NOVA YORK - O pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos Donald Trump se retratou dos comentários que fez nesta quarta-feira, 30, sobre o aborto ilegal e disse que o médico que o pratica é quem deve ser "legalmente responsável", e não a mulher.
O esclarecimento foi feito depois da polêmica causada por declarações suas em entrevista à emissora MSBNC que serão divulgadas esta noite e tiveram alguns trechos antecipados.
Na entrevista, o magnata e favorito nas eleições internas republicanas se declarou a favor de tornar ilegal os abortos, salvo em algumas exceções.
Quando o entrevistador lhe pergunta se uma mulher deveria ser castigada por fazer um aborto ilegal, Trump responde: "A resposta é que deve haver algum tipo de castigo".
Em comunicado posterior divulgado por sua campanha eleitoral, Trump tentou esclarecer que, se o aborto se tornar ilegal, "o médico ou qualquer outra pessoa praticando este ato ilegal com uma mulher deveria ser responsável legalmente, não a mulher". "Neste caso, a mulher é a vítima, e também o é a vida que leva em seu seio", acrescentou na nota.
Trump declarou também que sua posição "não mudou" e, da mesma forma que o ex-presidente Ronald Reagan, é "pró-vida com exceções".
Os comentários de hoje de Trump provocaram reações imediatas, como a de seu rival pela candidatura republicana, John Kasich, que se mostrou totalmente contra castigar a mulher por abortar.
"Acredito que seguramente Donald Trump encontrará uma forma de dizer que não disse isso ou que foi citado incorretamente, mas não acho que seja uma resposta apropriada", disse Kasich à MSNBC.
A favorita na disputa pela indicação democrata, Hillary Clinton, reagiu por meio do Twitter, qualificando as palavras de Trump de "horríveis e reveladoras". / EFE