Em discurso para seus apoiadores, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou seu indiciamento criminal nesta terça-feira, 13, como “perseguição política”, pouco depois de ter sido fichado e acusado em um tribunal federal de Miami, devido à retenção de documentos secretos em sua mansão na Flórida, caso no qual se declarou “inocente”.
Após retornar de sua audiência em Miami para o seu campo de golfe em Bedminster, Nova Jersey, Trump atacou em discurso o procurador especial do caso, o presidente americano Joe Biden e o Departamento de Justiça dos EUA, assim como presidentes anteriores que, segundo ele, tiveram comportamento semelhante.
Ao se dirigir a seus apoiadores, o ex-presidente descreveu a acusação como “uma perseguição política” semelhante à de uma nação “fascista ou comunista”.
“Hoje testemunhamos o mais maligno e hediondo abuso de poder na história do nosso país. Uma coisa muito triste de se assistir”, afirmou Trump.
Ele ainda prometeu nesta terça-feira nomear um procurador especial para investigar o atual presidente Joe Biden, caso vença as eleições presidenciais de 2024.
“Vou nomear um procurador especial de verdade para ir atrás do presidente mais corrupto da história dos Estados Unidos, Joe Biden, e de toda a família criminosa Biden”, disse Trump durante o evento de campanha em Nova Jersey.
O ex-mandatário já havia publicado uma mensagem semelhante em sua conta na rede social Truth Social horas antes de comparecer ao tribunal. Em seu discurso de hoje, Trump repetiu uma série de desqualificações contra o Departamento de Justiça dos EUA e contra o procurador especial Jack Smith, responsável pelo caso dos documentos.
O magnata afirmou que Smith está envolvido em “assassinatos políticos” e que a decisão do Departamento de Justiça de processá-lo tem motivações políticas.
Trump defendeu ainda a sua autoridade para desclassificar material sensível como bem entender e disse que outros presidentes, como Bill Clinton ou George W. Bush, também incorreram em falhas semelhantes sem serem acusados de qualquer crime.
Antes de se dirigir a Nova Jersey, o ex-presidente parou em um conhecido café cubano no bairro de Little Havana, onde foi recebido por dezenas de apoiadores e jornalistas que captaram o momento em que vários apoiadores cantaram parabéns ao magnata, que faz 77 anos na quarta-feira, 14.
Trump se tornou nesta terça-feira o primeiro presidente ou ex-presidente dos EUA a enfrentar uma acusação federal. Ele é acusado de 37 crimes pela retenção de documentos secretos dos EUA depois de ter deixado a Casa Branca. /EFE