Trump critica tarifas no Canal do Panamá e ameaça retomar hidrovia


Presidente eleito ainda afirmou que os Estados Unidos têm o direito de exigir a devolução do controle da hidrovia, caso não sejam garantidas operações consideradas justas e eficientes

Por Gabriel Azevedo
Atualização:

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou em publicações na sua rede social Truth Social, as taxas cobradas pelo Panamá para o uso do Canal do Panamá. Trump classificou os valores como “ridículos” e afirmou que o canal, considerado estratégico para o comércio e a segurança nacional dos Estados Unidos, não deveria beneficiar outros países, mencionando indiretamente uma suposta influência chinesa na região.

“O Canal do Panamá é considerado um ativo nacional vital para os Estados Unidos, devido ao seu papel crucial para a economia e segurança nacional. Ele foi dado ao Panamá para administração, não para outros países, e certamente não para impor tarifas exorbitantes aos Estados Unidos, sua Marinha e empresas”, escreveu Trump.

Navio porta-contêineres MSC Marie transitando pelo Canal do Panamá no Panamá. Trump criticou o que chamou de taxas injustas para navios dos EUA que passam pelo Canal do Panamá. Foto: Autoridade do Canal do Panamá via AFP
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Ele também afirmou que os Estados Unidos têm o direito de exigir a devolução do controle da hidrovia, caso não sejam garantidas operações consideradas justas e eficientes. “Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem respeitados, exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, integralmente e sem questionamentos”, publicou.

“Esse completo roubo do nosso país vai parar imediatamente”, disse Trump. Não está claro como ele poderia tentar reaver o controle do canal – ele não teria nenhum amparo da lei internacional.

Falando a uma multidão de apoiadores do Arizona ontem, Trump voltou a dizer que não deixaria o canal cair em “mãos erradas”, alertando sobre uma possível influência chinesa na passagem.

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A China não controla ou administra o canal, mas uma subsidiária da CK Hutchison Holdings, baseada em Hong Kong, há muito tempo gerencia dois portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico para o canal.

Reações

As autoridades panamenhas não comentaram. Vários políticos do país, no entanto, recorreram às redes sociais para criticar as declarações de Trump e pedir ao governo para defender o canal. “O governo tem o dever de defender nossa autonomia como país independente”, disse Grace Hernandez, uma deputada do partido de oposição Moca, no X.

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O canal, construído pelos EUA no início do século 20, foi transferido ao controle do Panamá em 1999, como parte de um acordo bilateral. Atualmente, ele é utilizado para o transporte de aproximadamente 5% do comércio marítimo global, com a passagem de cerca de 14 mil navios por ano – EUA e China são os maiores usuários da hidrovia.

Os comentários de Trump são um exemplo extremamente raro de um líder dos EUA dizendo que poderia pressionar um país soberano a ceder território, mas não a primeira vez que o republicano considera abertamente uma expansão territorial. Na última semana, ele afirmou que os canadenses poderiam querer que seu país se tornasse o 51.º Estado dos EUA e provocou o primeiro-ministro Justin Trudeau como “governador Trudeau”.

Durante seu primeiro mandato, Trump expressou interesse em comprar a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca.

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A opinião de Trump com relação ao Panamá destaca também uma mudança esperada na diplomacia dos EUA com o início de seu governo, em janeiro, especialmente em relação à China e à segurança europeia. Na sexta-feira, o Financial Times relatou que a equipe de Trump havia informado a autoridades europeias que ele exigirá que os Estados membros da Otan aumentem seus gastos com defesa para 5% de seu PIB. / AP e AFP

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou em publicações na sua rede social Truth Social, as taxas cobradas pelo Panamá para o uso do Canal do Panamá. Trump classificou os valores como “ridículos” e afirmou que o canal, considerado estratégico para o comércio e a segurança nacional dos Estados Unidos, não deveria beneficiar outros países, mencionando indiretamente uma suposta influência chinesa na região.

“O Canal do Panamá é considerado um ativo nacional vital para os Estados Unidos, devido ao seu papel crucial para a economia e segurança nacional. Ele foi dado ao Panamá para administração, não para outros países, e certamente não para impor tarifas exorbitantes aos Estados Unidos, sua Marinha e empresas”, escreveu Trump.

Navio porta-contêineres MSC Marie transitando pelo Canal do Panamá no Panamá. Trump criticou o que chamou de taxas injustas para navios dos EUA que passam pelo Canal do Panamá. Foto: Autoridade do Canal do Panamá via AFP

Ele também afirmou que os Estados Unidos têm o direito de exigir a devolução do controle da hidrovia, caso não sejam garantidas operações consideradas justas e eficientes. “Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem respeitados, exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, integralmente e sem questionamentos”, publicou.

“Esse completo roubo do nosso país vai parar imediatamente”, disse Trump. Não está claro como ele poderia tentar reaver o controle do canal – ele não teria nenhum amparo da lei internacional.

Falando a uma multidão de apoiadores do Arizona ontem, Trump voltou a dizer que não deixaria o canal cair em “mãos erradas”, alertando sobre uma possível influência chinesa na passagem.

