MAR-A-LAGO, FLÓRIDA - O ex-presidente Donald Trump chamou uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 4, onde agradeceu e teceu elogios à decisão da Suprema Corte em mantê-lo na corrida pela Casa Branca. O pré-candidato do partido Republicano também aproveitou o momento para defender a sua tese de imunidade total, que está para ser votada pelo Tribunal no futuro.
Falando de Mar-a-Lago, Trump disse acreditar que a decisão do Tribunal é um grande passo para unir o país, “o que o nosso país precisa”. Trump, que afirma que as ações judiciais para removê-lo das urnas eram uma conspiração democrata, disse que o tribunal permitiu aos eleitores decidirem o destino de um candidato em vez de “um oponente”.
“Eles trabalharam muito, trabalharam duro e, francamente, trabalharam muito rapidamente em algo que será falado daqui a 100 anos e daqui a 200 anos, extremamente importante. Essencialmente, [disseram que] você não pode tirar alguém de uma corrida porque um oponente gostaria para que fosse assim”, disse para repórteres.
Trump defende que os processos que enfrenta na Justiça - 91 ao todo - são uma conspiração democrata para tirá-lo das eleições, especialmente porque ele lidera várias pesquisas de intenção de votos. Em mais de uma vez durante a coletiva, Trump citou o presidente Joe Biden diretamente.
Rapidamente Trump voltou seu discurso para outra ação que está em julgamento que é a da imunidade total, buscando reverter outros processos em que está envolvido. Ele instou os juízes a ficarem do seu lado também nesses casos, alegando que sem “imunidade total”, os futuros presidentes não teriam a coragem de tomar as decisões corretas.
“Eles têm que tomar decisões e têm que libertá-los de todo o terror que possa cair sobre eles quando deixarem o cargo ou mesmo antes de deixarem o cargo. E algumas decisões são muito difíceis”, disse.
Seus comentários rapidamente se transformaram em um discurso mais amplo no qual atacou os envolvidos em seus vários casos criminais – chamando juízes e promotores de “desonestos”, “perturbados” e “odiadores de Trump” – e mais uma vez empurrou a afirmação infundada de que o presidente Biden estava por trás dos esforços para processá-lo.
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“Se o presidente faz um bom trabalho, um presidente deve ser livre e esclarecido e francamente celebrado por ter feito um bom trabalho, não ser indiciado quatro vezes e não ser perseguido civilmente e não ser obrigado a pagar centenas de milhões de dólares em multas por algo que foi absolutamente perfeito, onde não houve vítimas, onde as demonstrações financeiras foram absolutamente perfeitas, onde há cláusulas de isenção de responsabilidade”, disse Trump.
O ex-presidente concluiu dizendo que tem grande respeito pela Suprema Corte americana, onde conseguiu nomear três juízes.
Em uma decisão unânime, a Suprema Corte do país decidiu que Trump pode manter seu nome nas cédulas eleitorais das primárias, derrubando uma decisão anterior do Estado do Colorado que impedia a candidatura de Trump. O Estado argumentava que o presidente havia se envolvido em uma insurreição ao incitar a invasão do Capitólio em 2021, evocando um dispositivo constitucional do pós-Guerra Civil. A Corte, no entanto, avaliou que um Estado não pode impedir um candidato presidencial sem aval do Congresso.
Embora centrasse na decisão anterior do Colorado, a reversão de hoje também afetou processos semelhantes no Maine e em Illinois. Ação ocorre um dia antes da Super Terça, quando 15 Estados vão votar para decidir os candidatos presidenciais dos partidos.
De acordo com a CNN americana, a campanha de Trump já estava arrecadando fundos imediatamente após a decisão da Corte. Menos de uma hora depois, a campanha divulgou um texto de angariação de fundos aos apoiantes, alertando-os sobre a decisão e doando para a sua causa./NYT e W.POST