Rússia lança mais de 30 drones contra a Ucrânia na véspera de celebrações do Dia da Vitória


Segundo Kiev, ao menos quatro civis morreram atingidos por destroços no que foi o maior ataque de drones contra a capital em meses; outras cidades também foram alvo

Por Redação
Atualização:

KIEV - As defesas aéreas da Ucrânia interceptaram cerca de 35 drones kamikaze, de fabricação iraniana, que foram lançados pela Rússia durante a madrugada desta segunda-feira, 8, informaram autoridades ucranianas. A maioria dos drones foi lançada contra Kiev no ataque mais agressivo contra a capital nos últimos meses. Conforme as comemorações do Dia da Vitória se aproximam e aumentam as expectativas de uma contraofensiva ucraniana, Moscou intensifica seus ataques contra Kiev e outras cidades-chave.

Ao menos quatro civis morreram nos últimos ataques russos, segundo autoridades ucranianas. Os bombardeios aconteceram em meio a um reforço na segurança de Moscou na véspera das tradicionais comemorações que marcam a derrota da Alemanha nazista para a União Soviética na 2ª Guerra. O país comemora o Dia da Vitória no dia 9 de maio, enquanto a Ucrânia busca se distanciar de Moscou e celebrar um dia antes.

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Crianças brincam perto de um carro destruído após ser atingido por destroços de drones disparados contra Kiev em 8 de maio Foto: Sergei Chuzavkov/AFP

As forças armadas da Ucrânia disseram que abateram todos os 35 drones, incluindo 30 sobre Kiev, no que foi o quarto ataque em grande escala direcionado à cidade neste mês. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas quando destroços de drones caíram sobre os prédios e carros, disse Vitali Klitschko, prefeito de Kiev, em comunicado. “Este foi o maior ataque de drones contra a capital em toda a guerra”, disse mais tarde a repórteres.

O ataque a Kiev começou depois da meia-noite (horário local, início da noite de domingo em Brasília). Por quase quatro horas, as equipes de defesa aérea ucraniana correram para abater os drones, iluminando o céu noturno com disparos de armas antiaéreas. Cada vez que um drone era abatido, uma explosão sacudia janelas e abalava edifícios. Os moradores se amontoaram em abrigos antiaéreos, corredores e banheiros até que tudo fosse liberado.

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Residentes caminham sobre os escombros de uma casa atingida por ataques noturnos na região de Zaporizhzhia em 8 de maio Foto: Andriy Andriyenko/AP

Ataque mais amplo

A chuva de drones na capital foi parte de um ataque russo mais amplo que também teve como alvo as cidades de Kharkiv, Kherson, Mikolaiv e Odessa, disseram os militares ucranianos em um comunicado na segunda-feira.

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A Cruz Vermelha Ucraniana disse que um armazém que guardava a sua ajuda humanitária foi destruído na região de Odessa, no sul da Ucrânia, e que foi forçada a suspender parte do seu trabalho ali.

Além disso, seis foguetes russos também atingiram a cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, durante a noite, informou uma autoridade regional, mas os projeteis caíram em uma área industrial da cidade, sem causar vitimas.

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Moscou também segue bombardeando a cidade de Bakhmut, considerada o campo de batalha mais longo da guerra até agora. Kiev apontou que o exército russo espera tomar o controle total da cidade até o feriado do Dia da Vitória amanhã.

No domingo, 7, o chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, apontou que o grupo deve continuar em Bakhmut após ameaçar que poderia deixar a região por falta de munições.

As forças russas têm intensificado os ataques contra civis ucranianos enquanto Moscou se prepara para uma possível contraofensiva de Kiev agora que o inverno no Hemisfério Norte acabou. Autoridades ucranianas alertaram que Moscou pode tentar provocar um ataque programado para esta terça.

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Polícia inspeciona apartamento destruído por drone durante ataque russo em Kiev, Ucrânia, nesta segunda-feira, 8  Foto: Andrew Kravchenko / AP

Comemorações reduzidas

Nos últimos anos, o presidente Vladimir Putin transformou a celebração do Dia da Vitória em uma vitrine para o poderio militar russo moderno e um local para divulgar sua visão do nacionalismo russo. Mais recentemente, ele tentou envolver a Ucrânia nessa narrativa, retratando-a falsamente como um reduto nazista.

