Trump sabia que manifestantes estavam armados ao incentivar invasão do Capitólio, diz ex-assessora


Cassidy Hutchinson, ex-assessora do então chefe de gabinete Mark Meadows, foi convocada de surpresa para a audiência por ter ' informações relevantes’ à investigação do Congresso sobre a invasão

Por Redação
Atualização:

Cassidy Hutchinson, uma ex-assessora da chefia de gabinete da Casa Branca, disse nesta terça-feira, 28, que o ex-presidente Donald Trump sabia que parte da multidão que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro do ano passado estava armada e incentivou seus seguidores a entrar na sede do legislativo mesmo de posse dessas informações. A ex-assessora do então chefe de gabinete Mark Meadows foi convocada de surpresa para a audiência, em virtude de informações relevantes à investigação do Congresso sobre a invasão.

Na ocasião, o vice-presidente Mike Pence - no papel de presidente do Senado- se preparava para certificar do presidente Joe Biden, quando centenas de partidários de Trump, muitos deles armados, invadiram a o Capitólio para interromper a sessão, aos gritos de “Enforquem Mike Pence”.

Horas antes, Trump fizera um discurso acusando Pence de não ajudá-lo a reverter o resultado da eleição - algo que não estava a seu alcance - e exortando a multidão a marchar rumo ao Capitólio. Após horas de confronto com a polícia, cinco pessoas morreram.

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Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa branca, depõe sobre o envolvimento do presidente Donald Trump na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021 Foto: Sean Thew/Pool via AP

Segundo Hutchinson, Mark Meadows comentou para ela que mesmo sabendo da violência Trump não queria agir para parar os manifestantes. “Ele acha que Mike merece. Ele não acha que eles estão fazendo nada de errado”, teria dito o chefe de gabinete para a assessora, de acordo com o depoimento.

Trump negou as alegações da assessora e disse que nunca afirmou que Mark Pence merecia ser enforcado.

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“Eles não vão me machucar”

Segundo o relato de Hutchinson, Trump reclamou para ela do baixo comparecimento de seus apoiadores momentos antes de subir ao palco em 6 de janeiro num ato de apoio a ele no mesmo dia em que o Congresso certificaria a vitória de Biden.

Ao ser informado de que as pessoas estavam sendo barradas por portarem armas como fuzis, pistolas, facas e outras armas, Trump retorquiu: “Deixem eles entrarem. Eles não estão aqui para me machucar. Eles podem ir daqui direto para o Capitólio”, teria dito o presidente, segundo a depoente.

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A ex-assessora ainda declarou que Trump teria tentado se juntar à turba que invadiu o Capitólio contra a vontade do serviço secreto e outros assessores próximos. Segundo ela, o presidente chegou até mesmo a tentar desviar o volante da limusine presidencial para retornar à sede do legislativo americano.

“O presidente disse algo do tipo ‘eu sou a porra do presidente. Leve-me até o Capitólio agora’, ao que [Robert Engel, chefe do serviço secreto] respondeu: ‘Senhor, temos que voltar para a Ala Oeste’”, descreveu a assessora. A alegação também foi negada pelo ex-presidente.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa Branca, reage durante depoimento no Congresso americano sobre a invasão do Capitólio  Foto: J. Scott Applewhite/ AP
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Preocupações anteriores

Hutchinson também testemunhou que Meadows estava preocupado desde o dia 2 de janeiro com a chance do comício de Trump sair do controle. Ele teria comentado a ela: “As coisas podem ficar muito, muito ruins no dia 6 de janeiro”.

Havia também o temor que a marcha marcada para o Capitólio no dia 6 gerasse acusações de crimes federais, segundo Hutchinson. Um dos advogados da Casa Branca, Pat Cipollone, alertou insistentemente sobre isso e teria pedido a assessora em tom de suplica que ela não deixasse isso acontecer.

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“Por favor, certifique-se de não ir até o Capitólio, Cass. (…) Nós vamos ser acusados de todos os crimes imagináveis”, teria dito Cipollone.

De outro lado, Rudolph W. Giuliani, advogado pessoal de Trump, afirmou o contrário para Hutchinson, classificando o dia 6 como “um grande dia, no qual o presidente iria ao Capitólio e estaria com membros do Congresso”.

