentos", disse Trump na Casa Branca, em discurso que contou com a presença do procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, e dos diretores do FBI e do Departamento de Segurança Interna.
Barr anunciou que a "Operação Legenda" contará com cerca de 200 agentes que serão enviados a Chicago, enquanto Albuquerque, no estado do Novo México, receberá 30 agentes. A operação já enviou 200 agentes para Kansas City, no Missouri.
O número de crimes com armas de fogo aumentou consideravelmente em diversas cidades americanas nos últimos meses, com mais de 60 pessoas baleadas em Chicago, 14 de forma letal, no último fim de semana, de acordo com o Departamento de Segurança Interna.
O secretário do Departamento de Segurança Interna, Chad Wolf, defendeu a medida adotada pelo governo Trump, afirmando que é preciso distinguir o uso de agentes para conter manifestações em Portland e o envio de tropas para Chicago, onde " a missão é proteger o público dos crimes violentos das ruas".
Trump alertou na segunda-feira que poderia enviar agentes federais a Nova York e a outras cidades governadas pelos democratas para proteger edifícios federais e acabar com o que chama de "colapso da lei e da ordem".
O aviso aconteceu após um incomum envio de agentes federais com uniformes militares para conter manifestações em Portland, no Oregon, algo que a oposição enxerga como abuso de poder e autoritarismo.
O reforço anunciado nesta quarta-feira, porém, envolve agentes federais que irão atuar em parceria com as forças de segurança locais, e não no controle de manifestações, como em Portland.
Os prefeitos de seis das maiores cidades dos Estados Unidos - Atlanta, Washington, Seattle, Chicago, Portland e Kansas City - afirmaram na segunda-feira em carta enviada a Barr e ao secretário do Departamento de Segurança Interna, Chad Wolf, que o envio de tropas federais violava a Constituição.
"Enviar unilateralmente estas tropas paramilitares a nossas cidades é totalmente inconsistente com nossa democracia e nossos valores básicos", escreveram os mandatários.
"É preocupante que forças federais sejam usadas com propósitos políticos", completaram.
Nesta quarta-feira, Trump reafirmou querer "fortalecer a aplicação da lei, e não enfraquecê-la", e opinou que mais agentes deveriam ser contratados, ao invés da imprensa e de seus opositores promoverem cortes nos orçamentos do departamento de polícia. /AFP