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Este ano, porém, as comemorações na Rússia serão reduzidas. De acordo com a mídia russa, pelo menos 21 cidades cancelaram os desfiles militares e alegaram preocupações com a segurança. A Rússia culpou Kiev, e os Estados Unidos, por ataques recentes a seu território, incluindo um ao Kremlin que, segundo autoridades russas, pretendiam assassinar Vladimir Putin. Mas alguns analistas sugeriram que o mal-estar tem a ver com temores de distúrbios domésticos.

Exército russo ensaia desfile militar do Dia da Vitória em São Petersburgo, Rússia  Foto: Dmitri Lovetsky / AP

Espera-se que o maior desfile do país ocorra do lado de fora da Praça Vermelha do Kremlin, e Putin deve falar à nação. Mas muitas áreas proibiram voos de drones durante os eventos, e a agência de notícias Readovka no Telegram informou que as unidades da Guarda Nacional receberam armas anti-drone.

O cancelamento da marcha nacional do “Regimento Imortal”, quando russos comuns saem às ruas para exibir fotos de seus antepassados veteranos, talvez seja a mudança mais marcante. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a marcha foi cancelada como uma “medida de precaução” contra possíveis ataques.

Alguns governadores regionais disseram que não queriam reunir um grande número de pessoas em meio à guerra. Mas alguns analistas sugeriram que o Kremlin pode estar temeroso em colocar grandes multidões de russos nas ruas já que as dificuldades na guerra poderiam levar a manifestações, mesmo com as leis russas contra protestos em tempos de guerra.

Moradores de Kiev caminham próximo de um prédio atingido por um ataque com drones na madrugada desta segunda Foto: AP

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta segunda que enviou um projeto de lei ao parlamento propondo que o Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo seja celebrado no dia 8 de maio no país e um Dia da Europa ocorra no dia 9 de maio, distanciando ainda mais Kiev de Moscou.

Zelenski comparou os objetivos da Rússia na Ucrânia aos dos nazistas. “Infelizmente, o mal voltou”, apontou Zelo presidente ucraniano no Telegram. “Embora agora seja outro agressor, o objetivo é o mesmo – escravização ou destruição”./AFP e NYT

KIEV - As defesas aéreas da Ucrânia interceptaram cerca de 35 drones kamikaze, de fabricação iraniana, que foram lançados pela Rússia durante a madrugada desta segunda-feira, 8, informaram autoridades ucranianas. A maioria dos drones foi lançada contra Kiev no ataque mais agressivo contra a capital nos últimos meses. Conforme as comemorações do Dia da Vitória se aproximam e aumentam as expectativas de uma contraofensiva ucraniana, Moscou intensifica seus ataques contra Kiev e outras cidades-chave.

Ao menos quatro civis morreram nos últimos ataques russos, segundo autoridades ucranianas. Os bombardeios aconteceram em meio a um reforço na segurança de Moscou na véspera das tradicionais comemorações que marcam a derrota da Alemanha nazista para a União Soviética na 2ª Guerra. O país comemora o Dia da Vitória no dia 9 de maio, enquanto a Ucrânia busca se distanciar de Moscou e celebrar um dia antes.

Crianças brincam perto de um carro destruído após ser atingido por destroços de drones disparados contra Kiev em 8 de maio Foto: Sergei Chuzavkov/AFP

As forças armadas da Ucrânia disseram que abateram todos os 35 drones, incluindo 30 sobre Kiev, no que foi o quarto ataque em grande escala direcionado à cidade neste mês. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas quando destroços de drones caíram sobre os prédios e carros, disse Vitali Klitschko, prefeito de Kiev, em comunicado. “Este foi o maior ataque de drones contra a capital em toda a guerra”, disse mais tarde a repórteres.

O ataque a Kiev começou depois da meia-noite (horário local, início da noite de domingo em Brasília). Por quase quatro horas, as equipes de defesa aérea ucraniana correram para abater os drones, iluminando o céu noturno com disparos de armas antiaéreas. Cada vez que um drone era abatido, uma explosão sacudia janelas e abalava edifícios. Os moradores se amontoaram em abrigos antiaéreos, corredores e banheiros até que tudo fosse liberado.