Outro episódio anterior ao dia 6 que a assessora presenciou foi o momento em que o então presidente soube da entrevista do procurador-geral William Barr à Associated Press, na qual ele afirmou que não havia indícios de fraudes nas eleições. Trump se enfureceu e teria arremessado pratos. “Um funcionário articulou para mim que o presidente estava extremamente zangado com a entrevista do procurador-geral à AP e jogou seu almoço contra a parede”, declarou. Questionada, ela disse que não foi a única vez que Trump arremessou pratos por estar com raiva.

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Trump diz que testemunho é “doentio e fraudulento”

Em uma postagem feita na sua própria rede social, o ex-presidente dirigiu a mensagem para Cassidy Hutchinson para desmentir o testemunho. “Sua história falsa de que eu tentei pegar o volante da limusine da Casa Branca para conduzi-la ao prédio do Capitólio é doentia e fraudulenta, muito parecida com a própria comissão não selecionada”, escreveu o ex-presidente. / NYT E W.POST

Cassidy Hutchinson, uma ex-assessora da chefia de gabinete da Casa Branca, disse nesta terça-feira, 28, que o ex-presidente Donald Trump sabia que parte da multidão que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro do ano passado estava armada e incentivou seus seguidores a entrar na sede do legislativo mesmo de posse dessas informações. A ex-assessora do então chefe de gabinete Mark Meadows foi convocada de surpresa para a audiência, em virtude de informações relevantes à investigação do Congresso sobre a invasão.

Na ocasião, o vice-presidente Mike Pence - no papel de presidente do Senado- se preparava para certificar do presidente Joe Biden, quando centenas de partidários de Trump, muitos deles armados, invadiram a o Capitólio para interromper a sessão, aos gritos de “Enforquem Mike Pence”.

Horas antes, Trump fizera um discurso acusando Pence de não ajudá-lo a reverter o resultado da eleição - algo que não estava a seu alcance - e exortando a multidão a marchar rumo ao Capitólio. Após horas de confronto com a polícia, cinco pessoas morreram.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa branca, depõe sobre o envolvimento do presidente Donald Trump na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021 Foto: Sean Thew/Pool via AP

Segundo Hutchinson, Mark Meadows comentou para ela que mesmo sabendo da violência Trump não queria agir para parar os manifestantes. “Ele acha que Mike merece. Ele não acha que eles estão fazendo nada de errado”, teria dito o chefe de gabinete para a assessora, de acordo com o depoimento.

Trump negou as alegações da assessora e disse que nunca afirmou que Mark Pence merecia ser enforcado.

“Eles não vão me machucar”

Segundo o relato de Hutchinson, Trump reclamou para ela do baixo comparecimento de seus apoiadores momentos antes de subir ao palco em 6 de janeiro num ato de apoio a ele no mesmo dia em que o Congresso certificaria a vitória de Biden.

Ao ser informado de que as pessoas estavam sendo barradas por portarem armas como fuzis, pistolas, facas e outras armas, Trump retorquiu: “Deixem eles entrarem. Eles não estão aqui para me machucar. Eles podem ir daqui direto para o Capitólio”, teria dito o presidente, segundo a depoente.

A ex-assessora ainda declarou que Trump teria tentado se juntar à turba que invadiu o Capitólio contra a vontade do serviço secreto e outros assessores próximos. Segundo ela, o presidente chegou até mesmo a tentar desviar o volante da limusine presidencial para retornar à sede do legislativo americano.

“O presidente disse algo do tipo ‘eu sou a porra do presidente. Leve-me até o Capitólio agora’, ao que [Robert Engel, chefe do serviço secreto] respondeu: ‘Senhor, temos que voltar para a Ala Oeste’”, descreveu a assessora. A alegação também foi negada pelo ex-presidente.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa Branca, reage durante depoimento no Congresso americano sobre a invasão do Capitólio  Foto: J. Scott Applewhite/ AP

Preocupações anteriores

Hutchinson também testemunhou que Meadows estava preocupado desde o dia 2 de janeiro com a chance do comício de Trump sair do controle. Ele teria comentado a ela: “As coisas podem ficar muito, muito ruins no dia 6 de janeiro”.