A China não controla ou administra o canal, mas uma subsidiária da CK Hutchison Holdings, baseada em Hong Kong, há muito tempo gerencia dois portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico para o canal.

Reações

As autoridades panamenhas não comentaram. Vários políticos do país, no entanto, recorreram às redes sociais para criticar as declarações de Trump e pedir ao governo para defender o canal. “O governo tem o dever de defender nossa autonomia como país independente”, disse Grace Hernandez, uma deputada do partido de oposição Moca, no X.

O canal, construído pelos EUA no início do século 20, foi transferido ao controle do Panamá em 1999, como parte de um acordo bilateral. Atualmente, ele é utilizado para o transporte de aproximadamente 5% do comércio marítimo global, com a passagem de cerca de 14 mil navios por ano – EUA e China são os maiores usuários da hidrovia.

Os comentários de Trump são um exemplo extremamente raro de um líder dos EUA dizendo que poderia pressionar um país soberano a ceder território, mas não a primeira vez que o republicano considera abertamente uma expansão territorial. Na última semana, ele afirmou que os canadenses poderiam querer que seu país se tornasse o 51.º Estado dos EUA e provocou o primeiro-ministro Justin Trudeau como “governador Trudeau”.

Durante seu primeiro mandato, Trump expressou interesse em comprar a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca.

A opinião de Trump com relação ao Panamá destaca também uma mudança esperada na diplomacia dos EUA com o início de seu governo, em janeiro, especialmente em relação à China e à segurança europeia. Na sexta-feira, o Financial Times relatou que a equipe de Trump havia informado a autoridades europeias que ele exigirá que os Estados membros da Otan aumentem seus gastos com defesa para 5% de seu PIB. / AP e AFP

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou em publicações na sua rede social Truth Social, as taxas cobradas pelo Panamá para o uso do Canal do Panamá. Trump classificou os valores como “ridículos” e afirmou que o canal, considerado estratégico para o comércio e a segurança nacional dos Estados Unidos, não deveria beneficiar outros países, mencionando indiretamente uma suposta influência chinesa na região.

“O Canal do Panamá é considerado um ativo nacional vital para os Estados Unidos, devido ao seu papel crucial para a economia e segurança nacional. Ele foi dado ao Panamá para administração, não para outros países, e certamente não para impor tarifas exorbitantes aos Estados Unidos, sua Marinha e empresas”, escreveu Trump.

Navio porta-contêineres MSC Marie transitando pelo Canal do Panamá no Panamá. Trump criticou o que chamou de taxas injustas para navios dos EUA que passam pelo Canal do Panamá. Foto: Autoridade do Canal do Panamá via AFP

Ele também afirmou que os Estados Unidos têm o direito de exigir a devolução do controle da hidrovia, caso não sejam garantidas operações consideradas justas e eficientes. “Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem respeitados, exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, integralmente e sem questionamentos”, publicou.

“Esse completo roubo do nosso país vai parar imediatamente”, disse Trump. Não está claro como ele poderia tentar reaver o controle do canal – ele não teria nenhum amparo da lei internacional.

Falando a uma multidão de apoiadores do Arizona ontem, Trump voltou a dizer que não deixaria o canal cair em “mãos erradas”, alertando sobre uma possível influência chinesa na passagem.

A China não controla ou administra o canal, mas uma subsidiária da CK Hutchison Holdings, baseada em Hong Kong, há muito tempo gerencia dois portos localizados nas entradas do Caribe e do Pacífico para o canal.

Reações

As autoridades panamenhas não comentaram. Vários políticos do país, no entanto, recorreram às redes sociais para criticar as declarações de Trump e pedir ao governo para defender o canal. “O governo tem o dever de defender nossa autonomia como país independente”, disse Grace Hernandez, uma deputada do partido de oposição Moca, no X.

O canal, construído pelos EUA no início do século 20, foi transferido ao controle do Panamá em 1999, como parte de um acordo bilateral. Atualmente, ele é utilizado para o transporte de aproximadamente 5% do comércio marítimo global, com a passagem de cerca de 14 mil navios por ano – EUA e China são os maiores usuários da hidrovia.

Os comentários de Trump são um exemplo extremamente raro de um líder dos EUA dizendo que poderia pressionar um país soberano a ceder território, mas não a primeira vez que o republicano considera abertamente uma expansão territorial. Na última semana, ele afirmou que os canadenses poderiam querer que seu país se tornasse o 51.º Estado dos EUA e provocou o primeiro-ministro Justin Trudeau como “governador Trudeau”.

Durante seu primeiro mandato, Trump expressou interesse em comprar a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca.

A opinião de Trump com relação ao Panamá destaca também uma mudança esperada na diplomacia dos EUA com o início de seu governo, em janeiro, especialmente em relação à China e à segurança europeia. Na sexta-feira, o Financial Times relatou que a equipe de Trump havia informado a autoridades europeias que ele exigirá que os Estados membros da Otan aumentem seus gastos com defesa para 5% de seu PIB. / AP e AFP

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