Residentes caminham sobre os escombros de uma casa atingida por ataques noturnos na região de Zaporizhzhia em 8 de maio Foto: Andriy Andriyenko/AP

Ataque mais amplo

A chuva de drones na capital foi parte de um ataque russo mais amplo que também teve como alvo as cidades de Kharkiv, Kherson, Mikolaiv e Odessa, disseram os militares ucranianos em um comunicado na segunda-feira.

A Cruz Vermelha Ucraniana disse que um armazém que guardava a sua ajuda humanitária foi destruído na região de Odessa, no sul da Ucrânia, e que foi forçada a suspender parte do seu trabalho ali.

Além disso, seis foguetes russos também atingiram a cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, durante a noite, informou uma autoridade regional, mas os projeteis caíram em uma área industrial da cidade, sem causar vitimas.

Moscou também segue bombardeando a cidade de Bakhmut, considerada o campo de batalha mais longo da guerra até agora. Kiev apontou que o exército russo espera tomar o controle total da cidade até o feriado do Dia da Vitória amanhã.

No domingo, 7, o chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, apontou que o grupo deve continuar em Bakhmut após ameaçar que poderia deixar a região por falta de munições.

As forças russas têm intensificado os ataques contra civis ucranianos enquanto Moscou se prepara para uma possível contraofensiva de Kiev agora que o inverno no Hemisfério Norte acabou. Autoridades ucranianas alertaram que Moscou pode tentar provocar um ataque programado para esta terça.

Polícia inspeciona apartamento destruído por drone durante ataque russo em Kiev, Ucrânia, nesta segunda-feira, 8  Foto: Andrew Kravchenko / AP

Comemorações reduzidas

Nos últimos anos, o presidente Vladimir Putin transformou a celebração do Dia da Vitória em uma vitrine para o poderio militar russo moderno e um local para divulgar sua visão do nacionalismo russo. Mais recentemente, ele tentou envolver a Ucrânia nessa narrativa, retratando-a falsamente como um reduto nazista.

Este ano, porém, as comemorações na Rússia serão reduzidas. De acordo com a mídia russa, pelo menos 21 cidades cancelaram os desfiles militares e alegaram preocupações com a segurança. A Rússia culpou Kiev, e os Estados Unidos, por ataques recentes a seu território, incluindo um ao Kremlin que, segundo autoridades russas, pretendiam assassinar Vladimir Putin. Mas alguns analistas sugeriram que o mal-estar tem a ver com temores de distúrbios domésticos.

Exército russo ensaia desfile militar do Dia da Vitória em São Petersburgo, Rússia  Foto: Dmitri Lovetsky / AP

Espera-se que o maior desfile do país ocorra do lado de fora da Praça Vermelha do Kremlin, e Putin deve falar à nação. Mas muitas áreas proibiram voos de drones durante os eventos, e a agência de notícias Readovka no Telegram informou que as unidades da Guarda Nacional receberam armas anti-drone.

O cancelamento da marcha nacional do “Regimento Imortal”, quando russos comuns saem às ruas para exibir fotos de seus antepassados veteranos, talvez seja a mudança mais marcante. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a marcha foi cancelada como uma “medida de precaução” contra possíveis ataques.

Alguns governadores regionais disseram que não queriam reunir um grande número de pessoas em meio à guerra. Mas alguns analistas sugeriram que o Kremlin pode estar temeroso em colocar grandes multidões de russos nas ruas já que as dificuldades na guerra poderiam levar a manifestações, mesmo com as leis russas contra protestos em tempos de guerra.

Moradores de Kiev caminham próximo de um prédio atingido por um ataque com drones na madrugada desta segunda Foto: AP

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta segunda que enviou um projeto de lei ao parlamento propondo que o Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo seja celebrado no dia 8 de maio no país e um Dia da Europa ocorra no dia 9 de maio, distanciando ainda mais Kiev de Moscou.