Havia também o temor que a marcha marcada para o Capitólio no dia 6 gerasse acusações de crimes federais, segundo Hutchinson. Um dos advogados da Casa Branca, Pat Cipollone, alertou insistentemente sobre isso e teria pedido a assessora em tom de suplica que ela não deixasse isso acontecer.

“Por favor, certifique-se de não ir até o Capitólio, Cass. (…) Nós vamos ser acusados de todos os crimes imagináveis”, teria dito Cipollone.

De outro lado, Rudolph W. Giuliani, advogado pessoal de Trump, afirmou o contrário para Hutchinson, classificando o dia 6 como “um grande dia, no qual o presidente iria ao Capitólio e estaria com membros do Congresso”.

Outro episódio anterior ao dia 6 que a assessora presenciou foi o momento em que o então presidente soube da entrevista do procurador-geral William Barr à Associated Press, na qual ele afirmou que não havia indícios de fraudes nas eleições. Trump se enfureceu e teria arremessado pratos. “Um funcionário articulou para mim que o presidente estava extremamente zangado com a entrevista do procurador-geral à AP e jogou seu almoço contra a parede”, declarou. Questionada, ela disse que não foi a única vez que Trump arremessou pratos por estar com raiva.

Trump diz que testemunho é “doentio e fraudulento”

Em uma postagem feita na sua própria rede social, o ex-presidente dirigiu a mensagem para Cassidy Hutchinson para desmentir o testemunho. “Sua história falsa de que eu tentei pegar o volante da limusine da Casa Branca para conduzi-la ao prédio do Capitólio é doentia e fraudulenta, muito parecida com a própria comissão não selecionada”, escreveu o ex-presidente. / NYT E W.POST

Cassidy Hutchinson, uma ex-assessora da chefia de gabinete da Casa Branca, disse nesta terça-feira, 28, que o ex-presidente Donald Trump sabia que parte da multidão que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro do ano passado estava armada e incentivou seus seguidores a entrar na sede do legislativo mesmo de posse dessas informações. A ex-assessora do então chefe de gabinete Mark Meadows foi convocada de surpresa para a audiência, em virtude de informações relevantes à investigação do Congresso sobre a invasão.

Na ocasião, o vice-presidente Mike Pence - no papel de presidente do Senado- se preparava para certificar do presidente Joe Biden, quando centenas de partidários de Trump, muitos deles armados, invadiram a o Capitólio para interromper a sessão, aos gritos de “Enforquem Mike Pence”.

Horas antes, Trump fizera um discurso acusando Pence de não ajudá-lo a reverter o resultado da eleição - algo que não estava a seu alcance - e exortando a multidão a marchar rumo ao Capitólio. Após horas de confronto com a polícia, cinco pessoas morreram.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa branca, depõe sobre o envolvimento do presidente Donald Trump na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021 Foto: Sean Thew/Pool via AP

Segundo Hutchinson, Mark Meadows comentou para ela que mesmo sabendo da violência Trump não queria agir para parar os manifestantes. “Ele acha que Mike merece. Ele não acha que eles estão fazendo nada de errado”, teria dito o chefe de gabinete para a assessora, de acordo com o depoimento.

Trump negou as alegações da assessora e disse que nunca afirmou que Mark Pence merecia ser enforcado.

“Eles não vão me machucar”

Segundo o relato de Hutchinson, Trump reclamou para ela do baixo comparecimento de seus apoiadores momentos antes de subir ao palco em 6 de janeiro num ato de apoio a ele no mesmo dia em que o Congresso certificaria a vitória de Biden.

Ao ser informado de que as pessoas estavam sendo barradas por portarem armas como fuzis, pistolas, facas e outras armas, Trump retorquiu: “Deixem eles entrarem. Eles não estão aqui para me machucar. Eles podem ir daqui direto para o Capitólio”, teria dito o presidente, segundo a depoente.

