WASHINGTON - O Twitter e o Facebook classificaram como "contestável" um tuíte publicado nesta segunda-feira, 2, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no qual afirma que o voto por correspondência no Estado da Pensilvânia conduziria a uma fraude "desenfreada" e à violência nas ruas. A mensagem vem na véspera das eleições americanas, em que ele aparece atrás do adversário Joe Biden nas pesquisas eleitorais.
Na semana passada, a Suprema Corte determinou que os votos emitidos pelo correio no Estado poderiam ser contados até três dias após a noite da eleição em 3 de novembro. A decisão foi um golpe na campanha de reeleição de Trump, que vem questionando a integridade do processo eleitoral deste ano, o modelo de votação e indicou que pode dar início a batalhas judiciais em torno da apuração.
"A decisão da Suprema Corte sobre o voto na Pensilvânia é muito perigosa. Isso permitirá trapaça desenfreada e descontrolada e vai minar todo o nosso sistema de leis. Também irá induzir violência nas ruas. Algo precisa ser feito!", escreveu o presidente em ambas as redes sociais.
No Twitter, uma advertência aparece no lugar do tuíte e dá ao internauta a opção de ver o conteúdo. "Alguns ou todos os conteúdos compartilhados neste tweet são contestáveis e podem ter informações incorretas sobre como participar de uma eleição ou de outro processo cívico", diz a mensagem. Depois de ver a publicação, há ainda outra notificação: "saiba como votar por correspondência é seguro".
O Facebook também acrescentou um aviso à publicação de Trump que diz: "as votações presencial e pelo correio têm um longo histórico de confiabilidade nos EUA. A fraude eleitoral é extremamente rara em todas as formas de votação", cujo crédito é da organização política Bipartisan Policy Center.
Nos últimos meses, o Twitter marcou como "enganoso" ou "incentivando a violência" diversos tuítes de Trump, incluindo uma publicação sobre as manifestações antirracismo em Minneapolis em maio. A rede social também adicionou checagens de fatos a duas das publicações anteriores do presidente sobre votação por correspondência, provocando uma reação furiosa do mandatário. /EFE