Zelenski comparou os objetivos da Rússia na Ucrânia aos dos nazistas. “Infelizmente, o mal voltou”, apontou Zelo presidente ucraniano no Telegram. “Embora agora seja outro agressor, o objetivo é o mesmo – escravização ou destruição”./AFP e NYT

KIEV - As defesas aéreas da Ucrânia interceptaram cerca de 35 drones kamikaze, de fabricação iraniana, que foram lançados pela Rússia durante a madrugada desta segunda-feira, 8, informaram autoridades ucranianas. A maioria dos drones foi lançada contra Kiev no ataque mais agressivo contra a capital nos últimos meses. Conforme as comemorações do Dia da Vitória se aproximam e aumentam as expectativas de uma contraofensiva ucraniana, Moscou intensifica seus ataques contra Kiev e outras cidades-chave.

Ao menos quatro civis morreram nos últimos ataques russos, segundo autoridades ucranianas. Os bombardeios aconteceram em meio a um reforço na segurança de Moscou na véspera das tradicionais comemorações que marcam a derrota da Alemanha nazista para a União Soviética na 2ª Guerra. O país comemora o Dia da Vitória no dia 9 de maio, enquanto a Ucrânia busca se distanciar de Moscou e celebrar um dia antes.

Crianças brincam perto de um carro destruído após ser atingido por destroços de drones disparados contra Kiev em 8 de maio Foto: Sergei Chuzavkov/AFP

As forças armadas da Ucrânia disseram que abateram todos os 35 drones, incluindo 30 sobre Kiev, no que foi o quarto ataque em grande escala direcionado à cidade neste mês. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas quando destroços de drones caíram sobre os prédios e carros, disse Vitali Klitschko, prefeito de Kiev, em comunicado. “Este foi o maior ataque de drones contra a capital em toda a guerra”, disse mais tarde a repórteres.

O ataque a Kiev começou depois da meia-noite (horário local, início da noite de domingo em Brasília). Por quase quatro horas, as equipes de defesa aérea ucraniana correram para abater os drones, iluminando o céu noturno com disparos de armas antiaéreas. Cada vez que um drone era abatido, uma explosão sacudia janelas e abalava edifícios. Os moradores se amontoaram em abrigos antiaéreos, corredores e banheiros até que tudo fosse liberado.

Residentes caminham sobre os escombros de uma casa atingida por ataques noturnos na região de Zaporizhzhia em 8 de maio Foto: Andriy Andriyenko/AP

Ataque mais amplo

A chuva de drones na capital foi parte de um ataque russo mais amplo que também teve como alvo as cidades de Kharkiv, Kherson, Mikolaiv e Odessa, disseram os militares ucranianos em um comunicado na segunda-feira.

A Cruz Vermelha Ucraniana disse que um armazém que guardava a sua ajuda humanitária foi destruído na região de Odessa, no sul da Ucrânia, e que foi forçada a suspender parte do seu trabalho ali.

Além disso, seis foguetes russos também atingiram a cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, durante a noite, informou uma autoridade regional, mas os projeteis caíram em uma área industrial da cidade, sem causar vitimas.

Moscou também segue bombardeando a cidade de Bakhmut, considerada o campo de batalha mais longo da guerra até agora. Kiev apontou que o exército russo espera tomar o controle total da cidade até o feriado do Dia da Vitória amanhã.

No domingo, 7, o chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, apontou que o grupo deve continuar em Bakhmut após ameaçar que poderia deixar a região por falta de munições.

As forças russas têm intensificado os ataques contra civis ucranianos enquanto Moscou se prepara para uma possível contraofensiva de Kiev agora que o inverno no Hemisfério Norte acabou. Autoridades ucranianas alertaram que Moscou pode tentar provocar um ataque programado para esta terça.

Polícia inspeciona apartamento destruído por drone durante ataque russo em Kiev, Ucrânia, nesta segunda-feira, 8  Foto: Andrew Kravchenko / AP

Comemorações reduzidas

Nos últimos anos, o presidente Vladimir Putin transformou a celebração do Dia da Vitória em uma vitrine para o poderio militar russo moderno e um local para divulgar sua visão do nacionalismo russo. Mais recentemente, ele tentou envolver a Ucrânia nessa narrativa, retratando-a falsamente como um reduto nazista.