A ex-assessora ainda declarou que Trump teria tentado se juntar à turba que invadiu o Capitólio contra a vontade do serviço secreto e outros assessores próximos. Segundo ela, o presidente chegou até mesmo a tentar desviar o volante da limusine presidencial para retornar à sede do legislativo americano.

“O presidente disse algo do tipo ‘eu sou a porra do presidente. Leve-me até o Capitólio agora’, ao que [Robert Engel, chefe do serviço secreto] respondeu: ‘Senhor, temos que voltar para a Ala Oeste’”, descreveu a assessora. A alegação também foi negada pelo ex-presidente.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa Branca, reage durante depoimento no Congresso americano sobre a invasão do Capitólio  Foto: J. Scott Applewhite/ AP

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Hutchinson também testemunhou que Meadows estava preocupado desde o dia 2 de janeiro com a chance do comício de Trump sair do controle. Ele teria comentado a ela: “As coisas podem ficar muito, muito ruins no dia 6 de janeiro”.

Havia também o temor que a marcha marcada para o Capitólio no dia 6 gerasse acusações de crimes federais, segundo Hutchinson. Um dos advogados da Casa Branca, Pat Cipollone, alertou insistentemente sobre isso e teria pedido a assessora em tom de suplica que ela não deixasse isso acontecer.

“Por favor, certifique-se de não ir até o Capitólio, Cass. (…) Nós vamos ser acusados de todos os crimes imagináveis”, teria dito Cipollone.

De outro lado, Rudolph W. Giuliani, advogado pessoal de Trump, afirmou o contrário para Hutchinson, classificando o dia 6 como “um grande dia, no qual o presidente iria ao Capitólio e estaria com membros do Congresso”.

Outro episódio anterior ao dia 6 que a assessora presenciou foi o momento em que o então presidente soube da entrevista do procurador-geral William Barr à Associated Press, na qual ele afirmou que não havia indícios de fraudes nas eleições. Trump se enfureceu e teria arremessado pratos. “Um funcionário articulou para mim que o presidente estava extremamente zangado com a entrevista do procurador-geral à AP e jogou seu almoço contra a parede”, declarou. Questionada, ela disse que não foi a única vez que Trump arremessou pratos por estar com raiva.

Trump diz que testemunho é “doentio e fraudulento”

Em uma postagem feita na sua própria rede social, o ex-presidente dirigiu a mensagem para Cassidy Hutchinson para desmentir o testemunho. “Sua história falsa de que eu tentei pegar o volante da limusine da Casa Branca para conduzi-la ao prédio do Capitólio é doentia e fraudulenta, muito parecida com a própria comissão não selecionada”, escreveu o ex-presidente. / NYT E W.POST

Cassidy Hutchinson, uma ex-assessora da chefia de gabinete da Casa Branca, disse nesta terça-feira, 28, que o ex-presidente Donald Trump sabia que parte da multidão que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro do ano passado estava armada e incentivou seus seguidores a entrar na sede do legislativo mesmo de posse dessas informações. A ex-assessora do então chefe de gabinete Mark Meadows foi convocada de surpresa para a audiência, em virtude de informações relevantes à investigação do Congresso sobre a invasão.

Na ocasião, o vice-presidente Mike Pence - no papel de presidente do Senado- se preparava para certificar do presidente Joe Biden, quando centenas de partidários de Trump, muitos deles armados, invadiram a o Capitólio para interromper a sessão, aos gritos de “Enforquem Mike Pence”.

Horas antes, Trump fizera um discurso acusando Pence de não ajudá-lo a reverter o resultado da eleição - algo que não estava a seu alcance - e exortando a multidão a marchar rumo ao Capitólio. Após horas de confronto com a polícia, cinco pessoas morreram.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa branca, depõe sobre o envolvimento do presidente Donald Trump na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021 Foto: Sean Thew/Pool via AP

Segundo Hutchinson, Mark Meadows comentou para ela que mesmo sabendo da violência Trump não queria agir para parar os manifestantes. “Ele acha que Mike merece. Ele não acha que eles estão fazendo nada de errado”, teria dito o chefe de gabinete para a assessora, de acordo com o depoimento.

Trump negou as alegações da assessora e disse que nunca afirmou que Mark Pence merecia ser enforcado.

