O ex-presidente americano Donald Trump, o favorito para ser o candidato republicano nas eleições presidenciais de novembro, disse nesta sexta-feira que “apoia fortemente” a fertilização in vitro, após a Suprema Corte do estado do Alabama decidir que os embriões congelados devem ser considerados crianças.
Trump, que se manifestou sobre a decisão em sua rede social Truth, havia evitado a questão até agora, já que a base mais religiosa do Partido Republicano é favorável à proibição do aborto e da fertilização in vitro. Mas os mais moderados preferem permitir o segundo procedimento, embora com nuances diferentes.
“Sob a minha liderança, o Partido Republicano sempre apoiará a construção de famílias americanas fortes, prósperas e saudáveis - queremos tornar mais fácil para mães e pais terem filhos, não mais difícil!”, declarou Trump em sua rede social.
Em 16 de fevereiro, a Suprema Corte do Alabama emitiu uma decisão histórica de que embriões congelados são “crianças” e determinou que aqueles que destroem um embrião congelado podem ser responsabilizados por sua morte.
A decisão causou incerteza em todo o país sobre as implicações para o acesso à fertilização in vitro e já fez com que as clínicas de fertilidade no Alabama suspendessem o tratamento, afetando pessoas que já estavam recebendo cuidados médicos ou se preparando para eles.
Essa questão pode ter um grande impacto nas eleições de novembro, nas quais tanto Trump quanto sua rival para a indicação do Partido Republicano, Nikki Haley, estão em uma posição complicada, enquanto o presidente, Joe Biden, está tentando usar a questão para mobilizar a base democrata.
A campanha de reeleição de Biden vê a decisão da Suprema Corte do Alabama como uma consequência direta da derrubada, em junho de 2022, da decisão “Roe contra Wade”, que desde 1973 protegia o direito ao aborto em nível federal, abrindo assim a porta para que cada estado estabelecesse suas próprias normas.
De fato, os juízes baseiam sua decisão na linguagem antiaborto adicionada à Constituição estadual em 2018, que afirma que “a política do estado é garantir a proteção dos direitos da criança não nascida”, uma frase que ganhou novo significado após a derrubada de Roe contra Wade.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), 2% das crianças nos Estados Unidos nascem por meio de tecnologia de reprodução assistida, incluindo fertilização in vitro. /EFE