Este ano, porém, as comemorações na Rússia serão reduzidas. De acordo com a mídia russa, pelo menos 21 cidades cancelaram os desfiles militares e alegaram preocupações com a segurança. A Rússia culpou Kiev, e os Estados Unidos, por ataques recentes a seu território, incluindo um ao Kremlin que, segundo autoridades russas, pretendiam assassinar Vladimir Putin. Mas alguns analistas sugeriram que o mal-estar tem a ver com temores de distúrbios domésticos.

Exército russo ensaia desfile militar do Dia da Vitória em São Petersburgo, Rússia  Foto: Dmitri Lovetsky / AP

Espera-se que o maior desfile do país ocorra do lado de fora da Praça Vermelha do Kremlin, e Putin deve falar à nação. Mas muitas áreas proibiram voos de drones durante os eventos, e a agência de notícias Readovka no Telegram informou que as unidades da Guarda Nacional receberam armas anti-drone.

O cancelamento da marcha nacional do “Regimento Imortal”, quando russos comuns saem às ruas para exibir fotos de seus antepassados veteranos, talvez seja a mudança mais marcante. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a marcha foi cancelada como uma “medida de precaução” contra possíveis ataques.

Alguns governadores regionais disseram que não queriam reunir um grande número de pessoas em meio à guerra. Mas alguns analistas sugeriram que o Kremlin pode estar temeroso em colocar grandes multidões de russos nas ruas já que as dificuldades na guerra poderiam levar a manifestações, mesmo com as leis russas contra protestos em tempos de guerra.

Moradores de Kiev caminham próximo de um prédio atingido por um ataque com drones na madrugada desta segunda Foto: AP

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta segunda que enviou um projeto de lei ao parlamento propondo que o Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo seja celebrado no dia 8 de maio no país e um Dia da Europa ocorra no dia 9 de maio, distanciando ainda mais Kiev de Moscou.

Zelenski comparou os objetivos da Rússia na Ucrânia aos dos nazistas. “Infelizmente, o mal voltou”, apontou Zelo presidente ucraniano no Telegram. “Embora agora seja outro agressor, o objetivo é o mesmo – escravização ou destruição”./AFP e NYT

KIEV - As defesas aéreas da Ucrânia interceptaram cerca de 35 drones kamikaze, de fabricação iraniana, que foram lançados pela Rússia durante a madrugada desta segunda-feira, 8, informaram autoridades ucranianas. A maioria dos drones foi lançada contra Kiev no ataque mais agressivo contra a capital nos últimos meses. Conforme as comemorações do Dia da Vitória se aproximam e aumentam as expectativas de uma contraofensiva ucraniana, Moscou intensifica seus ataques contra Kiev e outras cidades-chave.

Ao menos quatro civis morreram nos últimos ataques russos, segundo autoridades ucranianas. Os bombardeios aconteceram em meio a um reforço na segurança de Moscou na véspera das tradicionais comemorações que marcam a derrota da Alemanha nazista para a União Soviética na 2ª Guerra. O país comemora o Dia da Vitória no dia 9 de maio, enquanto a Ucrânia busca se distanciar de Moscou e celebrar um dia antes.

Crianças brincam perto de um carro destruído após ser atingido por destroços de drones disparados contra Kiev em 8 de maio Foto: Sergei Chuzavkov/AFP

As forças armadas da Ucrânia disseram que abateram todos os 35 drones, incluindo 30 sobre Kiev, no que foi o quarto ataque em grande escala direcionado à cidade neste mês. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas quando destroços de drones caíram sobre os prédios e carros, disse Vitali Klitschko, prefeito de Kiev, em comunicado. “Este foi o maior ataque de drones contra a capital em toda a guerra”, disse mais tarde a repórteres.

O ataque a Kiev começou depois da meia-noite (horário local, início da noite de domingo em Brasília). Por quase quatro horas, as equipes de defesa aérea ucraniana correram para abater os drones, iluminando o céu noturno com disparos de armas antiaéreas. Cada vez que um drone era abatido, uma explosão sacudia janelas e abalava edifícios. Os moradores se amontoaram em abrigos antiaéreos, corredores e banheiros até que tudo fosse liberado.