“Eles não vão me machucar”

Segundo o relato de Hutchinson, Trump reclamou para ela do baixo comparecimento de seus apoiadores momentos antes de subir ao palco em 6 de janeiro num ato de apoio a ele no mesmo dia em que o Congresso certificaria a vitória de Biden.

Ao ser informado de que as pessoas estavam sendo barradas por portarem armas como fuzis, pistolas, facas e outras armas, Trump retorquiu: “Deixem eles entrarem. Eles não estão aqui para me machucar. Eles podem ir daqui direto para o Capitólio”, teria dito o presidente, segundo a depoente.

A ex-assessora ainda declarou que Trump teria tentado se juntar à turba que invadiu o Capitólio contra a vontade do serviço secreto e outros assessores próximos. Segundo ela, o presidente chegou até mesmo a tentar desviar o volante da limusine presidencial para retornar à sede do legislativo americano.

“O presidente disse algo do tipo ‘eu sou a porra do presidente. Leve-me até o Capitólio agora’, ao que [Robert Engel, chefe do serviço secreto] respondeu: ‘Senhor, temos que voltar para a Ala Oeste’”, descreveu a assessora. A alegação também foi negada pelo ex-presidente.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa Branca, reage durante depoimento no Congresso americano sobre a invasão do Capitólio  Foto: J. Scott Applewhite/ AP

Preocupações anteriores

Hutchinson também testemunhou que Meadows estava preocupado desde o dia 2 de janeiro com a chance do comício de Trump sair do controle. Ele teria comentado a ela: “As coisas podem ficar muito, muito ruins no dia 6 de janeiro”.

Havia também o temor que a marcha marcada para o Capitólio no dia 6 gerasse acusações de crimes federais, segundo Hutchinson. Um dos advogados da Casa Branca, Pat Cipollone, alertou insistentemente sobre isso e teria pedido a assessora em tom de suplica que ela não deixasse isso acontecer.

“Por favor, certifique-se de não ir até o Capitólio, Cass. (…) Nós vamos ser acusados de todos os crimes imagináveis”, teria dito Cipollone.

De outro lado, Rudolph W. Giuliani, advogado pessoal de Trump, afirmou o contrário para Hutchinson, classificando o dia 6 como “um grande dia, no qual o presidente iria ao Capitólio e estaria com membros do Congresso”.

Outro episódio anterior ao dia 6 que a assessora presenciou foi o momento em que o então presidente soube da entrevista do procurador-geral William Barr à Associated Press, na qual ele afirmou que não havia indícios de fraudes nas eleições. Trump se enfureceu e teria arremessado pratos. “Um funcionário articulou para mim que o presidente estava extremamente zangado com a entrevista do procurador-geral à AP e jogou seu almoço contra a parede”, declarou. Questionada, ela disse que não foi a única vez que Trump arremessou pratos por estar com raiva.

Trump diz que testemunho é “doentio e fraudulento”

Em uma postagem feita na sua própria rede social, o ex-presidente dirigiu a mensagem para Cassidy Hutchinson para desmentir o testemunho. “Sua história falsa de que eu tentei pegar o volante da limusine da Casa Branca para conduzi-la ao prédio do Capitólio é doentia e fraudulenta, muito parecida com a própria comissão não selecionada”, escreveu o ex-presidente. / NYT E W.POST

Cassidy Hutchinson, uma ex-assessora da chefia de gabinete da Casa Branca, disse nesta terça-feira, 28, que o ex-presidente Donald Trump sabia que parte da multidão que invadiu o Capitólio em 6 de janeiro do ano passado estava armada e incentivou seus seguidores a entrar na sede do legislativo mesmo de posse dessas informações. A ex-assessora do então chefe de gabinete Mark Meadows foi convocada de surpresa para a audiência, em virtude de informações relevantes à investigação do Congresso sobre a invasão.

Na ocasião, o vice-presidente Mike Pence - no papel de presidente do Senado- se preparava para certificar do presidente Joe Biden, quando centenas de partidários de Trump, muitos deles armados, invadiram a o Capitólio para interromper a sessão, aos gritos de “Enforquem Mike Pence”.