Residentes caminham sobre os escombros de uma casa atingida por ataques noturnos na região de Zaporizhzhia em 8 de maio Foto: Andriy Andriyenko/AP

Ataque mais amplo

A chuva de drones na capital foi parte de um ataque russo mais amplo que também teve como alvo as cidades de Kharkiv, Kherson, Mikolaiv e Odessa, disseram os militares ucranianos em um comunicado na segunda-feira.

A Cruz Vermelha Ucraniana disse que um armazém que guardava a sua ajuda humanitária foi destruído na região de Odessa, no sul da Ucrânia, e que foi forçada a suspender parte do seu trabalho ali.

Além disso, seis foguetes russos também atingiram a cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, durante a noite, informou uma autoridade regional, mas os projeteis caíram em uma área industrial da cidade, sem causar vitimas.

Moscou também segue bombardeando a cidade de Bakhmut, considerada o campo de batalha mais longo da guerra até agora. Kiev apontou que o exército russo espera tomar o controle total da cidade até o feriado do Dia da Vitória amanhã.

No domingo, 7, o chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, apontou que o grupo deve continuar em Bakhmut após ameaçar que poderia deixar a região por falta de munições.

As forças russas têm intensificado os ataques contra civis ucranianos enquanto Moscou se prepara para uma possível contraofensiva de Kiev agora que o inverno no Hemisfério Norte acabou. Autoridades ucranianas alertaram que Moscou pode tentar provocar um ataque programado para esta terça.

Polícia inspeciona apartamento destruído por drone durante ataque russo em Kiev, Ucrânia, nesta segunda-feira, 8  Foto: Andrew Kravchenko / AP

Comemorações reduzidas

Nos últimos anos, o presidente Vladimir Putin transformou a celebração do Dia da Vitória em uma vitrine para o poderio militar russo moderno e um local para divulgar sua visão do nacionalismo russo. Mais recentemente, ele tentou envolver a Ucrânia nessa narrativa, retratando-a falsamente como um reduto nazista.

Este ano, porém, as comemorações na Rússia serão reduzidas. De acordo com a mídia russa, pelo menos 21 cidades cancelaram os desfiles militares e alegaram preocupações com a segurança. A Rússia culpou Kiev, e os Estados Unidos, por ataques recentes a seu território, incluindo um ao Kremlin que, segundo autoridades russas, pretendiam assassinar Vladimir Putin. Mas alguns analistas sugeriram que o mal-estar tem a ver com temores de distúrbios domésticos.

Exército russo ensaia desfile militar do Dia da Vitória em São Petersburgo, Rússia  Foto: Dmitri Lovetsky / AP

Espera-se que o maior desfile do país ocorra do lado de fora da Praça Vermelha do Kremlin, e Putin deve falar à nação. Mas muitas áreas proibiram voos de drones durante os eventos, e a agência de notícias Readovka no Telegram informou que as unidades da Guarda Nacional receberam armas anti-drone.

O cancelamento da marcha nacional do “Regimento Imortal”, quando russos comuns saem às ruas para exibir fotos de seus antepassados veteranos, talvez seja a mudança mais marcante. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a marcha foi cancelada como uma “medida de precaução” contra possíveis ataques.

Alguns governadores regionais disseram que não queriam reunir um grande número de pessoas em meio à guerra. Mas alguns analistas sugeriram que o Kremlin pode estar temeroso em colocar grandes multidões de russos nas ruas já que as dificuldades na guerra poderiam levar a manifestações, mesmo com as leis russas contra protestos em tempos de guerra.

Moradores de Kiev caminham próximo de um prédio atingido por um ataque com drones na madrugada desta segunda Foto: AP

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta segunda que enviou um projeto de lei ao parlamento propondo que o Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo seja celebrado no dia 8 de maio no país e um Dia da Europa ocorra no dia 9 de maio, distanciando ainda mais Kiev de Moscou.

Zelenski comparou os objetivos da Rússia na Ucrânia aos dos nazistas. “Infelizmente, o mal voltou”, apontou Zelo presidente ucraniano no Telegram. “Embora agora seja outro agressor, o objetivo é o mesmo – escravização ou destruição”./AFP e NYT

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