Horas antes, Trump fizera um discurso acusando Pence de não ajudá-lo a reverter o resultado da eleição - algo que não estava a seu alcance - e exortando a multidão a marchar rumo ao Capitólio. Após horas de confronto com a polícia, cinco pessoas morreram.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa branca, depõe sobre o envolvimento do presidente Donald Trump na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021 Foto: Sean Thew/Pool via AP

Segundo Hutchinson, Mark Meadows comentou para ela que mesmo sabendo da violência Trump não queria agir para parar os manifestantes. “Ele acha que Mike merece. Ele não acha que eles estão fazendo nada de errado”, teria dito o chefe de gabinete para a assessora, de acordo com o depoimento.

Trump negou as alegações da assessora e disse que nunca afirmou que Mark Pence merecia ser enforcado.

“Eles não vão me machucar”

Segundo o relato de Hutchinson, Trump reclamou para ela do baixo comparecimento de seus apoiadores momentos antes de subir ao palco em 6 de janeiro num ato de apoio a ele no mesmo dia em que o Congresso certificaria a vitória de Biden.

Ao ser informado de que as pessoas estavam sendo barradas por portarem armas como fuzis, pistolas, facas e outras armas, Trump retorquiu: “Deixem eles entrarem. Eles não estão aqui para me machucar. Eles podem ir daqui direto para o Capitólio”, teria dito o presidente, segundo a depoente.

A ex-assessora ainda declarou que Trump teria tentado se juntar à turba que invadiu o Capitólio contra a vontade do serviço secreto e outros assessores próximos. Segundo ela, o presidente chegou até mesmo a tentar desviar o volante da limusine presidencial para retornar à sede do legislativo americano.

“O presidente disse algo do tipo ‘eu sou a porra do presidente. Leve-me até o Capitólio agora’, ao que [Robert Engel, chefe do serviço secreto] respondeu: ‘Senhor, temos que voltar para a Ala Oeste’”, descreveu a assessora. A alegação também foi negada pelo ex-presidente.

Cassidy Hutchinson, ex-assessora da Casa Branca, reage durante depoimento no Congresso americano sobre a invasão do Capitólio  Foto: J. Scott Applewhite/ AP

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Hutchinson também testemunhou que Meadows estava preocupado desde o dia 2 de janeiro com a chance do comício de Trump sair do controle. Ele teria comentado a ela: “As coisas podem ficar muito, muito ruins no dia 6 de janeiro”.

Havia também o temor que a marcha marcada para o Capitólio no dia 6 gerasse acusações de crimes federais, segundo Hutchinson. Um dos advogados da Casa Branca, Pat Cipollone, alertou insistentemente sobre isso e teria pedido a assessora em tom de suplica que ela não deixasse isso acontecer.

“Por favor, certifique-se de não ir até o Capitólio, Cass. (…) Nós vamos ser acusados de todos os crimes imagináveis”, teria dito Cipollone.

De outro lado, Rudolph W. Giuliani, advogado pessoal de Trump, afirmou o contrário para Hutchinson, classificando o dia 6 como “um grande dia, no qual o presidente iria ao Capitólio e estaria com membros do Congresso”.

Outro episódio anterior ao dia 6 que a assessora presenciou foi o momento em que o então presidente soube da entrevista do procurador-geral William Barr à Associated Press, na qual ele afirmou que não havia indícios de fraudes nas eleições. Trump se enfureceu e teria arremessado pratos. “Um funcionário articulou para mim que o presidente estava extremamente zangado com a entrevista do procurador-geral à AP e jogou seu almoço contra a parede”, declarou. Questionada, ela disse que não foi a única vez que Trump arremessou pratos por estar com raiva.

Trump diz que testemunho é “doentio e fraudulento”

Em uma postagem feita na sua própria rede social, o ex-presidente dirigiu a mensagem para Cassidy Hutchinson para desmentir o testemunho. “Sua história falsa de que eu tentei pegar o volante da limusine da Casa Branca para conduzi-la ao prédio do Capitólio é doentia e fraudulenta, muito parecida com a própria comissão não selecionada”, escreveu o ex-presidente. / NYT E W.POST

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